Por Marcio Castilho, palestrante do 22º Curso Anual do NPC
[Facebook – 14.09.16] Acompanhando essa repercussão da Globo em torno do espetáculo de clichês e frases feitas, com o power point de bolinhas do MPF sobre o Lula, lembrei de um diálogo do filme “O monstro na primeira página” (Sbatti il mostro in prima pagina, 1972), de Marco Bellochio. A obra mostra como um jornal de direita “Il Gionarle”, um dos mais influentes da Itália, manipula a opinião pública para atribuir o assassinato de uma menina rica na periferia de Milão a um jovem militante de esquerda. No diálogo, o editor-chefe inescrupuloso fala para um jovem repórter que questiona a postura antiética do chefe:
“Você vê o jornalista como um observador imparcial?
E eu lhe digo que esses observadores imparciais me dão pena.
Temos que ser protagonistas e não observadores. Estamos em guerra!”
As primeiras páginas do Il Gionarle não buscavam a solução do crime, mas uma cortina de fumaça para favorecer os candidatos da direita fascista nas eleições que se aproximavam. Precisavam de um “monstro”. Ele (“o monstro”) também estará presente, nesta quinta, nas capas dos principais jornais brasileiros.
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