quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares

 

O futuro se joga no dia 30!

Sem exageros, o que está em jogo no próximo dia 30 não é uma opção por partidos ou nomes, mas o futuro dos trabalhadores e do povo brasileiro!

Em vários artigos que encontramos, em sites internacionais, encontramos comentários que, com poucas diferenças entre eles, dizem o seguinte: “o segundo turno das eleições brasileiras, em 30 de outubro, é provavelmente o confronto eleitoral mais importante e amargo realizado em nossa América desde a eleição de Hugo Chávez em 1998”.

Sim, não estamos falando de uma disputa político-partidária, não estamos falando apenas de um choque entre neoliberalismo e antineoliberalismo. Estamos falando de uma escolha entre o Estado de Direito e a Barbárie, estamos falando em reconquistar para o país os direitos democráticos, direitos sociais e trabalhistas que nos foram roubados por Temer e o energúmeno atual. Estamos falando de escolher viver em um país democrático e livre ou em um país dominado pelas milícias criminosas e por uma quadrilha que assaltou o poder.

No fundo, analisando o que pode acontecer no dia 30, vemos que estamos diante de um momento histórico para Nossa América e para as forças progressistas e democráticas de nossa região, que lutam pela emancipação e por libertarem-se do “deus mercado” e do capital financeiro que vem nos sangrando.

O vale-tudo do demente! O já conhecido “gabinete do ódio”, criado pela família do demente, está trabalhando dia e noite para encher as redes sociais de intrigas, mentiras, difamações e agressões contra Lula da Silva. Cremos que, no mundo inteiro, nunca houve uma quantidade de fake News postadas ao mesmo tempo e com tal agressividade quanto estamos vendo nesse segundo turno eleitoral brasileiro.

Os absurdos chegaram a tal ponto que um certo filme circula nas redes que apoiam o ex-capitão mostrando dezenas de pessoas que agarram porcos, alguns bem grandes, e fogem, a pé ou em moto, com os animais. A filmagem circulou nos últimos dias nas redes sociais, compartilhadas por contas do inominável, acompanhadas de um texto denunciando o que “a volta da esquerdalha maldita” fez na Argentina.

Acontece que os covardes usam uma cena que não se passa na Argentina, mas sim em uma granja na Colômbia, no município de Puerto Tejada, em 2021, durante os protestos – duramente reprimidos – contra o governo de direita de Ivan Duque. Para se ver a que ponto o desespero da família insana chegou.

A “embaixadora” que não era! Hilário! Simplesmente hilário esse demente que governa o Brasil e sua equipe de assessores.

Depois da sua declaração de que “pintou um clima” com meninas de 14 anos, a equipe do inominável correu para tentar apagar o fogo. Parece que está tornando ainda pior. Em primeiro lugar, sua equipe procurou as meninas para pedir oficialmente desculpas. Depois pediram que elas escrevessem uma nota “perdoando” o safado, mas elas se recusaram!

Depois disso tomamos conhecimento de algo ainda mais hilário, ridículo e completamente maluco. Para “melhorar a imagem” do sacripanta, a sua equipe divulgou que uma “embaixadora da Venezuela tinha procurado as meninas para tentar uma desculpa”. E a tal “embaixadora” concedeu várias entrevistas defendendo o ex-capitão expulso do Exército. Mas...

Agora sabemos que a “senhora” Maria Teresa Belandria não é embaixadora da Venezuela coisa nenhuma! Ela não possui qualquer carreira diplomática, não tem qualquer formação no assunto e não foi nomeada pelo governo da Venezuela! Ela nunca ocupou um cargo público em seu país!

A “sirigaita” é advogada e, depois de formada, foi fazer um curso “especial” na Universidade de Defesa Nacional, que pertence ao Departamento de Defesa dos EUA, e se dedica a formar civis e militares para intercederem em países de interesses estadunidenses, em geral fazendo os contatos das direitas locais. O Centro de Estudos Hemisféricos de Defesa William J. Perry é uma instituição mantida pelo Pentágono.

E ela foi “nomeada” embaixadora do Brasil pelo golpista Guaidó, que se diz “presidente interino” da Venezuela! Uma embaixadora que não é embaixadora e que foi nomeada por um “presidente” que não é!

A pressão dos patrões. As denúncias de assédio eleitoral cresceram - e muito - após o primeiro turno das eleições. É o que diz o boletim do Ministério Público do Trabalho. Até o dia 2 de outubro, quando ocorreu a votação do primeiro turno, 45 registros de ocorrências foram feitos ao órgão. O segundo turno nem terminou e o número de denúncias não para de crescer, somando, até quarta-feira (19), 447 registros.

O número já é maior que o registrado em toda a campanha eleitoral de 2018. À época, o MPT recebeu 212 denúncias de assédio eleitoral envolvendo 98 empresas — menos da metade dos registros de 2022, até o momento.

O procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, ressalta que o assédio eleitoral no ambiente de trabalho pode ocorrer de diversas formas. “Não há uma forma específica. Por exemplo, o empregador reúne os empregados na sua empresa e fala taxativamente. Se você votar fulano, eu vou pagar um décimo quinto salário. Tem empregadores que dizem que vão dispensar, inclusive no âmbito doméstico, ou que força você usar camisas para determinado candidato”, afirmou. Em razão da multiplicidade de possibilidades, o procurador-geral afirmou: “é importante a sociedade denunciar”.

Caçando o “orçamento secreto”. Os orçamentos secretos são um esquema pelo qual, em troca do apoio de deputados e senadores, o ex-capitão destina recursos para emendas parlamentares.

A Polícia Federal (PF) do Brasil prendeu os irmãos Roberto e Renato Rodrigues, suspeitos de inserir dados falsos nos sistemas do Ministério da Saúde para justificar uma série de repasses do Governo aos municípios por meio de emendas ao relator, o chamado orçamento segredos

Os dois investigados são identificados como responsáveis ​​por inserir dados falsos em planilhas do Sistema Único de Saúde (SUS) em vários municípios do Maranhão para inflacionar o número de procedimentos médicos e, assim, aumentar o repasse de recursos para financiá-los.

O perigo do fascismo. Muito boa a matéria do jornalista Jeferson Miola publicada no site Rebelión. Ele já inicia o artigo dizendo que “O bolsonarismo é um movimento-força revolucionário que revoluciona a política. O bolsonarismo revoluciona a política, porém, na perspectiva de uma contrarrevolução fascista; é um movimento de caráter revolucionário, embora em sentido regressivo do ponto de vista da civilização”.

Em um número anterior do nosso Informativo alertamos que, mesmo vencendo o insano no segundo turno eleitoral, vai nos restar um duro trabalho de repor a ideologia e a política brasileira nos trilhos, de onde foram tiradas pela família do insano e sua milícia. Mas é o mesmo Miola quem nos diz: “Os bolsonaristas exercem a política em sua essência, ou seja, como meio violento, dissuasivo e conflituoso de disputa e conquista do poder político, que é ‘o poder de um homem sobre outro homem’ para a imposição de sua visão de mundo à sociedade”.

Como já dissemos, a eleição presidencial de 2022, no Brasil, é marcada por muitas e muitas práticas ilegais, corrupção em grande escala, desvios de verbas, banditismo político, usos e abusos da máquina pública pelo candidato situacionista. Ele é um verdadeiro criminoso!

O governo militar equipou o Estado para fins eleitorais de uma forma nunca vista. Aviões da FAB transportam políticos, fundamentalistas religiosos, militares e celebridades de extrema-direita de uma ponta a outra do país para eventos de campanha eleitoral. As instituições estatais são utilizadas para viabilizar objetivos governamentais ilegais, como foi o caso, por exemplo, da atuação do CADE [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] na tentativa de intimidar institutos de pesquisa.

O orçamento secreto, abastecido com dinheiro desviado do Sistema Único de Saúde (SUS), Universidades e áreas essenciais, irriga um esquema multimilionário e corrupto de clientelismo e compra de votos. Favores e ajudas demagógicas de última hora são magicamente criadas para cooptar o eleitorado.

Mais do que tudo, as repartições públicas foram equipadas e transformadas em comitês de campanha. O gabinete presidencial é uma fábrica para fabricar e espalhar mentiras. Empresários sem escrúpulos e charlatães religiosos alimentam redes criminosas que operam em várias frentes, desde a coação de trabalhadores até a doutrinação vulgar em cultos de templos caça-níqueis.

PIB de agosto despencou. Apesar dos discursos do insano, dizendo que vivemos “no melhor dos mundos”, a verdade é que a economia brasileira não está bombando e as famílias estão endividadas

Divulgado na segunda-feira (17), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central, considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou retração de 1,13% em agosto, na comparação com julho.

Segundo dados do Banco Central, esse foi o maior tombo mensal do nível de atividade desde março de 2021, quando foi registrada uma queda de 3,6%. Tal resultado interrompeu dois meses de melhora.

Os dados do índice apontam para uma possível recessão no país após três meses de deflação. O que pode significar aumento do desemprego, queda na renda familiar e retração na produção. Enquanto isso, 80% das famílias brasileiras estão endividadas.

Inflação dos alimentos é a maior. Há 28 anos, desde o início do Plano Real, em 1994, os brasileiros não pagavam preços tão altos para colocar comida na mesa. Muitos reduziram a quantidade de produtos e outros pararam de comprar até itens básicos como feijão e arroz, o que contribui para o aumento da insegurança alimentar no país.

O grupo alimentação e bebidas acumula inflação de 9,54% no ano, de janeiro a setembro. É a maior alta para os nove primeiros meses do ano em quase três década, segundo consultas que os jornalistas da Folha de S Paulo fizeram aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial da inflação do país, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o jornal, trata-se do avanço mais intenso para o acumulado de janeiro a setembro desde 1994 (915,08%), quando o Brasil ainda vivia o reflexo da hiperinflação. No acumulado de 12 meses, a alta foi de 11,71%.

Situação grave. Para especialistas, situação demonstra as fragilidades e inconsequências da política econômica do governo do demente. Apesar de suas tentativas de fazer parecer que a economia está às mil maravilhas, a percepção do povo com base em seu cotidiano e indicadores do setor mostram que as coisas não são bem assim.

O economista e pesquisador Marcio Pochmann declarou, via redes sociais, que a “prévia do Bacen aponta queda de 1,13% do PIB em agosto, indicando o quanto a bolha gerada por dinheiro público distribuído por auxílios se esgota. Com o preço do combustível subindo novamente, resta a contagem regressiva do estouro da realidade da inflação e recessão econômica”.

Neste mesmo sentido, também pelas redes sociais, o economista Eduardo Moreira destacou: “A gasolina começou a subir — o governo não está conseguindo conter o aumento; o PIB começou a cair — teve a maior queda desde março de 2021; a arrecadação do ICMS despencou 14% no mês passado — e os estados e municípios estão desesperados sem verbas para educação e saúde. A bomba econômica está explodindo. A gente avisou e está acontecendo antes do que a gente disse que iria acontecer”.

Trabalhadores em construção no Uruguai iniciam greve. O Sindicato Nacional Único da Construção e Anexos (Sunca), do Uruguai, comandou uma greve nacional na quinta-feira e uma mobilização em defesa das conquistas sociais, exigindo que o governo de Luis Lacalle Pou adote medidas para enfrentar o aumento da pobreza, fome e desemprego no país.

Da mesma forma, eles apontam que “A medida atinge todo o setor e ramos afins”. A estimativa dos trabalhadores é que 100 ônibus chegarão do interior do país para participar da marcha.

As lideranças sindicais dizem que “no país há uma deterioração do nível de vida dos trabalhadores” e denunciam o aumento da pobreza, da fome, do desemprego e da perda do poder de compra dos salários e pensões. E afirmam que “o cenário político-social de nosso país, fruto das políticas neoliberais aplicadas por este governo, caracteriza-se por uma crise de desigualdade”.

O Sindicato Nacional da Construção e Anexos estima que cerca de 12 mil postos de trabalho foram perdidos no primeiro semestre no setor.

Equador: movimento indígena cobra acordos. O presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Leônidas Iza, denunciou na terça-feira (18) que os acordos alcançados nas mesas de diálogo com o governo de Guillermo Lasso estão atrasados e exigiu que sejam implementados.

“No processo de diálogo as questões substanciais ficaram pendentes e os acordos parciais que foram adiantados devem ser implementados na vida prática; a discussão sobre as mudanças na matriz produtiva e econômica deve ser estendida a todos à sociedade”, instou o líder do movimento.

A declaração de Iza foi uma resposta ao ministro da Governança do Equador, Francisco Jiménez, que anunciou uma reunião do governo com a Conaie para a próxima quarta-feira (19/10), a fim de implementar os 218 acordos das mesas de negociações.

Os diálogos foram encerrados na última sexta-feira (14/10). Nos 90 dias de conversas, o governo equatoriano e o movimento indígena chegaram a acordos sobre temas como controle de preços, meio ambiente, exploração de petróleo e agricultura.

Após 18 dias de greve nacional no Equador, cessada no dia 30 de junho, as mesas de negociações foram instaladas no início do mês de julho como um dos principais acordos alcançados pela suspensão das mobilizações em todo o país com o objetivo de debater as reivindicações pontuadas pelos manifestantes.

Durante protestos, movimentos sociais exigiam redução dos preços dos combustíveis, fim da mineração em territórios indígenas, retomada da política de subsídios para a população, geração de emprego, maior investimento em setores como saúde e educação, além da não-privatização de setores da economia.

Congressistas dos EUA ameaçam governo Petro. Nesta semana congressistas estadunidenses, chefiados pelo senador democrata Bob Menéndez, visitaram Bogotá e deixaram uma mensagem muito clara para o governo do presidente Gustavo Petro: “Receber dinheiro de Pequim acaba tendo um custo”.

O governo dos EUA tem se mostrado preocupado com a influência que Pequim vem articulando para ter no país sul-americano, e em uma estratégia para expressar essa preocupação, parlamentares viajaram para questionar as reuniões que membros do governo colombiano têm mantido com burocratas chineses.

Nos encontros, as autoridades estadunidenses teriam informado a Petro e aos ministros que o acompanhavam que não é uma boa ideia facilitar negócios com estatais chinesas interessadas em participar da transição energética que o presidente colombiano pretende efetuar no país.

Entretanto, a presença chinesa na Colômbia já é uma realidade. Segundo a mídia, duas empresas, a China Harbour Engineering e a Xi'An Metro Company, estão construindo o metrô de Bogotá, e uma terceira, a China Civil Engineering Construction, está criando um serviço de trens suburbanos que ligará a capital a uma região próxima.

Pequim vem chegando cada vez mais próxima em forma de auxílio a países latino-americanos que mantêm uma relação distante ou fria com Washington. Nos últimos anos, ofereceu empréstimos a nações com classificações de crédito muito baixas, como Argentina e Venezuela. Agora, detectou uma oportunidade com a chegada ao poder de Petro, um presidente muito interessado em abandonar gradualmente o carvão e o petróleo para liderar uma transição energética para as energias renováveis.

Presidente do Peru aciona OEA. Desde o início, temos afirmado que a Casa Branca não aceitou a derrota sofrida no Peru e não deixaria o presidente eleito, Pedro Castillo, governar. Logo nos primeiros dias do novo governo, conseguiram corromper alguns deputados e criar uma oposição que, durante todo o período, não deixou Pedro Castillo governar. Denúncias atrás de denúncias, ameaças à vida do presidente e, inclusive, tentativas de envolver sua esposa em novas denúncias.

Agora Castillo, solicitou a ativação da Carta Democrática da Organização dos Estados Americanos (OEA) para impedir uma nova tentativa de impeachment promovida pela oposição. Em 16 meses de gestão, esta é a terceira tentativa de destituição contra o chefe de Estado.

“Queremos iniciar um processo de consulta com todas as forças políticas, os poderes do Estado e as forças sociais para encontrar um caminho que impeça uma grave alteração da ordem democrática do país”, declarou Castillo em mensagem televisiva, na noite de quarta-feira (19).

O Conselho Permanente da OEA se reuniu de maneira extraordinária na quinta-feira (20) para definir “a situação do Peru”, atendendo um pedido enviado por carta pelo governo peruano no dia 12 de outubro. O vice-presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e relator para o Peru, Edgar Ralón, assim como o chanceler peruano, César Landa, irão intervir na reunião.

A Carta Democrática Interamericana foi assinada em 11 de setembro de 2001, em Lima, por todos os países membros da OEA, com o objetivo de defender as democracias na região. “Os povos da América têm direito à democracia e seus governos têm a obrigação de promovê-la e defendê-la”, pontua no primeiro artigo.

Mais quatro detidos na Argentina. As forças de segurança da Argentina prenderam na quinta-feira (20) quatro membros do grupo de extrema-direita Revolução Federal por suas ligações com a tentativa de assassinato perpetrada em 1º de setembro contra a vice-presidente Cristina Fernández.

Após uma série de operações, as forças policiais capturaram o líder da organização, Jonathan Ezequiel Morel, na cidade paranaense. Enquanto isso, Leonardo Franco Sosa e Gastón Ezequiel Ángel Guerra foram presos em sua casa em Buenos Aires.

Por sua vez, a mídia local informa que Sabrina Basile se entregou, à tarde, em uma das sedes da magistratura argentina, de onde foi transferida para uma dependência da Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA) e ficou detida.

As batidas policiais foram ordenadas pelo juiz Marcelo Martínez De Giorgi e pelo promotor Gerardo Pollicita, e aconteceram em residências e empresas, como a sede de Caputo Hermanos, de propriedade da família do ex-ministro da Fazenda Luis Caputo, seguidor de Mauricio Macri.

Revolta popular no Haiti. Milhares de pessoas saíram às ruas das principais cidades do Haiti na segunda-feira (17) para exigir a renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry e protestar contra a intervenção internacional solicitada pelo premiê para enfrentar a crise política e humanitária no país.

Segundo o portal Telesur, a iniciativa das manifestações foi do grupo político “Pitit Desalin” e seu líder, Jean Charles Moïse, lembrando a data de assassinato do líder da revolução haitiana, Jean Jacques Dessalines, em 17 de outubro de 1806.

De acordo com a organização, Henry “é incapaz de resolver os problemas de inflação, insegurança e organização de eleições” no país.

No domingo (16) o país chegou a receber um lote de veículos blindados vindos do Canadá e dos EUA para apoiar a polícia local. A equipe deve enfrentar gangues que controlam há um mês o terminal de combustível mais importante da capital Porto Príncipe, dificultando a economia e o bombeamento de água potável para comunidades imersas em violentos protestos populares e um crescente surto de cólera.

Historiando os fatos atuais. Entre 2004 a 2017, a ONU implantou equipes de Forças de Manutenção da Paz no país após o golpe de estado contra o então presidente Jean Bertrand Aristide (2001-2004). Porém para muitas organizações sociais e políticas, a ocupação foi um fracasso devido a denúncias de estupro, introdução de cólera, além de não atingir os objetivos de pacificação do país.

Já em julho de 2021, o então presidente do Haiti, Jovenel Moïse, foi assassinado dentro da própria casa. Desde então, o país enfrenta uma crise política na sequência de nomes que ocuparam o cargo de chefe de Governo do país.

Logo após a morte de Moïse, o primeiro-ministro vigente, Claude Joseph, assumiu o cargo, mas após duas semanas em governo, anunciou sua renúncia para que Ariel Henry, premiê indicado por Moïse pouco antes de sua morte, pudesse assumir a administração do país.

Desde então, Henry tem como responsabilidade convocar uma Constituinte e eleições, no entanto, não o realizou até o momento. Em janeiro deste ano, o Comitê Nacional de Transição do Haiti elegeu o economista Fritz Alphonse Jean como primeiro-ministro interino e Steven Benoit como presidente de transição do país. Porém, tais resultados não são reconhecidos pelo atual premiê.

Situação muito tensa. O Haiti, considerado a nação mais pobre das Américas, enfrenta há meses um momento político, social e de saúde difícil, para o qual foram levantados os alertas da comunidade internacional e inclusive equipamentos militares estadunidenses chegaram à nação caribenha, como se o povo se alimentasse de tanques de guerra!

O ponto crítico dessa crise foi desencadeado em 2 de outubro, quando as autoridades haitianas relataram um novo surto de cólera e, ao mesmo tempo, lidavam com a escassez de alimentos e gasolina devido a bloqueios e protestos realizados por gangues.

Violência, falta de alimentos e protestos contra o aumento dos preços dos combustíveis levaram o primeiro-ministro Ariel Henry e 18 membros de seu gabinete a pedir a intervenção militar de potências estrangeiras, apenas alimentando vozes antigovernamentais que rejeitam qualquer tipo de interferência dos EUA.

Doentes e famintos. Quase cinco milhões de haitianos enfrentam fome aguda, incluindo 1,8 milhão na fase de emergência, enquanto a “ajuda humanitária” enviada pelos EUA e Canadá são tanques para reprimir dezenas de milhares de cidadãos que saíram às ruas para exigir a renúncia do primeiro-ministro Ministro Ariel Henry, cujo governo solicitou intervenção militar estrangeira.

65 por cento da população de Cité Soleil (município ao norte de Porto Príncipe, capital), especialmente os mais pobres e vulneráveis, estão em situação de alta insegurança alimentar, dos quais cinco por cento precisam urgentemente de ajuda humanitária. ajuda, acrescenta a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

A inflação, que hoje chega a 33% no Haiti, o custo excessivo do combustível, a recente epidemia de cólera e a falta de água potável agravaram a crise: milhares de haitianos saíram às ruas de Porto Príncipe, Pétion Ville, Carrefour, Jacmel, Cité Soleil, Cap Haitien e Juana Méndez (Wannament). O terminal petrolífero de Varreux, o mais importante do país, está bloqueado desde junho, paralisando todo o país.

EUA e Venezuela. Donald Trump perdeu muitas noites de sono tentando retomar o poder sobre a Venezuela e suas riquezas. Tentou através de alimentar uma “oposição” interna, iniciativa que fracassou. Depois investindo abertamente em grupos terroristas que invadiram o país, partindo da Colômbia. Perdeu também.

Agora, com a mesma intenção de reconquistar o que pensa ser o “seu quintal”, a Casa Branca, sob a administração Joe Biden, tenta novamente, mas agora com “voz macia e diplomática”.

Desde o primeiro semestre deste 2022, quando teve início o conflito na Ucrânia, a notícia de que a Casa Branca tentava uma aproximação com o governo venezuelano surpreendeu! Nosso Informativo levantou a questão de que tudo o que desejavam era restabelecer algum tipo de fornecimento de petróleo venezuelano para o mercado estadunidense.

Certamente que nós acreditamos que não seja esse o único problema. Biden está diante de uma encruzilhada interna, com as chamadas “eleições de meio de mandato”, em novembro próximo, e precisa cativar parte do público interno estadunidense. Mas, certamente, seu objetivo vai mais longe e está mirando as eleições venezuelanas que acontecerão em 2024!

Uma “fala macia”, agora, dando a impressão de negociações e “respeito democrático”, pode permitir ganhar pontos dentro dos EUA e preparar uma nova “oposição” de confiança na Venezuela. Vamos aguardar os desdobramentos.

Uma grande crise se aproxima? O economista Nouriel Roubini destacou os diversos riscos que tornarão inevitável uma futura crise mundial, e que será uma combinação dos piores aspetos da década de 1970 e da crise após os anos 2008.

Nouriel Roubini, CEO da empresa estadunidense Roubini Macro Associates Inc., que previu a crise de 2008, acredita que a economia mundial estará pior do que nos anos 1970, devido a uma combinação de estagflação com problemas de dívida, contou ele, citado na quinta-feira (20) pela agência Bloomberg, dos EUA.

Em sua opinião, se houver uma recessão, ela não será curta e superficial, “será feia, então você terá estresses financeiros e uma crise financeira e de dívida”, mencionando fatores como a COVID-19, o conflito na Ucrânia, a política externa da China, o fortalecimento do dólar contra o euro e a taxa de inflação na Europa. E o economista sublinhou que a Europa depende do gás da Rússia e do comércio com a China.

Alemanha e Europa passam por problemas. Ao apoiar diretamente a Ucrânia para travar uma guerra prolongada contra a Rússia, os EUA alcançaram até agora dois de seus objetivos: tornar os países da Europa Ocidental seus súditos políticos, enquanto enfraquecem as economias desses países eliminando futuros oponentes econômicos que porão um fim à seu mundo unipolar pretendido.

A forte propaganda russofóbica lançada por Washington e sua pressão sobre os chefes dos governos europeus fizeram com que o velho continente aceitasse as diretrizes de impor inúmeras “sanções” contra Moscou e desistir do fornecimento de gás russo.

Vários especialistas indicam que a Zona do Euro está em uma situação perigosa que pode até custar sua possível desintegração, enquanto a Alemanha, que é a maior economia da região e do bloco, está sentindo as consequências de seguir cegamente os ditames de Washington.

Pela primeira vez em três décadas, a Alemanha registrou déficit na balança comercial mensal desde a última vez que isso aconteceu em 1991, durante a reunificação com a antiga República Democrática Alemã.

Inflação dispara na Itália. A inflação na Itália disparou em setembro passado e atingiu 8,9 por cento em relação ao ano anterior, em comparação com 8,4 por cento relatados em agosto, informou o Instituto Nacional de Estatística (Istat) na segunda-feira.

Segundo a entidade italiana, esta situação ocorreu principalmente devido ao aumento dos preços dos alimentos (+11,4%), e o preço dos bens energéticos passou de um aumento homólogo de 44,9% em agosto para 44,5%. em setembro.

“A aceleração do crescimento anual do índice de todos os artigos deveu-se principalmente aos preços dos alimentos processados, incluindo o álcool (+10,4% em agosto para +11,4%) e dos alimentos não processados ​​(de +9,8% para + 11,0%) e serviços relacionados ao lazer, incluindo reparos e cuidados pessoais (+4,6% a +5,7%)”, destacou Istat.

Liz Truss, “A Breve”. A direita internacional está um pouco perplexa. Mary Elizabeth Truss, ou “Liz” Truss, do Partido Conservador Britânico, foi eleita como Primeira-ministra do Reino Unido e assumiu o cargo no dia 6 de setembro de 2022. Na quinta-feira (20) ela apresentou seu pedido de demissão

Nas semanas que antecederam sua escolha para o cargo, a imprensa ocidental não poupou espaços e tempo para enaltecer a política conservadora. Ela começou a ser “pintada” como uma nova “Dama de Ferro”, a legítima sucessora de Margareth Thatcher. A própria Liz Truss, embriagada pela bajulação e querendo mostrar sua decisão, declarou, poucos dias antes de sua eleição, que não vacilaria em “apertar o botão atômico” contra a Rússia.

A declaração correu o mundo, até mesmo na imprensa brasileira. A direita internacional e o “mundo ocidental” precisavam mostrar uma nova liderança para a velha Europa que está se desfazendo em crises sucessivas, enquanto, em Washington, a Casa Branca esfrega as mãos e se prepara para o total domínio econômico daquele continente.

Depois da posse de Truss não faltaram elogios, destaques para suas medidas econômicas e política, muita badalação em cima de alguns ministros escolhidos por ela. Mas, já nos primeiros dias, vimos surgir uma resistência popular na Grã-Bretanha. Seu projeto de reduzir os impostos dos mais ricos, para acelerar o crescimento econômico, bateu como um grande porrete na cabeça da população que sente a inflação, a crise econômica e os problemas surgidos com o apoio do país à aventura ucraniana.

Agora a “salvadora do mundo ocidental” entregou sua demissão ao Parlamento Britânico. De nossa parte resta fazer alguns comentários e cremos que a direita internacional ainda não entendeu direito que há um novo equilíbrio no planeta e já não existe aquele mundo que permitiu o surgimento de Thatcher, Reagan e Helmut Kohl. Isso ficou para trás, nas décadas de 1980 e 1990. Nos últimos anos estamos vendo surgir um mundo multipolar, com o crescimento da Ásia e de todo o Oriente.

Fascista assume poder na Itália. A líder do partido pós-fascista, Irmãos da Itália, Giorgia Meloni, foi oficialmente nomeada primeira-ministra na sexta-feira (21) e se torna, assim, a primeira mulher a ocupar o cargo no país. A nova premiê anunciou logo em seguida seu gabinete e tomará posse neste sábado (22/10), no palácio do Quirinal, diante do presidente da República, Sergio Matarella.

A nova premiê italiana tem o apoio do líder populista Matteo Salvini, da Liga, e de Silvio Berlusconi, da Força Itália, o que garante a maioria absoluta na Câmara dos Deputados e no Senado. Esta é a primeira vez, desde Mussolini, há 100 anos, que um partido de tendência fascista assume o poder. O gabinete da primeira-ministra é formado por 24 ministros, entre eles, seis mulheres.

A terceira economia da zona do euro enfrenta, como seus vizinhos, uma situação econômica difícil, provocada pela crise energética e a inflação, e nova primeira-ministra deverá gerenciar, além dessas dificuldades, dissidências dentro do partido. Salvini e Berlusconi têm dificuldades em aceitar a autoridade de Giorgia Meloni, cujo partido obteve 26% dos votos nas eleições legislativas de 25 de setembro, contra 8% para o Força Itália e 9% para a Liga.

Alemanha se prepara para a crise. O Parlamento alemão, Bundestag, aprovou na sexta-feira (21) os planos do governo para a criação de um fundo de 200 bilhões de euros para medidas contra a crise energética. O montante será utilizado em subsídios para famílias e empresas voltados a reduzir o impacto da explosão dos preços de energia.

Para o fundo, os parlamentares deram aval ao governo para contrair novas dívidas. A exceção ao mecanismo previsto na Constituição alemã que proíbe o governo de contrair dívidas para bancar o orçamento só é possível em situações de emergência excepcionais. Essa é a segunda vez neste ano que o Bundestag aprova esse tipo de medida.

Detalhes sobre o pacote de subsídios ainda não foram finalizados. Porém, está previsto que o fundo dure até 2024 e financie custos com energia elétrica e um teto no preço do gás. Uma das propostas prevê que o governo assuma a conta de gás das residências alemãs de dezembro e subsidie parte do valor para os meses seguintes.

A maior economia da Europa tenta lidar com a explosão dos preços do gás e eletricidade causada, em grande parte, pelo colapso do fornecimento de gás pela Rússia. Até 2021, a Rússia fornecia 55% do gás utilizado no país. Nos últimos meses, Moscou vem cortando o envio para a Europa em resposta às sanções impostas contra o Kremlin devido à invasão da Ucrânia.

Greve Geral na França (1). Cerca de 140.000 franceses se manifestaram no domingo (16) na capital francesa contra o alto custo de vida enquanto a polícia reprimia os ativistas com gás lacrimogêneo, o que provocou vários confrontos.

O protesto foi convocado pelo bloco da Nova União Popular Ecológica e Social (Nupes), mas mais de 80 organizações políticas e sindicais confirmaram sua participação no início desta semana.

Os manifestantes denunciam a perda de poder aquisitivo diante do aumento da inflação que provocou um vertiginoso aumento dos preços da energia elétrica, alimentação, combustíveis e serviços em geral.

A esse respeito, o chefe da La France Insumisa (LFI), Jean-Luc Mélenchon, afirmou que “se você está em dificuldade ou na miséria, é exclusivamente porque a correlação de forças entre quem tem tudo e quem tem pouco, é a favor de quem tem tudo”.

Greve Geral na França (2). Em um cenário de forte tensão social, vários segmentos sociais votaram pela adesão à greve nacional que teve início na terça-feira (18) em toda a França. A convocação para a greve foi feita pelos quatro maiores sindicatos franceses: CGT, FO, FSU e Solidaires. No domingo (16), cerca de 140 cidades francesas já haviam anunciado manifestações impulsionadas pelo movimento nas refinarias da TotalEnergies e da norte-americana Esso-Exxo-Mobile.

Os trabalhadores da Esso-Exxo-Mobile estavam paralisados desde 21 de setembro. Embora exigissem um aumento de 7,5% de seus salários, na última sexta-feira (14/10), aceitaram um acordo para um acréscimo de 6,5%, além de um bônus de € 3 mil (equivalente a cerca de R$ 15 mil).

Já os empregados da TotalEnergies insistem na demanda inicial de 10% de aumento em suas remunerações. Eles recusaram a proposta da empresa, na semana passada, de um acréscimo geral de 5% nos salários e mais 2% nos salários individuais, recusando negociações das centrais sindicais CFDT e CFE-CGC.

Greve Geral na França (3). Sindicatos franceses de vários ramos da economia, bem como estudantes e representantes de outros setores sociais, atenderam ao apelo lançado para uma greve geral que passou de ter o objetivo de obter aumentos salariais a rejeitar, em geral, a política social do presidente política Emmanuel Macron. Eles teriam conseguido mobilizar 300 mil pessoas, segundo dados dos organizadores.

Em paralelo à greve geral, o país enfrenta uma paralisação de 22 dias de funcionários de cinco plantas da gigante petroleira TotalEnergies, o que gerou uma crise de abastecimento nos postos de combustíveis de toda a França.

Como argumento, os trabalhadores alegam que a inflação de cerca de 6% na França desvalorizou suas remunerações. Também apontam que só no primeiro semestre de 2022, a TotalEnergies lucrou quase € 11 bilhões (equivalente a mais de R$ 56 bilhões).

Além disso, os grevistas denunciam que o diretor-presidente da multinacional, Patrick Pouyanné, aumentou seu próprio salário em 52% no ano passado. Segundo a imprensa francesa, por mês, o chefe da TotalEnergies recebe € 500 mil (cerca de R$ 2,5 milhões).

O “jogo” das eleições em novembro. Na quinta-feira (20), Joe Biden disse estar preocupado com a possibilidade de que pacotes adicionais de assistência militar dos EUA à Ucrânia não sejam aprovados caso os republicanos saiam vitoriosos nas eleições legislativas, marcadas para novembro.

Biden fez a afirmação ao ser questionado sobre o assunto durante uma coletiva de imprensa. “Esses caras [republicanos] do outro lado não entendem [...]. Eles disseram que, se ganharem, provavelmente não continuarão financiando a Ucrânia”, acrescentou Biden. “Esses caras não entendem. É muito maior que a Ucrânia. É a Europa Oriental. É a OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte]. É realmente sério, há graves consequências possíveis”.

Apelação! O medo de perder a maioria, em novembro, faz Biden ultrapassar seu próprio limite. A três semanas das eleições de meio de mandato, ele prometeu que, se os democratas mantiverem o controle do Congresso, o primeiro projeto de lei que aprovará será uma proposta que assegure o direito ao aborto em todo o país.

A Casa Branca multiplica os discursos, como o de terça-feira (18) em Washington, na tentativa de contrariar os prognósticos para as eleições de 8 de novembro. O partido no poder costuma sofrer um revés nessa eleição, realizada a cada dois anos para renovar as cadeiras da Câmara dos Representantes, parte do Senado e eleger dezenas de governadores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário