(OU FOI O CONTRÁRIO?)
Fernando Brito
Diga-se tudo de Renan Calheiros, menos
que não é um esperto observador dos movimentos da política.
Percebeu que Michel Temer, agora, deixou
de apostar na política e ajustou-se inteiramente a um processo em que o que lhe
pode dar segurança e estabilidade é o mercado, claro que com sua selvageria.
E o caminho para isso, sem qualquer
dúvida, é o PSDB, muito mais que o PMDB, uma federação de pequenas oligarquias
e profissionais da política.
Renan está ciente que o projeto de Temer
para 2018 tem bico e asas.
Sabe, também, que esse projeto tem,
paradoxalmente, Michel Temer como um obstáculo eleitoral praticamente
intransponível e que, por isso, buscará outra via.
E que essa será, porque é a que sobra, a
mais brutal interferência do Judiciário na política, definindo previamente quem
pode ou não se submeter ao voto popular.
Renan é um dos que, nesta rota, terá de
ser enforcado e retalhado; e ele não tem qualquer dúvida de que de Temer não
lhe virá sequer um dedo, o que diria a mão para puxá-lo do torvelinho.
E, espertamente, puxa-o para o confronto
enquanto é Temer quem depende dele e de seus votos no Senado para aprovar as
barbaridades com que está comprometido.
Renan não fecha portas. Mas Temer fechou
a sua, como ontem se disse aqui.
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