domingo, 18 de setembro de 2016

Durante cúpula, Venezuela assume Presidência do Movimento de Países Não Alinhados


Durante cúpula, Venezuela assume Presidência do Movimento de Países Não Alinhados


Organização com 120 países, MNOAL realiza encontro em Isla Margarita, no Caribe venezuelano; em plenária, líderes repudiam destituição de Dilma Rousseff
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assumiu neste sábado (17/09) a Presidência temporária do Movimento de Países Não Alinhados (MNOAL), que realiza sua XVII Cúpula em Isla Margarita, no Caribe venezuelano.
O encontro começou na terça-feira (13/09) entre representantes e chanceleres de 120 países. Neste sábado iniciou-se a Plenária de Alto Nível, com a presença de chefes de Estado e governo como Raúl Castro (Cuba), Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia) e Hasan Rouhani (Irã), que passou a Presidência do MNOAL a Maduro. A Venezuela deve liderar a organização até 2019 e se torna o terceiro país latino-americano a presidir a liga, após Cuba e Colômbia.
“Esta cúpula acontece em um momento em que a paz em todas as suas dimensões no mundo inteiro está sob ameaça”, declarou Rouhani. “Nós, como conjunto que formamos dois terços dos membros da ONU, somos parte indispensável das soluções dos desafios do mundo”, como o terrorismo internacional, citou o presidente iraniano.
Agência Efe

Hasan Rouhani, presidente do Irã, e Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, na abertura da Cúpula do MNOAL
O presidente cubano, Raúl Castro, expressou seu apoio a Maduro e condenou os “recentes ataques” à soberania venezuelana. Sobre o Brasil, Raúl afirmou que Cuba “rechaça energicamente o golpe de Estado parlamentar judicial contra a presidenta Dilma, o qual constitui um ato de desacato à vontade soberana do povo”.
Rafael Correa, presidente do Equador, rechaçou a “ingerência e desestabilização externa” em países democráticos e também manifestou apoio ao governo venezuelano e se solidarizou com Dilma Rousseff por sua destituição

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“Nossa América enfrenta hoje uma forte arremetida contra sua soberania. Os poderes fáticos utilizam métodos como bombardeio midiático, golpes de Estado parlamentares, acosso econômico, difamação de líderes democraticamente eleitos e outros mecanismos para tentar recuperar os espaços que perderam”, disse Correa.
Mahmoud Abbas, presidente da Palestina, agradeceu a anfitriã Venezuela e os demais países do MNOAL pelo reconhecimento da Palestina como Estado soberano. “Exortamos para que sigam nos apoiando nas instituições internacionais para que os países que ainda não reconheceram o Estado palestino o façam, com a esperança de que tenhamos a liberdade desejada”, declarou Abbas.
Nicolás Maduro, presidente venezuelano, reforçou seu apoio à Palestina que, segundo ele, sofre um "massacre" por parte de Israel, e rejeitou o bloqueio econômico dos Estados Unidos a Cuba.
Além disso, Maduro propôs a criação um banco para os países do sul, um fundo de financiamento para o desenvolvimento dos países Não Alinhados, um projeto de segurança e soberania alimentar e uma Secretaria do Sul "como mecanismo de coordenação com o G77 e a China".
Segundo a chancelaria venezuelana, um documento de 907 parágrafos sobre a cooperação entre os países do MNOAL elaborado pelos chanceleres dos Estados-membros será discutido pelos chefes de Estado entre hoje e amanhã.
O MNOAL foi fundado em 1961 e reúne 120 nações de África, Ásia, América Latina e Europa Oriental. Pelo menos sete presidentes, sete primeiros-ministros, seis vice-presidentes e dezenas de chanceleres dos países-membros do MNOAL foram à ilha venezuelana para participar do encontro.

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