sábado, 10 de setembro de 2016

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares

20% 




O projeto liberal, o Brasil e a América Latina (I).
(Ernesto Germano Parés)
Hoje, dia 11 de setembro, certamente nossa mídia estará – mais uma vez – bajulando os patrões do Norte e fazendo matérias especiais sobre as Torres Gêmeas e o “sofrimento” do povo estadunidense. Claro que com novos apelos sentimentais, mas nunca mostrando a contestação feita por engenheiros e técnicos que afirmam que a queda não se deu pelo choque dos aviões. Mas isso é outra história.
Aqui nos cabe fazer uma análise dos recentes acontecimentos no Brasil, tentar aprofundar um debate sobre o golpe que foi aplicado e que já mostra seus efeitos com os recentes anúncios das reformas que serão feitas pelo governo marionete, todas atendendo aos mais “puros” desejos liberais e contra os trabalhadores.
Mas, como dizíamos, 11 de setembro é uma data a ser por nós lembrada. Em 1973, no Chile, um governo eleito pelo povo e que implementava uma política de afastamento do poder de Washington e buscava um projeto político/econômico independente foi derrubado pela força, em um dos golpes mais violentos na América Latina. E devemos lembrar que, no mesmo ano, já havia acontecido outro golpe. Em junho, o governo democrático do Uruguai, liderado pela Frente Ampla, cai diante de um golpe militar. Em setembro uma ação militar cerca o presidente Salvador Allende no Palácio de Governo e o leva ao suicídio.
Para quem já esqueceu, o golpe no Chile abriu as portas para o “laboratório neoliberal” em nossa região. Foi o primeiro país a aplicar os conceitos de Hayek, Mises, Friedman e outros! Anos mais tarde, depois de muito sacrifício do povo chileno, o modelo foi aplicado na Europa (Margaret Thatcher, na Inglaterra, e Helmut Kohl, na Alemanha) e nos EUA (Ronald Reagan), mas sem necessidade de golpes sangrentos como os que por aqui aconteceram.
No Brasil, é preciso lembrar que o golpe de Estado de 1964 não foi uma tarefa e uma vontade unicamente dos militares, por mais que tenham assumido um papel determinante. Mas foi concebido e arquitetado, principalmente, por liberais. Para entender isso basta ver o papel que tiveram organizações mantidas por empresários no país (IBAD e IPES). As organizações de trabalhadores e os sindicatos foram fechados ou se transformaram em “clubes de amigos” com festas, sorteios de brindes, etc., enquanto as reivindicações dos trabalhadores eram jogadas na lata do lixo e “negociadas” covardemente com os patrões.
Não há limites para as ações liberais e para as iniciativas que nascem nas salas da Casa Branca. Golpes violentos ou golpes “brandos”, com uma capa de legalidade ou “na marra”, os golpes são uma constante em nossa região e sempre uma alternativa para o grande capital. Não é preciso muita coisa para que um golpe aconteça em nossa região. Basta que as oligarquias se sintam prejudicadas por governos progressistas ou populares, ainda que eleitos pelo voto popular, e já começam a traçar sua queda. Basta que governos locais se comprometam com direitos dos trabalhadores, com reformas sociais ou com a nacionalização das riquezas locais e um novo golpe já será planejado, programado e executado, sempre com o discurso de “defesa da democracia, da liberdade do povo e da manutenção do Estado de Direito”. O mesmo e velho discurso que é usado para justificá-los.
Em outubro de 1861, antes da fundação da I Internacional dos Trabalhadores e quando a sua situação econômica era das mais apertadas, Marx passou a ser correspondente do jornal estadunidense New York Daily Tribune. Naquela ocasião teve oportunidade de acompanhar de perto o desenrolar da guerra civil nos EUA (1861 a 1865) e escreveu muitos artigos sobre o que estava em jogo naquele país. Inclusive em alguns textos iniciais da I Internacional Marx volta ao assunto para mostrar a disputa entre dois modelos econômicos distintos, ambos no terreno do capitalismo e ressaltou que aquela guerra era já uma “guerra de classes”.
Entre suas conclusões, ele dizia que a luta de um setor do capital estadunidense para abolir a escravidão e criar “trabalhadores assalariados”, muito mais úteis ao sistema, era também uma luta que iria transferir o escravismo para fora do território dos EUA, mas exatamente para a América Latina. E temos visto isto, ainda hoje, quando a sociedade na América Latina continua dividida entre pequenos núcleos muito ricos e uma imensa população de pobres. No caso brasileiro isso fica claro com o preconceito do “Sul”, branco e rico, contra o Norte e Nordeste, sempre discriminados e tidos como “berço de analfabetos, preguiçosos e ladrões”!
Exemplos como esse, no caso do Brasil, vamos encontrar em praticamente todos os países em Nossa América. Os grandes centros ricos, de população majoritariamente branca e liberal, sempre em luta contra a imensa população dos países da região, em geral indígenas, mestiços, negros, etc.
E, é claro, são essas regiões brancas, liberais e ricas que dominam a opinião pública contando com a ajuda sempre inestimável da imprensa.
Em meados do Século XIX, Honoré de Balzac escreveu duas obras sobre a imprensa de seu tempo, depois reunidas em um único volume intitulado “Os jornalistas”. Em certo trecho, no início do livro, escreve Balzac: “A Imprensa não é tão livre quanto o público imagina, na França e no estrangeiro, segundo essa expressão ‘liberdade de imprensa’. Há fatos impossíveis de serem contados, e cautelas necessárias com os fatos de que falamos. Assim, o jesuitismo tão estigmatizado com Pascal era menos hipócrita que o da Imprensa. Para sua vergonha, a Imprensa só é livre face aos fracos e às pessoas isoladas”. Balzac afirma que “Para o jornalista, tudo que é provável é verdadeiro”. E temos visto isto com muita frequência no noticiário que cercou o golpe de agosto, no Brasil. (1)
Mas, como dizíamos acima, a América Latina havia passado por uma virada no final do século XX e início do atual. Algumas nações despertam para programas nacionalistas, com visão social e progressista, rompendo com o neoliberalismo aqui implantado a partir da década de 1990.
E tudo começou em 1998, na Venezuela, com a vitória de Hugo Chávez em uma disputada eleição contra a direita libera. Ele alcançou 56% dos votos em uma disputa contra o chamado Pacto de Punto Fijo, um acordo entre os três maiores partidos venezuelanos que manteve o poder nas mãos dos mais ricos durante 40 anos! Sua campanha foi centrada em um discurso de combate à pobreza e restauração das riquezas naturais do país.
Em 2002, no Brasil, a vitória de Lula da Silva colocava um ponto final na política entreguista e neoliberal que havia dominado o país desde o final do regime militar. E o mesmo aconteceu na Argentina, pouco depois, com a vitória de Néstor Kirchner. Daí para a frente, como já comentamos muitas vezes, a América Latina passou por muitas mudanças com governos progressistas: Bolívia, Equador, Honduras, Nicarágua e outros. E, como seria de se esperar, isso provocou uma reação imediata dos EUA impondo sanções econômicas na região e insuflando golpes comandados pela direita mais atrasada.
Vamos refrescar a memória?
1 - Em abril de 2002, com o apoio de um setor dos militares venezuelanos, é dado um golpe de Estado no país e o presidente eleito, Hugo Chávez, é deposto. Em cadeia nacional, o General Lucas Rincón anunciou que havia solicitado a renúncia do Presidente e que ele havia aceitado, mas a verdade é que Chávez estava prisioneiro.
O empresário Pedro Carmona se proclama “presidente da República”, acompanhado por políticos da extrema direita do país e por representantes da Igreja Católica local. Mas uma grande mobilização popular tira Chávez da prisão e o reconduz ao Governo, 48 horas depois do golpe.
Dois anos depois, em um encontro da OEA, foram apresentadas as provas irrefutáveis da presença estadunidense no golpe. Vale ressaltar que os golpistas Pedro Carmona e general Efraín Vázquez (que comandou as tropas) estão hoje vivendo confortavelmente nos EUA como “exilados políticos”;
2 – Em fevereiro de 2004, ao velho molde dos golpes militares, o presidente eleito do Haiti, Jean-Bertrand Aristide, foi sequestrado por um comando das Forças Especiais estadunidenses, com o apoio do governo francês. A imprensa amestrada correu para noticiar dizendo que Aristides havia renunciado voluntariamente.
Mas a farsa foi desmentida com várias matérias mostrando o presidente eleito sendo retirado do palácio sob a mira de fuzis M-16 e conduzido a um avião branco, sem qualquer identificação, para ser levado a Bangui, capital da República Centro Africana.
Imediatamente, a administração de George W. Bush enviou tropas para “pacificar” o Haiti!
3 – Para quem esqueceu, em setembro de 2008 houve uma tentativa de golpe na Bolívia. Em uma ação toda coordenada pelos EUA, acontece o massacre de trabalhadores no departamento de Pando, uma tática que depois foi repetida no Paraguai. No caso da Bolívia, o golpe foi frustrado porque houve uma grande mobilização popular e uma imediata reação do Governo de Evo Morales autorizando a detenção do prefeito Leopoldo Fernández, amigo pessoal do então embaixador estadunidense no país, Philip Goldberg.
A Bolívia já foi alvo de várias tentativas de golpes comandados e articulados pela embaixada dos EUA e, agora mesmo, está sofrendo com as ações das cooperativas mineiras (ver Informativo anterior).
4 – Junho de 2004, o golpe contra Manuel Zelaya, em Honduras. Militares comandados pela embaixada dos EUA no país conseguem depor o presidente eleito e o conduzem para a Costa Rica, país onde “manda quem pode e obedece quem tem juízo”.
Um típico golpe já muito comum em Nossa América, do tipo “padrão” idealizado por Washington. O chefe do Estado Maior Conjunto de Honduras, Romeo Vásquez, Romeo Vásquez e o Chefe da Força Aérea, General Luis Prince Suazo, ambos formados pela “famosa” Escola das Américas (leia-se CIA) dirigem o golpe contra Zelaya com uma farsa. Diziam que o presidente eleito estava arquitetando um golpe para aprovar uma nova Constituição quando, de fato, ele apenas pretendia fazer um plebiscito para saber se o povo desejava uma reforma constitucional que não aconteceria no seu governo, mas no de um próximo presidente eleito.
Curiosamente, o governo dos EUA reconheceu que a sua base militar no país, Soto Cano, foi utilizada.
5 – Em setembro de 2010 acontece a tentativa de golpe no Equador. Orquestrados pela embaixada dos EUA no país, um grupo de policiais e alguns setores dos militares levantam-se contra o presidente eleito, Rafael Correa, e tentam cercar o palácio de Governo. Mas não contavam com a coragem e a determinação do presidente que, imediatamente, dirige-se ao local de concentração dos “revoltosos” e encara os principais líderes do movimento.
Rafael Correa ficou “sequestrado” pelos golpistas por algumas horas e foi levado para um hospital sob controle das forças “policiais” em revolta, mas foi resgatado por tropas fiéis do exército e jogou por terra a farsa do golpe em andamento depois de um longo tiroteio entre os golpistas e as tropas leais ao presidente eleito.
6 – Em junho de 2012 vai acontecer o golpe mais marcante em nossa região, quando o Senado paraguaio aprova a destituição do presidente eleito, Fernando Lugo, sob o argumento de que seria responsável pelos enfrentamentos entre camponeses e policiais, ocorrido na localidade de Curuguaty, com um saldo de 17 mortos.
Hoje sabemos, depois de vários inquéritos e investigações, que os acontecimentos de Curuguaty foram mais uma farsa montada para culpar Lugo. Os verdadeiros responsáveis pelo massacre dos camponeses estão agora no poder e o Paraguai se alinha na política neoliberal contra os governos progressistas da região.
Voltaremos ao assunto no próximo Informativo.
(1) Karl Marx foi um grande admirador da obra de Honoré de Balzac e estava em seus projetos escrever um tratado sobre o livro “A comédia humana”, do autor francês.
A violência da repressão está de volta. Domingo, dia 04 de setembro, mais uma demonstração de até onde pode ir o governo golpista e como a repressão está se tornando irrefreável e sem qualquer controle dos poderes constituídos.
O absurdo ficou por conta da detenção de oito adolescentes, cinco meninos e três meninas, horas antes da manifestação por eleições diretas e contra o governo de Michel Temer, na Avenida Paulista, São Paulo.
A prisão dos jovens foi considerada uma “aberração jurídica” pelo advogado e membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves. “A apreensão deles por ato infracional sem violência foi uma verdadeira aberração jurídica. Isso só pode ocorrer em caso de crime com violência, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, explicou.
Ainda segundo o advogado, os pais dos jovens deviam ter sido chamados à delegacia, de onde deveriam ser encaminhados para suas casas. Mas, ao contrário, os adolescentes foram mantidos sem comunicação com os pais, e depois encaminhados para unidades da Fundação Casa.
A Polícia Militar alega que os adolescentes tinham “intenção de promover atos de vandalismo e violência”. Entenderam? Agora, no Brasil de Temer, qualquer um pode ser preso porque tem alguma “intenção”. Não precisa ter agido ou feito alguma coisa. Se a polícia achar que você tem “a intenção” já é razão para uma prisão, mesmo que atropelando a Lei.
Isso incomoda muito! Rússia e Bolívia assinaram, nesta semana, um novo acordo de cooperação militar que prepara o terreno para uma colaboração bilateral definitiva neste terreno.
O acordo foi assinado dentro de um fórum internacional de material bélico, o Army 2016, que teve início na terça-feira (06), em Moscou, e termina hoje.
O ministro da Defesa russo, Serguéi Shoigú, comentou que espera que esta iniciativa seja uma boa garantia das perspectivas sobre a cooperação militar e destacou que a assinatura do documento pode fomentar “uma futura cooperação técnico-militar”.
Por sua parte, o ministro boliviano, Reymi Ferreira, destacou a qualidade das armas russas e a importância de tal relação para seu país. Ele falou da tradição russa em armamentos e em tecnologia militar e disse que a Bolívia está preparando o envio de jovens militares para capacitação em institutos e academias militares na Rússia. E certamente esta notícia não foi recebida sem muita inquietação em Washington.
Venezuela inicia a exploração de grande jazida mineral. A região conhecida como o “Arco Mineiro” tem 111.800 quilômetros quadros, localizado ao sul do país, e guarda uma das maiores riquezas minerais da América do Sul, rica em ouro, diamantes, ferro, bauxita e outros minerais, além do valiosíssimo coltán que no Brasil é conhecido como uma mistura de dois minerais, columbite e tantalite, de extrema importância para a fabricação de componentes eletrônicos.
O ministro para o Desenvolvimento Mineiro, Roberto Mirabal, informou que já teve início a etapa de exploração da região conhecida como “Arco Mineiro do Orinoco” e enfatizou que o processo segue as mais rígidas regras científicas, ajustadas para fazer o levantamento da área sem danos ao meio ambiente.
O governo da Venezuela já firmou acordos de exploração da região com empresas de Angola, Namíbia e China.
Equador começa a explorar seu maior campo petrolífero. O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, anunciou nesta semana a incorporação do chamado Bloco 43 que agregará 300 mil barris diários de petróleo às reservas do país até 2022. A empresa estatal equatoriana, a Petroamazonas, opera em todo o país e prevê que o bloco alcance seu ponto máximo de produção em seis anos.
O Bloco 43 está formado pelos campos de Ishpingo, Tambococha y Tiputini (ITT) e suas reservas já provadas alcançam 1 bilhão e 657 milhões de barris de petróleo, segundo a empresa especializada Ruder Scott, dos EUA. O petróleo é o principal produto de exportação do Equador e base importante do orçamento público.
Chile realiza “jornadas” para recordar o golpe de Estado. Desde sexta-feira (09), no Chile, estão sendo realizadas jornadas populares para lembrar o golpe de Estado que derrubou o presidente Salvador Allende, em 1973.
Entidades populares e sindicais recordam que o golpe que levou à ditadura do general Augusto Pinochet deixou uma marca de 3.200 pessoas assassinadas, 1.250 presos políticos desaparecidos e mais de 33 mil cidadãos presos e torturados.
Na sexta-feira, a presidenta da República, Michelle Bachelet, inaugurou uma exposição fotográfica com o nome de “Sítios da Memória”, com imagens do passado traumático no Chile. Foi realizado um grande ato cívico na Praça da Constituição, diante o Palácio de La Moneda, o mesmo que foi bombardeado pela Força Aérea chilena para depor o então presidente Salvador Allende.
Argentina: segue a condenação de torturadores e assassinos. A Justiça argentina condenou na quinta-feira (08) Omar Rubens Graffigna, ex-chefe de Estado Maior General da Força Aérea, a 25 anos de prisão pelo sequestro em 1978 de José Pérez Rojo e Patricia Roisinblit, filha de Rosa Roisinblit, vice-presidente das Avós da Praça de Maio.
Além de Graffigna, hoje com 90 anos, também foi considerado culpado e condenado à prisão pelo sequestro Luis Tomás Trillo, ex-chefe da RIBA (Regional de Inteligência de Buenos Aires), mansão que funcionou como um centro clandestino de detenção e tortura durante a última ditadura militar argentina (1976-1983).
Os dois foram considerados coautores do sequestro, da tortura e do desaparecimento dos dois ativistas, que foram sequestrados por agentes do Estado argentino em outubro de 1978, quando Roisinblit estava grávida de oito meses. Também foi sequestrada Eva, filha de Rojo e Roisinblit, que na época tinha 15 meses de idade e depois foi entregue a uma tia.
Perspectiva econômica para América Latina. A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) já disponibilizou a sua edição de 2016 com as “Perspectivas Econômicas para América Latina”. Curiosamente, o novo documento traz um subtítulo: “Uma nova associação com a China”.
A nova publicação explora profundamente as novas relações da China com os países da nossa região e mostra como o país asiático optou por investimentos comerciais mais importantes e está oferecendo aos países da América Latina a oportunidade de construir uma associação forte e mutuamente benéfica.
O documento está constituído por 5 capítulos, a saber: 1) China e América Latina: para uma associação pelo desenvolvimento; 2) Perspectivas macroeconômicas para América Latina; 3) A nova normalidade China e América Latina na repartição da riqueza mundial; 4) Comércio entre América Latina e China: tendências passadas e oportunidades futuras; 5) Tendências e cenários futuros para uma associação América Latina / China.
O que significa uma aliança político-militar entre China e Rússia? Analistas europeus e estadunidenses estão preocupados e buscam entender esse novo passo na geopolítica internacional quando o líder chinês, Xi Jinping, formalizou uma proposta de ampliar as relações político-militares com a Rússia durante o encontro do G20. A proposta foi tão surpreendente que políticos tradicionais não estão encontrando explicações no marco das atuais disputas em torno da supremacia no Pacífico.
Rostisláv Ishchenko, jornalista da agência russa Rossiya Segodnya, diz que a proposta do gigante asiático pode ser facilmente explicada se levarmos em conta os acontecimentos que precederam a cúpula do G20 e cita o fórum econômico que aconteceu em Vladivostok, nos dias 2 e 3 de setembro, quando o presidente russo, Vladimir Putin, teve uma reunião em separado com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
No encontro foram tratados alguns acordos comerciais para investimentos japoneses no oriente russo e também uma detalhada conversa entre os dois países sobre a disputa das Ilhas Kurlias.
Uma aproximação da Rússia com o Japão preocupa muito Washington e, é claro, deixa a China “com uma pulga atrás da orelha”, já que Pequim e Tóquio são rivais tradicionais na luta pela liderança no sudeste asiático!
Extrema direita avança nas eleições alemãs. Frauke Petry, o líder do partido de extrema direita alemã “Alternativa pela Alemanha” (AFD, Alternative für Deutschland) faz campanhas abertas para expulsar todos os refugiados de guerra e imigrantes do país. Em seus discursos, ele não descarta a possibilidade de usar os guardas de fronteira do país, autorizando que disparem contra os imigrantes que tentem entrar na Alemanha.
O AFD foi o grande vencedor da jornada eleitoral de domingo passado (04) na região de Meclemburgo, superando em muito o partido da chanceler Angela Merkel. Em outras três eleições regionais realizadas no país o AFD mostrou grade crescimento e, segundo analistas, já se transformou na terceira maior força política alemã.
A União Cristã Democrática (CDU), partido da chanceler Angela Merkel foi derrotado e agora tem apenas a terceira maior bancada no Parlamento de Mecklemburgo-Pomerania Occidental.
Perspectivas sombrias para a Itália. As previsões para a economia italiana nos próximos meses são sombrias e não mostram sinais de recuperação no curto prazo, segundo dados agora divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas do país (Istat).
Em sua Nota Mensal, referente ao mês de agosto, o Istat mostra que a economia do país interrompeu seu crescimento devido a uma diminuição na demanda interna e a queda produtiva do setor industrial.
Os índices de confiança das empresas manufatureiras e dos consumidores pioraram bastante em agosto, com índices negativos sobre o clima econômico e desemprego.
Os resultados já tinham sido negativos em julho e o estudo sugere uma prolongada fase de debilidade na economia para os próximos meses.
Dinheiro para armas não falta! Enquanto a Espanha bate recordes de desemprego e os salários dos trabalhadores vão sendo arrochados ao extremo, o governo de Mariano Rajoy não vacila na hora de aumentar o orçamento militar no país.
De um orçamento que era, até agora, de 5 bilhões e 788 milhões de euros, com a nova medida do governo deu um salto para 6 bilhões e 950 milhões de euros!
A Espanha é o país com maior número de despejos na Europa. Pessoas que perdem suas casas porque não conseguem pagar hipotecas, aluguéis, etc. E o governo manda tropas federais para despejar famílias e jogar seus pertences nas ruas. Certamente que precisa investir mais em armas, além de manter seu acordo com a OTAN e enviar soldados e aviões para a fronteira com a Rússia.
Novo muro na Europa! O ministro de Estado para Imigração do Reino Unido, Robert Goodwill, anunciou a construção de um muro no porto de Calais, na França, para evitar que os imigrantes continuem chegando ao território britânico. “As pessoas continuam entrando. Já construímos valas e agora vamos construir um muro como parte de um projeto para aumentar a segurança na zona”, disse ele.
Apesar de estar em território francês, o muro será construído e pago pelo governo britânico e, segundo cálculos iniciais custará cerca de 2,7 milhões de euros e faz parte de um acordo entre os dois países para reforçar a segurança. O convênio conta com um orçamento de 20,2 milhões de euros!
Chefe do Estado Islâmico foi treinado nos EUA! Não é surpresa alguma para nós. O mesmo país que criou a Al Qaeda e inventou esse Exército Islâmico não poderia agir de outra forma. Para quem já esqueceu, Bin Laden era “grande amigo e sócio da família Bush”, sendo sempre recebido com honras de Chefe de Estado na Casa Branca, inclusive pela ex-secretária Condoleezza Rice!
Agora ficamos sabendo que um antigo soldado franco-atirador, de 41 anos, tinha patente de coronel no exército dos EUA e passou para o EI. Trata-se de Gulmurod Jalímov, que já apareceu em vários vídeos do grupo conclamando a guerra contra o Ocidente.
Segundo duas agências de notícias locais, IRNA (do Iran) e Al Sumaria (do Iraque), Jalímov é agora o chefe militar do Exército Islâmico.
Israel constrói um muro em Gaza. O governo de Israel já iniciou as obras para a construção de um muro de concreto armado para cercar a Faixa de Gaza.
Segundo descrições dos projetistas e militares israelenses, o muro “terá vários andares abaixo do nível da terra e outros muitos pisos acima do solo”, divulgou o jornal israelense Yedioth Aharonoth.

Calcula-se que o projeto para levantar a muralha ao longo de 96 quilômetros de fronteira entre os territórios ocupados palestinos e a Faixa de Gaza custe cerca de 531 milhões de dólares!

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