O
pacote de maldades do Temer!
Durante a semana que passou, em debates que tive no
movimento sindical, destaquei o ponto que venho defendendo aqui no nosso
Informativo: “o neoliberalismo e o golpe no Brasil”! E procurei mostrar que, no
início da lista de prioridades liberais, estão os ataques contra os direitos
dos trabalhadores, o desmonte da política social dos últimos anos e as
privatizações das principais empresas estatais.
Em um número anterior já comentamos sobre a PEC 214, já
batizada de “PEC da desigualdade social”. Aprovada em primeiro turno pelos
deputados, deverá ser votada em segundo turno amanhã (24/10) e imediatamente
encaminhada ao Senado onde o presidente interino Michel Temer espera ter ampla
maioria e aprovar seu projeto de corte nos gastos públicos. Pelo que sabemos, a
votação em segundo turno no Senado já está agendada para o dia 13 de novembro!
Na prática, o que significa a PEC? Limita por 20 anos
os investimentos do Governo em todas as áreas, incluindo aí a assistência
social, a educação e a saúde pública. Ou, dizendo de outra forma, a expansão do
gasto público nos próximos 20 anos não poderá ser superior à inflação.
Os aumentos dos gastos do governo, em cada ano, terão
como base a inflação passada (do ano anterior). Ou seja, se a inflação continua
aumentando, os gastos públicos serão sempre reajustados por um índice inferior,
referente ao ano que já passou. Isto significa que, ainda que o Brasil tenha um
crescimento econômico, mesmo que pequeno, e considerando que a população
brasileira continua a crescer, os recursos destinados pelo Governo serão
reduzidos ano a ano!
Para se ter uma ideia do
tamanho do prejuízo, se a PEC 241 estivesse em vigor desde 2003, no início do
primeiro mandato de Lula, o salário mínimo que atualmente é de R$ 880,00 seria
o equivalente a R$ 509,00. Deu para entender?
Outro exemplo: no mesmo
período, se a PEC estivesse em vigor, o Governo estaria hoje aplicando em saúde
e educação a metade do orçamento atual. O atual “governo” brasileiro está
aplicando aqui a mesma receita do FMI que levou a Grécia para o fundo do poço.
E precisamos considerar que
a PEC é, na verdade, um detonador para muitas outras reformas que o Governo
pretende fazer. Por exemplo, sua aprovação traz, de imediato, a necessidade da
Reforma da Previdência tão desejada por Temer e sua quadrilha.
A prioridade da PEC 241 é
priorizar e criar todas as condições para o pagamento da dívida, pois essa não
está sujeita a qualquer tipo de congelamento.
A outra “grande” medida já
com aprovação, na Câmara e no Senado em menos de 15 dias, foi a Medida
Provisória 735, abrindo as portas para a privatização das empresas de energia
elétrica.
Em primeiro lugar, é preciso registrar que em debate
realizado pela comissão que analisou a MP 735, na Câmara dos Deputados, empresários
e membros da equipe econômica do Governo Temer não pouparam elogios à Medida
dizendo que “O desenvolvimento do setor elétrico deve ser feito levando em
conta a qualidade do atendimento à população”. O mesmo velho discurso que já
ouvimos outras vezes para justificar programas de privatizações. O mesmo
discurso que dizia que “a privatização de serviços públicos cria a concorrência
e quem ganha é povo”, grande mentira que já conhecemos na pele.
Mas, do que se trata? A MP 735/2016 muda a Lei 12.783/2013
e autoriza a União a transferir uma empresa de energia elétrica sob seu
controle direto ou indireto (que pode ser geradora, transmissora ou
distribuidora de energia) a um consórcio privado que vença a licitação pelo
prazo de 30 anos. Ou seja, a licitação do serviço está associada à
transferência da empresa que já explora os ativos.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e
Energia, Paulo Pedrosa disse que a pasta tem trabalhado na reorganização do
setor de energia elétrica para incentivar a competitividade e o conforto para
os consumidores. Olha aí o velho discurso da ineficiência do Estado!
Mas o pior ainda está por vir, porque Paulo Pedrosa
anunciou também que a 735 não é uma medida isolada e faz parte de um projeto
mais geral a ser aplicado no setor de energia.
Uma das consequências imediatas da MP é que vai retirar
da estatal Eletrobras a gestão da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um
fundo proveniente de encargo cobrado nas contas de luz, que banca diversos
subsídios no setor elétrico.
Pela MP, a gestão da conta passa a ser feita pela
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), instituição privada que
administra diversas operações financeiras do mercado de energia.
Dentre as determinações da MP, o governo limita a R$
3,5 bilhões o valor do aporte que a União poderá fazer à empresa Eletrobras até
2017 para cobrir gastos com combustível. Os repasses, segundo a MP, estão
“sujeitos à disponibilidade orçamentária e financeira”. Ou seja, ficam
amarrados à PEC 241.
O novo montante para o socorro das distribuidoras da
Eletrobras é bem inferior ao valor que estava previsto pelo governo Dilma, de
quase R$ 10 bilhões. Também fica aquém dos cálculos da Eletrobras, que informou
precisar de, no mínimo, R$ 7 bilhões para bancar essas empresas até o fim de
2017.
Além dessas medidas já
encaminhadas, vale a pena recordar alguns dos Projetos que estão tramitando no
Congresso, propostos por partidos da base golpista que apoia Temer: a) regulamentação da terceirização sem limite permitindo a
precarização das relações de trabalho (PL 4302/1998 – Câmara, PLC 30/2015 –
Senado, PLS 87/2010 – autoria Senador Eduardo Azeredo, PSDB - Câmara); b)
instituição do Acordo extrajudicial de trabalho permitindo a negociação direta
entre empregado e empregador (PL 427/2015 – Jorge Côrte Real - PTB/PE -
Câmara); c) impedimento do empregado demitido de reclamar na Justiça do
Trabalho (PL 948/2011 – Laercio Oliveira - PR/SE e PL 7549/2014 – Gorete
Pereira - PR/CE - Câmara); d) prevalência do negociado sobre o legislado (PL
4193/2012 – Irajá Abreu - PSD/TO - Câmara); e) prevalência das Convenções
Coletivas do Trabalho sobre as Instruções Normativas do Ministério do Trabalho
e Emprego – MTE (PL 7341/2014 – Diego Andrade - PSD/MG - Câmara); f) livre estimulação das relações
trabalhistas entre trabalhador e empregador sem a participação do sindicato (PL
8294/2014 – Fábio Ramalho - PV/MG - Câmara); g) regulamentação do trabalho
intermitente por dia ou hora (PL 3785/2012 – Laercio Oliveira - PR/SE -
Câmara); h) redução da jornada com redução de salários (PL 5019/2009 – Júlio
Delgado - PSB/MG - Câmara); i) criação de consórcio de empregadores urbanos
para contratação de trabalhadores (PL 6906/2013 – Senado Federal - Rodrigo
Rollenberg - PSB/DF - Câmara); j) estabelecimento do Simples Trabalhista
criando outra categoria de trabalhador com menos direitos (PL 450/2015 – Júlio
Delgado - PSB/MG - Câmara); k) estabelecimento da jornada flexível de trabalho
(PL 2820/2015 – Goulart - PSD/SP , Rogério
Rosso - PSD/DF - Câmara e PL 726/2015 – Carlos Eduardo Cadoca - PCdoB/PE -
Câmara); l) regulamentação e retirada do direito de greve dos servidores (PLS
710/2011 – Senador Aloysio Nunes Ferreira - PSDB/SP - Senado; PLS 327/2014 –
Senado; e PL 4497/2001 – Câmara); m) proibição de indicar dirigente sindical
para conselheiros dos fundos de pensão públicos (PLS 388/2015 – Senador Paulo
Bauer - PSDB/SC - Senado).
• Como se o “pacote
de maldades” não bastasse. Demonstrando claramente que temos um “judiciário” que compactua com o
projeto neoliberal e deu todo o apoio ao golpe de Estado camuflado de
“democracia”, estão sendo ampliados os ataques contra as organizações dos
trabalhadores e suas representações legais.
Em recente entrevista
concedida ao jornal O Globo (tinha que ser!), o novo presidente do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho, defendeu a
flexibilização dos direitos trabalhistas como saída para a crise e criticou a
parcialidade pró-trabalhador que vê dentro deste ramo do Judiciário. E isso não
fica só nas palavras do presidente do TST. Agora passou para a prática do
Supremo Tribunal Federal (STF).
Por pressão de confederação patronal, o ministro Gilmar
Mendes, do STF, concedeu, na sexta-feira (14), medida cautelar para suspender
todos os processos e efeitos de decisões no âmbito da Justiça do Trabalho que
discutam a aplicação da ultratividade de normas de acordos e de convenções
coletivas de trabalho.
“A decisão do ministro Gilmar é um absurdo”, criticou o
presidente do DIAP, professor Celso Napolitano. “A ultratividade era uma
alternativa ou contraposição ao ‘de comum acordo’, que inviabiliza levar as
negociações coletivas, quando não há entendimento, a dissídio”, lembrou.
O fim da ultratividade vai “abrir um vácuo entre o
final da vigência dos acordos e contratos coletivos de trabalho e a vigência de
novos acordos”. E emendou: “sem a ultratividade e a impossibilidade de ir a
dissídio coletivo, em razão da Emenda Constitucional 45, que só permite a
interferência ou mediação da Justiça do Trabalho se houver o ‘comum acordo’
entre as partes, tudo ficará mais difícil nas relações de trabalho”.
A primeira consequência desta decisão do ministro
Gilmar Mendes “é a perda da data base das categorias”, enfatiza o advogado
trabalhista e membro do corpo técnico do DIAP, Hélio Gherardi. Assim, com a
exigência do “comum acordo” entre as partes para o ajuizamento do dissídio
coletivo de natureza econômica, consoante norma prevista no artigo 114,
parágrafo 2º, as categorias de trabalhadores cairão numa espécie de “buraco
negro”, acrescenta Gherardi, pois sem a ultratividade e sem a possibilidade de
ir a dissídio os sindicatos perdem o poder de negociação.
Ultratividade é um princípio de direito que guarda
relação estreita com os princípios constitucionais da reserva legal e da
anterioridade da lei. Isto é, a lei, no caso a convenção ou acordo coletivo
anterior, fica valendo até que nova convenção ou acordo seja firmado.
Há duas proposições em tramitação no Congresso que
versam sobre a ultratividade das convenções e acordo coletivos de trabalho. Uma
está em discussão na Câmara. Trata-se do PL 6.411/13, de autoria do deputado
Carlos Bezerra (PMDB-MT), que altera o parágrafo 3º do artigo 614 da CLT, para
dispor sobre a vigência de convenções e acordos coletivos e o princípio da
ultratividade. Pelo projeto, as convenções e acordos, pelo princípio da
ultratividade, terão duração máxima de quatro anos.
O outro projeto de lei é o PLS 181/11, que permite a
prorrogação de acordo ou convenção coletiva enquanto não for celebrado novo
instrumento normativo. Isto é, o projeto institui a ultratividade. De autoria
do senador José Pimentel (PT-CE), a matéria está em discussão na Comissão de
Constituição e Justiça, onde o relator, o então senador Douglas Cintra (PTB-PE)
ofereceu parecer favorável ao substitutivo aprovado pela Comissão de Assuntos
Econômicos.
• Contra o “pacote de maldades” a organização dos
trabalhadores. Todas as centrais
sindicais, exceto a CSB, se reuniram na tarde de quarta-feira (19) na sede
nacional da CUT, em São Paulo, e trataram de uma extensa pauta de ações,
mobilizações e protestos.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, abriu o encontro e
saudou a unidade dos trabalhadores. “Estamos unidos em defesa do emprego, pela
retomada do desenvolvimento, na resistência contra as reformas neoliberais e
também contra o desmonte do Estado”, afirma.
Participaram CUT, UGT, Força Sindical, Nova Central,
CTB, CGTB e Intersindical. As Centrais Sindicais definiram uma agenda para as
mobilizações contra os atos do governo que atingem diretamente os trabalhadores,
com ataques a direitos e conquistas.
O secretário geral da UGT, Canindé Pegado, informa que
foram marcadas duas datas para manifestações. “Uma no dia 11 de novembro, por
categorias que já estão mobilizadas, com possibilidade de paralisações a critério
de cada setor. Até o dia 25 de novembro será feita uma avaliação, podendo haver
uma convocação mais abrangente envolvendo mais categorias”, afirma o dirigente.
Rogério Nunes, secretário de Políticas Sociais da CTB,
acompanhou a reunião e destacou que há consenso entre as centrais no calendário
conjunto. “Segunda-feira (24), as centrais irão a Brasília para acompanhar a
votação, em segundo turno, da PEC 241, que congela os investimentos públicos
por 20 anos. No dia 11 de novembro, vamos realizar mais um Dia Nacional de Luta
com greves e paralisações, e também há acordo para um novo protesto nacional no
dia 25, com formato a ser definido”.
Onofre ainda informou que na oportunidade foi debatida
a organização de um grande encontro da classe trabalhadora, uma nova Conclat,
que será realizada ainda no primeiro semestre de 2017.
• Argentina: 2.000 jornalistas demitidos em 2016! Mais de dois mil jornalistas e comunicadores sociais
na Argentina foram demitidos durante 2016. Os sindicatos do setor denunciam a atitude
passiva do governo de Mauricio Macri diante das demissões em massa de
trabalhadores de comunicação, em várias empresas do setor que estão perdendo
financiamento do meio empresarial.
O melhor exemplo citado é o da Rádio América. No início
do ano, depois que os donos abandonaram o veículo de informação, passou a ser
administrado em forma de auto-gestão dos trabalhadores, mas está sendo
boicotado pelo Governo de Macri que, em entrevista a outro jornal, disse que os
trabalhadores deveriam desistir e fechar a estação.
A estabilidade trabalhista na Argentina está
desmoronando a cada dia e já está sendo qualificada como a pior na história dos
últimos 10 anos. A perda de empregos, o crescimento das suspensões de trabalhos
e a queda no salário real são os principais problemas apontados.
• Jornada de protestos contra Macri. Hugo Yasky, dirigente da CTA dos Trabalhadores,
assegurou que “a jornada nacional de protestos” trará também a reivindicação de
que sejam reabertas as mesas paritárias para discutir a situação no país.
A jornada nacional de protestos, convocada para o dia 4
de novembro, vai mobilizar os trabalhadores contra as demissões no setor
público e repúdio a outras medidas que estão sendo implantadas por Macri e terá
a participação da CTA Autônoma e também da Confederação de Trabalhadores da
Economia Popular (CTEP), além de organizações populares e políticas.
• Cristina Fernández chama para uma “frente nacional contra o
neoliberalismo”. A ex-presidenta
argentina, Cristina Fernández, voltou a conclamar os movimentos organizados
para criar uma grande frente nacional em que tenham espaço todos os setores
golpeados pelas medidas neoliberais impostas pelo governo de Mauricio Macri.
Em uma videoconferência realizada em Santa Cruz, para
comemorar mais um aniversário do Dia da Lealdade, data histórica do nascimento
do peronismo, Cristina insistiu no surgimento de uma frente em que sejam
incorporados todos os setores atingidos pela política neoliberal, e afirmou que
“não são poucos”!
• Uma importante notícia chega do México. Os militantes mais antigos da luta política e sindical
na América Latina não esquecem aquele distante 01 de janeiro de 1994. No estado
de Chiapas (México), um levante indígena liderado pelo até então desconhecido
Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) marcou uma grande rebelião que
durou 12 dias e teve repercussão internacional. Pela primeira vez, na América
Latina, um movimento denunciava os malefícios do neoliberalismo na região ao
levantar a bandeira contra o Tratado de Livre Comércio da América do Norte
(NAFTA) e exigir direitos e justiça para os povos originários e pobres do
México!
Agora recebemos a notícia de que, em um encontro com
toda a liderança do EZLN e o Congresso Nacional Indígena (CNI), mais de 500
delegados presentes anunciaram que o movimento vai disputar as eleições presidenciais
de 2018 com a candidatura de uma mulher indígena.
O Quinto Congresso Nacional Indígena determinou iniciar
uma consulta em cada um dos povos originários “para desmontar desde baixo o
poder que nos é imposto de cima e que nos oferece apenas um cenário de morte,
violência, roubo e destruição”. “Nos declaramos em assembleia permanente e
consultaremos cada um dos nossos povos, em todo o país, para nomear um conselho
originário de governo” que indique uma mulher indígena para concorrer nas
próximas eleições presidenciais.
• Golpistas não podem sair da Venezuela. O Tribunal de Controle de Valência, estado de
Carabobo, decretou a proibição de que os líderes “opositores” Henrique Capriles
e Jesús Torrealba saiam do país pois são acusados de fraude eleitoral para
provocar um referendo revocatório contra Nicolás Maduro.
Eles são suspeitos de delitos por falso testemunho
diante de organismos públicos, fornecimento de dados falsos ao Poder Eleitoral
durante o recolhimento de assinaturas. Outros 15 dirigentes MUD (Movimento de
Unidade Democrática), organização financiada pela CIA para montar o golpe na
Venezuela, também devem ser proibidos de deixar o país e já receberam a
notificação oficial para comparecerem à Justiça.
• Protesto dos trabalhadores italianos. Os sindicatos de trabalhadores pararam a Itália na
sexta-feira (21), pouco mais de um mês antes do referendo que será realizado
sobre a reforma constitucional e as medidas econômicas que estão sendo propostas
pelo governo.
Trabalhadores da administração pública, do transporte
aéreo e terrestre, das escolas e hospitais aderiram ao movimento “para
protestar contra as políticas econômicas do governo que estão sendo impostas
pela União Europeia” e “em defesa da Constituição”. Os sindicatos defendem o
voto “não” no referendo, segundo um comunicado oficial que diz ainda que é
preciso “fortalecer o emprego e as políticas sociais, em clara oposição às
políticas empresariais de privatização e precarização trabalhista nos últimos
decênios”.
Nas principais cidades, incluindo Roma, o protesto
causou caos, com o fechamento de estações de metrô e estradas, atrasos nos
trens e paralisação das aulas. Em Milão houve manifestação de estudantes e
sindicalistas conclamando o povo a votar “não. O primeiro ministro italiano,
Matteo Renzi, havia declarado aos jornais que, em caso de vitória do “não”
renunciaria ao cargo.
• Espanha: aposentados vivem com o salário mínimo. As medidas adotadas pelo governo espanhol para
“equilibrar as contas da Seguridade Social” estão causando graves prejuízos aos
trabalhadores e aposentados no país, dificultando a obtenção da aposentadoria e
afetando o valor das pensões.
Os dados agora divulgados pela Instituto de Seguridade
Social não dão margem a dúvidas: a pensão média de aposentadoria supera em
pouco os mil euros (1.046,28 euros, em setembro passado). Isso significa, em
números redondos, a metade do salário médio de um trabalhador da ativa. Isso
demonstra claramente a perda do poder aquisitivo dos aposentados espanhóis.
Mas, para piorar o quadro, a mesma pesquisa mostra que 39% dos aposentados tem
uma renda que não ultrapassa 655 euros. Em outras palavras, 2,2 milhões de
aposentados na Espanha vivem com menos do que um salário mínimo profissional
(655,20 euros) e estão abaixo do nível de pobreza (667,6 euros).
• Pobreza se espalha no mundo. Cerca de 40% do crescimento urbano em todo o mundo,
hoje, ocorre em favelas. Quase 1 bilhão de pessoas vivem em favelas urbanas ou
assentamentos informais. Os dados estão no relatório da ONU divulgado na
Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano
Sustentável, a Habitat 3, no Equador, que termina nesta quinta-feira.
“Em muitas favelas, o acesso a serviços básicos, como
educação e cuidados de saúde, é extremamente limitado. Nestas áreas,
intervenções simples, mas eficazes, tais como telhados com isolamento,
iluminação solar e aquecimento solar de água podem melhorar o nível de vida e
reduzir os impactos de ondas de calor e condições meteorológicas extremas”,
registra o documento.
O relatório lembra ainda que as taxas de doença e morte
prematura são significativamente mais altas entre os grupos mais pobres e
marginalizados das sociedades, incluindo moradores de favelas e assentamentos
informais.
A Habitat 3 faz parte do ciclo de conferências mundiais
periódicas para debater temas relativos à habitação e ao desenvolvimento
urbano. A primeira conferência da série ocorreu em 1976. Entre os participantes
estão governos nacionais, regionais e locais, ONGs, acadêmicos, profissionais
de pesquisa e do setor privado, entre outros.
Até 2050, 86% da população da América Latina viverá em
cidades, mas este percentual não significa redução nas desigualdades. “A
América Latina é, ao mesmo tempo, o continente mais urbanizado e também o mais
desigual do mundo, e a gente não pode fechar os olhos para isso”, disse no
início da semana Rayne Ferretti, encarregada brasileira do Programa da
Organização das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) no Brasil.
(Matéria em Monitor Mercantil)
Nota: No
próximo número do Informativo pretendemos fazer matéria especial sobre a
situação do trabalhador no mundo e as perdas de direitos.
• Vice-presidente estadunidense faz ameaça à Rússia. Os EUA estão preparando ataques cibernéticos contra o
governo russo, disse na sexta-feira (14) o vice-presidente dos EUA, Joe Biden,
em um programa da NBC News.
“Estamos enviando uma mensagem a Moscou”, disse ele ao
acusar a Rússia de estar supostamente por trás dos ataques cibernéticos contra
o Comitê Nacional do Partido Democrata e o aparecimento de correspondência de
vários membros no WikiLeaks.
Biden disse que o presidente russo, Vladimir Putin,
“saberá quando isso acontecer” e que Washington “escolherá o momento adequado e
as circunstâncias em que terão maior impacto”.
• Resposta de Putin.
“Essa é a primeira vez que Washington reconhece oficialmente e em alto nível
essas suas atividades (a espionagem)”, disse o presidente russo durante o
encontro anual do BRICS, na Índia.
Putin disse ainda que “de nossos amigos podemos esperar
qualquer coisa. O que ele disse de novo? Por acaso não sabemos que os
organismos oficiais dos EUA espiam todos e interceptam comunicações de todos?
Isto é muito conhecido, há muito tempo. Não é nenhum segredo”.
Washington gasta uma fortuna em cibervigilância, disse
Putin, e “espia todo mundo, intercepta comunicações de todos. Por isso, o que
Biden disse não é uma ameaça”.
As relações entre EUA e Rússia estão se tornando cada
vez mais tensas. Primeiro foi o ocorrido na Ucrânia, com o golpe administrado
pela CIA. Depois o enfrentamento dos dois na Síria, que Washington quer dividir
para garantir a segurança de Israel. Agora as acusações estadunidenses de que
Moscou está tentando intervir na campanha eleitoral pela presidência.
• Washington diz que “falta apoio internacional” para atacar a
Síria. O secretário de Estado estadunidense,
John Kerry, e o secretário de Estado britânico, Boris, Johnson, reconheceram
que os seus países não contam com apoio internacional para empreender qualquer
ação militar contra a Síria. A matéria foi publicada pelo jornal Chicago
Tribune, no dia 17 passado.
Kerry e Johnson encontraram-se em Londres, depois de
uma reunião de chanceleres em Lausanne (Suíça). O secretário britânico disse que
não tem mais dúvidas de que um “discurso pela opção militar” está extremamente
difícil e “não há apoio político entre a maioria das capitais europeias para
esse tipo de solução”, referindo-se a uma invasão militar estadunidense na
Síria.
Mas, segundo informes de assessores de segurança
nacional dos EUA, Barack Obama está inclinado a uma intervenção, apesar das
opiniões contrárias, e pretende bombardear pistas usadas pela Força Aérea da
Síria, além de outras instalações militares.
• Síria denuncia o silêncio diante do apoio de Israel aos
terroristas. O Governo sírio tem
criticado a indiferença do Ocidente diante do apoio aberto de Israel aos
terroristas, em especial a ajuda dada à Frente Fath al-Sham que atua nas
colinas de Golan.
Falando em um encontro do Conselho de Segurança das
Nações Unidas, o embaixador sírio, Bashar al-Yafari, condenou as políticas de
Israel contra o seu povo na região ocupada e solicitou que sejam finalmente
postas em prática as resoluções internacionais que continuam sendo violadas
pelos israelenses.
Ele disse ainda que Israel adotou recentes medidas para
expandir sua influência nas regiões de Vadi al-Yarmuk e Vadi al-Raqad, enquanto
mantém apoio a grupos terroristas armados, em especial a Frente Fath al-Sham
(novo nome da Frente Al-Nusra).
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