quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

TIB


Quinta-feira, 15 de dezembro de 2022
2023 traz um problema que precisamos resolver

Olá,

Sei que o seu fim de ano está cheio de eventos, compromissos e distrações de todo tipo. A última coisa que você quer em dezembro de 2022 é ler um textão, acertei? Então hoje escrevo sem rodeios. Trago duas boas notícias e um problema que precisa de solução. 

Em outubro, fizemos a campanha mais importante de nossa história para o Intercept Brasil não fechar. Nesse contexto de força-tarefa quase passou batido, mas quero te contar que a reportagem "Cercados e Vigiados", assinada pela repórter Alice de Souza e publicada em novembro de 2021, venceu o 44º Prêmio Vladimir Herzog,  o mais prestigiado prêmio do jornalismo brasileiro de direitos humanos. 

Alice foi uma das repórteres escolhidas no programa de bolsas para jornalistas negros que lançamos em novembro de 2020. A reportagem mostrou, com ineditismo e apuração de mais de 80 documentos, que a Polícia Federal concedeu uma licença para autorizar a atuação de seguranças privados de uma antiga usina de açúcar em Pernambuco, ainda que a organização tivesse sido alvo, em anos anteriores, de pelo menos 19 boletins de ocorrência por ameaça e agressão a moradores da cidade de Jaqueira, no interior do estado. Antes da publicação, esse dado era desconhecido até por advogados das partes envolvidas nos processos judiciais de posse das terras.

E teve mais. Esta semana, geramos um impacto concreto na sociedade. O Ministério Público Federal pediu à justiça que o governo brasileiro suspenda imediatamente o armazenamento e compartilhamento de dados de investigações policiais obtidos por meio do Projeto Excel, denunciado por nós em março deste ano. O pedido veio após a nossa reportagem “As planilhas de Bolsonaro”, assinada por Fernando Ameno. Em junho, as ONGs Conectas, Data Privacy, Transparência Internacional, Artigo 19 e Fórum Brasileiro de Segurança Pública haviam entrado com uma representação no Ministério Público Federal pedindo investigações sobre o projeto detalhado na nossa reportagem.

O Projeto Excel foi criado em 2020 pela Seopi, a Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça – a mesma responsável por outros projetos de vigilância e pelo dossiê antifascista. Com o Excel, o governo Bolsonaro passou a emprestar ferramentas poderosas de extração de dados de celulares, que incluem mensagens apagadas e dados na nuvem, às polícias estaduais. Em troca, teria acesso aos dados extraídos – o que, por falta de transparência, poderia extrapolar os limites da investigação policial. O MPF considerou o Projeto Excel ilegal.

Ver injustiças, esquemas e abusos sendo denunciados e investigados pelos órgãos competentes nos faz acreditar que uma missão está sendo cumprida, e isso só é possível porque hoje temos milhares de apoiadores. Sim, só fizemos tudo isso porque você nos ajudou, seja com apoio financeiro ou lendo e compartilhando nossas reportagens. Mas em 2023 essa missão estará em risco.

O ano em que vamos precisar investigar a fundo tudo que o sigilo de Bolsonaro silenciou e fiscalizar de perto diversos novos governos (sejam quais forem), será nosso primeiro ano sem o sólido apoio financeiro do Intercept dos Estados Unidos. Em 2022, quase fechamos, mas fomos salvos pela ajuda de milhares de apoiadores. Só que a maior parte desses apoios foi pontual. Para continuar firmes e fortes em 2023, temos uma meta: precisamos de 1.000 novos apoiadores mensais até 31 de dezembro. Se você não pode apoiar de forma recorrente, temos uma novidade neste mês: um doador generoso se comprometeu a triplicar cada real investido no Intercept. Sim, você doa R$ 50 e eles viram R$ 150!

Temos um problema para 2023 e precisamos solucioná-lo. Para que o nosso trabalho não pare no próximo ano, te convido a fazer parte dessa missão. Contribua como e com quanto puder para um Intercept ainda mais forte no ano que vem. Temos poucos dias.

QUERO FAZER PARTE DESSA MISSÃO →  

Um abraço,

Táia Rocha
Analista de Arrecadação
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