Ricardo encolhido e acuado
Circunstancialmente, sem combinação alguma, encontrava-me
ontem em concorrido restaurante da Capital quando tive oportunidade de
acompanhar uma impressionante avaliação da atual cena política
paraibana, feita a partir da nova correlação de forças que se
estabeleceu na Assembleia pós rompimento de Cássio Cunha Lima com
Ricardo Coutinho.
Os pressupostos e consequências em cartaz foram medidos, pesados e peneirados por assessores parlamentares que atuam no Legislativo Estadual. A análise contou com o auxílio luxuoso de radialistas e jornalistas que cobrem assiduamente a Casa ou têm vários deputados como fontes primárias de informação ou subsídios privilegiados da opinião de cada um.
Pois bem, esse poderoso time de analistas chegou à conclusão que a base aliada governista encolheu para sete ou oito deputados, no máximo. Testemunha da conversa, fiquei impressionado com duas coisas. Primeiro, com o presumível tamanho que restou à bancada, digamos, ricardista. Depois, com a enorme dificuldade da roda em listar os parlamentares que, em tese, continuariam a seguir o comando da Granja Santana.
Mas, com ajuda de outros circunstantes e interlocutores, os involuntários e ocasionais colaboradores da coluna (confesso que pedi a lista) relacionaram os seguintes deputados que ainda carregam na testa ou nas costas a pecha de governistas: além do líder Hervázio Bezerra, Gilma Germano, Tião Gomes, Doda de Tião, Eva Gouveia, Wilson Braga e João Gonçalves.
Desses, os dois últimos seriam os mais propensos a deflagrar um novo processo de deserção em massa das hostes palacianas no caso de os ventos que arejam a expectativa de poder no Estado começarem a soprar com mais força para as bandas dos mais prováveis concorrentes diretos de Ricardo na disputa pelo governo: o próprio Cássio e o ex-prefeito Veneziano Vital.
Hervázio, um problema
Como se não bastasse, um nó adicional e bastante apertado aguarda o governador no abril que vai chegar logo mais: se quiser manter o seu aplicado líder em plenário, Ricardo Coutinho vai ter que arranjar dois deputados que aceitem abrir mão de tentar a reeleição em troca de um cargo de secretário de Estado. Difícil, muito difícil, dificílimo. Segundo suplente da coligação que há três anos reuniu na proporcional e na majoritária o PSB ao PSDB, Hervázio Bezerra está na Assembleia porque os deputados Manoel Ludgério e Adriano Galdino estão secretários. Mas esses terão que reassumir os mandatos até o dia 4 do próximo mês, sob pena de inviabilizarem a chance de retorno à Assembleia na legislatura a ser inaugurada em fevereiro de 2015.
Tem que convocar dois
Mas um só deputado licenciado não quebraria o galho de Hervázio? Não, não resolve. Não porque o primeiro suplente atende pelo nome de Francisco de Assis Quintans, cassista de carteirinha desde criancinha. Assim, para manter o seu líder deputado, o governador terá que convencer e convocar dois, e não apenas um parlamentar. Mas, se assim o fizer, Quintans manterá a titularidade de mandato, mui provavelmente votando contra os interesses e as matérias de governo em trâmite ou encaminhadas à Assembleia.
Sem reprovar as contas
Por falar em votar contra, ao menos de uma coisa o governador pode se despreocupar por enquanto. Reunido com sua bancada no final de semana, Cássio teria recomendado aos seus deputados não desaprovarem as contas de Ricardo (as que já se encontram lá, na agulha, pertencem ao exercício de 2011). A recomendação nada teria a ver, contudo, com suposto zelo pela regularidade na aplicação das verbas públicas no atual governo. Os cassistas teriam concluído que tentar inelegibilizar Ricardo pode transformá-lo em vítima e a vitimização, quando manejada habilmente, industrialmente, renderia peninha no eleitor e votos para o vitimizado. O próprio Cássio, com sua cassação em 2009 e consagração nas urnas de 2010, seria um exemplo clássico de feitiço que em processos eleitorais pode se voltar contra o feiticeiro.
As baixas programadas
De qualquer modo, o governador não deve baixar a guarda. Nesse encontro, teria sido desenhada uma estratégia de anúncios programados de retirada de apoio ao Ricardus I. O cronograma, inaugurado espontaneamente por Carlos Dunga semana passada, teve sequência anteontem, quando Branco Mendes confirmou as expectativas gerais e disse publicamente que ficaria ao lado de Cássio.
Ruy disse não a Ricardo
O governador teria dito anteontem à noite, em entrevista à TV Master, que Ruy Carneiro ofereceu-se em várias oportunidades, ano passado, para ser ‘o senador de Ricardo’. Conversei com o deputado a respeito. “Muito pelo contrário”, disse. Revelou ter sido procurado por diversos emissários de Ricardo, mas não quis conversa. Tanto assim que desde antes avisara a Cássio: se fosse mantida a aliança PSB-PSDB, ele, Ruy, jamais aceitaria integrar qualquer majoritária encabeçada pelo atual governador.
Os pressupostos e consequências em cartaz foram medidos, pesados e peneirados por assessores parlamentares que atuam no Legislativo Estadual. A análise contou com o auxílio luxuoso de radialistas e jornalistas que cobrem assiduamente a Casa ou têm vários deputados como fontes primárias de informação ou subsídios privilegiados da opinião de cada um.
Pois bem, esse poderoso time de analistas chegou à conclusão que a base aliada governista encolheu para sete ou oito deputados, no máximo. Testemunha da conversa, fiquei impressionado com duas coisas. Primeiro, com o presumível tamanho que restou à bancada, digamos, ricardista. Depois, com a enorme dificuldade da roda em listar os parlamentares que, em tese, continuariam a seguir o comando da Granja Santana.
Mas, com ajuda de outros circunstantes e interlocutores, os involuntários e ocasionais colaboradores da coluna (confesso que pedi a lista) relacionaram os seguintes deputados que ainda carregam na testa ou nas costas a pecha de governistas: além do líder Hervázio Bezerra, Gilma Germano, Tião Gomes, Doda de Tião, Eva Gouveia, Wilson Braga e João Gonçalves.
Desses, os dois últimos seriam os mais propensos a deflagrar um novo processo de deserção em massa das hostes palacianas no caso de os ventos que arejam a expectativa de poder no Estado começarem a soprar com mais força para as bandas dos mais prováveis concorrentes diretos de Ricardo na disputa pelo governo: o próprio Cássio e o ex-prefeito Veneziano Vital.
Hervázio, um problema
Como se não bastasse, um nó adicional e bastante apertado aguarda o governador no abril que vai chegar logo mais: se quiser manter o seu aplicado líder em plenário, Ricardo Coutinho vai ter que arranjar dois deputados que aceitem abrir mão de tentar a reeleição em troca de um cargo de secretário de Estado. Difícil, muito difícil, dificílimo. Segundo suplente da coligação que há três anos reuniu na proporcional e na majoritária o PSB ao PSDB, Hervázio Bezerra está na Assembleia porque os deputados Manoel Ludgério e Adriano Galdino estão secretários. Mas esses terão que reassumir os mandatos até o dia 4 do próximo mês, sob pena de inviabilizarem a chance de retorno à Assembleia na legislatura a ser inaugurada em fevereiro de 2015.
Tem que convocar dois
Mas um só deputado licenciado não quebraria o galho de Hervázio? Não, não resolve. Não porque o primeiro suplente atende pelo nome de Francisco de Assis Quintans, cassista de carteirinha desde criancinha. Assim, para manter o seu líder deputado, o governador terá que convencer e convocar dois, e não apenas um parlamentar. Mas, se assim o fizer, Quintans manterá a titularidade de mandato, mui provavelmente votando contra os interesses e as matérias de governo em trâmite ou encaminhadas à Assembleia.
Sem reprovar as contas
Por falar em votar contra, ao menos de uma coisa o governador pode se despreocupar por enquanto. Reunido com sua bancada no final de semana, Cássio teria recomendado aos seus deputados não desaprovarem as contas de Ricardo (as que já se encontram lá, na agulha, pertencem ao exercício de 2011). A recomendação nada teria a ver, contudo, com suposto zelo pela regularidade na aplicação das verbas públicas no atual governo. Os cassistas teriam concluído que tentar inelegibilizar Ricardo pode transformá-lo em vítima e a vitimização, quando manejada habilmente, industrialmente, renderia peninha no eleitor e votos para o vitimizado. O próprio Cássio, com sua cassação em 2009 e consagração nas urnas de 2010, seria um exemplo clássico de feitiço que em processos eleitorais pode se voltar contra o feiticeiro.
As baixas programadas
De qualquer modo, o governador não deve baixar a guarda. Nesse encontro, teria sido desenhada uma estratégia de anúncios programados de retirada de apoio ao Ricardus I. O cronograma, inaugurado espontaneamente por Carlos Dunga semana passada, teve sequência anteontem, quando Branco Mendes confirmou as expectativas gerais e disse publicamente que ficaria ao lado de Cássio.
Ruy disse não a Ricardo
O governador teria dito anteontem à noite, em entrevista à TV Master, que Ruy Carneiro ofereceu-se em várias oportunidades, ano passado, para ser ‘o senador de Ricardo’. Conversei com o deputado a respeito. “Muito pelo contrário”, disse. Revelou ter sido procurado por diversos emissários de Ricardo, mas não quis conversa. Tanto assim que desde antes avisara a Cássio: se fosse mantida a aliança PSB-PSDB, ele, Ruy, jamais aceitaria integrar qualquer majoritária encabeçada pelo atual governador.
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