terça-feira, 4 de abril de 2017

A DIMENSÃO DO DESASTRE DO GOLPE


Gustavo Castañon*


FHC pegou o Brasil com uma dívida pública de 34% do PIB. Doou metade do patrimônio público sob a alcunha de “privatização”. Duplicou a dívida externa. Quebrou o país três vezes, precisando recorrer ao FMI. Entregou o país a Lula sem reservas e devendo 76% do PIB. Já a dívida líquida, que leva em conta os créditos (e não só os débitos) do governo e ele recebeu em 29,5%, deixou em 60,4% do PIB.

A imprensa diz que ele modernizou a economia.

O PT pegou o Brasil com a dívida pública em 76% do PIB, recapitalizou a Petrobras a transformando na segunda maior petrolífera do mundo. N

Não privatizou nada.

Pagou a dívida externa, transformando-a em interna, e entregou, no último ano do primeiro mandato de Dilma Rousseff, a dívida pública em 63% do PIB.

Já o resultado mais importante sobre o endividamento do país, a dívida líquida, diminuiu a 34,9% do PIB.

A imprensa diz que a gastança do PT quebrou o país.

O déficit público de 2014 que motivou o desastre Joaquim Levy e os jornais falando de “quebra” do país foi de somente 17 bilhões.

Diminuir 0,5% os juros teria resolvido.

O déficit dos golpistas só em fevereiro de 2017 foi de 26 bilhões.

A imprensa diz que Temer está consertando a economia.

Mesmo que se considere o último ano de mandato de Dilma, ainda assim o PT teria entregue a economia menos endividada do que recebeu do deus FHC, criado pela imprensa nacional.

No final de 2015 a dívida estava em 73%.

Só que 2015 foi o ano de Cunha e Aécio vandalizando o país, em que o único ato de governo de Dilma foi nomear Joaquim Levy para executar o programa que a oposição defendeu e a imprensa e a banca exigiam.

Ela não governou e teve que enfrentar um congresso golpista, criando despesas e proibindo aumentar receitas, destruindo as expectativas da economia de um lado enquanto a Lava-jato, de outro, só neste ano, afundava sozinha 2,5% do PIB.
Depois de um ano do governo ilegítimo fazendo tudo o que a mídia e a banca mandam, a dívida já passou, mesmo com a repatriação, os 76% de FHC, alcançados no final de 2016.

Atingirá 81% este ano de 2017, no mínimo.

Temer é o maior desastre da história do Brasil, exatamente porque sua escola econômica é a Globo News.

Ninguém pode negar que esse desastre, no nível em que foi, começou em 2015 com o receituário suicida de austeridade combinado com os maiores juros do mundo de Joaquim Levy, as pautas bombas do Congresso e a destruição da indústria nacional causada pela Lava-Jato.
Só completos ignorantes podem achar que foi a “roubalheira” em obras que quebrou o país, com um governo que não investe nem 4% do PIB.

A única roubalheira que quebra esse país há vinte e dois anos são as taxas de juros mais altas do mundo.

*Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora.


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