23/05/2016 - Copyleft
The Guardian, publicada no Opera MundiGoverno Temer não perde tempo para apagar influência do PT
Segundo o jornal The Guardian, o governo interino já começou a retroceder em muitas das políticas sociais colocadas em prática pelo PT.
Numa reportagem publicada na passada sexta-feira, o jornal britânico avança que na sua primeira semana, o governo interino de Michel Temer já começou a retroceder em muitas das políticas sociais colocadas em prática pelos governos do Partido dos Trabalhadores, numa clara tentativa que visa “apagar” a influência deixada pelas mesmas.
De acordo com a reportagem, estão a ser tomadas decisões para “suavizar” a definição de trabalho escravo, reverter a demarcação de terras indígenas, cortar investimentos do Programa “Minha Casa, Minha Vida”, bem como para privatizar aeroportos, correios entre outros serviços.
De acordo com a reportagem, estão a ser tomadas decisões para “suavizar” a definição de trabalho escravo, reverter a demarcação de terras indígenas, cortar investimentos do Programa “Minha Casa, Minha Vida”, bem como para privatizar aeroportos, correios entre outros serviços.
Austeridade abre caminho a políticas neoliberais
As medidas de austeridade, justificadas como necessárias pelo novo governo para recuperar a economia, são vistas pelos seus críticos como “um movimento em direcção a uma política neoliberal da velha elite que depôs a presidente Dilma Rousseff”.
Segundo o professor Renato Boschi, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, “nem mesmo Mauricio Macri, presidente da Argentina é tão de direita quanto o governo de Temer”.
De acordo com o jornal, apesar de Temer afirmar não ter interesse nas eleições de 2018, “ele está impedido de concorrer devido a violações em processos eleitorais anteriores – mas é tão pouco apreciado que não teria uma chance de vencer nem que quisesse”.
A reportagem refere também que, embora sejam necessárias mudanças para combater a recessão, os ajustes deverão “piorar as condições dos trabalhadores mais vulneráveis, principalmente no ramo da agricultura e processamento de alimentos”.
O Guardian escreve ainda que o novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, “um magnata da soja que é um dos homens mais ricos do Brasil”, já propôs uma legislação que exclui as condições degradantes de trabalho e jornada exaustiva como elementos definidores de trabalho análogo à escravidão. Além disso, ele faz parte do lobby de ruralistas que atua para mudar a política de demarcação de terras.
O jornal britânico lembra ainda que, antes de ser afastada, Dilma assinou um decreto destinando 56 mil hectares para a reforma agrária e territórios quilombolas, mas que os assessores de Temer sinalizaram que os decretos podem ser revogados. Segundo a reportagem, muitos ambientalistas estavam insatisfeitos com o governo de Dilma, mas temem que a situação possa piorar com o novo governo.
Em relação ao novo Ministério das Relações Exteriores, o Guardian diz que as alianças com governos de esquerda como Venezuela, Bolívia e Equador deverão ser “coisa do passado”. O novo ministro, José Serra, afirmou no seu discurso de posse, que a diplomacia agora deverá refletir os interesses da economia e não “preferências ideológicas de um partido político e seus aliados estrangeiros”.
As medidas de austeridade, justificadas como necessárias pelo novo governo para recuperar a economia, são vistas pelos seus críticos como “um movimento em direcção a uma política neoliberal da velha elite que depôs a presidente Dilma Rousseff”.
Segundo o professor Renato Boschi, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, “nem mesmo Mauricio Macri, presidente da Argentina é tão de direita quanto o governo de Temer”.
De acordo com o jornal, apesar de Temer afirmar não ter interesse nas eleições de 2018, “ele está impedido de concorrer devido a violações em processos eleitorais anteriores – mas é tão pouco apreciado que não teria uma chance de vencer nem que quisesse”.
A reportagem refere também que, embora sejam necessárias mudanças para combater a recessão, os ajustes deverão “piorar as condições dos trabalhadores mais vulneráveis, principalmente no ramo da agricultura e processamento de alimentos”.
O Guardian escreve ainda que o novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, “um magnata da soja que é um dos homens mais ricos do Brasil”, já propôs uma legislação que exclui as condições degradantes de trabalho e jornada exaustiva como elementos definidores de trabalho análogo à escravidão. Além disso, ele faz parte do lobby de ruralistas que atua para mudar a política de demarcação de terras.
O jornal britânico lembra ainda que, antes de ser afastada, Dilma assinou um decreto destinando 56 mil hectares para a reforma agrária e territórios quilombolas, mas que os assessores de Temer sinalizaram que os decretos podem ser revogados. Segundo a reportagem, muitos ambientalistas estavam insatisfeitos com o governo de Dilma, mas temem que a situação possa piorar com o novo governo.
Em relação ao novo Ministério das Relações Exteriores, o Guardian diz que as alianças com governos de esquerda como Venezuela, Bolívia e Equador deverão ser “coisa do passado”. O novo ministro, José Serra, afirmou no seu discurso de posse, que a diplomacia agora deverá refletir os interesses da economia e não “preferências ideológicas de um partido político e seus aliados estrangeiros”.
Cortes drásticos nas políticas sociais
Mais “controvérsias”, segundo o jornal britânico, deverão passar pelas reduções de gastos sociais, tendo em conta a declaração do novo ministro da Saúde, Ricardo Barros, de que “o governo não tem condições de arcar com o Sistema Único de Saúde (SUS)".
Por seu turno, no seu discurso inaugural, Temer prometeu manter os programas de bem-estar social e tem dito que os cortes não afetarão os pobres, mas seus ministros sugerem que "esse pode não ser o caso”, escreve ainda o Guardian.
Reportagem do jornal The Guardian publicada no Opera Mundi em 20 de maio de 2016.
Mais “controvérsias”, segundo o jornal britânico, deverão passar pelas reduções de gastos sociais, tendo em conta a declaração do novo ministro da Saúde, Ricardo Barros, de que “o governo não tem condições de arcar com o Sistema Único de Saúde (SUS)".
Por seu turno, no seu discurso inaugural, Temer prometeu manter os programas de bem-estar social e tem dito que os cortes não afetarão os pobres, mas seus ministros sugerem que "esse pode não ser o caso”, escreve ainda o Guardian.
Reportagem do jornal The Guardian publicada no Opera Mundi em 20 de maio de 2016.
Créditos da foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Fonte: Carta Maior
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