'Policiais de esquerda serão vítimas de violência', disse petista assassinado
Marcelo Arruda é guarda municipal
Declaração foi feita em palestra há dois meses
Petista foi assassinado por bolsonarista durante festa temática do PT
Durante uma palestra, que ocorreu há dois meses, o guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, que foi morto durante sua festa de aniversário por um bolsonarista, disse que agentes de segurança de esquerda, como ele, seriam "as primeiras vítimas" de violência política no Brasil.
O guarda municipal Marcelo Arruda foi morto com dois tiros de arma de fogo, neste sábado (9). O homem celebrava seu aniversário de 50 anos, cuja temática era o PT, quando o agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho invadiu a festa e abriu fogo. Guaranho foi baleado e encaminhado para o hospital.
Arruda estava acompanhado do advogado e professor de Direito Fábio Aristimunho Vargas, que também palestrou. O evento era um seminário para jovens sobre combate à violência, que ocorreu em Foz do Iguaçu, no dia 14 de maio.
Segundo Marcos Antonio Jahnke, secretário de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, em entrevista à RPC, a Polícia Civil ainda investiga os motivos por trás do crime, mas adiantou que a investigação trabalha com a hipótese de intolerância política.
De acordo com o boletim de ocorrência, registrado na 6.ª Subdivisão Policial de Foz do Iguaçu, Guaranho gritou ao chegar ao local: “Aqui é Bolsonaro!”.
"O que ele falou nesse próprio evento é que policiais de esquerda como ele é que seriam as primeiras vítimas numa eventual escalada autoritária no país. Eles seriam os primeiros a cair, segundo ele explicou no seminário, para evitar que repassassem conhecimento estratégico a uma resistência democrática", disse o advogado.
"Ou seja, esses agentes de segurança de esquerda seriam os primeiros visados em qualquer tentativa de ruptura democrática que se instaurasse no país. E, lamentavelmente, foi ele o primeiro a tombar. Foi ele a primeira vítima desse vaticínio que ele mesmo fez, lamentavelmente."
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