sexta-feira, 14 de abril de 2017

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Aos moldes de Hollywood!
Todos conhecemos o papel dos filmes de Hollywood para a propaganda e exaltação do modo de vida estadunidense e para mostrar sempre o país como o paladino da justiça. As mentiras e as histórias inventadas não são poucas. Desde John Wayne, matando os “sanguinários apaches” para justificar a tomada de terras e a expansão do capitalismo nascente, até os épicos mostrando o exército estadunidense como o grande vencedor da Grande Guerra, quando sabemos que é uma farsa, os filmes de Hollywood sempre serviram para uma lavagem cerebral, para mostrar que os “mocinhos” sempre vencem os “bandidos”.
Mas, por que estamos falando nisso? Simples. Porque agora sabemos que a técnica passou a ser usada pelo governo ilegítimo brasileiro para exaltar a perseguição a líderes populares e mostrar no nosso “judiciário” como um “Burt Lancaster” moderno.
Pelo que foi agora denunciado por três deputados federais (Paulo Pimenta (RS), Wadih Damous (RJ) e Paulo Teixeira (SP), todos do PT), a nossa brava Polícia Federal cedeu agentes, armas, carros, avião e helicóptero, divulgou gravações ilegais, pediu patrocínio e abriu sua sede em Curitiba para “dar uma forcinha” na produção e na gravação do filme “Polícia Federal - A Lei é para Todos”.
O roteiro do filme é de quinta categoria: retratar parte das investigações da Operação Lava Jato. Ou seja, um filme gastando muito dinheiro, talvez com apoio e financiamento de alguma entidade governamental, ganhando todas as facilidades da Polícia Federal para, é claro, dar um novo palanque e uma nova iluminação para o farsante oportunista, Sérgio Moro!
Não seria hora de uma investigação sobre os produtores de tal filme? Qual a relação com o governo federal? De onde vem a verba para uma produção dessas? Por que a Polícia Federal cedeu toda a sua estrutura para ajudar nas filmagens?
O arrocho salarial se aproxima ao que tivemos no regime militar. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou nesta semana um levantamento mostrando como as negociações salariais pioraram em 2016. Entre os reajustes analisados, apenas 19% incorporaram ganhos reais aos salários.
Segundo o Dieese, é o menor patamar desde o início da série dos balanços anuais dos reajustes, em 1996. O percentual de negociações com reajustes acima da inflação (INPC-IBGE) em 2015 chegou a 51%.
Mais grave do que o baixo índice de acordos com ganhos reais é olhar a realidade dos demais trabalhadores. Os números agora apresentado mostram que, em 2016, cerca de 44% dos reajustes apenas acompanharam o índice de inflação. Mais grave ainda, 37% dos acordos ficaram abaixo.
O setor de serviços registrou a maior proporção de acordos abaixo da inflação no ano passado. Quase a metade dos reajustes nesse setor (49%) não repôs as perdas salariais. No entanto, cerca de 21% das negociações conseguiram aumento real – índice acima do geral. A indústria e o comércio tiveram resultados semelhantes: reajuste igual a inflação (53% e 50%, respectivamente) e abaixo (31% e 29%, respectivamente).
Mais trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão. No estado de Tocantins, oito trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados em ação coordenada pelo Ministério do Trabalho. A operação foi motivada por denúncias de condições degradantes de trabalhadores que estariam alojados em um curral, sem banheiros e água potável e sem receber salário. As denúncias foram confirmadas na investigação, que continua até o dia 7 deste mês.
Na Fazenda Pontal, no município de Arapoema, foram encontrados sete trabalhadores. Entre eles, dois adolescentes, um de 16 anos e outro de 17, em um curral. Um bebê de 1 ano e 3 meses, que vivia no local com a mãe desde o nascimento, estava internado em um hospital da região.
Um dos trabalhadores chegou a receber um único pagamento em dois anos. Luiz Cardoso da Silva, de 69 anos, trabalhava na fazenda há dois anos, junto com a mulher, Terezinha, o neto, Matheus, e a mulher deste, Dalva (mãe do bebê de 1 ano e 3 meses). Silva disse que, pela proposta de trabalho, receberia por produção, fazendo tarefas como reparos em cercas e trato com o gado.
A operação prosseguiu em fazendas do interior do estado do Tocantins. Na região, foram feitas três inspeções próximas do município de Colmeia. Na Fazenda 4 de Outubro, um trabalhador que também se encontrava em situação análoga à escravidão, foi regatado e encaminhado à casa de apoio a vítimas de trabalho escravo da Comissão Pastoral da Terra (CPT) no município de Araguaína.
De acordo com Ministério do Trabalho, o proprietário da Fazenda Pontal, Joaquim Henrique Elias Soares, não foi localizado. Ele será autuado e chamado a comparecer ao MPT. Uma ação de bloqueio de bens deve ser movida contra ele, informou o Ministério Público Federal, que também entrará com denúncia-crime com base no Artigo 149 do Código Penal e por crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Segundo a fiscalização, os trabalhadores resgatados no município de Arapoema moravam em um curral, conviviam constantemente com ratos, sapos, morcegos e insetos. Eles eram obrigados a tomar banho vestidos, em uma torneira improvisada, a cerca de meio metro do chão. Eles usavam essa única fonte de água para beber e preparar alimento e lavar roupa e louça. Os trabalhadores chegavam a reservar água em vasilhames de agrotóxicos descartados de maneira irregular.
Para manter os empregados em situação análoga à de escravo, a fazenda aplicava um sistema de endividamento. Os trabalhadores compravam mantimentos e ferramentas em estabelecimentos indicados pelo proprietário da fazenda em uma espécie de conta. No momento em que o trabalhador era chamado a receber seu pagamento, o dono da fazenda lhe informava que havia descontado essas despesas.
A CNBB se pronunciou. Demorou, mas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil se pronunciou oficialmente ao lado dos trabalhadores e contra o roubo de direitos que está em andamento, patrocinado pelo governo ilegítimo de Temer.
O Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário-Geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner recebeu o presidente da CUT Vagner Freitas, o diretor nacional da CTB Paulo Vinícius Santos da Silva, o secretário-geral da Intersindical Edson Carneiro (Índio) e do representante do MTST, Vitor Guimarães, para falar das reformas promovidas pelo governo golpista que estão massacrando o povo brasileiro.
O encontro aconteceu na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil na quarta-feira (5), em Brasília, e serviu como ponto de partida do diálogo entre as centrais que representam os trabalhadores e os movimentos sociais. Para o bispo, hoje a população precisa ter conhecimento das medidas que estão sendo tomadas pelos Três Poderes que comprometem as garantias já conquistadas desde a redemocratização, “é o momento de chegarmos nas pessoas pois a mídia não está possibilitando fazer com que a população entenda a gravidade do que está acontecendo e o que aparece nos meios de comunicação é muito favorável às reformas”, analisou Dom Leonardo.
Na ocasião, Vagner Freitas solicitou apoio da CNBB para a greve geral que será organizada pelas centrais sindicais no dia 28 de abril, “precisamos de apoio mais que político, humanitário! Hoje o aposentado é arrimo de família com o benefício da previdência, pois a maioria dos filhos e netos estão desempregados”. Freitas reafirmou que a nota da CNBB foi fundamental para alertar a sociedade dos malefícios da reforma da Previdência.
Ao longo do encontro, Dom Leonardo ressaltou a importância dos sindicatos para a defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores e que é importante valorizar os movimentos sociais “e não deixá-los sozinhos neste momento”. Dom Leonardo se comprometeu, ainda, em levar à Assembleia Geral da CNBB, que acontece de 26 de abril a 05 de maio, o resultado da reunião de hoje como subsidio para redigir uma mensagem aos trabalhadores e trabalhadoras no dia Primeiro de Maio. Ele também manifestou profunda preocupação com a situação dos povos indígenas que ficaram ainda mais vulneráveis devido às medidas de desmonte das políticas indigenistas que estão sendo realizadas por Temer.
Equador: povo vence onda neoliberal e golpe montado por Washington. O ex-vice-presidente do Equador, Lenín Moreno, venceu as eleições presidenciais de domingo passado e se tornará presidente com posse em maio. O resultado representa uma vitória do atual presidente, Rafael Correa, que defendia seu projeto de “Revolução Cidadã”.
Como não poderia deixar de ser, o candidato de Washington, Guillermo Lasso, não tardou a alegar fraude e disse que os delegados de seu partido iriam apresentar pedidos para contestar oficialmente a eleição. Mas, como é também comum na estratégia golpista, partidários de Lasso causaram distúrbios diante da sede do partido de Lenín Moreno. E protestaram também nas cidades de Guayaquil, Cuenca, Riobamba, Santo Domingo e Portoviejo. Tudo de acordo com a cartilha golpista e que já conhecemos no Brasil, na Argentina, na Venezuela, na Bolívia, etc. Pegam alguns desavisados, iludidos por uma mídia mentirosa e manipuladora, e colocam como “boi de piranha” para parecer uma “oposição popular democrática”. Um manual já conhecido por todos nós.
Greve Geral parou a Argentina! Na quinta-feira (06), a Argentina amanheceu com uma Greve Geral convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), para protestar contra as medidas econômicas do governo de Mauricio Macri, com grande impacto no transporte público.
Houve uma grande queda no tráfego de veículos a partir da meia-noite de quarta-feira, na Grande Buenos Aires, com relação aos dias normais de trabalho.
A empresa Aerolíneas Argentinas cancelou seus voos nacionais e internacionais, que sairiam dos aeroportos de Ezeiza e Aeroparque, por conta da greve, da qual participam a Associação do Pessoal Técnico Aeronáutico (APTA) e a Associação do Pessoal Aeronáutico (APA).
Não faltaram armações do governo para vencer o movimento dos trabalhadores. O governo de Buenos Aires decretou a gratuidade dos pedágios das estradas e dos estacionamentos públicos durante o dia de greve, a fim de incentivar os trabalhadores a comparecerem em seus postos de trabalho em seus próprios veículos.
Como já estamos acostumados a ver, as autoridades não tardaram em dizer que a greve é política e prejudica o país. O ministro do Sistema Federal de Meios Públicos, Hernán Lombardi, disse, em entrevista à emissora TN, que há uma “dimensão política” no ato patrocinada pela oposição. Para o representante da Casa Rosada, esses grupos teriam passado a vislumbrar uma “melhora na situação econômica” do país. Como na velha cartilha já conhecida por nós, Lombardi denunciou também a existência de “lideranças ocultas” que estariam planejando uma “interrupção abrupta” do governo de Mauricio Macri.
A mesma tática da direita! Depois da vitoriosa Greve Geral na Argentina, o governo de Mauricio Macri não tardou em usar o mesmo discurso de sempre para subestimar a organização dos trabalhadores. Em nota oficial, o Governo argentino disse que houve uma “baixa participação” dos trabalhadores na greve. Fechando os olhos para as muitas fotografias que circularam na Internet, mostrando ruas vazias, todo o comércio e indústria de portas fechadas, Macri disse que a convocação da greve feita pela CGT havia fracassado.
Curiosamente, o documento oficial do governo reconhece que nas províncias de Santa Fe, Formosa, Río Negro, Santa Cruz, Catamarca e Entre Ríos a paralisação foi total! Mas não fala que as demais províncias pararam quase integralmente depois da notícia se espalhar pelas redes.
Um novo golpe sendo articulado. As tramoias estadunidenses contra as nações da América Latina que se libertaram não param. Como eu tenho dito no Informativo e em muitas palestras, havia (e ainda há) uma lista de países a serem derrubados, vencidos, destruídos e novamente cooptados para a órbita de Washington. Entre esses estavam Honduras, Paraguai, Argentina e Brasil, onde já venceram. Os seguintes são Venezuela, Equador (onde já foram derrotados), Bolívia e Nicarágua. Bem, aí está o novo golpe.
Para derrubar o governo da Frente Sandinista e tirar Daniel Ortega do poder, um grupo de congressistas estadunidenses tidos como “radicais e defensores da ingerência política” tenta usar mecanismos artificiais e supostamente “legais” para atacar o governo nicaraguense. Reeditaram um documento intitulado Nicaraguan Investment Conditionality, conhecido como Nica Act., para impor novas sanções econômicas à Nicarágua.
A nova artimanha, agora com o nome de Nica Act. 2017, quer impor sanções ao Governo de Daniel Ortega por, supostamente, ter violado os “direitos humanos” no país. O projeto de lei foi apresentado pela já conhecida golpista Ileana Ros-Lehtinen, sempre presente quando se trata de agredir países que tentam fugir das amarras estadunidenses. Ros-Lehtinen é conhecida por ser uma das lideranças do Tea Party, de extrema-direita, e por suas campanhas contra Cuba.
Quem manda no mundo? Ao contrário do que muitos pensam, não são os governos dos países mais desenvolvidos e mais militarizados. Eles são apenas a parte que vemos do iceberg mundial. Mas os verdadeiros donos do nosso futuro, da nossa vida e de toda a riqueza que produzimos diariamente com nosso trabalho são algumas poucas empresas.
Um trabalho que já era conhecido por nós, mas que agora é divulgado oficialmente e com muitos documentos comprovando as informações mostra quem manda no mundo. Realizado pela ONG britânica Oxfam, mostra que apenas dez empresas do ramo alimentício controlam praticamente todas as marcas que populações do mundo inteiro compram e consomem.
As empresas são Nestlé, PepsiCo, Coca-Cola, Unilever, Danone, General Mills, Kellogg's, Mars, Associated British Foods e Mondelez; todas elas têm operações no Brasil, com diferentes produtos.
A divulgação dos dados veio no âmbito da campanha “Behind the Brands”, que monitora a atuação das marcas em relação à atuação nas áreas de transparência, respeito a mulheres, produtores e trabalhadores, terreno de plantio, controle do uso da água e clima. A ideia é conscientizar consumidores sobre as ações das marcas que consomem.
Um bilhão de pessoas sem eletricidade! Um levantamento divulgado pelo Global Tracking Framework (GTF) aponta que mais de um bilhão de de pessoas não tinham acesso à eletricidade em 2014 e há países na África onde a taxa de eletrificação está caindo.
O relatório mostra que o aumento de pessoas com acesso à eletricidade está mais lento. Se essa tendência não for revertida, as projeções são de que em ao final da próxima década, 8% da população não terão energia elétrica. Ou seja, o mundo não alcançará a meta de acesso universal à eletricidade. Entre os eixos analisados, apenas a eficiência energética progrediu: a quantidade de energia economizada durante os anos de 2012 e 2014, período abordado no relatório, equivale ao necessário para abastecer o Brasil e o Paquistão combinados.
Qual o seu salário? Não é uma pergunta retórica. Quanto você ganha por ano, companheiro e companheira que está lendo esse Informativo? Qual seria, na sua opinião, um salário razoável para viver bem?
Escrevemos tudo isso para deixar algumas informações interessantes. Você sabia que os “chefões” do FMI e da Comissão Europeia, que vivem dizendo que os países devem adotar políticas de austeridade e reduzir os salários dos trabalhadores, ganham, em média, 1,25 milhões de euros por ano? Isso mesmo, aqueles dirigentes das organizações que passam o ano inteiro planejando programas de cortes nos benefícios sociais rebem salários milionários, além de todas as vantagens e condições de trabalho que mais parecem um prêmio de loteria. Além dos salários, recebem “ajudas de custo” quando viajam e já garantiram uma pensão inimaginável para nós quando se aposentarem.
Só para fazerem uma ideia do que representa criar programas de cortes sociais e austeridade, vamos ver os grandes salários dessa turma de rapinantes. O presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Trichet; a diretora geral do FMI, Christine Lagarde e; o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi recebem cerca de 1,25 milhão de euros anuais, entre salários e outros vencimentos.
Jean Claude Trichet, o luxemburguês presidente da Comissão Europeia, além do seu salário anual recebe 48.600 euros por mês para “auxílio moradia” e 1.418 euros por mês como “subsídio para descanso”. E, é claro, todas as suas despesas com viagens, alimentação e manutenção são pagas pela entidade! Legal, não é?
A Síria e a história de atentados estadunidenses.
(Ernesto Germano Parés)
Estou acompanhando as notícias na nossa imprensa “tão livre” sobre o que ocorre na Síria, mas, principalmente, estou acompanhando assustado coisas que estão postando aqui no Face. Pessoas que eu considero lúcidas estão engolindo a isca dos EUA e repetindo a cantilena da imprensa para acusar Bashar al Assad e justificar mais uma intervenção militar da OTAN, sob os auspícios de Washington.
Só para iniciar nossa história de golpes armados para justificar a violência do Estado naquele país, vamos lembrar (rapidamente) a história do 1º de Maio de 1886. Todos conhecem a história: os operários estadunidenses estavam em greve geral pela jornada de oito horas diárias. Mais de um milhão de trabalhadores de braços cruzados! No dia da assembleia que daria continuidade à greve, em uma praça de Chicago, explodiu uma bomba! A polícia não tardou em acusar o julgar os líderes da greve.
Oito líderes do movimento foram presos, acusados de haver provocado o tumulto, e julgados: Alberto Parson, tipógrafo (39 anos); August Spies, tipógrafo (32 anos); Adolf Fischer, tipógrafo (31 anos); George Engels, tipógrafo (51 anos); Ludwig Lingg, carpinteiro (23 anos); Michael Schwab, encadernador (34 anos); Samuel Fielden, operário têxtil (39 anos); Oscar Neeb, (?). Os quatro primeiros foram condenados à morte e enforcados no dia 11 de novembro de 1887. Os demais foram condenados à prisão perpétua. Ludwig Lingg suicidou-se na cadeia.
Em 1893, a Justiça estadunidense reabriu o processo contra os oito operários e ficou comprovado que todas as provas apresentadas durante o julgamento haviam sido forjadas e que a bomba havia sido colocada pela própria polícia para incriminar os manifestantes. Foi reconhecida a inocência dos condenados e os três operários que ainda estavam na cadeia foram libertados.
Precisam de mais? Quem conhece a história do encouraçado Maine?
Em 1898 o governo dos EUA já tinha traçado uma política voltada para dominar todo o mar do Caribe. Acontece que uma certa ilha, Cuba, estava sob o domínio espanhol e isso atrapalhava os planos de Washington que não tardou a criar uma desculpa para a guerra com a Espanha.
Sem qualquer aviso prévio, quebrando todas as regras diplomáticas e criando as condições para um confronto, o governo de Washington enviou o encouraçado Maine para Havana. E, como era de se esperar, a Espanha não tardou a enviar um navio de cruzeiro chamado de Vizcaya que aportou em Nova Iorque. Provocação com provocação, mas a história continua.
No dia 15 de fevereiro de 1898 o Maine explode no porto de Havana! Morreram 266 marinheiros estadunidenses, mas, curiosamente, todos os 18 oficiais sobreviveram. A primeira conclusão foi que a explosão foi causada por uma mina naval, e a guerra começou. Os EUA invadiram Cuba e expulsaram os espanhóis, cumprindo o que haviam projetado. O problema é que, anos mais tarde, surge a suspeição de que os autores da explosão do Maine foram os estadunidenses, para criar uma justificativa para a guerra!
Para não alongar com outros exemplos, vamos dar um salto na história e ver a criação da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), criada em 1949 para servir de braço armado de Washington durante a guerra com a União Soviética! Teoricamente, uma organização de defesa coletiva do “mundo livre” contra a ameaça comunista. Na verdade, um grande esquema com dois objetivos básicos: criar condições de confronto com os países do Leste Europeu e movimentar uma fortuna em armamentos para enriquecer o complexo industrial militar estadunidense. Todos os países membros da OTAN são obrigados a comprar armamentos nas empresas dos EUA!
Com a queda a União Soviética a OTAN passa a ter uma nova função: ocupar territórios de interesse geoestratégicos para o domínio estadunidense, em particular as nações ricas em petróleo, gás, água e minerais estratégicos.
A história recente da OTAN é uma verdadeira onda de crimes que não são julgados! Quem teria coragem de julgar? A ONU, subserviente e dependente da “ajuda financeira” de Washington? Sem perder muito tempo, vejamos as mais recentes “aventuras” da OTAN e os prejuízos causados.
A antiga Iugoslávia: o golpe foi montado depois da descoberta de uma suposta fossa comum onde estariam 45 albaneses fuzilados por tropas iugoslavas. Isso despertou uma reação no povo kosovar e os EUA não tardaram a criar e armar um certo Exército de Libertação do Kosovo. Bill Clinton, então presidente estadunidense, estava envolvido no escândalo com a tal estagiária (Monica Lewinsky), mas deu “carta branca” para a intervenção da OTAN. Resultado? 5.700 mortos (400 crianças), 7.000 civis feridos (30% de crianças), toda a indústria da Iugoslávia destruída. Alexánder Solzhenitsyn, Prêmio Nobel de Literatura, comparou o que os estadunidenses fizeram com o terror nazista!
Novas notícias vão se acumulando e, para não perder tempo: A) Afeganistão (uma guerra criada depois de um atentado nos EUA que está em dúvidas até hoje); B) Iraque (uma invasão da OTAN sob a desculpa que Sadan Hussein teria armas químicas de destruição em massa, mas nunca foi provado); C) Líbia (uma invasão da OTAN sob a desculpa de “combater um tirando”, mas que tomou os poços de petróleo e o maior aquífero da região, deixando um país arrasado até hoje). Teríamos muitos outros exemplos, mas vamos encerrar com as seguintes perguntas: quem criou e treinou a Al Qaeda? Quem criou e armou o Estado Islâmico? Quem fornece armamentos para o Daesh?
E ainda tem gente que acredita que Bashar al Assad mandou jogar armas químicas em seu próprio povo? Ora, vá se roçar nas ostras para criar calo...

Vamos refletir sobre os fatos já conhecidos. 1 – Pelo que sabemos, os dois destroieres que participaram da ação (USS Porter e USS Ross) partiram da base naval de Rota, na Espanha. Agora olhem o mapa do Mediterrâneo disponível Google. Vejam a distância percorrida pelos dois barcos. Respondam: se Trump fez a ameaça na manhã de quinta-feira e os barcos atacaram na madrugada de sexta-feira, daria tempo? Ou já estavam se deslocando para lá, antes mesmo de sabermos do suposto ataque com armas químicas que teria sido feito por Bashar al Assad? Usando dados do Google, a velocidade do destroier mais rádio dos EUA é de 54 Km/h. Também usando dados do Google, a distância entre a Espanha e a Síria, pelo Mediterrâneo, seria de aproximadamente 3.800 Km. Ou seja, esses barcos teriam gasto cerca de 70 horas (quase 3 dias)! Pense nisso; 2 – Curiosamente, pelas notícias que encontramos em vários jornais europeus (isso não aparece por aqui), o Estado Islâmico (Daesh) atacou posições do Exército sírio na estrada que liga Homs a Palmira, ou seja, na mesma região atacada pelos navios estadunidenses. Seria mera coincidência? Mas sabemos que o exército sírio estava vencendo a guerra contra o Daesh e já tinha conseguido libertar várias regiões que estavam sob o controle dos terroristas financiados e armados por Washington. O ataque contra a base aérea de Shairat não seria para enfraquecer o avanço das tropas sírias contra o Estado Islâmico?; 3 – Do que sabemos, e já escrevo sobre isso desde 2015/2016, há um projeto de Washington de acabar com a Síria. O território seria dividido para garantir o domínio geoestratégico na região. Vejam no mapa também disponível no Google. A Turquia gostaria de se apossar do nordeste da Síria, região rica em recursos hídricos e que permitiria a expansão do seu gasoduto até o Iraque. Israel quer se apossar de vez do sul da Síria (vale lembrar que já invadiu as Colinas do Golan que pertencem à Síria) para criar uma área de segurança. O restante do país ficaria sob o poder do Estado Islâmico (a leste) e o litoral a Oeste, junto ao Mediterrâneo, ficaria para os EUA onde uma nova base naval da OTAN seria criada. Tudo bem traçado; 4 – Por falar nisso, por que Israel e Turquia foram os dois primeiros países a emitirem notas apoiando o ataque estadunidense? Depois os países europeus, eternos capachos, deram o apoio. Aliás, a Espanha não poderia fazer diferente, porque os navios estadunidenses partiram de um porto espanhol!

Nenhum comentário:

Postar um comentário