quinta-feira, 10 de março de 2016

Por que a Lava Jato vai até 2018?

Chico Vigilante
CHICO VIGILANTE
Deputado distrital e presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Legislativa do DF

Por que a Lava Jato vai até 2018?

Instituto Lula/Ricardo Stuckert: <div>Luiz INácio Lula da Silva</div>
A oposição já mostrou mil vezes o que pretende: derrubar Dilma, criminalizar Lula, e acabar com qualquer chance do PT nas próximas eleições. Isso está claro.
A cada dia, no entanto, mais uma máscara cai e os aliados em torno desta estratégia parecem não ter nenhum receio de entrar para a história como  traidores do Brasil e da  Constituição deste país.
Uma prova disso é a declaração de procuradores da Operação Lava Jato, publicada recentemente na Folha de São Paulo, afirmando que a  força tarefa vai estender seus trabalhos por três anos, ou seja até 2018.
Não parece uma coincidência inexplicável ? Por que três anos e não cinco?, e não um ? e não seis? Ai está. Estão todos unidos em trabalhar até descobrir algo contra Lula– como desesperadamente estão tentando por meio de pressões e chantagens para que presos pela Lava Jato aceitem fazer acordos de delações premiadas.
Mesmo que prometam dizer algo de interesse da cúpula da Lava Jato antes do acordo e no depoimento formal digam outra coisa, como aconteceu com Nestor Cerveró. Disse que daria dados sobre o envolvimento de Lula e Dilma e depois na delação formal não falou nada de concreto a respeito.
A pergunta óbvia a seguir aqui é: qual seria o sentido disso? O sentido é que quando alguém promete que vai falar  algo de interesse dentro desta tática golpista numa delação premiada, essa declaração pode e é  usada para vazamentos seletivos que se transformam em manchetes de jornais e revistas, se concretizando ou não na prática, expressando ou não verdades.
Na reportagem do jornal paulista os procuradores foram explícitos sobre a tática usada pela Lava Jato daqui pra frente: vão focar nos partidos, e, nas eleições municipais de 2016 as agremiações serão alvo da operação para o ressarcimento de valores supostamente recebidos ilegalmente.
Se a tendência atual se mantém, que é prender preferencialmente petistas para enlamear o partido da presidenta Dilma e do ex-presidente Lula, os pedidos de ressarcimento serão feitos somente ao PT a fim de inviabilizar o partido.
A tentativa de criminalizar a qualquer custo Dilma e Lula é uma ação pseudo jurídica, claramente política e vergonhosamente em ação por Moro e sua equipe.
As denúncias se multiplicam a respeito. O advogado Roberto Podval acusou esta semana o delegado da PF, Marlon Oliveira Cajado, da Operação Zelotes, de chantagear seu cliente, o lobista Mauro Marcondes, para que fizesse acordo de delação premiada que possivelmente prejudicaria o ex-presidente Lula.
A concretização do acordo evitaria a transferência de sua mulher e sócia, a empresária Cristina Mautoni, da prisão domiciliar  para o regime fechado. O acordo não foi fechado e a decretação da prisão de Cristina foi feita dia 15/01, última sexta-feira. O acordo não foi feito e a promessa  de prisão em regime fechado foi cumprida.
Outros advogados de defesa de indiciados na Lava Jato relataram que é recorrente durante os depoimentos insistentes indagações dos delegados da operação a respeito do ex-presidente Lula. Isso indica que existe um direcionamento político na busca do envolvimento de Lula.
A Operação Lava Jato  está repleta de ações características de um Estado de exceção, e não vão titubear em continuar tentando criminalizar um ex-presidente da República com base em delações de bandidos que passaram anos roubando o patrimônio público e mudam suas versões ao sabor  de suas necessidades.

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