Maduro envia carta de protesto a governo da Argentina após chanceler denunciar agressão
Chanceler Delcy Rodríguez disse ter sido agredida ao tentar participar de reunião do Mercosul; Chancelaria argentina afirmou 'não saber de nada'
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou uma carta de protesto ao governo argentino na noite de quarta-feira (14/12) após a chanceler do país, Delcy Rodríguez, afirmar ter sido agredida por seguranças argentinos ao tentar entrar no Ministério das Relações Exteriores e Culto em Buenos Aires, para participar de uma reunião do Mercosul, do qual Caracas está temporariamente suspensa.
“[Rodríguez] Foi jogada no chão às portas da Chancelaria [argentina] e ao entrar foi agredida pelos chefes de segurança do edifício. Emitimos um protesto enérgico e total à covardia do governo argentino contra esta digna jovem mulher que representa a voz do povo de Simón Bolívar”, disse Maduro na quarta.
Agência Efe
Delcy Rodríguez disse ter sido agredida por seguranças quando tentava participar de reunião do Mercosul em Buenos Aires
Agência Efe
Delcy Rodríguez disse ter sido agredida por seguranças quando tentava participar de reunião do Mercosul em Buenos Aires
O mandatário afirmou ter sido um episódio “nunca antes visto” e que a “direita intolerante” passou a recorrer novamente à violência. “Em vez de buscar que o Mercosul se fortaleça como o Mercosul social dos povos, que já havíamos conseguido, impuseram um plano retrógrado de destruição e divisão do Mercosul”, disse ele.
Além de Maduro, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba também mostrou solidariedade à chanceler venezuelana nesta quinta-feira (15/12), publicando uma nota de repúdio ao episódio descrito por Rodríguez.
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“A agressão física em uma reunião internacional contra representantes oficiais de outros governos, um dos quais, além do mais, é mulher, é injustificável”, afirmou o escritório, que também pediu diálogo e negociação para a Argentina e a Venezuela.
Reunião do Conselho do Mercosul
Na quarta-feira, Delcy Rodríguez afirmou ter sido agredida ao intentar ingressar no Ministério das Relações Exteriores argentino para participar da reunião do Conselho do Mercosul, do qual a Venezuela está temporariamente suspensa, e para a qual Caracas "não estava convidada”, segundo os outros participantes.
“Em nenhuma parte do mundo, nunca, se recebeu a chanceleres com tropas de segurança antiprotesto e se agrediu uma chanceler e sua delegação oficial”, disse Rodríguez, após o incidente.
No mesmo dia, a Argentina assumiu a presidência pro tempore do bloco, após meses de impasse, em que a Venezuela foi impedida de assumir o cargo por não ter supostamente cumprido com os protocolos de adesão ao Mercosul - motivo pelo qual o país foi suspenso do grupo.
Na ocasião, a Venezuela insistiu em assumir a Presidência rotativa mesmo assim e agora diz não reconhecer ter sido suspensa do bloco, afirmando ter cumprido com todas as suas obrigações.
Procurada por Opera Mundi, o Ministério de Relações Exteriores e Culto da Argentina afirmou “não saber de nada e não ter visto nada” com relação às agressões relatadas por Rodríguez e disse, ainda, não ter recebido nenhuma carta do presidente Maduro.
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