segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares, nº 1003

 


 

 

 


O laço está apertando!

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) denunciou a tentativa do sacripanta e do e do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) de coagi-lo para dar um golpe de estado.

Em entrevista coletiva na quinta-feira (2), o senador disse que a decisão de deixar o cargo ainda não foi tomada. Disse ainda que há chance “zero” de sua suplente assumir o cargo, já que ela foi escolhida ao acaso.

Marcos do Val contou que o ex-presidente e o então deputado Daniel Silveira lhe propuseram gravar ilegalmente Alexandre de Moraes para justificar um golpe de Estado

Em autoexílio nos EUA, o ex-capitão pode ser indiciado e preso como autor intelectual da tentativa de golpe de Estado que resultou na invasão e depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes no 8/1, crime pelo qual ele já é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Com o depoimento do senador Marcos do Val, revelando detalhes do plano de golpe elaborado pelo canalha, a situação dele pode se complicar ainda mais com um possível indiciamento e prisão.

O senador, que já foi chamado a depor na Polícia Federal (PF), contou que o plano foi relatado a ele pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e o próprio sacripanta. A ideia era fazer uma gravação ilegal contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.

“Eles me disseram: ‘Nós colocaríamos uma escuta em você e teria uma equipe para dar suporte. E você vai ter uma audiência com Alexandre de Moraes, e você conduz a conversa pra dizer que ele está ultrapassando as linhas da Constituição. E a gente impede o Lula de assumir, e Alexandre será preso’ “, disse o senador à Camila Bomfim, da GloboNews.

O objetivo era “provar” que o ministro agia inconstitucionalmente e depois anular as eleições e consumar um golpe. Não importava o que o Moraes iria dizer. A rede de fake news entraria em ação para conflagrar ainda mais os acampamentos golpistas em frente aos quartéis do Exército.

Um já está na cadeia! A quinta-feira (2) começou agitada em Petrópolis, na região Serrana do Rio, com a prisão do ex-deputado federal, Daniel Silveira. O pedido de prisão foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), um dia após Silveira perder o foro privilegiado garantido pelo mandato parlamentar. Os novos deputados e senadores foram empossados nesta quarta e, nas primeiras horas desta quinta, a Polícia Federal (PF) prendeu o bolsonarista. 

Daniel Silveira, que perdeu a eleição para o Senado no ano passado, volta para a prisão por ter descumprido medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais. Durante a diligência, a PF teria encontrado também “muito dinheiro” na residência, segundo as agências de notícias.

Daniel Silveira tem uma ficha corrida extensa e aliados políticos de caráter duvidoso. Foi ele que quebrou a placa de rua com o nome da vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em 2018, em ato realizado durante um comício na capital fluminense, quando fazia campanha para deputado federal, no mesmo ano da morte da parlamentar.

Na ocasião, estava ao lado do ex-juiz Wilson Witzel, que concorria ao governo do estado do Rio. Os dois foram eleitos naquele ano.

A corrupção correu aberta! A combinação de “corrupção com autoritarismo e crise econômica” fez com que o Brasil enfrentasse sob o governo do crápula um “desmantelamento sem precedentes” de marcos legais e institucionais contra a corrupção adotados em governos anteriores, segundo avalia a Transparência Internacional em seu Índice de Percepção da Corrupção divulgado na terça-feira (31).

Segundo a organização não governamental, o mandato do pulha (2019-2022) foi marcado pelo desmanche de arcabouços anticorrupção, “pelo uso de esquemas corruptos para favorecer aliados políticos e acumular apoio político na legislatura, por desinformação e ataques ao espaço cívico”, com “intimidação, difamação, notícias falsas e ataques diretos contra organizações da sociedade civil, jornalistas e ativistas”.

Esse “movimento antidemocrático”, diz o texto, culminou na invasão da Praça dos Três Poderes por seus seguidores no dia 8 de janeiro, uma semana após a posse de Lula. O Brasil sofreu uma “degradação sem precedentes do regime democrático” nos últimos quatro anos, aponta a ONG.

Na avaliação por região, o Brasil mereceu destaque negativo como “país a ser observado”. “Apesar das repetidas alegações de que conduzia um governo livre de corrupção, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ministros de seu gabinete, aliados e até familiares foram sujeitos a investigações de corrupção”, menciona o texto, atribuindo ao governo de extrema direita a criação do “maior esquema de corrupção institucionalizada conhecido no Brasil, o ‘orçamento secreto’”, com o qual “milhões de reais foram destinados a favorecer aliados políticos, com sérios impactos nas políticas de saúde, educação e infraestrutura”.

A Transparência Internacional apontou que o Brasil teve “uma década perdida no combate à corrupção”. Entre 2012 e 2022, o Brasil perdeu 5 pontos no Índice de Percepção da Corrupção e caiu 25 posições, saindo da 69ª para a 94ª colocação, aponta a ONG.

Tribunal de Haia de olho no cafajeste. A crise humanitária Yanomami ganhou notoriedade nacional após a recente visita de Lula ao território indígena e uma investigação sobre genocídio foi aberta. A Sputnik Brasil ouviu especialistas para discutir o assunto e o possível envolvimento do ex-capitão.

Segundo o governo federal, 570 crianças menores de cinco anos morreram nos últimos quatro anos no território Yanomami de mortes evitáveis. Apenas no ano passado, foram cerca de 100 crianças mortas no território. Diante da situação, ainda no dia anterior à visita de Lula, o Ministério da Saúde já havia criado uma sala de situação para apoiar ações na Terra Indígena Yanomami e declarou emergência em saúde pública de importância nacional.

Além das ações emergenciais da Saúde, o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou a abertura de uma investigação de possível genocídio envolvendo a responsabilização do ex-capitão e de membros de seu governo. Na segunda-feira (30), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso determinou a abertura de investigação de crime de genocídio contra o povo Yanomami praticado por eles.

Em relatório preliminar divulgado na mesma data, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania aponta possíveis omissões e violações do extinto Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos durante o governo dele, prevendo a “responsabilização de agentes que promoveram ações deliberadas contra a dignidade humana na gestão passada”.

Entre as denúncias apresentadas está a “sugestão de veto à obrigação do fornecimento de água e equipamentos básicos” para as comunidades Yanomami em meio à pandemia da COVID-19, além da ausência de planejamento de assistência para crianças e adolescentes indígenas no Plano Nacional de Enfrentamento da Violência contra Crianças e Adolescentes.

A mineração ilegal. Depois de resolvida a ameaça de golpe do dia 08 de janeiro, a nova crise que Lula enfrentou não foi outra senão a de um dos povos relegados e desprezados por seu antecessor, um dos tantos povos indígenas brasileiros: os yanomami. No dia 21 de janeiro, Lula viajou para Boa Vista, estado do extremo norte do Brasil, Roraima, para testemunhar em primeira mão o drama que esta cidade está sofrendo, com a morte recente de 570 meninos e meninas. O governo declarou “emergência sanitária” de “importância nacional” na terra indígena Yanomami e Ye'kuuna 1, a maior do Brasil, com quase 10 milhões de hectares, devido à “falta de assistência” nos últimos anos, como reivindicado.

Lula se referiu à situação como “genocídio”. Após a visita, Lula publicou o seguinte tweet: “Mais do que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio. Um crime premeditado contra os Yanomami, cometido por um governo insensível ao sofrimento do povo brasileiro.” Obviamente, com seu governo recém-iniciado, ele se referia ao canalha que perdeu as eleições. Ele também foi acompanhado na viagem pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, que anunciou que o sacripanta “será investigado pela Polícia Federal" pelo que também considerou "indícios de crime de genocídio”.

A razão desse genocídio é a invasão do território pelo garimpo ilegal, que destrói e contamina. A contaminação mineira acaba com as possibilidades nutricionais dos Yanomami e de outros povos, mas também os contamina, causando sua morte. Lula foi contundente: “não haverá garimpo ilegal em terras indígenas” e prometeu trazer “equipes médicas permanentes” para as comunidades.

Um completo idiota! O senador Flávio, filho 01 do insano, não sabe o que fala. Em uma tentativa de criticar o PT, o idiota acabou atingindo a gestão do próprio pai. Ele mencionou o valor atual da taxa básica de juros (Selic), em comentário sobre uma mensagem da presidente do partido e deputada federal, Gleisi Hoffmann.

A taxa, de 13,75% ao ano, é a mesma de quando o pai do jumento deixou a presidência, em dezembro de 2022. Quando ele começou o mandato, a Selic estava em 6,5% - o que evidencia uma significativa elevação nos últimos quatro anos. O 01 atingiu o próprio pai ao fazer a crítica!

Bota na cadeia! Uma nova candidata para ser “hóspede” da prisão Colmeia, em Brasília. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou na sexta-feira (3) a abertura de um inquérito contra a deputada federal Carla Zambelli por porte ilegal de armas. A decisão atende um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A investigação será referente ao episódio em que a parlamentar aponta uma arma de fogo para um homem no bairro dos Jardins, em São Paulo (SP), no dia 29 de outubro do ano passado. Na época, Zambelli informou ter sido agredida pelo rapaz, mas gravações feitas por testemunhas contradizem a parlamentar.

Mais Médicos! O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) determinou, na sexta-feira (27) a recontratação de 1789 médicos cubanos que faziam parte da 20ª turma do programa Mais Médicos.

Os profissionais haviam deixado o Brasil no final 2018, quando o governo de Cuba decidiu sair do programa em função das “declarações depreciativas e ameaçadoras” do demente, que fez alusões sobre possíveis investigações contra os profissionais cubanos assim que ele assumisse a Presidência da República.

A saída de Cuba foi a desculpa que o insano precisava para abandonar o Mais Médicos. Em seu lugar, o ex-presidente prometeu lançar um projeto similar, com outro nome, o Médicos Pelo Brasil, que mal saiu do papel: a seleção dos profissionais de saúde para o programa começou em agosto de 2022, após três anos de total inércia.

Porém, a decisão assinada nesta sexta pelo desembargador Carlos Augusto Brandão Pires, atendendo a um pedido da Associação Nacional dos Profissionais Médicos Formados em Instituições Estrangeiras e Intercambistas, o governo federal poderá retomar o programa Mais Médicos.

Os bilionários brasileiros! Com 62 super-ricos, o Brasil é o oitavo país com mais bilionários no mundo, segundo levantamento do CupomVálido, publicado pelo Brasil247.

De acordo com a reportagem, entre os bilionários brasileiros estão Jorge Paulo Lemann, primeiro colocado, com uma fortuna de US$ 15,4 bilhões; em terceiro está Marcel Telles (US$ 10,3 bi) e em quinto Carlos Alberto Sicupira (US$ 8,5 bi), responsáveis por esconder um rombo de mais de R$ 44 bilhões no Grupo na Americanas.

“É fraude, é crime, não tem discussão” reagiram os banqueiros ouvidos pelo blog Neofeed. Segundo eles, o clima nas instituições financeiras é de guerra contra os três bilionários que também são os controladores da Ambev e atuaram no processo de privatização da Eletrobras, em 2022.

Na segunda-feira (30), o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, em conjunto com os líderes das demais centrais sindicais e confederações de comerciários (Contracs-CUT e CNTC) pediram ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que convoque o Grupo Americanas para tratar do rombo que põe em risco os empregos e direitos de 44 mil trabalhadores e trabalhadoras.

Fraude também na Ambev. Depois do rombo de R$ 40 bilhões que colocou as Lojas Americanas à beira da bancarrota, a suspeita agora paira sobre a Ambev. A maior cervejaria da América Latina tem em comum com a rede de lojas a presença da 3G Capital, dos bilionários Jorge Paulo Lehmann, Beto Sucupira e Marcel Telles. A nova denúncia contra a Ambev partiu da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil). Conforme publicado na revista Veja, nesta quarta-feira (1º), o rombo estimado na companhia seria de R$ 30 bilhões, decorrentes de manobras tributárias por parte da gigante de bebidas.

A CervBrasil contratou a consultoria AC Lacerda, que identificou dívida bilionária em impostos federais, estaduais e municipais. A associação acusa a Ambev de inflacionar, intencionalmente, os preços dos componentes usados na produção de bebidas, passíveis de isenção e geração de créditos fiscais, na Zona Franca de Manaus.

Escaldados com o escândalo das Americanas, no entanto, os investidores da Ambev acusaram o golpe. Perto do fechamento do pregão, as ações da Ambev caiam 3,59% na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), após a divulgação do rombo. Em comparação, as ações das Americanas, cotadas a R$ 12 antes do anúncio do rombo, caíram quase 80% em um mês.

Antes vistos como “semideuses” do capitalismo brasileiro, Lehmann, Sucupira e Telles enfrentam uma grave crise de reputação. Além do ceticismo dos investidores individuais, o trio trava uma guerra judicial contra os maiores bancos do país. O Bradesco, por exemplo, afirma que a Americanas, controlada há décadas pelos bilionários, “foi palco para uma das maiores fraudes contábeis da iniciativa privada”. Nesse sentido, as instituições financeiras tentam barrar na Justiça o pedido de recuperação judicial das Americanas.

Lula quer a paz no conflito. O presidente brasileiro recebeu na segunda-feira (30) a primeira visita oficial de Estado em seu terceiro mandato no Palácio do Planalto.

O visitante foi o chanceler alemã Olaf Scholz, que realizou no Brasil a última parada de sua turnê pela América do Sul, que passou antes por Santiago do Chile, para encontro com o presidente Gabriel Boric, e depois por Buenos Aires, onde foi recebido pelo mandatário Alberto Fernández.

Em Brasília, Lula e Scholz conversaram sobre mudanças climáticas, proteção da Amazônia, acordos comerciais, multilateralismo e sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia.

Sobre esse tema, Lula afirmou que a posição do Brasil é a de “tentar contribuir para a paz”. O presidente se colocou à disposição participar de uma possível comissão para negociar a paz entre Moscou e Kiev, a qual, segundo ele, deveria envolver diversos países e líderes mundiais.

“Eles [Rússia e Ucrânia] parecem que já estão tão envolvidos no conflito que já não sabem como parar, então é preciso que exista um esforço de fora para trazer os dois lados para uma negociação que vise encontrar um ponto em comum para a paz”, explicou Lula.

O presidente enfatizou que “o Brasil é um país de paz. Nesse momento, precisamos encontrar quem quer a paz, palavra que até agora foi muito pouco utilizada”.

Um fórum para a paz! Lula propôs, na terça-feira (31) a criação de um fórum de paz para auxiliar as negociações entre Rússia e Ucrânia diante do conflito em solo europeu. Especialista ouvido pela Sputnik Brasil aponta que esse mecanismo é necessário em razão do cenário de consolidação de um embate de trincheiras.

Lula defendeu a construção do mecanismo de diálogo entre Rússia e Ucrânia após encontro com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, que havia pedido que o Brasil se comprometesse com o envio de munições a Kiev. O mandatário brasileiro, no entanto, negou a solicitação e disse que sua guerra é contra a fome, não contra a Rússia.

“O Brasil não tem interesse em passar munições para que elas sejam utilizadas no confronto entre Ucrânia e Rússia. O Brasil é um país de paz [...]. O Brasil não quer ter nenhuma participação [nesse conflito], mesmo que indireta”, disse Lula.

Na oportunidade, o presidente brasileiro fez um apelo às lideranças mundiais para que se concentrem nas negociações de paz. Lula afirmou que tem ouvido “muito pouco” sobre essa possibilidade e defendeu a construção de um fórum internacional reunindo países interessados em fomentar as negociações entre Rússia e Ucrânia. Entre os possíveis participantes, ele mencionou Estados Unidos e China.

Viva a CELAC! Em 24 de janeiro de 2023, VII Cúpula da CELAC, foi emitida a “Declaração de Buenos Aires”, destacando que tem 100 pontos de consenso e 11 declarações especiais, tudo fruto de diálogo e respeito. É o multilateralismo solidário em sua forma mais viva, aquela que praticamos e levamos adiante. É derrotar a cultura do ódio e do descarte e colocar diante dela a força da cultura do encontro.

Para confessar sua rendição ao imperialismo, a direita do continente buscou o fracasso da reunião dos 33 líderes, quem representava a direita era aquele que havia sido ministro da segurança daquele que vendeu a Argentina ao FMI, Macri, e que O que ele fez foi pedir à DEA que se encarregasse da captura do presidente Nicolás Maduro. Como Fernández não garantiu a segurança do presidente da Venezuela, recusou o convite e enviou uma mensagem em que indicava o interesse de governantes honestos, destacando que a Cúpula pretende defender a América Latina e o Caribe como um "território independente e soberano, onde prevalece a autodeterminação dos povos e unem forças para rejeitar todo tipo de intervencionismo”.

Está claro que os EUA estão interessados ​​em que a CELAC não avance. A CELAC é um exemplo de multilateralismo, tem o sangue do melhor dos povos latino-americanos, tendo à frente Cuba, Nicarágua e Venezuela. O ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Denis Moncada, afirmou o propósito da Revolução Nicaraguense nas palavras do presidente Daniel Ortega e do vice-presidente Rosario Murillo: “A união, que deve marcar estas outras horas, tempos, para novas memórias de liberdade, dignidade, fraternidade e absoluto repúdio à intervenção estrangeira, sob qualquer forma”.

Irritação na Casa Branca e no Pentágono! Os EUA deixaram explícito seu interesse em lítio, hidrocarbonetos e água na América Latina. A general Laura Richardson reconheceu a intervenção de seu país para influenciar a gestão dos “recursos naturais”. Equinor e Shell no Mar Argentino, a israelense Mekorot para gestão de água, Barrick em San Juan e Syngenta em Casa Rosada.

Ela reconheceu publicamente o interesse de seu país pelo lítio e pela água na América Latina. “Tem muito a ver com a segurança nacional (dos EUA) e temos que começar nosso jogo”, alertou. Uma ratificação da incidência e decisão que o poder do norte tem sobre os “recursos naturais” e as políticas da região. A declaração, que décadas atrás teria escandalizado países que se declaram independentes e soberanos, circulou criticamente entre assembleias e ativistas socioambientais, mas passou despercebida pela classe dominante argentina.

O Comando Sul dos EUA é um dos dez espaços militares do Departamento de Defesa daquele país distribuídos pelo mundo. O Comando Sul tem “jurisdição” e influência direta sobre todos os países da América Latina (com exceção do México, que aparece sob o Comando Norte).

Argentina acompanha decisão brasileira. O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou no sábado que nem seu país nem a América Latina planejam enviar armas “nem para a Ucrânia nem para qualquer outro lugar em conflito”.

Em entrevista coletiva conjunta com o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, o presidente argentino destacou sua preocupação com o conflito existente na Europa, que reconheceu "trazer consequências econômicas negativas em todo o mundo e apresentar novos desafios".

“Levantei minha preocupação e meu desejo ao chanceler sobre como abordar uma solução para o conflito. Não posso comentar decisões que outros países tomem. O que é certo é que o chanceler e eu, o que mais queremos é que a paz se recupere o mais rápido possível. Possível”, disse o chefe de Estado argentino.

O chefe do governo alemão, por sua vez, manifestou o desejo de concretizar a integração comercial com o bloco do Mercado Comum do Sul (Mercosul).

Ambos os governantes enfatizaram o desejo de que o acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul seja finalizado "em breve".

Espanha muda em relação à Venezuela. Um dos países que mais forneceu apoio ao chamado “governo interino” de Juan Guaidó, a Espanha decidiu normalizar suas relações com a Venezuela e voltou a reconhecer o mandato do presidente Nicolás Maduro. O diplomata espanhol Ramón Santos Martínez entregou na última terça-feira (24) suas credenciais diplomáticas ao mandatário venezuelano e formalizou sua posse como novo embaixador do país europeu.

O ato encerrou um período de mais de dois anos em que Madri ficou sem um representante diplomático de alto escalão na Venezuela, mantendo suas atividades consulares apenas com um encarregado de negócios.

No domingo (29), um grupo de opositores ligados a Guaidó se reuniu com o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, em Madri. O objetivo, segundo um dos ex-deputados venezuelanos presente no encontro, era pedir ao governo espanhol que não normalizasse as relações com a Venezuela. Pelo Twitter, Albares confirmou a reunião e disse que a Espanha apoiará o diálogo entre governo e oposição.

Por trás da cortina! Uma parte da mídia, mesmo que deturpando os fatos, tem registrado o que acontece no Peru. O movimento popular e sindical resiste ao golpe contra o Presidente eleito, Pedro Castillo, e o povo está na rua exigindo a saída da golpista Dina Boluarte.

Por outro lado, os seguidores de Fujimori (ele e a filha na prisão) insistem em antecipar as eleições para o final de 2023. Talvez uma nova tentativa de golpe.

Mas, de fato, o que acontece no Peru? Entre outras coisas os interesses econômicos e militares dos EUA. Todos nós que conhecemos um pouco de história e geopolítica sabíamos que era questão de tempo até que o presidente Pedro Castillo fosse afastado do poder no Peru. Como aconteceu com o presidente Salvador Allende, Castillo, os poderes constituídos, desde o início, não o deixaram governar e, criando as condições para um xeque-mate, deram-lhe um golpe em 7 de dezembro de 2022.

Castillo propôs fechar o Congresso e convocar uma Assembleia Constituinte, e isso irritou a Casa Branca! O resultado foi que o Congresso peruano acabou por declarar a exoneração de Pedro Castillo, por “incapacidade moral”, com 101 votos a favor, e decretou a posse da vice-presidente Dina Boluarte.

Mas tudo está bem claro com a presença militar estadunidense no país. As Forças Armadas e a Polícia Nacional do Peru também apoiaram a decisão do Congresso e não surpreendeu porque são fortemente influenciadas pela doutrina de contrainsurgência inoculada pelos EUA.

Em 2015, por exemplo, as Forças Especiais do Exército dos EUA treinaram oficiais e suboficiais da Diretoria Tática Urbana da Polícia Nacional do Peru (SUAT) em técnicas de resgate.

Da mesma forma, em 2017, o exército peruano participou dos exercícios militares AmazonLog 17 com os EUA, Colômbia e Brasil, entre outros. As manobras foram realizadas em novembro daquele ano em Tabatinga, na tríplice fronteira.

Em 2022, o Congresso aprovou, na Resolução Legislativa 2732, dois Exercícios Conjuntos Combinados (JCET) dos EUA com o pessoal das Forças de Operações Especiais da Marinha do Peru, para agosto e outubro de 2022, com duração de 45 dias cada exercício fiscal ano.

Cafeicultores e agricultores querem Dina fora! A Federação de Cafeicultores e Agricultores do Peru anunciou no domingo (29) a realização de uma greve nacional a partir de segunda-feira para exigir o fim da repressão e a renúncia da golpista Dina Boluarte.

Os fazendeiros, que também reivindicam o fechamento do Congresso e a convocação de uma nova Constituição, indicaram que a paralisação será por tempo indeterminado.

Os peruanos iniciaram uma série de protestos sociais desde 7 de dezembro, quando Pedro Castillo - eleito presidente para um mandato de cinco anos que começou em 2021 - foi afastado do cargo pelo Parlamento, que nomeou Boluarte em seu lugar.

As manifestações, que ocorreram em todo o território peruano, foram reprimidas pelas forças policiais e militares, o que deixou um saldo de mais de 60 mortos e dezenas de feridos e detidos.

O sábado foi um dos dias mais difíceis dos protestos em Lima, capital do país, já que o manifestante Víctor Santisteban, de 55 anos, morreu após os confrontos.

A autópsia realizada estabeleceu que Santisteban perdeu a vida devido a um golpe contundente que atingiu sua cabeça, no entanto, familiares descartaram essa informação e relataram que ele havia morrido em consequência de um tiro.

Marcha nacional. Centrais sindicais, organizações sociais e partidos progressistas do Peru realizaram, na terça-feira (31) uma marcha nacional para exigir a renúncia da golpista Dina Boluarte e a dissolução do Congresso.

A Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) e a Assembleia Nacional dos Povos (ANP) especificaram que a convocação para 31 de janeiro é semelhante à do dia 19, quando delegações de várias regiões do país marcharam em Lima que mantêm seus protestos desde 4 de janeiro.

Os organizadores da massiva mobilização indicaram que se reunirão à tarde na central Plaza Dos de Mayo, na capital do país, para exigir mais uma vez a renúncia de Dina Boluarte.

Questão complicada. Como dissemos no Informativo anterior, a proposta de antecipar as eleições presidenciais apresentada pela golpista peruana é uma artimanha do canalha Fujimori e sua filha (ambos presos). Por enquanto, a esquerda no Congresso tem barrado essa proposta e defendido uma Assembleia Nacional Constituinte, antes das eleições.

Dina Boluarte apresentou na quinta-feira (02) o segundo projeto de iniciativa do Poder Executivo para tentar antecipar as próximas eleições gerais, originalmente programadas para abril de 2026. Essa é a quarta proposta em debate no país.

A proposta do governo prevê uma antecipação de dois anos e meio do calendário eleitoral, para que o pleito aconteça em outubro de 2023, com possível segundo turno em novembro. Assim, a atual mandatária entregaria o cargo no primeiro dia de janeiro de 2024.

Essa proposta é parcialmente alinhada com as demandas dos movimentos sociais que vêm se manifestando quase diariamente desde o dia 10 de dezembro, quando se iniciou a crise política peruana, após a destituição do ex-presidente Pedro Castillo.

As organizações civis querem que a eleição aconteça ainda em 2023. Porém, também desejam que seja realizado, no mesmo dia do primeiro turno, um referendo para a convocação de uma Assembleia Constituinte, que substitua a atual Carta Magna do país, imposta em 1993 pelo então ditador Alberto Fujimori.

O novo projeto da presidente Boluarte é o quarto a ingressar no Congresso, e tampouco inclui a realização de uma Assembleia Constituinte, situação que pode levá-lo a ter o mesmo fracasso que os anteriores.

A França em greve (01). A classe trabalhadora francesa dá mais uma demonstração de força, unidade e determinação na defesa dos seus direitos com uma greve geral que paralisa escolas, transporte público, aeroportos, centrais de energia, refinaria e diferentes setores e ramos da economia na terça-feira (31). O movimento tem por alvo a reforma da Previdência do governo Macron, que aumenta de 62 para 64 anos a idade mínima da aposentadoria e para 43 anos o tempo mínimo de contribuição para garantir o direito ao valor integral do benefício.

O projeto foi encaminhado pelo presidente ao Parlamento, onde sua tramitação avança. Foi a segunda greve nacional desencadeada pelos assalariados franceses com o objetivo de impedir sua aprovação. A primeira ocorreu em 19 de janeiro.

A França em greve (02). Os sindicatos franceses convocaram mais dois dias de greve, em 7 e 11 de fevereiro, para tentar forçar o governo a retirar seu plano de reforma previdenciária anunciado no início deste mês. O Ministério do Interior disse que mais de 1,2 milhão de pessoas foram às ruas em toda a França contra a polêmica reforma que obrigará os funcionários a trabalhar até os 64 anos.

No entanto, a CGT, a maior central sindical da França, disse que 2,8 milhões de pessoas marcharam durante o segundo dia de mobilização geral. Nas principais cidades do país, as autoridades locais também registraram mais manifestantes do que em 19 de janeiro.

De acordo com o jornal francês Le Figaro, ocorreram confrontos entre alguns manifestantes e a polícia em Paris, e bombas de gás lacrimogêneo e fumaça foram disparadas. A polícia confirmou que 23 pessoas foram presas na capital por atacar as forças de segurança.

A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, disse nas redes sociais que ouviu as “perguntas e dúvidas” daqueles que rejeitam a reforma. No entanto, em declarações ao canal de televisão France 2, o ministro das Ações Públicas e Contas do país, Gabriel Attal, descartou a suspensão do projeto de reforma da previdência.

A França em greve (03). A aposentadoria ainda é uma realidade distante, para daqui a quatro décadas ou mais. Mesmo assim, a juventude francesa faz questão de marcar presença nos protestos contra a reforma da Previdência na França, que voltaram a ocupar as ruas de dezenas de cidades do país na terça-feira (31).

Na maioria das vezes, como em Paris, os protestos reuniram ainda mais participantes do que na primeira mobilização, no dia 19 de janeiro. Conforme a contagem da polícia, 87 mil manifestantes participaram os atos na capital francesa. O sindicato CGT contabilizou 500 mil.

“Ainda não consigo me imaginar com 62 anos, mas eu vejo os meus pais e outros adultos que eu conheço e vejo a que ponto eles são atingidos, e o quanto eu poderia ser”, disse o estudante Antoine, 20 anos. "Não tenho nenhuma vontade de ver a minha mãe se aposentar aos 64 anos, afinal ela seria atingida pela reforma, assim como o meu pai também. Então a prioridade é pelos meus familiares, mas por mim também”, complementa Hugo, também de 20 anos.

“Prefiro manifestar enquanto eu posso, aos 21 anos, do que estar nas ruas aos 62 anos – afinal eu não estaria aposentado –, para lutar contra essa reforma”, insistiu Hugo, para quem a Previdência deveria ser financiada com o aumento dos impostos sobre as multinacionais e as grandes fortunas.

A França em greve (04). A reforma da Previdência francesa é assunto onipresente na França e na imprensa nacional. Na sexta-feira (03), dia seguinte a uma entrevista concedida pela primeira-ministra Elisabeth Borne ao canal de TV público France 2, os jornais destacam que, apesar das críticas, a premiê garante a reforma "vai ser feita”. 

Elisabeth Borne explicou na quinta-feira (02) à noite sobre o significado da reforma da Previdência, enquanto cresce a oposição contra o projeto do governo. Questionada durante quase uma hora pela jornalista Caroline Roux no programa O Evento, a primeira-ministra quis "continuar a explicar esta reforma nada simples, mas essencial”, segundo ela, “para salvar o sistema previdenciário”, que tem como principal medida o aumento da idade mínima legal de aposentadoria de 62 para 64 anos, explica Le Parisien.

O diário econômico Les Echos sublinha que a primeira-ministra fez uma pequena concessão, especialmente para os idosos. Considerando “muito chocante não conseguir emprego por ser sênior”, ela insistiu na necessidade de ver “as imagens, as representações e as práticas mudarem para os sêniores nas empresas".

Também no Reino Unido (01). O Reino Unido passa por dias de greves massivas em meio a uma crise econômica alimentada pela inflação. No total, estima-se que existam 500 mil pessoas em greve em diversos setores.

As paralizações são fortes nos transportes como nas escolas e afetam toda a economia. Por efeito dominó, os britânicos, mesmo não grevistas, serão obrigados a ficar em casa para cuidar dos filhos diante das dificuldades de se deslocarem ao local de trabalho.

Os trabalhadores britânicos pedem aumento de salários diante da inflação galopante, que em dezembro chegou a 10,5%.

São 20.000 escolas afetadas pela greve na Inglaterra e no País de Gales. Este é o primeiro dia de mobilização deste setor, que já anunciou sete dias de greve para os meses de fevereiro e março.

O movimento de professores primários e secundários coincide com outros segmentos, como as greves convocadas por maquinistas e funcionários de 150 universidades e 100 mil funcionários de ministérios, portos e aeroportos.

No Reino Unido não há greves gerais, no entanto, desde o verão (no hemisfério norte) praticamente todos os dias há alguma interrupção num setor público. Quando não é o metrô, são os trens, correios ou serviços de saúde.

Embora cada setor tenha suas demandas específicas, todos estão unidos para exigir aumentos salariais diante de uma inflação que está há meses acima de 10% e deixa muitas famílias sem outra opção a não ser os bancos de alimentos.

Também no Reino Unido (02). Cerca de 500 mil trabalhadores de diferentes categorias realizaram, nesta quarta-feira (1º), a maior greve geral da história do Reino Unido na última década. Em 2011, mais de um milhão de trabalhadores do setor público fizeram uma paralisação por negociações sobre pensões com o governo.

A paralisação dessa semana reuniu professores, funcionários públicos, maquinistas de trem e motoristas de ônibus em luta por melhores salários e em protesto contra o aumento recorde no custo de vida.

Os sindicatos afirmam que entre os grevistas estão maquinistas de dez empresas ferroviárias, funcionários de 150 universidades, 300 mil professores e cerca de 100 mil funcionários de ministérios, portos e aeroportos, segundo o G1.

O ato, chamado pelos sindicatos de "Walk Out Wednesday", parou 85% das instituições de ensino, segundo os líderes do movimento.

EUA: fim do direito de greve? “O direito a greve está em julgamento hoje na Suprema Corte dos EUA,” a presidente da AFL-CIO, Liz Shuler, alertou em um tweet em 10 de janeiro sobre o caso, Glacier Northwest, Inc. versus o sindicato Teamsters, Local 174. “Por quase um século, a lei federal protegeu o direito de greve dos trabalhadores para melhorar seus salários, horas e condições de trabalho”.

Agora esse direito está sob ameaça da classe corporativa e da direita radical – pelo menos como mostrado por uma longa fila de instruções de amigos da corte de grupos jurídicos conservadores e lobbies políticos. No caso, eles procuram outra arma contra os sindicA Suprema Corte do Estado de Washington debateu o processo da Glacier. Enquanto isso, o Conselho Nacional de Relações Trabalhistas apresentou uma queixa de quebra de lei trabalhista contra a Glacier, tornando a greve legal. A Glacier levou sua perda na corte estadual todo o caminho pelo Distrito de Columbia (D.C.), procurando o direito para processar – e para ela e o resto da classe corporativa estropiar os sindicatos financeiramente com essa ameaça.

O negócio é vender armas! As vendas externas de armas dos EUA cresceram significativamente no ano fiscal de 2022, de acordo com dados divulgados pelo Departamento de Estado, que atribuiu o aumento principalmente ao apoio militar dos EUA à Ucrânia contra a Rússia.

O valor total das vendas militares estrangeiras de governo a governo autorizadas pelo Departamento de Estado foi de US$ 51,9 bilhões no período de 12 meses encerrado em 30 de setembro de 2022, um aumento de 49,1% em relação aos US$ 34,8 bilhões do ano fiscal anterior.

As chamadas vendas comerciais diretas, ou vendas de armas e equipamentos militares a governos estrangeiros por fornecedores de defesa dos EUA, também aumentaram no ano fiscal de 2022, passando de US$ 103,4 bilhões em 2021 para US$ 153,7 bilhões, um aumento de 48,6%.atos: processos após o fato por dinheiro.

O Conselho Nacional de Relações Trabalhistas disse que a greve de 11 dias que o Local 174 realizou era legal. Depois que a Glacier e o Local 174 entraram em acordo, a Glacier processou o sindicato por supostamente deixar os membros incapacitarem suas betoneiras, deixando o cimento secar dentro de barris não rotativos em cada caminhão.

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