segunda-feira, 7 de março de 2016

"AGORA É BOTAR O RETRATO DO VELHO OUTRA VEZ"

"AGORA É BOTAR O RETRATO DO VELHO OUTRA VEZ"
Fernando Brito
Quem ouviu a fala de Lula na quadra do Sindicato dos Bancários, percebeu: Moro operou um milagre.
Despertou um Lula que andava adormecido.
Mexeu-lhe com os brios.
O ex-presidente, pela primeira vez, há muito tempo, está feliz.
Feliz como pinto no lixo, como dizem os cariocas.
Sem “paz e amor”. Língua solta.
Falando a linguagem do povão, a do botequim.
Mandando chamar “a mãe deles” para depor.
“Hoje, para mim, foi o fim”, disse Lula, “porque me ofenderam”.
Esse Lula é indestrutível, por mais que o governo Dilma vá mal, cercado e manietado.
Sérgio Moro despertou o que não tem ideia da força que tem.
Não é o Lula ofendido e magoado.
É alguém que possa, como no livro de Dostoiewski, despertar os “humilhados e ofendidos”.
Moro, como um Hércules ao inverso, recolocou Anteu em contato com sua mãe, a Terra, sua mãe, que o tornava invencível.
Acabaram as pequenas questões.
Agora é a grande.
É botar o retrato do velho, outra vez, no mesmo lugar.

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