sábado, 19 de novembro de 2022

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares, nº 992



 

 

 


“Quero dizer que o Brasil está de volta”!

É difícil não se emocionar quando ouvimos (ou lemos) essa frase pronunciada por Lula da Silva no encontro da COP27! Sim, o Brasil está de volta ao cenário mundial, não como um pária ou um mendicante, como foi transformado pelo insano que ainda reside no Palácio do Planalto, mas agora como um ator de peso que foi por vários anos.

Para o mundo, o Brasil é peça fundamental no jogo contra o aquecimento global e para a transição energética. O país sempre esteve na mira dos líderes do planeta em relação à preservação do meio ambiente, já que é em território nacional que se encontra o maior bioma da terra, a Amazônia, cujo desmatamento durante os últimos anos de governo que nem deveria ter existido acenderam o alerta máximo em todo o mundo.

Lula chegou ao Egito na terça-feira (15) para participar de encontros com líderes mundiais na Cúpula das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP27). Visto como uma importante liderança que ‘encurtará caminhos’ nas negociações entre os países para estabelecerem e cumprirem metas para limitar o aumento da temperatura global em 1,5°C, Lula foi recebido com entusiasmo por lideranças de diversos países.

Na quarta-feira (16), ele discursou na COP27, afirmando que o Brasil “vai mudar definitivamente”. Lula se comprometeu a combater o desmatamento ilegal no país e garantiu proteção aos povos originários. Ao final dos encontros, ele solicitou ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que a edição de 2025 da conferência seja realizada no Brasil.

Todos os olhos voltados para Lula. A imprensa francesa destaca a participação do presidente eleito do Brasil, Lula da Silva, na COP27. Ele chegou a Charm el-Cheikh na segunda-feira (14).

A imprensa francesa aplaude a participação do presidente eleito do Brasil e o seu discurso estampa as páginas dos principais jornais franceses na quinta-feira (17).

Recebido “como uma estrela de rock”, diz o jornal econômico Les Echos. Uma multidão se aglomerou em Sharm el-Sheikh, no Egito, para ouvir o discurso do líder petista, descreve o diário. Lula foi ovacionado ao prometer que fará tudo o que for preciso para reduzir o desmatamento na Amazônia e colocar a luta contra as mudanças climáticas no centro de seu governo, ressalta a matéria.

O mesmo entusiasmo foi visto no jornal centrista Le Monde, que afirma que Lula, “acolhido com um imenso fervor”, carrega uma mensagem de esperança “tanto para o povo brasileiro quanto para o planeta”. O diário destaca uma das frases repetidas pelo petista em Sharm el-Sheikh: “o Brasil está de volta’. A matéria sublinha que o mundo precisa da liderança de Lula não apenas para lutar contra as mudanças climáticas, mas também contra a pobreza, a fome e em nome de uma nova ordem mundial apaziguada, fundada sobre o diálogo, a solidariedade e o multilateralismo".

O discurso do presidente eleito não passou despercebido pela alta cúpula do governo francês. Le Figaro destaca que Emmanuel Macron acompanhou a fala de Lula no Egito. O diário reproduz uma declaração feita pelo chefe de Estado francês na Tailândia, para onde viajou para participar do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (Apec). “Desejo ardentemente que possamos ter uma COP na Amazônia, então apoio totalmente essa iniciativa do presidente Lula”, afirmou Macron.

Alguns trechos do seu discurso. “Este convite, feito a um presidente recém-eleito antes mesmo de sua posse, é o reconhecimento de que o mundo tem pressa de ver o Brasil participando novamente das discussões sobre o futuro do planeta e de todos os seres que nele habitam”. “O planeta que a todo momento nos alerta de que precisamos uns dos outros para sobreviver. Que sozinhos estamos vulneráveis à tragédia climática”.

“No entanto, ignoramos esses alertas. Gastamos trilhões de dólares em guerras que só trazem destruição e mortes, enquanto 900 milhões de pessoas em todo o mundo não têm o que comer”

(...) “Estou hoje aqui para dizer que o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável. De um mundo mais justo, capaz de acolher com dignidade a totalidade de seus habitantes - e não apenas uma minoria privilegiada”.

“O Brasil já mostrou ao mundo o caminho para derrotar o desmatamento e o aquecimento global. Entre 2004 e 2012, reduzimos a taxa de devastação da Amazônia em 83%, enquanto o PIB agropecuário cresceu 75%”. (...) “Infelizmente, desde 2019, o Brasil enfrenta um governo desastroso em todos os sentidos - no combate ao desemprego e às desigualdades, na luta contra a pobreza e a fome, no descaso com uma pandemia que matou 700 mil brasileiros, no desrespeito aos direitos humanos, na sua política externa que isolou o país do resto do mundo, e também na devastação do meio ambiente”.

“Quero dizer que o Brasil está de volta”. “Está de volta para reatar os laços com o mundo e ajudar novamente a combater a fome no mundo”. “Para cooperar outra vez com os países mais pobres, sobretudo da África, com investimentos e transferência de tecnologia”.

(...) “Se pudermos resumir em uma única palavra a contribuição do Brasil neste momento, que essa palavra seja aquela que sustentou o povo brasileiro nos tempos mais difíceis: Esperança”.

Perdeu, mané! A frase ganhou as redes sociais e virou piada nacional. Qual a sua origem? Como ressurgiu a tal expressão?

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso precisou de quatro palavras para explicar o que os derrotados na eleição presidencial de 30 de outubro anda não entenderam. A resposta foi dita durante mais um momento de perseguição e hostilidades a ministros do STF em Nova York.

O seguidor do insano caminhava atrás de Barroso, que estava acompanhado do ministro Alexandre de Moraes e dizia: “O sr. vai responder às Forças Armadas? Vai deixar o código-fonte ser exposto? O Brasil precisa dessa resposta, ministro, com todo o respeito”.

Com todo o respeito, Barroso virou-se e disse: “Perdeu, Mané. Não amola!”

O desastre do demente. Dados do sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que de 1º a 31 de outubro foi registrada a maior área com alertas de desmatamento da série histórica para o mês. O número é maior do que aquele registrado em outubro de 2021 quando a área com alertas atingiu 876,56 km². A destruição se concentrou no Estado do Pará (48,12%), seguido de Mato Grosso (16,61%), Amazonas (15,76%) e Rondônia (7,59%). No acumulado entre janeiro e outubro de 2022, houve recorde da série histórica: uma área total destruída de 9.494 km², superando o registrado nos outros anos inteiros da série, mantendo o padrão Bolsonaro de destruição.

De acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), 49% das emissões em 2021 foram advindas do desmatamento, e seguem em direção ao maior bloco contínuo de floresta bem conservada na Amazônia, localizada no Estado do Amazonas. A destruição desenfreada da Amazônia está levando a floresta para um ponto de não retorno e ameaçando um ecossistema vital.

A raiva do “gado nazista”. Na madrugada do sábado (12), o Centro de Formação Paulo Freire, localizado no assentamento Normandia, em Caruaru (PE), sofreu ataques de um grupo de seguidores do ex-capitão, além de pichações com suástica nazista e a palavra “mito”. Os agressores atearam fogo na casa da coordenadora político-pedagógica do Centro de Formação, causando danos materiais e estruturais na estrutura da casa, além da tentativa de homicídio. Ninguém ficou ferido.

O Centro é uma referência em educação popular no Nordeste e já formou mais de 100 mil agricultores em diversos cursos na região. O ato foi praticado durante a madrugada por quatro pessoas que vestiam camisas amarelas.

O local conta com 52 alojamentos e um auditório para mais de 1000 pessoas e é considerado um dos maiores centros de educação popular do Nordeste. Para ensino, o MST possui convênios com instituições, como a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), a UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

A situação do trabalhador. A taxa de desemprego recuou de 9,3% para 8,7% no terceiro trimestre deste ano em seis unidades da federação e se manteve estável em 21, mas a taxa de informalidade, trabalhadores sem direitos a férias, 13º salário e demais garantias da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) corresponde a 39,4% dos que têm alguma ocupação, um total, 39,1 milhões de pessoas. E quase 3 em cada 10 desempregados permanecem em busca de uma nova colocação profissional há mais de dois anos. 

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada nesta quinta-feira (17), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em todo o país, 44,5% dos desempregados estavam de um mês a menos de um ano em busca de trabalho. Para 11,7%, a busca estava durando de um ano a menos de dois anos e para 27,2%, ou 2,6 milhões de desempregados, dois anos ou mais. Cerca de 16,6% estavam à procura de uma vaga há menos de um mês.

A taxa de desemprego no terceiro trimestre é bem maior para mulheres (11%) do que para homens (6,9%). E também para pretos (11,1%) e pardos (10%), enquanto a dos brancos fica abaixo da média nacional (6,8%). Cresce para pessoas com ensino médio incompleto (15,3%) e cai para quem tem superior completo (4,1%).

Contas bloqueadas. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de contas bancárias de 43 pessoas físicas e empresas suspeitas de financiar os atos antidemocráticos que questionam o resultado das eleições. Segundo ele, o objetivo da medida é frear a utilização de recursos para financiar atos ilícitos e antidemocráticos em rodovias e quartéis do Exército.

Na decisão, que é sigilosa, mas foi obtida pelo UOL, o ministro determinou que a Polícia Federal (PF) ouça os envolvidos no prazo de dez dias. Veja lista no final.

O ministro diz no despacho, assinado no sábado (12), dia em que mais de 100 caminhões chegaram a Brasília para reforçar protestos em frente ao QG do Exército, que os direitos de greve e de reunião são garantidos pela Constituição, mas que esses protestos foram criminosos ao “propagar o descumprimento e desrespeito ao resultado do pleito eleitoral [...], com consequente rompimento do Estado Democrático de Direito e a instalação de um regime de exceção”.

“Verifica-se o abuso reiterado do direito de reunião, direcionado, ilícita e criminosamente, para propagar o descumprimento e desrespeito ao resultado do pleito eleitoral para Presidente e vice-Presidente da República, cujo resultado foi proclamado pelo Tribunal Superior Eleitoral em 30/10/2022, com consequente rompimento do Estado Democrático de Direito e a instalação de um regime de exceção”, escreveu.

Quanto “ele” gastou? O demente que ainda ocupa o cargo de presidente gastou R$ 3.580.320,06 só com alimentação dentro do avião presidencial, segundo levantamento do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO). A conta leva em consideração gastos do início do mandato até agora. Só de abril a 14 de novembro, o canalha gastou R$ 1 milhão com comida e bebida durante as viagens de avião.

“Esses valores absurdos colocam em xeque a imagem que o presidente quer passar, de um homem simples, que come farofa na rua, que gosta de macarrão instantâneo e leite condensado. A grande verdade é que, enquanto 33 milhões de brasileiros passam fome, Bolsonaro está se refestelando com banquetes no avião. É revoltante”, comenta Elias Vaz.

Quem vai “passar a faixa”? O insano já disse que se recusa a passar a faixa presidencial para o eleito, Lula da Silva. Sua assessoria disse que teria delegado a tarefa ao seu vice.

“Não sou presidente e não vou botar a faixa em Lula”, declarou o vice-presidente e senador eleito Hamilton Mourão. E disse aos jornalistas que estava “limpando as gavetas do Palácio do Jaburu” ao afirmar que não pretende entregar a faixa presidencial ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. “Estamos no ritmo daquela musiquinha: 'Se Acabou'. Estamos no ritmo de limpar mesinhas, preparar as coisas. O tempo está comendo aí, pô. Um novo inquilino [Geraldo Alckmin] está chegando”, disse ele, em entrevista ao Valor Econômico.

Tem que ser afastado, sim. O Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro pediu o afastamento de Silvinei Vasques, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), por 90 dias.

De acordo com informações divulgadas pelo site G1 na terça-feira (15), os procuradores apontam que Silvinei fez uso indevido do cargo que atualmente ocupa.

O MPF listou situações durante a campanha eleitoral nas quais, segundo o entendimento dos procuradores, o diretor pediu votos irregularmente para o presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições presidenciais pelo seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, entrevista a meio de comunicação e rede social privada, mas aberta ao público em geral, tudo facilmente acessível na Internet, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e, concomitantemente, à imagem do chefe do Poder Executivo federal e candidato a reeleição [...], denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposições de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais”, escreveu o Ministério Público.

Além disso, o pedido de afastamento lembra que Vasques pediu voto para Bolsonaro na véspera do segundo turno das eleições, que ocorreu em 30 de outubro.

Abrindo caminho para a Paz! O Ministério Público da Colômbia oficializou na sexta-feira (18) a suspensão das ordens de captura contra 17 pessoas (11 homens e seis mulheres) ligadas ao Exército de Libertação Nacional (ELN).

A decisão tem abrangência nacional e internacional. Ou seja, tanto as autoridades policiais e judiciais colombianas, quando a Polícia Internacional (Interpol), receberão ordem de cumprimento estrito e imediato dessa determinação.

O objetivo da medida é permitir que os envolvidos participem das reuniões em que os representantes da organização guerrilheira e uma delegação do governo colombiano tentarão selar um acordo de paz nos mesmos moldes do que foi alcançado em 2016 com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

A lista de beneficiados com a medida inclui os seguintes nomes: Nicolás Rodríguez Bautista, Pablo Beltrán, Aureliano Carbonell, Bernardo Téllez, Gustavo Martínez, Consuelo Tapias, Silvana Guerrero, Isabel Torres, Óscar Serrano, Vivian Henao, Ricardo Pérez, Cataleya Jiménez, Eduin Restrepo, Américo Trespalacios, Manuela Márquez, Mauricio Iguarán e Simón Babón.

Todos eles foram indicados como negociadores em nome da ELN.

Algo a ser pensado... A VIII reunião do Grupo de Puebla, ocorrida na segunda-feira (14), na cidade colombiana de Santa Marta (no Norte do país), teve como principal tema de discussão a criação de uma moeda única latino-americana.

No comunicado publicado após o encontro, a entidade manifesta que “a América Latina e o Caribe precisam lançar uma arquitetura financeira adaptada às suas necessidades e sem imposições que ameacem a soberania dos povos”.

O texto também defende a incorporação de novos temas à agenda regional, como as políticas públicas ambientais, transição ecológica, proteção dos direitos dos povos indígenas, defesa da equidade de gênero, desenvolvimento de energias alternativas e a necessidade de incluir novos atores sociais e econômicos na processos de integração regional.

A organização do evento escolheu Santa Marta, cidade mais antiga da Colômbia (fundada em 1525) para reunir algumas das figuras mais proeminentes da esquerda latino-americana, como a ex-presidenta brasileira Dilma Rousseff, o ex-presidente boliviano Evo Morales, o também ex-presidente colombiano Ernesto Samper, entre outros.

Contra a reforma da previdência. Os principais sindicatos e sindicatos de trabalhadores do Uruguai, agrupados na chamada Mesa Representativa do PIT-CNT, lideram na terça-feira uma greve geral parcial de quatro horas.

O protesto incluiu uma concentração na esplanada da Universidade da República (UdelaR), um dos epicentros das manifestações nos últimos meses para marchar até o Palácio Legislativo.

Enquanto isso, atividades foram realizadas em todo o país para divulgar a mensagem do movimento sindical contra o projeto de reforma previdenciária apresentado pelo Governo de Luis Lacalle Pou e contra o modelo de desigualdade.

Segundo os convocadores, são 541 mil pessoas ocupadas que recebem salários abaixo do equivalente a 600 dólares líquidos por mês por 40 horas semanais de trabalho.

Denunciam também que há perda de salários, pensões e aposentadorias, há 66.000 pobres a mais do que em 2019, mais de um milhão de pratos são distribuídos em panelas e áreas de piquenique populares e, além disso, há um aumento exponencial de homicídios.

A direita não cansa. Em 2008, desde a cidade de Santa Cruz, à frente do grupo "La Torre", várias campanhas de propaganda de direita foram organizadas, com o apoio da Embaixada dos EUA na Bolívia. Várias autoridades cívicas e prefeitos (hoje governadores) dos departamentos de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija participaram dessas campanhas, que manipularam as ações e pensamentos dos bolivianos, especialmente os de Santa Cruz, a partir da legítima reivindicação de autonomia e dela decorrente para o discurso da “Independência” e da “República de Santa Cruz”.

Durante 2008 e 2009, as lojas que agrupam a grande burguesia agroindustrial e financeira de Santa Cruz tentaram executar um “Plano de Assassinato” contra Evo Morales e todo o seu Gabinete de Ministros, com o apoio de terroristas e mercenários como Eduardo Rosza. (que cometeu crimes na guerra dos Bálcãs), sob o patrocínio de Branko Marinković (então presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz) com o objetivo de levar a Bolívia a uma guerra civil e assim criar a “Nação Camba” na forma da “República de Santa Cruz”.

Engana-se gravemente quem acredita que Santa Cruz pode se tornar independente. Para onde exportariam sua produção e importariam os produtos necessários ao mercado interno? É por isso que em sua estratégia de separatismo, tentam encontrar uma saída ou um corredor com a fronteira chilena, é assim que usam os departamentos de Chuquisaca e Potosí, para cumprir suas demandas, tentando incorporá-los seu discurso desestabilizador.

Já somos 8 bilhões no planeta! A população mundial chegou a 8 bilhões na terça-feira (15), de acordo com a Organização das Nações Unidas. O secretário-geral, António Guterres, considera que atingir o marco é uma prova de avanços científicos e melhorias em questões como nutrição, saúde pública e saneamento. No entanto, o líder da ONU adverte, em artigo, que, à medida que a família humana cresce, também está ficando mais dividida.

“Bilhões de pessoas estão em dificuldades; centenas de milhões passam fome ou estão até subnutridas. Um número recorde de pessoas procura oportunidades, o alívio de dívidas e de dificuldades, das guerras e dos desastres climáticos”, afirma Guterres. “Se não reduzirmos o enorme fosso entre os que têm e os que não têm, construiremos um mundo de 8 bilhões repleto de tensões, desconfiança, crises e conflitos.” O secretário-geral alerta que a desigualdade faz com que um pequeno grupo de bilionários possua a mesma riqueza que a metade mais pobre da população mundial.

A agência da ONU apontou que, à medida que as regiões crescem em ritmos diferentes, a distribuição geográfica da população global está mudando.

Vai “torcer”, vai? Cerca de 6,7 mil de trabalhadores imigrantes podem ter morrido por falta de segurança e por exposição ao clima extremamente quente, de até 50º, no Qatar, durante a construção dos estádios faraônicos e mais caros do planeta para a Copa do Mundo de Futebol, que tem início no próximo domingo (20).

Além das milhares de mortes por acidentes de trabalho, há informações de que 500 casos (7%) foram suicídios e muitos deles podem estar ligados às condições de trabalho degradantes desses trabalhadores. Essas mortes teriam ocorrido entre 2010, ano em que a Fifa anunciou o Qatar como sede da Copa, e 2020.

Em todo esse período, movimentos sindicais e representantes de ONGs criticaram a Fifa pela escolha do Qatar como país sede justamente por causa das denúncias contra situações precárias de trabalho.

Assim como nos casos de trabalho análogo à escravidão no Brasil os patrões retêm os documentos, como carteira de trabalho. No Qatar, até 2019, o sistema conhecido como kafala permitia que os patrões retivessem os passaportes dos trabalhadores imigrantes. E mais: eles só podiam mudar de emprego com autorização da empresa. Apesar do sistema ter sido mudado há três anos, os imigrantes ainda são obrigados a informar o empregador 72 horas antes de sair do país.

A copa mais cara. É impossível estabelecer o custo exato para o Catar da próxima Copa do Mundo da Fifa. Já é certo que é a mais cara de todas as Copas do Mundo realizadas desde a primeira, em 1930. Segundo algumas estimativas, o custo pode até ser superior ao das 21 anteriores juntas.

Diversos especialistas e relatórios calculam que os custos ultrapassarão 200 bilhões de dólares (R$ 1,07 trilhão), com ampla margem para cima. Para contextualizar: as Copas do Mundo mais caras até agora foram a de 2014 no Brasil e a de 2018 na Rússia, que ficaram abaixo de 15 bilhões de dólares (R$ 80 bilhões).

A empresa americana de consultoria de finanças esportivas Front Office Sports estimou um custo de 220 bilhões de dólares, enquanto Hassan Al Thawadi, chefe do órgão do Catar encarregado de organizar o torneio, diz que os custos de infraestrutura desde que o país recebeu o torneio excederão 200 bilhões de dólares.

Enquanto isso, milhões de pessoas morrem de fome no planeta, outros milhões não possuem água potável, nossos oceanos estão poluídos com plástico, nossos campos estão poluídos com agrotóxicos, nosso ar está quase irrespirável. Mas gastam uma fortuna com uma droga de “copa do mundo”, não é?

A crise vai se ampliando no Reino Unido. O Reino Unido entrou oficialmente em recessão. No ano em que o país trocou de primeiro-ministro duas vezes, as perspectivas econômicas são sombrias, com a inflação no nível mais alto dos últimos 41 anos e projeções de alta de desemprego. Mas o antídoto encontrado pelo governo para combater a crise é velho conhecido e dá calafrios à população: um novo plano de austeridade. O pacote anunciado pelo xerife das Finanças estima um aumento de tributos e cortes de despesas que somam 55 bilhões de libras, ou pouco mais de R$ 350 bilhões.

Isso significa que o país vai apertar o cinto no momento em que a economia começa a minguar, o que causa arrepio na população e no próprio partido conservador. Os cidadãos estão diante da dissipada do custo de vida, expectativa de redução de pelo menos 500 mil postos de trabalho, enquanto os juros da casa própria sobem e os salários encolhem. O país enfrenta a maior perda de qualidade de vida de que se tem notícia, desde que os dados começaram a ser contabilizados. Para o governo, a solução não é menos assustadora. No poder há 12 anos, os conservadores tentam se equilibrar como podem depois de perder dois premiês no mesmo ano, enquanto se preparam para enfrentar eleições gerais em 2024. Isso se conseguirem evitar que o pleito seja antecipado como querem oposição e alguns segmentos da sociedade.

O pacote anunciado pelo governo não é nada popular e pode se encarregar de acabar de vez com a paciência do eleitor com o partido da situação. Tudo isso pode ser a pá de cal para os conservadores na próxima eleição. Se o pleito fosse hoje, a oposição trabalhista seria eleita com grande vantagem. Os trabalhistas, por sinal, acusam os conservadores de estarem “batendo as carteiras” dos cidadãos.

Greve na Espanha! As transportadoras da capital espanhola iniciaram uma greve por tempo indeterminado na madrugada de segunda-feira para exigir o cumprimento de compromissos por parte do executivo espanhol.

A greve foi convocada pela Plataforma Nacional em Defesa do Setor de Transportes, entidade que em março passado liderou uma greve do setor que durou 20 dias e causou problemas na cadeia de abastecimento.

Segundo os organizadores da greve, a medida contundente responde ao descompromisso do Ministério dos Transportes com os acordos firmados após a greve de março com os sindicatos e organizações dos transportadores.

Alemanha: ameaça de desindustrialização. Lars Klingbeil, vice-líder do Partido Social Democrata, alerta que muitas empresas estão deixando de investir no país por conta da crise e estão prontas para migrar para os EUA.

A Alemanha enfrenta uma ameaça de desindustrialização devido a interrupções parciais nas cadeias de suprimentos, escassez de pessoal e altos preços da energia. A declaração foi dada por Lars Klingbeil, vice-líder do Partido Social Democrata (SPD) da Alemanha, nesta quinta-feira (17).

Desde 2021, os preços da energia nos países da União Europeia (UE) têm subido como parte de uma tendência global. Após o início da operação militar da Rússia na Ucrânia em fevereiro de 2022 e a adoção de vários pacotes de sanções contra Moscou pela UE, os preços da energia dispararam.

Inflação italiana! O Instituto Nacional de Estatística da Itália (Istat) informou na quarta-feira que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) naquele país europeu atingiu 11,8% em outubro passado, o nível mais alto desde 1984.

Segundo a entidade, a aceleração da inflação assenta na subida dos preços da energia, que variaram dos 44,5 por cento registados em setembro, para os 71,1 por cento em outubro.

O Istat indica que os alimentos também tiveram variações, já que em setembro seu valor subiu para 11,4 por cento, e em outubro subiu para 13,1 por cento.

Em termos anuais, a instituição detalhou que os preços das mercadorias subiram de 12,5 para 17,6 por cento; enquanto os serviços registaram um ligeiro decréscimo de 0,1 por cento.

Como previsto, foi sabotagem! O Ministério Público da Suécia apresentou na sexta-feira (18) o resultado das investigações sobre as explosões nos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, registradas no final do mês de setembro.

Segundo o promotor Mats Ljungqvist, encarregado da investigação, as evidências encontradas no local das explosões confirmam que se trata de um caso de sabotagem.

“Durante as investigações no local do incidente, realizadas no Mar Báltico, foram feitas extensas apreensões e a área foi minuciosamente documentada. As análises realizadas agora mostram vestígios de explosivos em vários dos objetos estranhos encontrados”, explica o comunicado da imprensa da promotoria sueca.

As explosões nos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2 ocorreram no dia 26 de setembro, causando vazamentos de gás no Mar Báltico.

Outra farsa. A nossa imprensa “amestrada” não poupou espaço nos jornais para culpar a Rússia sobre a queda de mísseis na Polônia. Mas a verdade surgiu rapidamente pois, Joe Biden, presidente estadunidenses, informou os parceiros da OTAN e do G7 que a explosão na Polônia foi resultado da ação dos sistemas de defesa antiaérea ucranianos, informou a Reuters citando uma fonte da Aliança Atlântica.

“Biden informou os parceiros do G7 e da OTAN que a explosão na Polônia foi causada por um míssil da defesa antiaérea ucraniana”, disse a fonte à agência.

O míssil que atingiu o território polonês na terça-feira (15) foi lançado pelas forças ucranianas para abater um míssil russo, segundo funcionários estadunidenses citados pela agência de notícias AP.

Confissão de culpa? Após a queda do míssil ucraniano, que vitimou duas pessoas, no território da Polónia, eclodiu um verdadeiro caos de declarações que procuravam simultaneamente culpar a Rússia e ao mesmo tempo evitar um confronto direto com Moscou.

Washington pediu a seus parceiros europeus a serem mais cuidadosos em suas declarações sobre o assunto, informou ele, citando diplomatas e autoridades dos EUA. Em segundo lugar, nos últimos dias, intensificaram-se os contatos com os aliados da OTAN e com o gabinete de Zelensky, pedindo que eles “se abstenham de [fazer] declarações categóricas” até que a investigação oficial seja concluída.

A posição diferente de Zelenski, que, ao insistir na sua versão do sucedido, desafiou os seus parceiros europeus e americanos, é uma das primeiras grandes discrepâncias observadas na retórica de Washington e Kyiv, destaca o jornal. No entanto, tudo indica que esta não será a última coisa que irá gerar desentendimento entre eles.

Redução na demanda global por petróleo! A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) baixou a previsão de aumento na procura mundial por petróleo para o corrente ano em 0,1 milhão de barris por dia (mb/d), para 2,5 mb/d, segundo o relatório de novembro divulgado nesta segunda-feira (14).

‘A previsão de crescimento da demanda global por petróleo para 2022 foi revisada para baixo em 0,1 mb/d para 2,5 mb/d”, diz o relatório.

Os países da OPEP cortaram a produção de petróleo no mês de outubro em 210 mil barris por dia — em comparação a setembro — reduzindo para 29,49 mb/d, segundo relatório mensal da organização.

Suíça já se posicionou. A Suíça não fornecerá armas à Ucrânia, bem como não participará por qualquer outro meio direta ou indiretamente nos conflitos armados, informou o presidente do país, Ignazio Cassis.

“Nem durante a Primeira Guerra Mundial, ou mesmo a Segunda, nós exportamos armas. Nós não exportaremos armas, não vamos participar direta ou indiretamente nos conflitos armados, nem em termos de armas ou tropas, nem na Ucrânia, ou na Rússia, ou em qualquer outro lugar do mundo”, declarou durante o Fórum de Paris sobre a Paz.

O colapso da UE. O Ocidente, ao impor novas sanções contra a Rússia, enfrenta um número crescente de contradições internas que podem levar ao colapso da União Europeia, disse à Sputnik o vice-diretor do Instituto Nacional de Pesquisa da Economia Mundial da Academia Russa de Ciências. Rússia, Vladimir Milovidov.

“Ao anunciar as novas sanções de plantão, hoje está sendo preparado o nono pacote, o Ocidente se depara cada vez mais com um aumento das contradições internas. Essas divergências são tão graves que no futuro podem causar não apenas mudanças globais, mas revolucionárias”, afirmou o especialista, acrescentando que poderá tratar-se do “colapso da EU”.

O especialista alertou ainda que “se Budapeste aceitar agora todas as condições ditadas por Bruxelas, a Hungria deixará de existir como país, pois simplesmente ficará sem dinheiro”. Para o cientista político, a situação econômica gera descontentamento popular e, mais cedo ou mais tarde, os governos começarão a sentir pressões de baixo.

É mais do que imaginávamos! As forças militares dos EUA se envolveram em hostilidades não autorizadas em muito mais países do que o Pentágono revelou ao Congresso, muito menos ao público, de acordo com um importante novo relatório divulgado na semana passada pelo Brennan Center for Justice na Faculdade de Direito da Universidade de Nova York.

“Afeganistão, Iraque, talvez Líbia. Se você perguntasse a um estadunidense médio onde os EUA estiveram em guerra nas últimas duas décadas, provavelmente obteria esta pequena lista”, de acordo com o relatório Secret War: How the US Uses Partnerships and Proxy Forces to Wage War Under o Radar Katherine Yon Ebright 3.11 .2022. “Essa proliferação de guerras secretas é um fenômeno relativamente recente, antidemocrático e perigoso”, escreveu a autora do relatório, Katherine Yon Ebright, na introdução.

O relatório de 39 páginas enfoca os chamados programas de “cooperação de segurança” autorizados pelo Congresso de acordo com a Autorização de 2001 para o Uso da Força Militar, ou AUMF, contra certos grupos terroristas.

De acordo com o relatório, esse “apoio” foi interpretado de forma ampla, ou, mais precisamente, muito ampla, pelo Pentágono. Na prática, permitiu que os militares dos EUA “desenvolvessem e controlassem forças por procuração que lutam em nome e, às vezes, ao lado das forças dos EUA” e usar a força armada para defender seus parceiros locais contra as forças dos EUA. adversários (no que o Pentágono chama “autodefesa coletiva”), independentemente de esses adversários representarem uma ameaça ao território ou povo dos EUA e, em alguns casos, se os adversários foram ou não oficialmente designados como alvos legítimos sob o AUMF de 2001.

Na Somália, em 2016 , por exemplo, as forças dos EUA invocaram a “autodefesa coletiva” para lançar um ataque contra uma milícia rival PSF das Forças de Segurança de Puntland, uma brigada de elite originalmente recrutada, treinada e equipada pela CIA e posteriormente adquirida pelo Pentágono em 2011.

A lista é enorme!

Problemas para Biden? Os resultados das pesquisas pendentes desde as eleições de meio de mandato de 8 de novembro mostram uma preponderância indiscutível dos republicanos, que terão condições de atrapalhar a agenda legislativa do presidente Joe Biden a partir de janeiro, quando começa a nova legislatura.

A vitória republicana foi menos esmagadora do que o esperado, mas provavelmente sujeitará a Casa Branca a investigações implacáveis, informa a mídia internacional.

Eles também garantem que esse resultado põe fim ao segundo mandato da democrata Nancy Pelosi na Câmara dos Deputados e já os adversários indicam o atual líder da minoria, Kevin McCarthy, como substituto para o cargo.

No entanto, os democratas mantiveram a maioria no Senado com a possibilidade de consolidá-la no segundo turno durante as eleições marcadas para o estado da Geórgia em 6 de dezembro.

Apesar da derrota, Biden chamou recentemente o dia 8 de novembro de “um bom dia para a democracia” nos EUA e destacou os resultados como desafiadores das previsões.

Auditoria nos gastos com a Ucrânia. Um grupo de congressistas republicanos enviou uma carta ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, exigindo uma auditoria de possíveis vínculos financeiros entre o Partido Democrata e o regime de Kyiv por meio da falida exchange de criptomoedas FTX, revela um relatório.

Os republicanos denunciam que bilhões de dólares de cidadãos estadunidenses, que deveriam ser enviados para a Ucrânia, poderiam ter sido gastos pelos democratas em sua campanha para as eleições intermediárias que aconteceram em 8 de novembro nos EUA.

Além disso, destaca-se que coincidentemente em março deste ano o Governo ucraniano, em colaboração com a FTX, lançou um site para arrecadar doações. De acordo com os legisladores, isso ocorreu poucos dias depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu bilhões de dólares em ajuda a Kyiv.

Os republicanos temem que o regime de Kiev tenha investido parte dos lucros no FTX e depois usado para ajudar os democratas a permanecer no poder nos EUA. Nesse sentido, os legisladores exigem que o Secretário de Estado informe se o Departamento de Estado está investigando o possível investimento da Ucrânia nessa bolsa de criptomoedas e se o governo Biden planeja realizar uma auditoria da ajuda alocada a Kyiv.

Se é por falta de “tchau”. A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, anunciou na quinta-feira (17) que, a partir de 2023, ela não será mais a líder do Partido Democrata no Congresso norte-americano.

Aos 82 anos, Pelosi disse que não concorrerá à reeleição para o cargo que ela ocupa desde 2003 – no momento em que entregar a liderança para quem for escolhido na disputa interna do ano que vem, ela estará completando exatos 20 anos no comando da bancada dos Democratas.

O afastamento de Pelosi da liderança do Partido Democrata é uma das consequências da vitória parcial dos Republicanos nas eleições legislativas: a legenda conservadora recuperou o domínio justamente na Câmara de Representantes, ao conquistar 218 vagas, contra 211 dos governistas.

Ainda faltam seis vagas a serem definidas na Câmara, e algumas delas têm democratas como favoritos, o que deve fazer com que essa maioria dos republicanos seja por uma margem menor do que as pesquisas indicavam nas semanas prévias ao pleito.

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