GSI vai afastar agentes após ato de agressão a Dilma nos EUA
3/7/2015 16:11
Por Redação - de Brasília
Por Redação - de Brasília
Sem
alarde, mas de forma efetiva, o Gabinete de Segurança Institucional
(GSI) da Presidência da República prepara o afastamento imediato de toda
a equipe de agentes responsável pela integridade física da presidenta
Dilma Rousseff, em sua visita aos EUA, no início da semana. O ato do
general-de-Exército José Elito Carvalho Siqueira, ministro da pasta,
segundo apurou o Correio do Brasil, chega ao Diário Oficial (D.O.) na próxima semana. Ainda segundo uma fonte afirmou à reportagem do CdB,
“o Artigo V da Lei 10.683, de Maio de 2003, embasa a decisão do
ministro de promover não apenas uma sindicância imediata sobre os fatos
ocorridos, mas a responsabilidade da equipe de segurança da presidenta
Dilma”.
A
referida Lei, em seu Artigo V, determina que o GSI é responsável por
“zelar, assegurado o exercício do poder de polícia, pela segurança
pessoal do Chefe de Estado, do Vice-Presidente da República e
respectivos familiares, dos titulares dos órgãos essenciais da
Presidência da República e de outras autoridades ou personalidades
quando determinado pelo Presidente da República, bem como pela segurança
dos palácios presidenciais e das residências do Presidente e do
Vice-Presidente da República”. No vídeo, a seguir, o manifestante de
ultradireita Igor Gilly filma o momento em que dirige impropérios contra
a chefe de Estado e admite que se infiltrou no local por onde a
presidenta passaria, com sua comitiva.
Na
distância em que o agressor se encontrava, poderia ter atingido a
presidenta Dilma com algum objeto ou, se armado, efetuar um disparo à
queima-roupa. Como descreve o jornalista Kiko Nogueira, do blog Diário do Centro do Mundo: “O revoltado online que assediou Dilma em sua visita aos EUA é mais um caso em que cabe a pergunta: falta uma tragédia ocorrer para alguém tomar uma atitude?”.
“A
segurança da presidente, como de resto parte do governo, vive na
Islândia. Um fulano com um boné ridículo, monoglota, entra na
Universidade de Stanford junto com a comitiva presidencial brasileira e
dois cúmplices numa boa. Posta-se num corredor com um cúmplice. Quando
ela passa, o sujeito grita: ‘assassina’, ‘ladra’, ‘comunista de m’,
‘pilantra’. E então ameaça: ‘Terrorista que rouba a população tem mais é
que ser morto”, acrescenta Nogueira.
A
falta de uma atitude imediata por parte dos agentes de segurança embasa
a medida determinada, horas depois, no gabinete do general Carvalho
Siqueira. Ainda segundo fonte, aoCdB, “o tempo de reação da equipe esteve muito aquém dos limites máximos de segurança”.
Risco iminente
Ainda de acordo com o relato do editor Kiko Nogueira, o agressor agiu livremente no recinto:
“Falou,
seguiu o grupo, fez o diabo até ser retirado por gente da universidade.
Não sem antes ouvir do ministro da Defesa, Jaques Wagner, uma blague:
‘Está com muito dinheiro do papai no bolso?’. Esses tipos serão
combatidos com piadas, portanto. Se for dinheiro do papai no bolso, este
será o menor dos problemas. E quando for uma arma? O nome do rapaz é
Igor Gilly e ele é mais um genérico de revoltado on line. Sua dieta é a
mesma de tantos cretinos que perderam a modéstia e que ganharam voz com
as redes sociais, sendo seguidos por outros cretinos”.
Gilly
demonstra o sectarismo em sua página de uma rede social: “mora em San
Francisco, sem ocupação definida, classe média, fã de Bolsonaro, a favor
da intervenção militar, paranoico com o Foro de São Paulo, dizimista de
Olavo de Carvalho”, anota o jornalista.
“Enfim,
o pacote completo do idiota. Mas um idiota perigoso. Um idiota que vê
que nada acontece por aqui com quem incita abertamente a violência e o
assassinato. O resultado de uma nação em que um policial federal pratica
tiro ao alvo com uma foto da presidente e é parabenizado. Em que um
apresentador de TV milionário, que passa boa parte do ano em Miami, faz
discursos para seu público dominical dizendo que a única coisa
organizada no Brasil é o crime e que somos o lugar da desesperança. Em
que alguém considera normal vender um adesivo de carro com uma
sexagenária de pernas abertas. Se for a mãe dele, tudo bem. Se for a
presidente, dane-se”, acrescentou.
Trata-se,
de acordo com o editor do DCM, de “um energúmeno que, diante da total
inação de seu ‘inimigo’, encontrará ainda uma maneira de cumprir a
profecia segundo a qual ‘terrorista que rouba a população tem mais é que
ser morto’. Igor já está dando entrevistas no papel de heroi da pátria,
se regozijando de sua esperteza ao enganar todo o mundo. ‘Isso é só o
começo’, disse ao portal iG.
–
Gostaria de agradecer todos os brasileiros que estão me dando apoio,
estou recebendo a cada segundo milhares de mensagens. Obrigado pelo
carinho do pessoal por falarem que representei o povo brasileiro –
afirma o agressor, que deverá ser citado em um processo movido também
pelo governo brasileiro.
Adesivos pornográficos
A
agressão à presidenta Dilma, no entanto, estende-se para além dos
ambientes que deveriam ser seguros, durante suas viagens ao exterior.
Nas ruas de São Paulo, principalmente, circulam adesivos pornográficos
contra a mandatária da República. Todas as pessoas que se envolveram na
produção, distribuição e divulgação das imagens ofensivas também estão
na mira das autoridades. De acordo com a Lei 7.170, em seu Artigo 26,
“caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o
da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes
fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação” poderá resultar
em pena de reclusão de 1 a 4 anos.
Filha
do atual senador tucano paulista José Serra, Veronica Serra volta aos
noticiários, nesta sexta-feira, como suspeita de participar na
fabricação e distribuição de adesivos pornográficos com a foto da
presidenta Dilma Rousseff. A empresária, que já esteve envolvida em um
rumoroso escândalo por sua participação no conselho administrativo de
uma companhia com Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas,
preso na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Desta vez, aparecendo
nas redes sociais em torno dos adesivos pornográficos de Dilma.
Verônica
Serra seria sócia do Mercado Livre, o site em que os adesivos estavam
sendo vendidos. O Mercado Livre, como mostra a Wikipédia, é um dos
campeões de queixas de consumidores no site Reclame Aqui, no qual
aparece como “não recomendado”.
“Para
a acionista Veronica Serra, a situação é especialmente embaraçosa, dada
a virulência com que seu pai tem investido contra Dilma. É difícil
acreditar que ela tenha tido qualquer papel na autorização da venda dos
adesivos, já tirados do ar. Mas ainda mais difícil é crer que qualquer
produto ofensivo a seu pai fosse vendido como aconteceu com os adesivos
de Dilma”, acrescenta Kiko Nogueira.
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