segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Maduro envia carta de protesto a governo da Argentina após chanceler denunciar agressão


Maduro envia carta de protesto a governo da Argentina após chanceler denunciar agressão


Chanceler Delcy Rodríguez disse ter sido agredida ao tentar participar de reunião do Mercosul; Chancelaria argentina afirmou 'não saber de nada'
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou uma carta de protesto ao governo argentino na noite de quarta-feira (14/12) após a chanceler do país, Delcy Rodríguez, afirmar ter sido agredida por seguranças argentinos ao tentar entrar no Ministério das Relações Exteriores e Culto em Buenos Aires, para participar de uma reunião do Mercosul, do qual Caracas está temporariamente suspensa.
“[Rodríguez] Foi jogada no chão às portas da Chancelaria [argentina] e ao entrar foi agredida pelos chefes de segurança do edifício. Emitimos um protesto enérgico e total à covardia do governo argentino contra esta digna jovem mulher que representa a voz do povo de Simón Bolívar”, disse Maduro na quarta.

Agência Efe

Delcy Rodríguez disse ter sido agredida por seguranças quando tentava participar de reunião do Mercosul em Buenos Aires
O mandatário afirmou ter sido um episódio “nunca antes visto” e que a “direita intolerante” passou a recorrer novamente à violência. “Em vez de buscar que o Mercosul se fortaleça como o Mercosul social dos povos, que já havíamos conseguido, impuseram um plano retrógrado de destruição e divisão do Mercosul”, disse ele.
Além de Maduro, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba também mostrou solidariedade à chanceler venezuelana nesta quinta-feira (15/12), publicando uma nota de repúdio ao episódio descrito por Rodríguez.

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“A agressão física em uma reunião internacional contra representantes oficiais de outros governos, um dos quais, além do mais, é mulher, é injustificável”, afirmou o escritório, que também pediu diálogo e negociação para a Argentina e a Venezuela.
Reunião do Conselho do Mercosul
Na quarta-feira, Delcy Rodríguez afirmou ter sido agredida ao intentar ingressar no Ministério das Relações Exteriores argentino para participar da reunião do Conselho do Mercosul, do qual a Venezuela está temporariamente suspensa, e para a qual Caracas "não estava convidada”, segundo os outros participantes.
“Em nenhuma parte do mundo, nunca, se recebeu a chanceleres com tropas de segurança antiprotesto e se agrediu uma chanceler e sua delegação oficial”, disse Rodríguez, após o incidente.
No mesmo dia, a Argentina assumiu a presidência pro tempore do bloco, após meses de impasse, em que a Venezuela foi impedida de assumir o cargo por não ter supostamente cumprido com os protocolos de adesão ao Mercosul - motivo pelo qual o país foi suspenso do grupo.
Na ocasião, a Venezuela insistiu em assumir a Presidência rotativa mesmo assim e agora diz não reconhecer ter sido suspensa do bloco, afirmando ter cumprido com todas as suas obrigações.
Procurada por Opera Mundi, o Ministério de Relações Exteriores e Culto da Argentina afirmou “não saber de nada e não ter visto nada” com relação às agressões relatadas por Rodríguez e disse, ainda, não ter recebido nenhuma carta do presidente Maduro.

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