Livro de Ricardo Stuckert mostra resistência das populações indígenas
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Resultado de 25 anos de dedicação por parte de Ricardo Stuckert, ‘Povos originários: guerreiros do tempo’, recém-lançado pela editora Tordesilhas, é muito mais que um livro de fotografias. Trata-se de um verdadeiro manifesto em defesa da população indígena, cuja riqueza cultural e importância para a preservação do patrimônio natural do Brasil continuam menosprezadas, mais de 500 anos depois da chegada dos portugueses.
Conhecido por ser o fotógrafo oficial do ex-presidente Lula e diretor de fotografia do longa ‘Democracia em Vertigem’, indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2020, Stuckert retrata na obra as singularidades e tradições de 10 etnias indígenas brasileiras. Para cada uma delas, há um texto de um antropólogo escolhido pelas próprias tribos para falar sobre a história de cada povo. “É um livro em que as pessoas vão entender a história deles. Isso engrandeceu muito o projeto”, analisou Stuckert em entrevista ao Correio Braziliense.
Em meio a tantas belas imagens, algumas se destacam, como o retrato de Penha Góes, yanomami que Stuckert fotografou pela primeira vez em 1997, aos 22 anos, e reencontrou agora para novo registro. As duas fotos (que abrem a galeria abaixo) revelam o amadurecimento de uma mulher que se formou enfermeira e voltou à sua tribo para cuidar de seu povo.
Outra imagem icônica foi feita quando Stuckert sobrevoava a mata amazônica no Acre e avistou um grupo de índios isolados que, segundo o indigenista José Meireles nunca haviam feito contato. A fotografia (terceira da galeria abaixo), que mostra os indígenas observando o helicóptero onde estavam o fotógrafo e o antropólogo, rodou o mundo.
A foto que ilustra a capa do livro também merece atenção especial. Ela rendeu a Stuckert a medalha de ouro na categoria Muscat -Pessoas, no Oman 1st Internacional Photography Circuit, concurso de fotografia que reuniu participantes de 45 países. Em 2020, a mesma imagem foi dada de presente ao papa Francisco, notório defensor dos povos indígenas da Amazônia.
Segundo estimativas da Funai, quando os portugueses chegaram ao Brasil, havia aqui cerca de 3 milhões de habitantes. Hoje, restam cerca de 750 mil. Para Stuckert, interromper esse extermínio é mais que urgente. “São eles que protegem a floresta. A água que a gente bebe, são eles que preservam. As melhores terras são deles porque eles preservam. Se nós não entendermos isso, não dermos voz a eles, o que será desse planeta?”, indagou, em matéria do Jornal Nacional.
Onde comprar
‘Povos originários: guerreiros do tempo’ está disponível para venda em todas as livrarias do Brasil e no site www.tordesilhaslivros.com.br. Com formato 23,4cm x 26,9cm, tem 280 páginas e traz textos em português e inglês.
Da Redação
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