Pelo
retorno da Lista Suja do Trabalho Escravo.
Em uma “jogada” (mais uma) de grandes empresas, estamos
impedidos de conhecer quem explora o trabalho escravo no país.
Por uma ação conduzida no Supremo Tribunal Federal
(STF), a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), da
qual fazem parte 26 empresas construtoras do país, conseguiu impedir a
publicação e a atualização da “Lista Suja” que seria atualizada com os novos
casos. A lista com as informações anteriores à liminar também foi retirada do
site do MTE na internet. Na ocasião da suspensão da lista, 575 empregadores
faziam parte da relação de envolvidos com trabalho escravo.
Várias entidades sociais estão encaminhando carta à
Presidenta Dilma pedindo que a lista volte a ser publicada para que todos
saibam quem usa essa prática no país. O Observatório Social da CUT, o Instituto
Ethos e o InPacto enviaram na terça-feira (20) uma carta oficial pedindo que a
Lista volte a ser publicada.
O Brasil se transformou em referência mundial no enfrentamento
do trabalho escravo. De 1995 a 2013, mais de 46 mil trabalhadores foram
resgatados de condições análogas à escravidão. Nesse período, foram realizadas
1.572 operações, com visitas a 3.741 estabelecimentos (dados do MTE).
Uma importante vitória aconteceu em 2014, com a
aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 57A/99 (conhecida como PEC do
Trabalho Escravo), que destina as propriedades flagradas com trabalho escravo à
reforma agrária e habitações populares. Aprovada após 15 anos de mobilizações,
esta PEC deu um novo ânimo à luta contra o trabalho escravo no país.
Agora, em uma manobra suja de Incorporadoras
Imobiliárias, estamos impedidos de acompanhar a relação das empresas que usam o
trabalho escravo!
• Dilma marca “gol de placa”! A Presidenta Dilma Rousseff
vetou o artigo 141 da Medida Provisória 656/14, que definia regras para a
renegociação das dívidas dos clubes brasileiros. O projeto, que trata de outros
temas relacionados a tributação, recebeu o artigo sobre o refinanciamento no Congresso
Nacional no fim de 2014, por emenda apresentada pelo deputado federal Jovair
Arantes (PTB-GO), ligado ao Atlético-GO. Com a emenda, os clubes passariam a
ter a possibilidade de refinanciamento com descontos dos débitos com a União. O
veto, no entanto, foi confirmado na sanção da Lei, publicada nesta terça-feira
no Diário Oficial da União.
O artigo apresentado por
Jovair Arantes previa, entre outras coisas, um prazo de 20 anos para que as entidades
desportivas quitassem seus débitos com a União, com redução de 70% das multas
isoladas, de 30% dos juros de mora e de 100% sobre o valor de encargo legal.
Porém, não trazia nenhuma contrapartida, o que gerou uma série de
críticas. A proposta do deputado foi severamente criticada pelo
Bom Senso FC, movimento de alguns jogadores de futebol que denuncia práticas
irregulares dos clubes e o poder que a Rede Globo tem sobre campeonatos regionais
e do nacional.
“Entre tantas asneiras e o absoluto desconhecimento de
causa, o Sr. deputado Jovai, não entende que está acontecendo algo muito maior,
afinal não esteve presente em nenhuma de nossas conversas e discussões com
clubes, parlamentares e governo. A música está mudando. Conforme-se, deputado”
– escreveu o Bom Senso em nota oficial.
• O fantasma da terceirização! O movimento sindical e o conjunto dos trabalhadores
brasileiros precisam estar atentos no que vai se passar no Congresso Nacional
na próxima legislatura. Como já dissemos em número anterior do Informativo, a
bancada de sindicalistas ficou muito reduzida e o avanço de bancadas empresariais
e seus representantes foi bem significativo.
É bem verdade que, por enquanto, o Supremo Tribunal
Federal (STF) tem se mantido firme na questão das terceirizações e tem negado
vários recursos neste sentido, como o caso do Agravo de Recurso da Celulose
Nipo Brasileira S/A (Cenibra), que pretende a extensão da terceirização às atividades
fins das empresas.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) também está
mantendo coerência e firmeza contra a possibilidade de extensão da terceirização
às atividades fins das empresas. E tem recebido grande apoio das centrais sindicais
que pressionam ministros e entram com ações para barrar os avanços dos patrões
neste sentido.
É preocupante, por exemplo, a declaração do novo
ministro da Fazenda defendendo o projeto de terceirização e a iniciativa do
Ministério do Planejamento, que elaborou decreto ampliando o escopo da
terceirização no serviço público, inclusive em setores estratégicos.
A MP 664/14, que terceiriza a perícia média, entre
outras maldades, foi um claro sinal nessa direção.
E não podemos esquecer o PL 4.330/04 que ainda tramita
no Congresso e flexibiliza direitos, facilita a precarização e induz à
terceirização!
• Estou começando a entender... Já comentei várias vezes,
aqui no Informativo, que participo de vários debates na Internet e,
particularmente, no Facebook. Claro que eu tenho visto os constantes ataques
que a direita faz contra o governo do PT em, em particular contra a Presidenta
Dilma. Eu entendo que a nossa “classe média” tenha ficado um pouco irritada com
a distribuição de rendas e com a melhoria na vida dos trabalhadores e do povo.
Mas só nesta semana eu consegui entender bem até que ponto vai essa “raiva”
dessa “elitezinha” revoltada com os avanços do país.
Para
começar, em um texto publicado no jornal O Globo, a colunista Hildegard Angel
apresentou algumas sugestões para o governo municipal conter os arrastões e a
violência nas praias do Rio de Janeiro. Segundo ela, a alternativa é “diminuir
drasticamente a circulação das linhas de ônibus e de metrô no fluxo Zona
Norte-Zona Sul”. Mas, como se não bastasse, ela sugere “cobrar entrada nas
praias de Leme, Copacabana, Ipanema, Leblon”. Não é interessante?
Mais
curioso ainda é que a colunista tenta parafrasear Rosa Luxemburgo e escreve que
“As medidas são antipáticas e discriminatórias, concordo. Mas ou é isso ou será
o caos”... Um caos que, segundo ela, será promovido por “hordas e hordas de
jovens assaltantes e arruaceiros”.
Quando
eu pensava que já tinha visto de tudo, aí surge um artigo, também em O Globo,
assinado pela “jornalista” Silvia Pilz.
Ela
não está preocupada com os pobres nas praias. Sua crítica é ainda mais curiosa,
porque ela fala sobre a possibilidade de pobres, agora, terem mais acesso à
saúde! Sim, não se espantem, esta é a preocupação da Silvia Pilz.
Segundo
ela, os pobres agora passaram a “inventar doenças” para justificar a falta ao
trabalho! Em nítido tom de desprezo, ela escreve que “Acho que não conheço
nenhuma empregada doméstica que não esteja sempre atacada da ciática [leia-se
nervo ciático inflamado]. Ah! Eles também têm colesterol [leia-se colesterol
alto] e alegam ‘estar com o sistema nervoso’ quando o médico se atreve a dizer
que o problema pode ser emocional”.
A
tal “senhora” Silvia procura ridicularizar o pobre dizendo que buscam sempre
informações, que para ela são “absurdas”, sobre suas doenças. E, parafraseando
o nada saudoso economista inglês Thomas Malthus, ela escreve o seguinte:
“Coisas do tipo ‘tenho cisto no ovário e quero saber se posso engravidar’.
Porque a grande preocupação do pobre é procriar”! Ou seja, preconceito pouco é
bobagem... E O Globo vai publicando tudo isso!
Tudo
isto me lembrou a triste entrevista da “socialite” Danuza Leão que disse que
deixou de viajar porque tem medo de encontrar o porteiro do seu prédio no
aeroporto!
• A direita contra a Argentina (1). Há longo tempo o nosso Informativo já vem noticiando
as várias tentativas da direita contra o governo da Presidenta Cristina
Fernández Kirchner, na Argentina. As manipulações de dados, dinheiro gasto
pelos EUA para fomentar movimentos de “protesto”, etc.
Agora, pelo que estamos acompanhando, um novo e mais
violento ataque e os nossos jornais “tão livres” não estão muito interessados
em esclarecer o que está em jogo neste momento. Pelo contrário, nossos jornais
estão se esforçando para jogar mais confusão e não permitir que as pessoas
reflitam sobre os acontecimentos no país que é nosso aliado no MERCOSUL e que
está, também, mudando os rumos da América Latina para afastá-la do
neoliberalismo.
O que nossos jornais não dizem é que o tal promotor,
Alberto Nisman, era um conhecido opositor que não perdia oportunidade de
criticar o governo. Com o apoio da direita encastelada no Congresso Nacional
argentino, Nisman reabriu os processos sobre o atentado terrorista, em 1994,
contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA). Neste atentado morreram
85 pessoas e os iranianos foram acusados imediatamente, sem qualquer
investigação ou mesmo provas.
Contando com a total aprovação por parte da mídia
argentina, ainda ressentida contra a Presidenta pela aprovação da “Lei dos
Meios”, Nisman acusou diretamente a Presidenta de “negociar e facilitar a
impunidade dos acusados iranianos”.
Curiosamente, os ataques do tal promotor caíram no vazio
porque até mesmo o grupo “Familiares e Amigos das Vítimas da AMIA” saiu em
defesa da Presidenta Cristina e um de seus líderes, Sergio Burstein, considerou
esta uma operação vergonhosa.
• A direita contra a Argentina (2). Como no melhor estilo das “armações” que já conhecemos
muito bem, curiosamente o tal promotor, Alberto Nisman, de 51 anos, apareceu
morto no domingo (18), no banheiro de sua casa!
Como acontece em toda trama bem armada (CIA?), no mesmo
dia do anúncio da morte de Nisman a deputada opositora, de direita, Patricia
Bollrich, foi entrevistada em uma cadeia de rádio e TV (rapidez pouca é
bobagem) para dizer que iria pedir ao Congresso uma investigação porque o
promotor tinha se comprometido a comparecer para dar explicações aos deputados.
Isto foi o suficiente para a montagem de uma série de
notícias envolvendo a Presidenta Cristina com a morte do promotor e criar, em
vários países, a ideia de que haveria uma relação criminosa. Ou seja, buscam
uma razão para um golpe, aos moldes do que aconteceu em Honduras e no Paraguai!
• A direita contra a Argentina (3). Do que sabemos, até a tarde de ontem, é que não se
pode descartar qualquer das hipóteses: suicídio ou assassinato. As
investigações estão no início e tudo é possível. Mas é curioso que a nossa imprensa
tente, de forma dissimulada, envolver a Presidenta Cristina ou o seu gabinete
na morte do promotor.
Tudo é muito misterioso, ainda. Pelo que se sabe,
Nisman teria solicitado férias e iria à Europa com uma de suas filhas. A
Promotoria já havia nomeado um substituto, Alberto Adrián María Gentili.
Ou seja, tudo muito obscuro
e nossa imprensa fazendo o “seu papel”.
• A direita contra a Argentina (4). Agora um vínculo com o Brasil. O caso da morte do
promotor Nisman, direta ou indiretamente, está trazendo de volta um problema
que ficou “esquecido” pela nossa imprensa.
Na sexta-feira (23) ficamos sabendo que há um novo e já
conhecido personagem na trama que está sendo montada contra a Presidenta
Cristina. Estamos falando de um estadunidense chamado Frank Holder, ex-agente da
CIA e que vive, atualmente, de serviços para empresas de espionagem industrial.
Holder é conhecido por nós,
brasileiros, por haver participado de um caso de espionagem e falsas denúncias
contra o Presidente Lula, em 2006! Atualmente é diretor da agência FTI
Consulting, especializada em investigações de fraudes e com contratos com
grandes empresas na Argentina.
Pelo que pouco que foi
divulgado pela imprensa, sabemos que seu representante em Buenos Aires era conhecido
de Alberto Nisman e seu sócio havia cedido o carro que era usado pelo promotor
antes de sua morte!
Em 2006, ainda como agente
da Kroll Associates, empresa especializada
em investigação empresarial, Holder foi alvo de uma investigação da Polícia
Federal por haver divulgado notícias falsas sobre contas do Presidente Lula no
exterior.
Tudo fazia parte de um grande esquema em torno da
disputa da telefonia. A Kroll foi contratada pelo Opportunity por conta do conflito societário
com fundos de pensão brasileiros, o Citibank e a Telecom Italia a respeito do
controle da Brasil Telecom.
Do que se trata? Simples: a - em 1998, com a privatização do Sistema Telebrás (e
ninguém sabe onde foi parar o dinheiro dessa venda), o banco Opportunity passa
a ser o gestor de um fundo de investimento que administra a participação dos
fundos de pensão na Brasil Telecom; b - as divergências entre os sócios da operadora
de telefonia - fundos de pensão e Italia Telecom de um lado e Opportunity de
outro - tornaram-se públicas três anos depois. Desde 2000, foram mais de 50
ações judiciais envolvendo todas as partes, na disputa pelo controle da
operadora; c - o conflito se radicalizou com a contratação da Kroll Associates,
empresa especializada em investigação empresarial, pela presidente da BR
Telecom, Carla Cico, executiva aliada do banqueiro Daniel Dantas no
Opportunity; d - ao longo de todo o ano de 2003 e até meados de 2004, a Kroll
teria monitorado os contatos da Telecom Italia no Brasil, inclusive com
integrantes do governo Lula.
Só para lembrar, quem estava envolvido em tudo isto?
Daniel Dantas... Aquele que foi “inocentado” e libertado pelo “ministro” Gilmar
Mendes.
• A crise vai se ampliando (1). A
organização não governamental britânica (ONG) Oxfam informou na segunda-feira
(19) que, em 2016, o patrimônio acumulado pelos mais ricos do mundo – 1% da
população mundial – vai ultrapassar o dos restantes 99%. “A parte do patrimônio
mundial detida por 1% dos mais ricos passou de 44% em 2009 para 48% no ano
passado e vai ultrapassar os 50% no próximo ano.”
A Oxfam apelou aos Estados
para que adotem um plano de luta contra as desigualdades, coibindo a evasão
fiscal, com a promoção de serviços públicos gratuitos, com mais impostos sobre
o capital e menos sobre o trabalho, criando salários mínimos, ou ainda por meio
da criação de sistemas de proteção social para os mais pobres.
• A crise vai se ampliando (2). A riqueza acumulada por 1% da população mundial será superior a tudo o
que os demais possuem. Os dados foram apresentados na segunda-feira (19), pela
entidade Oxfam.
Segundo a entidade, a fortuna de 99% da população mundial será
equivalente a tudo o que acumula apenas a nata da sociedade, cerca de 1% do
mundo.
Para a entidade, a crise econômica mundial que começou em 2008 resultou
em uma "explosão da desigualdade”. Hoje, uma a cada nove pessoas ainda
passa fome no planeta que produz alimentos para três planetas e mais de 1
bilhão de pessoas ganham menos de US$ 1,25 por dia.
O que chama a atenção da entidade, porém, é que a concentração de
riqueza é cada vez maior. Em 2009, a parcela de 1% mais rica da população
mundial acumulava 44% do PIB do planeta. Em 2014, essa taxa chegou a 48% e, em
2016, ela atingirá 50%.
Em média, cada pessoa dessa elite do planeta mantém uma renda de US$ 2,7
milhões. Dos demais 52% do PIB global, quase tudo está nas mãos da camada dos
20% mais ricos.
O restante da população do mundo - cerca de 80% - precisa dividir 5,5%
da riqueza do planeta e acumula uma renda de apenas US$ 3,8 mil. O valor é 700
vezes menor que a renda da elite. Winnie
Byanyima, diretora-executiva da Oxfam, espera usar o encontro de Davos para
insistir que a desigualdade social precisa ser alvo dos governos e de líderes
do setor privado, alertando para os riscos que essa situação cria na política
internacional.
• Aumento do desemprego no mundo. O número de desempregados no mundo vai aumentar, em pelo menos 11
milhões, nos próximos quatro anos, e as desigualdades vão aumentar ainda mais,
advertiu a Organização Mundial do Trabalho (OIT), em relatório publicado na
segunda-feira (19). Em 2019, mais de 219 milhões de pessoas podem ficar sem
emprego, mostra o documento.
“Mais de 61 milhões de empregos foram perdidos desde o início da crise
em 2008 e as nossas projeções apontam para o crescimento do desemprego até o final
da década. O que significa que a crise do emprego está longe de estar
terminada”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
Ele apontou que “as políticas de austeridade, em particular na Europa,
contribuíram para o aumento espetacular do desemprego”. “Não penso que foram
inevitáveis [as políticas de austeridade]”, afirmou ainda o diretor-geral.
• Espanha protesta contra a privatização da saúde! Mais uma grande manifestação na capital espanhola
contra a privatização do sistema de saúde no país. O movimento “Maré Branca”
realizou uma grande passeata em Madri contra a privatização da saúde e exigindo
uma atenção adequada e imediata para os atingidos pela epidemia de hepatite C.
No domingo (18), milhares de pessoas marcharam desde a
Praça Neptuno até a Puerta del Sol carregando cartazes com dizeres “Sim para a
saúde e serviços públicos”! Em particular, os organizadores da marcha denunciavam
as grandes indústrias farmacêuticas e controlam o sistema no país e transformaram
a saúde em um grande negócio.
• Como prevíamos...
Apesar de algumas críticas que recebemos, tudo indica que o nosso Informativo acertou
no caso do atentado em Paris quando dissemos que havia uma grande preocupação
com a queda da aceitação do governo de François Hollande.
Segundo a pesquisa divulgada pelo instituto Ifop, na
segunda-feira (19), Hollande deu um salto de 21 pontos percentuais em sua
aprovação e chegou agora aos 40%! Por aí se imagina o quanto estava lá no fundo
do poço! Ou seja, antes considerado “o mandatário mais impopular da V República”,
iniciada em 1958, Hollande parece ter recebido oxigênio novo depois do
atentado.
Quem perde com isto é o ex-presidente Nicolas Sarkozy,
que apostava no desgaste de Hollande para voltar à cena política, e a nossa
conhecida neofascista Marine Le Pen, que contava com a queda iminente de Hollande!
Vamos esperar para ver o que acontece...
• Quem ganhou com o atentado? Além do presidente Hollande, há outros segmentos que podem comemorar o
atentado contra a revista Charlie
Hebdo. Na verdade, estamos falando das
empresas de segurança privada francesas que movimentam cerca de 6 bilhões de
euros por ano e que esperam abocanhar uma fatia ainda maior, depois do ataque.
Duas semanas após a onda de atentados em Paris que
fizeram 17 vítimas, o governo francês está prestes a revisar toda a política
nacional de segurança, com a implantação de medidas “excepcionais” na luta
contra o terrorismo. É o que adiantou o primeiro ministro francês Manuel Valls,
num discurso, muito aplaudido, inclusive pelos deputados da oposição, na
Assembleia Nacional.
O atentado aparece para as empresas do setor da
segurança como uma oportunidade importante para sensibilizar a população aos
riscos e a necessidade da prevenção. “Os franceses são, por natureza,
resistentes a todas as formas de autoridade e de restrição”, explica Claude
Tarlet, presidente da USP (a união das empresas privadas de segurança), em
entrevista a Opera Mundi. Isso
faz do público francês um mercado mais difícil para conquistar. Ele ressalta,
porém, que sentiu uma diferença durante as gigantescas mobilizações que tomaram
conta do país durante o final de semana que seguiu os atentados, com milhões de
pessoas manifestando. “Elas começaram a expressar gratidão e emoção para
aqueles que colocam as em risco suas vidas diariamente para garantir a
segurança, eu mesmo vi várias pessoas agradecendo os policiais que estavam na
manifestação”, conta.
O setor da segurança privada movimenta € 6 bilhões por
ano, empregando 170 mil pessoas, um terço a mais do que a policia nacional. Os
números não param de crescer, uma vez que o setor privado está, pouco a pouco,
tomando o lugar da segurança pública. Estádios, salas de concerto, e até
prédios oficiais passaram a ser vigiados por seguranças privados, no lugar dos
bombeiros e policiais de antes.
Ou seja, todo mundo fica feliz: Hollande ganhou alguns
pontos na opinião pública e as empresas de segurança vão embolsar uma boa
grana!
• Syriza aparece como favorito em todas as pesquisas. As eleições gregas, neste domingo (25), podem marcar
uma grande virada no país e – talvez – na Europa. Pela primeira vez, nas
últimas décadas, um partido que questiona e apresenta proposta de romper com a
“austeridade” e com o neoliberalismo tem condições reais de vencer as eleições.
Segundo pesquisa realizada pelo instituto Pulse, 64%
dos eleitores gregos darão seus votos para o Syriza, mesmo com a aliança feita
entre a Nova Democracia (conservadores e atualmente no poder) e o Pasok (liberais).
Alguns analistas mais otimistas dizem que “é possível
derrotar o neoliberalismo na Europa através do voto”. De toda forma, vamos
acompanhar atentamente o que acontecerá neste domingo, na Grécia.
• Os conservadores vão perdendo espaço. Os últimos dias da campanha eleitoral na Grécia
mostraram que a direita e os conservadores encastelados no partido governista,
Nova Democracia, vão perdendo apoio e ficando cada vez mais isolados.
Para tentar resgatar a credibilidade através da
propaganda oficial, os “pensadores” da Nova Democracia estão se esforçando para
dizer ao povo que “estamos dizendo a verdade” e que a situação da Grécia só
pode ser resolvida com o apoio e a orientação da “troika” (FMI, Banco Central
Europeu e União Europeia).
As urnas vão dizer se essa campanha deu resultados.
• “Gente, eu tenho
medo!”
Lembram dessa campanha da “namoradinha do Brasil” contra o PT? Pois é
exatamente o que está acontecendo na Grécia durante toda a semana.
Temendo a vitória do partido
de esquerda, Syriza, a direita representada pelo partido Nova Democracia, do
atual primeiro-ministro Samarás, vem fazendo violenta campanha espalhando o
pânico no país. Em matéria que está sendo divulgada através das redes sociais
gregas, e pelo Youtube, a direita está dizendo que a vitória do Syriza vai
representar “um colapso das negociações da dívida com a União Europeia; vai
haver uma crise de liquidez no mercado; o estado ficará sem dinheiro; os
turistas deixarão de visitar o país; faltará gasolina e medicamentos...”
• EUA: a pobreza vai se espalhando! Segundo pesquisas realizadas pelo instituto Pew
Research Center, nos EUA, 20,6 milhões de trabalhadores (cerca de 30% do total
de trabalhadores no país), maiores de 18 anos, encontram-se na categoria dos
que recebem um salário mínimo (7,25 por hora). A pesquisa mostra que, deste
total, 50% estão com 30 anos ou mais; 76% são brancos; 45,8% são homens; 54,2%
são mulheres; 56% com baixo nível de educação (apenas o secundário completo) e;
37% com estudo universitário!
A pesquisa mostra também a pobreza por região. Ainda
tendo como referência o salário mínimo: 36,7% dos trabalhadores estão na região
oeste e centro-sul (Arkansas, Louisiana, Oklahoma e Texas) e 36,2% no sul (até
a Flórida)
A pesquisa mostrou que uma grande parte desses
trabalhadores precisam recorrer à ajuda do governo (bolsas e cupons de
alimentação) para sobreviver!
• EUA: maioria dos estudantes de escolas públicas vive na pobreza. Um novo estudo divulgado na
sexta-feira (22) mostra que mais da metade dos estudantes matriculados nas
escolas públicas estadunidenses vive na pobreza, um cálculo que o autor do
relatório diz colocar os EUA no caminho para o declínio social geral.
Publicado pela Fundação
Educacional do Sul, a nova análise usou o censo nacional mais recente disponível
para confirmar que 51% dos estudantes ao redor das escolas públicas da nação
eram de baixa renda em 2013.
De acordo com o relatório: a -
em 40 dos 50 estados, estudantes de
baixa renda constituem não menos que 40% de todas as crianças de escola
pública. Em 21 estados, crianças que ganhavam almoços gratuitos ou com preço
reduzido eram a maioria dos estudantes em 2013; b - a maior parte dos estados
com uma maioria de estudantes de baixa renda é encontrada no Sul e no Oeste. 13
dos 21 estados com uma maioria de estudantes de baixa renda em 2013 localizavam-se
Sul, e 6 dos outros 21 estados no Oeste.
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