FERNANDO BRITO
A professora Helena Nader, presidente da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, foi muito criticada por
defender que a SBPC não
fosse a favor nem contra o governo Temer,
na época do golpe de Estado.
Hoje, no UOL, a doutora em biologia
molecular, diz que está cansada de defender a ciência e a tecnologia e tem
vontade “de recomendar aos jovens que saiam deste País”, tamanho é o corte que
se fez nas verbas de pesquisa científica no Brasil.
A doutora Helena não é a única
arrependida. Soube hoje de um professor “coxinha” da Universidade do Estado que
está aos brados contra o fechamento – sim, a palavra é esta mesmo – da UERJ.
Não os apedrejo nem lhes digo
“bem-feito”, infantilidades próprias que quem não reconhece o direito alheio a,
inclusive, ser tolo.
Mas me surpreende que gente da ciência
não seja capaz de ver o óbvio: que este golpe veio para aniquilar qualquer as aspiração
de independência do Brasil e que, para isso, uma das primeiras cabeças a serem
cortadas é a do conhecimento.
O único que digo à doutora Helena é que
há muita gente, jovem e velha, que não vai cansar nunca de defender o Brasil e
dispensa a sua recomendação de deixar o Brasil.
Vamos ficar e vamos lutar.
Veja o trecho da matéria do UOL e assine
o manifesto em defesa dos recursos para a pesquisa científica nacional:
Eu estou muito chateada, sabe? Estou com
idade suficiente para pendurar as chuteiras. Não sei porque que eu continuo
ainda lutando nesse País. Oferta de emprego no exterior, eu sempre tive.
Muitas. Agora eu estou ficando cansada e estou com vontade de recomendar aos
jovens: saiam deste País”, desabafou Helena Nader, presidente da SBPC.
De acordo com Helena, recursos para a
área vêm caindo desde o governo Dilma Rousseff, e o novo limite de gastos pegou
o orçamento de Ciência e Tecnologia em um dos seus piores momentos.
“Junto com essa sumida de recursos da
fonte 100, nós temos uma PEC que colocou o Ministério da Ciência e Tecnologia,
nos fotografou [tomou como base os gastos do orçamento], no pior patamar dos
últimos anos” explicou a pesquisadora.
www.tijolaco.com.br 13/01/2017
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