O Brasil tem
saída
Na noite de segunda-feira (6), ocorreu
em Belo Horizonte, no Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais,
a palestra “O Brasil Tem Saída – caminhos para a superação da crise brasileira”
proferida por Renato Rabelo e organizada pela Fundação Maurício Grabois. Mais
de 160 pessoas participaram da atividade.
Renato Rabelo, presidente da Fundação
Maurício Grabois e ex-presidente do PCdoB, destacou que no cenário
internacional, a novidade mais importante é que os países que vão ascendendo ao
centro da geopolítica e da geoeconomia são oriundos da periferia, como a China,
a Índia, o retorno da Rússia e, até pouco tempo, o Brasil.
Destacou também que, assim como nos anos
1920 e 1930, o crescimento atual da extrema-direita da Europa resulta de um
fracasso da ordem vigente em incorporar as camadas mais desprotegidas dos
trabalhadores. O nacionalismo de Direita ressurge como um transbordamento para
o campo político da desordem econômica e social causada pelo neoliberalismo,
especialmente após o inicio da crise em 2008.
Em busca de conter o declínio relativo
de sua hegemonia, os EUA passaram a agir para impedir a consolidação de um polo
de poder mundial alternativo, o qual tem sua expressão mais concreta nos BRICS.
É nesse quadro que se deve buscar a compreensão do sentido do golpe no Brasil
patrocinado pelo Imperialismo.
O ataque orquestrado pelo aparato do
judiciário e pela mídia burguesa sobre a Petrobras e a Engenharia nacional
busca destruir dois importantes polos do desenvolvimento recente das forças
produtivas brasileiras que apontavam para a construção de um projeto nacional
de desenvolvimento. Tanto nos setores de exploração de petróleo e gás, na
indústria naval quanto na exportação de serviços de engenharia, o Brasil passou
a disputar espaço com grandes empresas norte-americanas e europeias.
Entretanto, mais importante é o papel destacado do Brasil no período de Lula e
Dilma no impulso dado aos BRICS, o que confrontava diretamente a estratégia
imperialista.
Renato Rabelo afirmou também que o
consórcio golpista apresenta um programa de Direita em todos os aspectos, seja
na economia, na politica, na ideologia, nas políticas públicas e nos costumes.
Isso demonstra a sanha de reverter todos os avanços oriundos no mais longo
ciclo de governo democráticos na história de nosso país. Para tanto, é
crescente a presença de um Estado de Exceção no interior do Estado de Direito.
Organizar a Resistência Democrática é,
para Renato Rabelo, a tarefa mais importante do campo democrático brasileiro.
À medida que a crise econômica se
prolonga, os setores populares são crescentemente atingidos. Portanto, esses
setores terão mais elementos para se posicionarem diante da grave situação do
país. Mas, somente será possível criar uma situação de maiores dificuldades
para o campo adversário se se constituir uma ampla frente em defesa da
democracia e dos direitos do povo, ou seja, um movimento que envolva todos os
setores e personalidades que percebem o risco que o Brasil corre ao ser
governado pelo consórcio golpista. Deste modo, a tática mais correta para a
Esquerda é batalhar para a constituição da frente ampla, da qual aquela será parte
ativa.
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