Pochmann: 2014 pode ter última eleição com “candidaturas populares”
por Luiz Carlos Azenha/Viomundo/04/02/2014
Se
nada mudar, as eleições de 2014 serão as últimas em que haverá a
possibilidade de “candidaturas populares” ao Parlamento, sustenta o
presidente da Fundação Perseu Abramo, o economista Marcio Pochmann. Se
não houver uma reforma eleitoral, é possível que aumente o desequilíbrio
que se vê hoje no Congresso: 40 mil produtores agrícolas que controlam
50% das áreas agricultáveis elegem de 120 a 140 deputados, enquanto de 4
a 6 milhões de famílias que praticam agricultura familiar são
representadas por de 12 a 13 deputados.
Por
isso, não se assusta com as manchetes extremamente negativas sobre a
economia brasileira que dominam os jornais nos últimos meses. A
“dissonância”, diz ele, ainda resulta da incompreensão ou má vontade com
o novo paradigma de enfrentamento da crise internacional adotado pelo
ex-presidente Lula, em 2008. No
Brasil, isso se traduz, segundo Marcio, em pelo menos duas propostas
políticas distintas: a do PT, que acredita que é possível crescer com
distribuição de renda; e a da oposição, que quer retomar a idéia de que
primeiro é preciso crescer para depois distribuir o bolo.
Sobre
os críticos à esquerda, o presidente da Fundação Perseu Abramo afirma
que a sociedade brasileira tem características próprias em relação aos
vizinhos latinoamericanos: muda devagar, mas de forma segura. Relembra a
oposição ao Bolsa Família e às cotas raciais, que foi duríssima no
início do primeiro governo Lula, mas foi se diluindo ao longo dos anos.
Hoje, as duas políticas contam com sólido apoio na opinião pública.
OBS: clique no endereço acima para assistir à entrevista
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