Vai trabalhar, vagabundo!
Enquanto a maior parte dos brasileiros que têm emprego
cumprem uma jornada de trabalho de 8h por dia, incluindo os sábados, o que dá
cerca de 44 horas por semana, o demente que governa o Brasil prova que não
gosta muito de trabalhar. Ele cumpre, em média, apenas 3h10 de trabalho por
dia. O levantamento foi feito pela coluna do Ancelmo Góis, em O Globo, com base
na agenda oficial do presidente no mês de janeiro.
Nos 21 dias úteis de janeiro, ele trabalhou 8h em
apenas duas datas: 20 e 31. Vale lembrar que ele declarou no ano passado que a
vida de presidente é um inferno porque “é um tempo que você vai passar trabalhando,
obviamente, para o próximo”. E nem isso ele faz.
O valor por hora de trabalho do ex-capitão é de R$
625,56, enquanto o valor por hora de um trabalhador CLT que ganha um salário mínimo
é de R$ 5,50.
Além disso, tem muita gente que queria trabalhar, mas
não pode, já que o desemprego continua atingindo quase 14 milhões de
brasileiros, a quarta maior do mundo. Eles trabalham zero hora remuneradas por
semana não por preguiça, mas porque não têm opção.
Para o verdadeiro trabalhador, emprego é
temporário. Cresceu o número de vagas
temporárias neste início de ano. É o que aponta levantamento da Luandre,
consultoria de RH: de acordo com o estudo, o fim do ano não é mais a única
época para encontrar empregos temporários. O momento segue favorável: os
principais destaques em fevereiro são os setores de indústria e varejo, que já
iniciaram as produções para as vendas de Páscoa, mas há oportunidades em outros
segmentos, como logística.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), divulgados em janeiro, demonstram que o Brasil encerrou 2021 com saldo
positivo e histórico de 2.730.597 milhões de novas vagas de emprego.
A Associação Brasileira do Trabalho Temporário
(Asserttem) fechou o balanço do ano passado e aponta que o crescimento de vagas
temporárias foi acima do esperado, 20,6%, e confirma que a expectativa é de
nova alta na criação dessas vagas, apesar desta ser uma perspectiva cautelosa
em razão da variante Ômicron.
Já o trabalho intermitente vem ganhando força neste ano
e a explicação está no fato de ser uma opção de contratação que pode favorecer
as empresas, que têm demandas difíceis de prever, bem como os trabalhadores,
que podem se beneficiar da flexibilidade e legalizar o chamado “bico”. Para a
advogada e especialista em Direito do Trabalho Karolen Gualda Beber, empregador
e empregado podem se beneficiar dessa modalidade.
“As empresas, além da economia – remuneram apenas o
período trabalhado -, podem diversificar seus profissionais criando
possibilidades e gerando novos talentos. Já o profissional contratado, pode
firmar vários contratos, adquirindo experiências e ampliando suas habilidades e
competências”, disse Karolen.
Mas os bancos seguem lucrando. Os três maiores bancos privados do Brasil registraram
R$ 69,4 bilhões de lucro em 2021, em meio à pandemia. Trata-se de um aumento de
30% em relação ao ano anterior. Já o Banco do Brasil (BB) anunciou na terça-feira
(14) que obteve lucro líquido ajustado de R$ 21,021 bilhões no ano passado,
alta de 51% na comparação com 2020. Desse modo, somados aos R$ 67 bilhões de
2020, quatro dos maiores bancos do país (Itaú, Bradesco, Santander e BB)
acumulam em dois anos de pandemia R$ 157,4 bilhões – a Caixa ainda não divulgou
seus resultados.
As receitas cresceram em função da elevação dos juros e
das tarifas bancárias. Mas o lucro dos bancos também foi graças ao aumento da
exploração dos trabalhadores do setor. O BB, por exemplo, fechou 7.076 postos
de trabalho em 2021, seguindo a trajetória de redução de empregos verificada
nos últimos anos. O Bradesco, do mesmo modo, extinguiu 2.301 vagas, no período,
apesar dos R$ 26 bi de lucro.
No Itaú Unibanco, os funcionários reclamam da
sobrecarga de trabalho, apesar da alta de 45% nos lucros, que totalizaram R$
26,8 bi. No Santander, que engordou seus ganhos em R$ 16,3 bilhões, as despesas
com pessoal caíram 1,7% no mesmo período, apesar de o banco ter anunciado
aumento de vagas.
Getúlio Maciel, dirigente do Banco do Brasil pela
Fetec-CUT/SP e integrante da Comissão Executiva dos Funcionários do BB (CEBB),
afirma que os resultados positivos também foram obtidos às custas da saúde dos
funcionários. Ele aponta que, até o mês passado, 4 mil colegas foram
contaminados pela covid-19.
“Tristemente, a atual direção do BB apostou na
imunidade de rebanho, comprometendo a saúde dos funcionários e de seus
familiares, num claro alinhamento com a postura negacionista do insano”, afirmou
ao site do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
E a chamada “classe média”? O fim ou a redução das políticas públicas implantadas
pelos governos do PT, que protegiam as classes menos favorecidas e os
trabalhadores de baixa renda, como o combate à fome e a valorização do salário mínimo,
contribuíram para o aumento do número de famílias brasileiras que saíram das
classes C e foram para a D ou E.
O retrocesso da ascensão social também foi provocado
por reformas como a Trabalhista, de Michel Temer (MDB) e a da Previdência, de
Jair Bolsonaro (PL), ambas tiraram direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e
empurraram a aposentadoria para um futuro distante demais.
Durante os dois mandatos do ex-presidente Lula, 32
milhões de brasileiros saíram da pobreza e entraram na classe média. Em 2012, a
classe média era composta por 104 milhões de pessoas, o que correspondia a
48,7% do total da população.
Em 2021, após dois governos neoliberais, milhões de
brasileiros despencaram da classe C para a D (renda de até R$ 2,8 mil) ou para
a miséria. Pela primeira vez na década a classe média forma menos da metade da
população brasileira. São 100,1 milhões de brasileiros, que representam hoje
47% do país, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva.
A classe D/E subiu de 48,7%, em 2012, para 51,6% dos
brasileiros, em 2021, totalizando 37,7 milhões de domicílios. A classe C (renda
de até R$ 6,8 mil) se manteve no mesmo patamar entre 32,6% e e 32,8%. Já a
classe B (renda de até R$ 21,3 mil) caiu de 15% para 13,3% de 2012 para este
ano, de acordo com levantamento da consultoria Tendências. O fato de a classe C
ter mantido sua média pode ser motivada pela queda da classe B.
São diversos os motivos para o país ter revertido a
linha de ascensão social das famílias que, nos anos dois mil, começou a se
consolidar, mas depois de um período de crise econômica aliado a perdas de
direitos, de renda e desemprego alto voltaram da classe C para D e E, e da B
para C, entre eles a redução ou extinção de políticas públicas, diz Francisco
Menezes, ex-presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional
Sustentável (Consea), durante o governo Lula.
Casa Branca se preocupa! O subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental
dos EUA, Brian Nichols, disse estar preocupado por a “Rússia e outros países”
tentarem criar um conflito na região, referindo-se à cooperação militar entre
Moscou e Caracas.
“Minha preocupação é que a Rússia e outros países
tentem introduzir um conflito em nosso hemisfério”, afirmou Nichols em uma entrevista
publicada no jornal El Tiempo.
Ao ser questionado sobre os relatos das autoridades
colombianas (citadas pelo jornal), segundo as quais a Venezuela moveu tropas
para junto da fronteira com a ajuda da Rússia e Irã, o funcionário da Casa
Branca assegurou que “a presença, seja com tecnologia estrangeira ou atores
estrangeiros, na fronteira com a Colômbia, é muito preocupante”.
Além disso, referiu-se às declarações do vice-ministro
das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, que não descartou uma
possível implantação de infraestrutura militar na Venezuela e Cuba.
Na semana passada, a subsecretária de Estado para
Assuntos Políticos da Casa Branca, Victoria Nuland, durante uma visita a
Bogotá, declarou que o país enfrenta “ameaças de atores externos contra suas
redes públicas e privadas”, especialmente, “no contexto das eleições que se aproximam”,
e mencionou como exemplo a “interferência eleitoral russa em 2016”.
Argentina tinha planos para invadir a
Venezuela. Uma nova investigação
jornalística revelou que o exército argentino pensava em uma invasão da
Venezuela, entre abril e julho de 2019, sob o governo do agora ex-presidente
Mauricio Macri, que apoiou a estratégia militar dos Estados Unidos para
derrubar o presidente Nicolás Maduro.
Por meio do exercício Puma, que contemplou a invasão da
Venezuela, a força armada executou em sete sessões na guarnição de Campo de
Mayo e por videoconferência com a brigada paraquedista de Córdoba, a Brigada
Mecanizada X de La Pampa e os comandos da Força de Operações, também de
Córdoba.
Na investigação do jornalista argentino Horacio
Verbitsky, foi revelado que o general Juan Martín Paleo, então comandante da força
de desdobramento rápido, estava no comando da operação. Desde março de 2020 é
chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
Esses eventos ocorreram em um momento em que o governo
de Donald Trump mantinha uma política de cerco contra a Venezuela, que incluía
a imposição de medidas coercitivas unilaterais para desestabilizar o país
sul-americano, entre outras medidas, como apoiar ações para assassinar o
presidente Maduro.
Várias nações sul-americanas, incluindo a Argentina
(durante o governo Macri), deram seu apoio à política hostil da Casa Branca
contra a Venezuela.
No planejamento da Puma, a força de desdobramento
rápido faz parte de uma força multinacional, criada por uma resolução
figurativa das Nações Unidas (o que nunca aconteceu na realidade), revelou a
investigação.
Além da força de desdobramento rápido, com sua
Companhia de Comando e Seção de Inteligência, participaram tropas da IV Brigada
Aerotransportada Paraquedista, X Brigada de Infantaria Mecanizada e comandos da
Força de Operações Especiais.
A estratégia em relação à planejada invasão da
Venezuela seria apoiada por um comando argentino que atuaria por razões
humanitárias, segundo a declaração do próprio general Juan Martín Paleo.
Venezuela se defende! O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino,
assegurou que as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) permanecem hoje
nas áreas de fronteira, dando duros golpes a grupos irregulares durante
operações militares.
O alto comando destacou que nos últimos dias o
desmantelamento dos terroristas armados do narcotráfico colombiano (Tancol) foi
contundente.
Ele também se referiu à investigação do jornalista
argentino Horacio Verbitsky, sobre o envolvimento do ex-presidente Mauricio
Macri em uma tentativa de invasão da Venezuela.
“Aspectos tantas vezes denunciados na época começam a
aparecer. É a peça da equação imperialista forjada a partir da abordagem multidimensional
que faltava no esquema de agressão contra a Venezuela. Eles não podiam ontem!
Eles nunca vão conseguir!”, disse o ministro.
Ele ressaltou que a obra, que circula nas redes, mostra
parte do plano de Macri em 2019, por meio da operação Puma, que contemplava uma
invasão da nação bolivariana por três corredores, um por mar e dois por terra.
Por sua vez, o primeiro vice-presidente do Partido
Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, destacou no dia
anterior que a Venezuela teve que resistir a todos os ataques na fronteira e
conseguiu.
Colômbia vai parar no dia 03! O Comitê Nacional de Greve, juntamente com a Central
Unitaria de Trabajadores, anunciou a convocação de um novo dia de greve geral
agendado para o próximo dia 3 de março na Colômbia. Além disso, eles pediram
mobilização pacífica a partir de 28 de abril em homenagem ao surto social de
2021.
As razões para estes protestos estão no aumento dos
preços, porque a inflação no país atingirá 6,94 por cento, segundo informação
do Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE). E a entidade
divulgou recentemente um relatório no qual foi especificado que alimentos como
batata, mandioca ou banana aumentaram seu custo em mais de 110%.
Outra das demandas dos colombianos é o fim das “ameaças
sistemáticas, chantagem, estigmatização e assassinato de lideranças sociais”.
“Diante desses fatos, a CUT e a Comissão Nacional de Greve
concordaram em convocar a Nação para um grande protesto contra a fome e seu
responsável, o presidente (Iván) Duque, no dia 3 de março. Mobilizações
pacíficas em todas as capitais do país”, disse o presidente da CUT, Francisco
Maltés Maltés, em suas redes sociais.
Da mesma forma, os convocadores da greve pediram uma
mobilização pacífica a partir de 28 de abril para lembrar o primeiro
aniversário do surto social de 2021, que deixou mais de 80 colombianos mortos e
mais de 1.200 feridos e concessões governamentais.
O próximo dia 13 de março será a primeira atividade
eleitoral prevista neste 2022, na qual serão eleitos os deputados do Senado e
da Câmara. Dada a proximidade da data, figuras políticas se levantaram como
detratores da proposta dos sindicatos, pois, para eles, fazer a greve dez dias
antes das eleições é um erro, como expressou Gustavo Bolívar.
O general e o narcotráfico. A mídia colombiana divulgou no domingo áudios nos
quais é revelado o reconhecimento feito pelo comandante da Sexta Divisão do
Exército Nacional Colombiano, major-general Hernando Herrera Díaz, de uma
aliança com grupos de narcotraficantes locais.
A revista Cambio e Noticias Uno revelou uma gravação,
que seria de uma reunião de comandantes da Brigada 29 do ano de 2019, na qual
se ouve o general Herrera Díaz explicando que o pacto com os narcotraficantes é
para enfrentar os dissidentes das FARC.
O soldado admitiu sua ligação com a quadrilha Los
Pocillos, que controla um corredor por onde passam 150 toneladas de cocaína por
ano, 15% do consumo mundial, segundo o relatório.
No encontro com seus subordinados, Herrera Díaz também
destacou que prefere ver os inimigos mortos do que capturados: “E você tem que
neutralizar essa estrutura, mas neutralizar é matá-los”, disse.
O general, consultado pela mídia que fez a reportagem,
negou que tivesse qualquer relação com a quadrilha Los Pocillos. O comandante
do Exército colombiano, general Eduardo Enrique Zapateiro, por sua vez, emitiu
um comunicado no qual afirmou que os militares “exercem suas capacidades dentro
do marco regulatório estabelecido na Constituição Política, leis e tratados
internacionais, sempre com estrito respeito direitos humanos e a aplicação do
direito internacional humanitário”.
Os autores do artigo concluíram que as alianças entre
forças públicas e narcotraficantes para enfrentar outros criminosos “não é algo
novo na Colômbia, mas sempre foi ilegal e clandestino (...) no terreno.
judicial".
Fome na Colômbia. O relatório da Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PAM) pode
ser descrito como devastador ao apontar que a Colômbia está em situação de
insegurança alimentar aguda e a situação pode se agravar ainda mais.
O documento emitido em 27 de janeiro indicava que “este
país se posiciona como o único da América do Sul com esse status de ponto
crítico de fome. O enfraquecimento da moeda, o aumento dos preços e a redução
do poder de compra a colocam em risco de sofrer uma crise de fome em 2022.
As outras nações são: Afeganistão, Mianmar, Haiti,
Honduras, República Centro-Africana, Nigéria, Burkina Faso, Chade, Mali,
Mauritânia, Níger, Etiópia, Quênia, Somália, Sudão do Sul, Angola, Congo,
Madagascar, Moçambique, Líbano, Sudão, Síria e Iêmen.
O PMA e a FAO acrescentam que esses pontos foram
identificados através de uma análise prospectiva, sob os efeitos de fatores
como violência e conflito armado, crises econômicas (incluindo os impactos
secundários da pandemia de covid-19), eventos climáticos extremos e variabilidade
climática, assim como pragas e doenças de animais e plantas.
A Colômbia, segundo essas organizações das Nações Unidas,
aparece na lista como propensa à insegurança alimentar aguda devido à violência
organizada ou conflito, os principais promotores da deterioração.
A mulher e a fome. Milhares de mulheres vivem diariamente cercadas pelo
medo da violência do feminicídio e outras vivenciam a desigualdade, que também
é violência. Globalmente, 70% das pessoas famintas do mundo são mulheres, mais
um exemplo de como elas são violadas no mundo.
“Há quem diga que a fome tem cara de mulher, fala-se há
muito tempo sobre a feminização da fome, como a feminização da pobreza existe
como conceito,… essas situações levam as mulheres a não terem o mesmo acesso
que os homens têm, os homens aos serviços e recursos”, disse María Teresa
García Plata, diretora da Rede de Bancos de Alimentos do México em entrevista à
SEMlac.
Sobre o impacto do gênero na insegurança alimentar, a
ONU informa que as mulheres representam até 10% mais que os homens, somente em
2020, em plena pandemia.
Ela explicou que isso é paradoxal, já que 70% dos
alimentos produzidos em países de baixa renda, como o México, são produzidos
por mulheres e mesmo assim são elas que mais sofrem com a fome; São
regularmente os que menos comem e sentam-se por último a comer, por vezes o que
sobra, e isto acontece com mais frequência nos agregados familiares em situação
de pobreza.
Em um país onde a pobreza aumentou, graças aos estragos
da pandemia, onde milhares de pessoas estão desempregadas, o trabalho do banco
de alimentos, como o chamado Food for All, o maior da cidade, é de grande importância
do México e da área metropolitana. Um banco com alimentos que ajuda todas as
comunidades e combate a fome no México. Iniciativa com mais de 150 “aliados”,
principalmente empresas.
É crítica a situação na Ucrânia (1). No final de
janeiro passado escrevemos uma série de artigos sobre a crise na Ucrânia e
disponibilizamos para todas\todos que nos acompanham no Informativo. Em
síntese, o artigo mostrava algumas realidades da situação que estão sendo
escondidas pela grande mídia.
1) Em primeiro lugar, precisamos saber que a Ucrânia
fez parte do Império Russo desde a época dos czares. No século XII a região era
muito desenvolvida e um dos Estados mais poderosos da Europa. Mas passa por uma
fragmentação ainda no século XIII e muito dividida. Já nos séculos XVII e XVIII
surge uma república cossaca, no leste do país, mas toda a região ficou muito
dividida. Em meu curso sobre a História da URSS eu mostro que esses cossacos,
quando é criada a União Soviética, optam por aderir à revolução e passam a
fazer parte do Conselho de Sovietes.
Em 1991 acontece a dissolução da URSS e o país volta a
ficar dividido. Todo o leste da Ucrânia é favorável a manter relações com a
Rússia, mas o restante do país, em particular a parte mais a oeste, prefere uma
aproximação com o Ocidente. E precisamos lembrar que, devido aos excelentes
campos, com terras muito ricas, o leste da Ucrânia tinha um importantíssimo
papel na economia do país.
Entre 2009 e 2013 a Ucrânia é sacudida por várias
revoltas populares e os protestos ficam conhecidos como “Euromaidam”. Em meio
ao caos político, outra região ucraniana onde a maioria da população é de
origem russa, a Crimeia, pediu para se separar da Ucrânia e voltar a se unir à
Rússia. O atual governo ucraniano já desistiu de lutar por reanexar a região
que está agora unida à Rússia por uma impressionante ponte conhecida como
“Ponte de Kerch”.
Em 2014 surge outro movimento que ficou conhecido com a
“Guerra do Donbass”. Em março daquele ano, manifestações de grupos
pró-russos e antigoverno ocorreram nos oblasts de Donetsk e Lugansk, que
integram a região da Bacia do Rio Donets, o mais importante rio da Ucrânia e
que nasce na Rússia. As forças separatistas crescem em poder e se autoproclamam
Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk! Em maio havia sido realizado um
referendo com ampla vantagem para os separatistas. Mas o governo ucraniano
correu para anunciar que “a vitória do referendo não representa a saída
imediata da Ucrânia nem a união com outros Estados”. Ou seja, o próprio texto
mostra que reconheceram a vitória dos separatistas, mas não acatariam a
decisão.
2) Na verdade, a grande questão em litígio é que, com a
construção de um novo gasoduto. O projeto iniciado em 2015 teria, inicialmente,
o valor de 11 bilhões de dólares e está pronto para levar à Alemanha todo o gás
de que necessita. Com um “detalhe” que está diretamente ligado ao nosso tema.
Havia outro gasoduto, o Nord Stream 1, mas, com a construção da segunda linha,
passando pelo fundo do Mar Báltico, a Gazprom, empresa russa responsável pelo
gasoduto, deixa de pagar à Ucrânia as tarifas de transporte de gás, o que equivale
a 4% do PIB daquele país. Vão perder muito dinheiro no momento que o novo
gasoduto entrar em operação. Entenderam agora?
Vale lembrar que, até o final do século passado e
primeiros anos do atual, a Alemanha (principal beneficiada com o Nord Stream 2)
tinha uma matriz energética majoritariamente baseada na produção nuclear. E
várias manifestações populares levaram o Parlamento a debater a questão em
busca de outra fonte de energia. A Alemanha expandiu o uso de energia solar e
da eólica, mas sua produção ainda depende em muito do gás, além do consumo
doméstico.
3) Uma das grandes estratégias de Washington, desde os
governos dos Bush (pai e filho) é isolar a Rússia e criar em seu entorno um
cinturão de países “aliados” que participem da OTAN (organização criminosa que
fomenta guerras que interessam aos EUA). E, para isso, tem um baú de dólares
pronto para ser aberto para qualquer aventureiro que sirva aos seus interesses.
Uma consulta a jornais dos EUA vai mostrar que, só na Ucrânia, a Casa Branca já
empenhou 5 bilhões de dólares para impor a “democracia”!
Como dissemos acima, a OTAN foi criada em 1949 com
apenas 12 países membros, incluindo os EUA. Mas, em 1952, conseguiram atrair a
Grécia e a Turquia. Em 1955 foi a vez da República Federal da Alemanha (antiga
Alemanha Ocidental). Depois disso, em 1982, em um golpe contra o Congresso,
Felipe Gonzáles levou a Espanha para o colo dos EUA. Em 2004 foram incorporadas
a Bulgária, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Letônia, Lituânia e Romênia. Em
2009 o processo continua com a entrada da Croácia e da Albânia; em 2017
Montenegro faz isso, em março de 2020, já em plena pandemia, Macedônia do
Norte. Hoje a OTAN tem 30 países membros e apenas dois ainda estão de fora:
Bielorrússia e Ucrânia.
Um fato é indiscutível: o século XX já terminou e a
Casa Branca não conseguiu concluir seu projeto de “New American Century” (Um
Novo Século Americano), tão badalado por Washington e que consumiu alguns
milhões de dólares para sua elaboração.
É crítica a situação na Ucrânia (2). Recentemente vimos toda a mídia mundial divulgando uma
propaganda criada pelos “pensadores” da Casa Branca e levando o mundo a acreditar
que a Rússia tinha intenções de invadir a Ucrânia para anexar o território.
Não só a propaganda criada é mentirosa, mas, também,
irresponsável e criminosa. O fato real é que o governo estadunidense está mais
do que determinado a levar a Ucrânia a fazer parte da OTAN e fechar o cerco
contra a Rússia. E tem gastado milhões de dólares para isso.
Agora estamos vendo qual era verdadeiro “bandido” nessa
história, mas as notícias que nos chegam de fontes internacionais são duras e
muito preocupantes. Vamos ver com calma.
É crítica a situação na Ucrânia (3). O fato que nos preocupa, agora, é que informações de diversas
fontes nos mostram que, desde a quinta-feira (17), o exército da Ucrânia inicia
uma ofensiva contra as duas regiões separatistas (veja o início do artigo) de Donetsk
e Lugansk.
E as tensões na região estão aumentando. Milhares de
pessoas tiveram que deixar suas casas e estão sendo evacuadas para a Rússia
devido aos constantes bombardeios das forças ucranianas. Mas ainda não temos informações
sobre eventuais vítimas.
As forças ucranianas bombardearam Donetsk com
artilharia e morteiros, disparando 38 granadas de morteiro de 120 milímetros e
27 outros projéteis de calibre 122 milímetros, segundo representantes de
Donetsk. E o exército ucraniano tem usado frequentemente morteiros de 120
milímetros, proibidos pelo acordo de Minsk, contra as Repúblicas de Donetsk e
Lugansk.
É crítica a situação na Ucrânia (4). Cerca de 25.000 civis de Lugansk entraram na
Rússia fugindo de bombardeios do governo ucraniano, segundo o Ministério de
Situações de Emergência russo.
Os líderes das repúblicas populares de Donetsk e
Lugansk anunciaram anteriormente a evacuação de crianças, mulheres e idosos
para a Rússia diante de uma iminente ofensiva do Exército ucraniano.
Em Donetsk há um aviso de que o presidente da Ucrânia,
Vladimir Zelensky, em breve ordenaria que seus generais invadissem Donetsk e Lugansk.
Os representantes oficiais das repúblicas populares
denunciam que o Exército ucraniano está bombardeando Donbass com armas pesadas,
violando deliberadamente os acordos de 2020.
O uso de artilharia pesada, acrescentaram, aponta para
os preparativos para uma solução militar para o conflito interno que dura desde
2014.
A situação é agravada em Donbass pelo uso de armas que
os Estados Unidos e outros países da OTAN (Organização do Tratado Atlântico
Norte) enviaram ao governo Zelensky.
Denis Pushilin líder da República Popular de Donetsk
(RPD) disse que havia assinado um decreto sobre a mobilização geral na
república.
“Apelo aos compatriotas que estão na reserva que compareçam
aos comissariados militares. Hoje (19) assinei um decreto sobre a mobilização
geral”, disse o líder de Donetsk em uma mensagem de vídeo.
Leonid Pasechnik, líder da autoproclamada República
Popular de Lugansk assinou também o decreto de mobilização geral na república.
Pushilin disse que as Forças Armadas de Donetsk têm
“experiência em realizar combates” pois “estão em situação de alerta de combate
permanente” e portanto seriam “capazes de proteger totalmente a população civil
e infraestruturas”.
Um anúncio idêntico foi feito pelo líder da também
separatista cidade de Lugansk, Leonid Pasechnik, encarregando entidades
responsáveis de assegurar o processo de evacuação. Pasechnik ainda pediu que
“homens capazes de segurar armas” protejam a cidade.
É crítica a situação na Ucrânia (5). Uma bomba teria explodido na sexta-feira (18), no
distrito de Tarasovsky da região russa de Rostov, a um quilômetro da fronteira
russo-ucraniana, de acordo com uma fonte das forças de segurança. “A explosão
ocorreu às 4h00 (22h00 em Brasília) a 300 metros de uma das casas na povoação
de Mityakinskaya", informou a fonte.
De acordo com a fonte, agentes das forças da segurança
estão trabalhando no local. Não foram registradas vítimas ou quaisquer danos.
O governador da região russa de Rostov, Vasily Golubev,
declarou neste sábado (19) estado de emergência devido ao grande afluxo de
refugiados provenientes das repúblicas autoproclamadas de Donetsk e Lugansk.
É crítica a situação na Ucrânia (6). No domingo (13) Vladimir Zelensky e Joe Biden,
presidentes da Ucrânia e dos EUA, respetivamente, falaram por telefone, com o
primeiro pedindo, inclusive, ajuda na questão da energia.
Vladimir Zelensky, presidente da Ucrânia, convidou Joe
Biden a visitar “o mais rápido possível” o seu país, relatou no domingo (13) a
emissora CNN, após uma conversa telefônica entre os dois líderes. A emissora
indicou que o presidente da Ucrânia pediu “mais ajuda financeira e militar
avançada”, e também na questão energética. Zelensky disse que uma visita de
Biden ajudaria a reduzir as tensões em torno de seu país.
Apenas provocação? O Governo russo convocou no sábado (12) o adido
militar dos EUA em Moscou após a identificação e expulsão de um submarino estadunidense
em águas territoriais russas no Extremo Oriente, incidente que ocorre num
momento de extrema tensão devido à militarização da Ucrânia e o alargamento a
leste da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
O Ministério da Defesa da Rússia entregou uma nota ao
Gabinete do Adido Militar para a Defesa da Embaixada dos EUA em relação ao
incidente, que a Rússia classificou como uma violação grave do direito
internacional e uma ameaça à sua segurança nacional.
A violação foi detectada às 10h40, horário de Moscou,
quando a fragata da Frota do Pacífico Marechal Shaposhnikov avistou o
submersível da classe Virgínia dos EUA perto da Ilha Urup, no arquipélago das
Ilhas Curilas.
Da unidade de superfície russa e através do russo e do
inglês eles deram a ordem para o submarino emergir imediatamente. Segundo a
mídia, seu comandante ignorou a demanda e acabou “deixando as águas territoriais
da Federação Russa em velocidade máxima”.
Mais uma “armação”! Em 2017 o Nepal assinou um pacto de desenvolvimento
com os EUA com o objetivo de investimentos em infraestruturas do país. No
entanto, movimentos populares nepaleses apontam que isso faz parte da
estratégia antichinesa dos EUA.
O Partido Comunista do Nepal (Centro Maoísta) advertiu
que deixará o governo se o Nepal Compacto da Corporação de Desafio do Milênio
(MCC, na sigla em inglês), um subsídio assinado em 2017 com os EUA, for aprovado.
O projeto visa manter a “qualidade das estradas,
aumentar a disponibilidade e fiabilidade da eletricidade e facilitar o comércio
de eletricidade transfronteiriço entre o Nepal e a Índia”.
Na quarta-feira (16), a agência britânica Reuters
relatou, citando funcionários governamentais nepaleses, que manifestantes
contra o projeto enfrentaram a polícia, que usou gás lacrimogêneo e canhões
d'água para os impedir de chegarem ao parlamento. Segundo a agência norte-americana
Associated Press, os agentes de segurança também aplicaram bastões de bambu. Os
manifestantes usaram pedras em resposta ao bloqueio policial.
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