Parlamentares
britânicos condenam impeachment
Imagens da presidente afastada Dilma
Rousseff foram estampadas nos sites dos principais jornais mundiais nesta
segunda-feira (29) devido ao seu pronunciamento no Senado contra o processo de
impeachment. A mídia internacional destacou a acusação da petista de que há um
"golpe" em curso no Brasil. As informações são da Agência Ansa.
De maneira mais ousada, o jornal
britânico The Guardian publicou uma carta aberta "condenando a suspensão
da presidente Dilma Rousseff". "É completamente errado que alguns
poucos parlamentares se coloquem sobre a vontade política expressa nas urnas
por 54 milhões de brasileiros", diz a carta, cujo título é "Suspensão
de Dilma Rousseff é um insulto à democracia no Brasil".
"O novo governo mostrou suas
verdadeiras facetas ao criar um gabinete sem representatividade, somente com
homens, lançando políticas neoliberais que ferem milhões de trabalhadores e
pessoas de baixa renda. O governo interino não tem mandato para implementar
estas políticas", critica o texto. A carta é assinada por mais de 15
parlamentares trabalhistas britânicos, como Richard Burgon, Ruth Cadbury, Lord
Martin John O'Neill e Andrew Gwynne.
"Nós estamos ao lado dos movimentos
sociais e grupos civis da sociedade para condenar esse atentado contra a
democracia no Brasil", finalizou o documento.
"Rousseff diz que está ocorrendo um
golpe de Estado no Brasil", publicou o espanhol El Pais, na mesma linha
adotada pelo francês Le Monde e pelo argentino Clarín.
O jornal norte-americano The New York
Times deu ênfase à promessa de Dilma de que "não será calada pelo processo
de impeachment". A emissora latino-americana Telesur publicou que Dilma
assegurou, durante todo seu pronunciamento, que não violou a Constituição nem
cometeu crimes de responsabilidade em seu governo.
"Jamais atentaria contra o que
acredito ou praticaria algum ato que seja contrário aos interesses dos que me
elegeram", disse Dilma, citada pela rede de TV.
Desde que foi afastada da Presidência
para responder ao processo de impeachment, Dilma acusa a oposição de orquestrar
um golpe de Estado e tenta denunciar o "golpe" no exterior. Ela
chegou até a mencionar isso, sutilmente, em seu discurso na Assembleia Geral
das Nações Unidas, em abril.
Fonte:
Agência Brasil
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