sábado, 2 de julho de 2022

Pagando fiscais de corruptos

 


Terça-feira, 21 de junho de 2022
Pagando fiscais de corruptos

Olá!
 
Sei que vai parecer insano o que eu vou dizer: você sabia que é possível pagar para fiscalizar corruptos? 
 
Eu já imaginava o tremendo poder do jornalismo independente, mas na semana passada pude comprová-lo com dados e pesquisa séria! Nas regiões onde o financiamento de veículos independentes é mais alto, mais alto também é o número de processos e condenações de agentes públicos e empresas por corrupção. Esse dado está em um artigo publicado em maio deste ano pela jornalista Nikki Usher, pesquisadora e professora da Universidade de Illinois — recomendo buscar no Google. Sim, o dinheiro dos apoiadores ao jornalismo investigativo se transforma, ao fim e ao cabo, em combate à corrupção.
 
Conheci o trabalho de Usher em um um evento internacional chamado INN Days. INN é a sigla de Institute for Nonprofit News, algo como "Instituto para veículos de notícias sem fins lucrativos", em tradução livre. O INN é um consórcio dos Estados Unidos com centenas de veículos de mídia independente. Eles se juntaram porque precisam de força para sobreviver em um ecossistema extremamente competitivo, em meio a gigantes como FOX, ABC, NBC, The New York Times, entre outros. Estou te contando isso porque, durante uma palestra do evento, tive um lampejo: o jornalismo independente brasileiro está 100% entregue à própria sorte, não temos nada parecido com o INN. Mas tive outros insights, e vou te contar rapidamente.
 
Durante os painéis virtuais com jornalistas americanos, não raro eu gostava de alguma ideia ou exemplo apresentado, mas pensava "isso é inviável no Brasil". Para dar um exemplo concreto, em determinado momento uma palestrante sugeriu que os veículos independentes pusessem uma espécie de "redação ao ar livre" (ela chamou de "pop-up newsroom") em um local público da cidade, tanto para ouvir os cidadãos quanto para prospectar novos apoiadores/assinantes. Ideia ótima, não é? Só que, na prática, como fazer isso em um país onde jornalistas são diariamente ameaçados? 
 
Mas o evento do INN também foi inspirador, porque assisti à exibição de pesquisas que só confirmaram uma certeza que tenho desde que conheci nossa comunidade de assinantes, assim que entrei para o Intercept: o futuro do jornalismo investigativo independente está nas mãos dos cidadãos. Várias experiências que vi me comprovaram como é possível, com o apoio de pessoas comuns, trabalhadores assalariados como eu e você, pingando todo mês R$ 10, R$ 25, R$ 50, reportar com qualidade, comprometimento e coragem.
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Nesse ponto, o paralelo com a nossa realidade é inegável: quanto mais nossa comunidade de membros cresce, quanto mais arrecadamos em pequenas doações de milhares de pessoas, mais sacudimos os cenários político, jurídico e empresarial brasileiro. 
 
Minha conclusão sobre o evento do INN foi que, ao menos nos EUA, com toda a crise da pandemia e a era das fake news, o jornalismo independente segue resiliente. Nos EUA, ele é encarado como uma possibilidade, um modelo de negócio consolidado. No Brasil, não é assim. Além de não termos a mesma cultura de doar para causas sociais nos últimos anos, dezenas de redações, inclusive grandes, fecharam as portas. Mas nós não queremos entrar para essa lista, e temos certeza de que nossos leitores podem ajudar.
 

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Um abraço,

Táia Rocha
Analista de Arrecadação
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