A
OEA repudia golpe no Brasil.
O secretário-geral da Organização dos Estados
Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou, que nenhum magistrado está acima da
lei que deve aplicar e da Constituição que dá garantias ao seu trabalho. Ele
não cita nenhum juiz especificamente, mas diz que é “imperativo” o avanço das
investigações.
“O Estado de Direito exige que todos sejamos
responsáveis e iguais perante a lei. Ninguém, e quero dizer ninguém, está acima
da lei”, reforçou Almagro em comunicado divulgado na sexta-feira (18). “Por
outra parte, nenhum juiz está acima da lei que deve aplicar e da Constituição
que garante seu trabalho. A democracia não pode ser vítima do oportunismo, mas
deve se sustentar com a força das ideias e da ética”, afirmou o dirigente da
OEA.
Ele defendeu também o mandato da presidente brasileira,
Dilma Rousseff, e criticou as tentativas de tirá-la do cargo sem fundamento
jurídico, como o processo de impeachment iniciado na Câmara dos Deputados. Para
ele, o mandato deve ser garantido, de acordo com a Constituição e as leis, por
todos os poderes do governo e todas as instituições do país. “Qualquer
deterioração da sua autoridade deve ser evitada, de onde quer que venha”
O secretário-geral da OEA pediu que o Brasil mantenha a
“estabilidade institucional da democracia”. “No Brasil, a principal
responsabilidade política e jurídica é a estabilidade das instituições e
assegurar a mais plena vigência da democracia”, afirmou.
• CEPAL manifesta preocupação com o Brasil. A Comissão Econômica para a
América Latina e Caribe da ONU (Cepal) emitiu na terça-feira (22) uma mensagem
dirigida à presidente Dilma Rousseff, apoiando a plena vigência do Estado
Democrático de Direito e o exercício da autoridade do Poder Executivo
brasileiro.
Em declaração pública, a secretária-executiva
do organismo das Nações Unidas, Alicia Bárcena, manifestou sua preocupação com
as ameaças à estabilidade democrática e reconheceu os avanços sociais e
políticos no Brasil na última década. Veja a íntegra do texto.
• Mensagem de Alicia
Bárcena, secretária-executiva da CEPAL, à presidente Dilma Rousseff: “É
com profunda preocupação que assisto ao desenvolvimento dos acontecimentos
políticos e judiciais que convulsionaram o Brasil nas últimas semanas. Nos
causa alarme ver a estabilidade de sua pátria ameaçada.
A soberania popular, frente
única de legitimidade na democracia, entregou anteriormente a Lula e posteriormente
a você, presidenta Rousseff, um mandato constitucional que se traduziu em
governos comprometidos com a justiça e a igualdade. Nunca, na história do
Brasil, tantas e tantos de seus compatriotas conseguiram evitar a fome, a
pobreza e a desigualdade. Também foi significativa para nós a marca
determinante com a qual suas gestões reforçaram a nova arquitetura da
integração de nossa região, da UNASUL à CELAC.
Reconhecemos o esforço dos
tribunais em perseguir e castigar a cultura de práticas corruptas que foram
historicamente a parte mais opaca do vínculo entre os interesses privados e as
instituições do Estado. Temos apoiado permanentemente essa tarefa, com a
valentia e honradez que é selo de sua biografia, apoiando a criação de uma nova
legislação mais exigente e de instituições persecutórias mais fortes.
É por isso que nos violenta
que hoje, sem julgamentos nem provas, servindo-se de vazamentos e uma ofensiva
midiática que já ditou condenação, se tente demolir sua imagem e seu legado,
enquanto se multiplicam as tentativas de menosprezar a autoridade presidencial
e interromper o mandato entregue nas urnas pelos cidadãos.
Os acontecimentos pelos
quais o Brasil atravessa nesses dias ressoam com força para além de suas fronteiras
e ilustram para o conjunto da América Latina os riscos e dificuldades aos quais
nossa democracia ainda está exposta”.
*Publicado pela ONU Brasil
• Mídia internacional critica Sérgio Moro. Na última semana, diversos veículos da mídia
internacional criticaram, por meio de reportagens, artigos de opinião e
editoriais, a conduta do juiz federal brasileiro Sérgio Moro na Operação Lava
Jato.
The Economist, The Guardian e Der Speigel são alguns
dos veículos que publicaram editoriais ou reportagens afirmando que Moro
estaria fazendo política ao divulgar para a mídia os áudios de uma conversa
telefônica entre Lula e Dilma.
“Nos últimos meses, o sucesso de Moro aparentemente subiu
à cabeça. O juiz faz política — o que não é sua função”, escreveu a revista
semanal alemã Der Spiegel na sexta-feira (19/03).
“A divulgação de escutas telefônicas entre Lula e a
presidente Dilma Rousseff, poucas horas antes da nomeação de Lula como ministro-chefe
da Casa Civil, persegue apenas um objetivo político, e é extremamente
contestada juridicamente, para dizer o mínimo”, defendeu Jens Glüsing, autor do
artigo.
A revista estadunidense The Economist também acredita
que Moro teria “ido longe demais”, afirmando existir um confronto entre o poder
Judiciário e o Executivo que ficou “mais estranho e mais implacável” após o
vazamento dos grampos.
“Surfando a onda de crescente popularidade na sua
cruzada contra a corrupção, o juiz [Moro] avançou até ultrapassar todos os
limites: primeiro no episódio do abuso na condução coercitiva do ex-presidente
Lula (...), e, agora com a flagrante ilegalidade do vazamento de conversas
telefônicas entre Dilma e Lula. A ilegalidade deste ato é indiscutível”,
reverbera o jornal diário português Público em um duro artigo de opinião de
Sylvia Debossan Moretzsohn, publicado no domingo (20).
• Resistência ao golpe (1). Na quinta-feira (24), integrantes da Frente Povo sem Medo e
trabalhadores sem teto realizaram um protesto dentro do Shopping Rio Sul, em
Botafogo, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro. O ato faz parte da
mobilização nacional da frente e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
(MTST).
Cerca de 100 manifestantes se reuniram em uma das
praças de alimentação, no segundo piso do shopping. Com faixas, bandeiras e um
megafone, eles criticaram o processo de impeachment da presidenta Dilma
Rousseff e a defesa, por setores da população, desse processo, que eles
chamaram de golpe.
“É um ato nacional pela democracia e por uma saída à
esquerda", disse o organizador do ato, Vitor Guimarães, integrante da
Frente e do MTST. "Nós viemos de onde a discriminação contra o povo mais
pobre é mais forte”, acrescentou.
Em determinado momento, a situação ficou tensa quando
vigilantes do shopping exigiram, sem sucesso, que os manifestantes deixassem o
local. Eles responderam que tinham direito de usar o local como qualquer
pessoa. A organização do protesto distribuiu pão com mortadela para que os
manifestantes pudessem usufruir da praça de alimentação.
A Polícia Militar foi chamada e, depois de uma rápida
negociação, os manifestantes se dirigiram à saída do Rio Sul, cantando
"Não vai ter golpe". O ato começou ao meio-dia e durou cerca de 40
minutos.
• Resistência ao golpe (2). Representantes de quase todas as centrais sindicais brasileiras
reuniram-se na quarta-feira (23) em um ato político em defesa da democracia e
do Estado de Direito.
O ato começou por volta 16 horas, na Casa de Portugal,
no bairro Liberdade, em São Paulo. O ponto alto da atividade foi o discurso do
ex-presidente Lula, que foi o último a falar.
“Vou pedir ao Congresso, na semana que vem, seis meses
de paciência para provar que esse país voltará a ser o país da alegria. Para
discutir uma política que traga esperança”, afirmou Lula. E acrescentou: “não
podemos nos dividir entre vermelhos e verde-amarelos”.
Eis as declarações de alguns dos líderes sindicais
presentes ao encontro:
VAGNER FREITAS – PRESIDENTE DA UT - “Os mesmos que
querem o golpe, querem acabar com carteira assinada, o 13º salário, colocar a
terceirização indiscriminada e todo dia mandam deputado conservador no
Congresso para tirar direito da classe trabalhadora. Peão que pensa com a
cabeça do patrão é piolho, temos que defender nossos interesses e defender a democracia,
o mandato da presidenta Dilma e que Lula possa ser ministro para construir o
diálogo e o Brasil possa sair da crise”
RICARDO PATAH – PRESIDENTE DA UGT - “Estranho partir do
movimento sindical a crença de que qualquer mudança vai nos beneficiar. Podem
acreditar que com outro governo que possa vir o movimento sindical está fadado
a quebrar, porque somente nós somos capazes de olhar pelos trabalhadores. Não
podemos ser ingratos e virar as costas para quem mudou nesse país”
EDSON CARNEIRO (ÍNDIO) – SECRETÁRIO GERAL DA
INTERSINDICAL - “Rechaçamos essa intolerância e o caos nas ruas, levando ódio e
abrindo portas para o fascismo. A prisão de Lula e a derrubada de Dilma são parte
da ofensiva para colocar no Brasil um governo autoritário e para acabar com
nossos direitos. O momento é de unidade e mobilização. Não adianta pensar que
vão derrubar o governo e vamos nos calar”
ÁLVARO EGEA– SECRETÁRIO GERAL DA CSB - “Presidente
Lula, queremos o senhor no governo para derrotar esse golpe e implementar a
política de desenvolvimento e para recuperar o emprego. Conte com o apoio dos
trabalhadores”
LUIZ GONÇALVES (LUIZINHO) – PRESIDENTE DA NOVA CENTRAL
DE SP - “Temos consciência que esse é o melhor governo que tivemos em todos os
tempos e não poderíamos ficar em cima do muro e não nos posicionarmos a favor
do ex-presidente Lula”
JOÃO CARLOS GONÇALVES (JURUNA) – SECRETÁRIO-GERAL DA
FORÇA SINDICAL - “Esse momento é de garantir a democracia, a Constituição, de o
companheiro Lula assumir ministério da Casa Civil, porque sabemos será elemento
importante dentro do governo para defender causas populares. Às vezes um tranco
é muito bom para gerar unidade na ação, de classe e o povo na rua”
ADILSON ARAÚJO – PRESIDENTE NACIONAL DA CTB - “Estamos
diante de um Estado agudo da crise no qual a elite conservadora aposta todas as
fichas na instabilidade política. A virada política permitiu novo curso do país
e essa elite não engoliu a quarta vitória da classe trabalhadora. Estava
desenhada a possibilidade de transição mais avançada na aliança com China,
Índia e África do Sul em contraposição àqueles que geraram a maior crise da
história. Antes que roubem nossos sonhos, sindicatos têm de se transformar em
comitês de defesa da democracia”
• Resistência ao golpe (3). Durante toda a semana, várias universidades do país realizam ato contra
o golpe. Entre os participantes estão estudantes, representantes de movimentos
sociais, sindicais, artistas, advogados e juristas. Os atos em defesa da
democracia e também do ex-presidente Lula, criticam a atuação do juiz federal
Sérgio Moro, responsável pelos inquéritos da Operação Lava Jato em primeira
instância.
MACKENZIE: na Universidade Presbiteriana Mackenzie, foi
realizado um ato contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, na noite de
quarta-feira (23), na Rua Maria Antonia, no centro da capital paulista. A ação
foi intitulada “Mackenzistas contra o Golpe: A História Não se Repetirá!”.
Durante a manifestação, os estudantes leram um manifesto e discursaram sobre um
caminhão de som.
PUC-SP: na noite de terça-feira (22), aos gritos de
“não vai ter golpe”, milhares de estudantes ocuparam os dois prédios da PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Eles cobravam posição da
reitoria sobre a ação da polícia do governo Geraldo Alckmin, que na noite
anterior, soltou balas de borracha para intimidar estudantes que protestavam
contra o impeachment de Dilma Rousseff.
A reitoria da PUC-SP enviou um ofício cobrando resposta
do governador Alckmin e do secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre
de Moraes.
UNB: já na capital federal, foi lançado um Comitê em
defesa da Democracia na UNB (Universidade de Brasília). Os estudantes
analisaram a crise política com o tema “Brasil para onde vamos?”, a alertaram
sobre o risco de uma “ruptura democrática”.
UFPR: o ato também foi para a Faculdade de Direito da
UFPR (Universidade Federal do Paraná), na terça (22), onde leciona o juiz
Sergio Moro. Lá foi palco de críticas de juristas, docentes de outras
universidades e estudantes sobre as últimas atuações de Moro.
UFPE: em Recife, centenas de manifestantes ocuparam as
escadarias da UFPE (Faculdade de Direito de Pernambuco) durante um ato em
defesa do estado democrático de direito. Professores acadêmicos protestaram
contra "os ataques à democracia brasileira" e discutiram a crise institucional
enfrentada pelo país.
USP: no salão nobre da Universidade de Direito da
Universidade de São Paulo (USP) também ficou pequeno para abrigar juristas e
representantes dos movimentos sociais no último dia 18, em defesa da democracia
e do Estado de Direito.
• Pobreza cai no Brasil, mas aumenta na América Latina. O relatório Panorama Social da América Latina 2015,
divulgado na terça-feira (22) pela Comissão Econômica para a América Latina e o
Caribe (Cepal), registrou uma redução importante nas taxas de pobreza no
Brasil. Segundo Laís Abramo, diretora da Divisão de Desenvolvimento Social da
instituição, mais de 2 milhões e 750 mil brasileiros saíram das linhas de pobreza
e extrema pobreza em 2014.
“Essa diminuição foi mais acentuada entre os
indigentes, e isso mostra, justamente, a eficácia e a importância dos programas
de combate à extrema pobreza que existem atualmente no Brasil. Sabemos que há
uma crise importante, com diminuição do crescimento econômico, com recessão e
aumento do desemprego. É muito provável que haja impactos negativos sobre os
níveis de pobreza e indigência. Mas vai depender da eficiência da rede de
proteção social que existe no país, dos programas de transferência de renda e
de instrumentos como o seguro-desemprego”, afirmou Laís.
Alicia Bárcena, secretária-executiva da Cepal, afirmou
que enviou hoje carta aberta à presidente Dilma Rousseff, em que manifesta sua
preocupação com ameaças à estabilidade democrática e reconhece os avanços
sociais e políticos alcançados pelo Brasil na última década. “Nos violenta que
hoje, sem julgamento ou evidência, usando vazamentos e uma ofensiva midiática,
que tem por convicção tentar demolir sua imagem e legado, esforços são
multiplicados por minar a autoridade presidencial e encerrar o mandato
conferido aos cidadãos nas urnas”, afirmou, em nota.
Em toda a América Latina, entre 2014 e 2015, o número
de pessoas em situação de pobreza cresceu de 168 milhões para 175 milhões, o
que representa 29,2% das pessoas. Já o número de pessoas em situação de
indigência, ou extrema pobreza, passou de 70 para 75 milhões (12,4%).
De acordo com o relatório, o aumento é consequência de
resultados diferentes entre os países, onde alguns tiveram aumento da pobreza e
outros, a maioria, registraram diminuição. Entre 2010 e 2014, por exemplo,
houve significativo crescimento da pobreza no México. (Marieta Cazarré – Repórter da Agência Brasil)
• Argentina: 300 mil nas ruas em memória aos desaparecidos na
ditadura. Ainda não eram 14h, hora
marcada para o começo da marcha, e os ônibus já não conseguiam chegar à Avenida
9 de Julho, a um quilômetro de distância da Praça de Maio. No dia de outono
ensolarado, mães e pais com suas crianças, adolescentes, homens e mulheres de
todas as idades desciam a vários pontos de distância de seu destino final e caminhavam
rumo à concentração para, como todos os 24 de março, homenagear os
desaparecidos pela última ditadura argentina e pedir justiça.
Ao longo da Avenida 9 de julho, onde os movimentos
sociais se concentravam antes de marchar pela centenária Avenida de Maio,
ouvia-se muita percussão, canções de protesto como só os argentinos sabem
fazer, inspiradas no rock nacional como as que cantam nos estádios, fumaça,
palavras de ordem que saiam de megafones ou à força da garganta.
A visita de Obama não passou despercebida. Entre
cartazes e pichações que exigem a continuidade dos julgamentos aos responsáveis
- civis e militares - pelo terrorismo de Estado da última ditadura, muitos
lembravam a cooperação e cumplicidade dos EUA com o regime.
Já na Praça de Maio, diante de uma multidão, Avós e
Mães da Praça de Maio - Linha Fundadora, H.I.J.O.S. Capital e Familiares de
Detidos e Desaparecidos por Razoes Políticas - organismos que costumam fazer
uma análise de conjuntura política todos os anos no aniversário do golpe -
leram seu comunicado.
Sem rodeios, apontaram diretamente ao presidente
Mauricio Macri. “Nesses primeiros 100 dias de governo, nossa democracia
retrocedeu muito: com decretos de suposta necessidade e urgência violentaram
leis e instituições, como a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual e o
Congresso Nacional, quando tentou impor juízes à Corte Suprema. A necessidade e
a urgência que os apressavam eram as de desarmar um país integrado à Pátria
Grande e com um Estado voltado para o povo”, diziam os organismos em um trecho
do documento.
Em meio à visita de Barack Obama em tão pouco oportuna
data, os organismos também lembraram os vínculos dos EUA com o golpe de 40 anos
atrás. “A ditadura de 1976 foi civil-militar. Os grupos econômicos, os governos
dos EUA, a cúpula da Igreja e a corporação judicial foram a parte civil do
golpe de Estado mais assassino da nossa história, em que as Forças Armadas
utilizaram alguns dos métodos de tortura mais macabros do mundo”, apontou o
documento, que também exigia o cumprimento da promessa do presidente estadunidense
em desclassificar arquivos de seu país relacionados ao período ditatorial na
Argentina. (Matéria completa em Opera
Mundi)
• Papa vai desclassificar arquivos sobre a ditadura na
Argentina. O porta-voz
do Vaticano, Federico Lombardi, confirmou que o Papa Francisco manifestou a
intenção de abrir e permitir consultas aos arquivos do vaticano relativos ao
período da ditadura na Argentina (1976-1983). Segundo ele, “o trabalho está
sendo conduzido de maneira regular e a previsão é de que posse ser completado
nos próximos meses”.
Segundo informe da ONG 24marzo.it, o Papa reuniu-se na
quarta-feira (23) com Marie-Noelle Erize Tisseau, irmã de Marie-Anne, militante
que desapareceu em outubro de 1976; com Víctor Carvajal, irmão do dirigente
comunista Alberto Carvajal, assassinado em 18 de agosto de 1977; com Genevieve
Jeanningros, uma sobrinha da monja francesa Leonie Duquet que desapareceu em 10
de dezembro de 1976, em Buenos Aires.
• Macri e Obama.
Barack Obama e Mauricio Macri protagonizam na quarta-feira (23) um encontro
bilateral que não acontece há 20 anos na Argentina. Desde que, em 1997, Bill
Clinton (1993-2001) visitou Carlos Menem (1989-1999), nenhum presidente dos EUA
voltou ao país sul-americano em caráter de visita de chefe de Estado. O
encontro marcou em definitivo a opção do novo governo argentino pelas políticas
neoliberais e serviu também para a nova tática estadunidense de reduzir a
influência da China na América Latina.
Entre os acordos assinados no encontro está a proposta
de ampliar o intercâmbio de bolsas de estudos para capacitar docentes
argentinos nos EUA e aprofundar a troca de tecnologia, com o objetivo de
“impulsionar a sociedade de conhecimento”. E foi aprovado o aumento do comércio
entre os dois países através de investimentos de empresas estadunidenses na
Argentina.
Obama aproveitou o encontro para parabenizar o
presidente argentino pela negociação com os fundos abutres, o que significou um
endividamento superior a 12 bilhões de dólares para o país.
• Ministro do Trabalho britânico se demite por
discordar de medidas de cortes. Iain Duncan Smith, ministro do Trabalho britânico,
pediu demissão do cargo ao saber que o governo do Partido Conservador, atualmente
no poder, encaminhou uma nova Lei reduzindo as pensões recebidas por
deficientes físicos no país.
Ele apresentou sua renúncia na sexta-feira (25) dizendo
que “Sou incapaz de observar de forma pacífica como certas medidas são tomadas
para cumprir objetivos fiscais que, na minha opinião, atendem apenas a
finalidades políticas”.
Na quarta-feira (23) o governo havia anunciado um corte de 4,4 bilhões de
euros (cerca de 6,3 bilhões de dólares) para os próximos quatro anos do fundo
de ajuda a pessoas deficientes. A medida vai atingir cerca de 640.000
britânicos, entre 16 e 64 anos.
• Israel vai ocupar mais terras palestinas. Em declarações feitas na segunda-feira (21) à agência palestina de
notícias Maan, Ghassan Douglas, o
especialista que acompanha as ocupações israelenses em território palestino,
anunciou que autoridades de Israel já comunicaram o início de novo assentamento
na cidade de Nablus, na Cisjordânia. Oficialmente, o governo de Tel Aviv
pretende confiscar mais 120 hectares de terra!
No início do mês o governo de Israel já havia tomado mais uma parte da
Palestina ao declarar como “terra estatal” 234 hectares em uma zona próxima de
Ariha (Jericó), no Vale do Jordão.
No mapa abaixo pode ser visto o avanço de Israel sobre terras palestinas,
desde 1947.
Nota: no próximo número do
Informativo voltaremos ao tema “Nova Ordem Mundial”
Nenhum comentário:
Postar um comentário