Aos
moldes de Hollywood!
Todos conhecemos o papel dos filmes de Hollywood para a
propaganda e exaltação do modo de vida estadunidense e para mostrar sempre o
país como o paladino da justiça. As mentiras e as histórias inventadas não são
poucas. Desde John Wayne, matando os “sanguinários apaches” para justificar a
tomada de terras e a expansão do capitalismo nascente, até os épicos mostrando
o exército estadunidense como o grande vencedor da Grande Guerra, quando
sabemos que é uma farsa, os filmes de Hollywood sempre serviram para uma
lavagem cerebral, para mostrar que os “mocinhos” sempre vencem os “bandidos”.
Mas, por que estamos falando nisso? Simples. Porque
agora sabemos que a técnica passou a ser usada pelo governo ilegítimo
brasileiro para exaltar a perseguição a líderes populares e mostrar no nosso
“judiciário” como um “Burt Lancaster” moderno.
Pelo que foi agora denunciado por três deputados
federais (Paulo Pimenta (RS), Wadih Damous (RJ) e Paulo Teixeira (SP), todos do
PT), a nossa brava Polícia Federal cedeu agentes, armas, carros, avião e
helicóptero, divulgou gravações ilegais, pediu patrocínio e abriu sua sede em
Curitiba para “dar uma forcinha” na produção e na gravação do filme “Polícia
Federal - A Lei é para Todos”.
O roteiro do filme é de quinta categoria: retratar
parte das investigações da Operação Lava Jato. Ou seja, um filme gastando muito
dinheiro, talvez com apoio e financiamento de alguma entidade governamental, ganhando
todas as facilidades da Polícia Federal para, é claro, dar um novo palanque e
uma nova iluminação para o farsante oportunista, Sérgio Moro!
Não seria hora de uma investigação sobre os produtores
de tal filme? Qual a relação com o governo federal? De onde vem a verba para
uma produção dessas? Por que a Polícia Federal cedeu toda a sua estrutura para
ajudar nas filmagens?
• O arrocho salarial se aproxima ao que tivemos no regime
militar. O Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou nesta semana um
levantamento mostrando como as negociações salariais pioraram em 2016. Entre os
reajustes analisados, apenas 19% incorporaram ganhos reais aos salários.
Segundo o Dieese, é o menor patamar desde o início da
série dos balanços anuais dos reajustes, em 1996. O percentual de negociações
com reajustes acima da inflação (INPC-IBGE) em 2015 chegou a 51%.
Mais grave do que o baixo índice de acordos com ganhos
reais é olhar a realidade dos demais trabalhadores. Os números agora
apresentado mostram que, em 2016, cerca de 44% dos reajustes apenas acompanharam
o índice de inflação. Mais grave ainda, 37% dos acordos ficaram abaixo.
O setor de serviços registrou a maior proporção de
acordos abaixo da inflação no ano passado. Quase a metade dos reajustes nesse
setor (49%) não repôs as perdas salariais. No entanto, cerca de 21% das negociações
conseguiram aumento real – índice acima do geral. A indústria e o comércio
tiveram resultados semelhantes: reajuste igual a inflação (53% e 50%,
respectivamente) e abaixo (31% e 29%, respectivamente).
• Mais trabalhadores são resgatados em situação análoga à
escravidão. No estado de Tocantins, oito
trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados em ação
coordenada pelo Ministério do Trabalho. A operação foi motivada por denúncias
de condições degradantes de trabalhadores que estariam alojados em um curral,
sem banheiros e água potável e sem receber salário. As denúncias foram
confirmadas na investigação, que continua até o dia 7 deste mês.
Na Fazenda Pontal, no município de Arapoema, foram
encontrados sete trabalhadores. Entre eles, dois adolescentes, um de 16 anos e
outro de 17, em um curral. Um bebê de 1 ano e 3 meses, que vivia no local com a
mãe desde o nascimento, estava internado em um hospital da região.
Um dos trabalhadores chegou a receber um único
pagamento em dois anos. Luiz Cardoso da Silva, de 69 anos, trabalhava na
fazenda há dois anos, junto com a mulher, Terezinha, o neto, Matheus, e a
mulher deste, Dalva (mãe do bebê de 1 ano e 3 meses). Silva disse que, pela
proposta de trabalho, receberia por produção, fazendo tarefas como reparos em
cercas e trato com o gado.
A operação prosseguiu em fazendas do interior do estado
do Tocantins. Na região, foram feitas três inspeções próximas do município de
Colmeia. Na Fazenda 4 de Outubro, um trabalhador que também se encontrava em
situação análoga à escravidão, foi regatado e encaminhado à casa de apoio a
vítimas de trabalho escravo da Comissão Pastoral da Terra (CPT) no município de
Araguaína.
De acordo com Ministério do Trabalho, o proprietário da
Fazenda Pontal, Joaquim Henrique Elias Soares, não foi localizado. Ele será
autuado e chamado a comparecer ao MPT. Uma ação de bloqueio de bens deve ser
movida contra ele, informou o Ministério Público Federal, que também entrará
com denúncia-crime com base no Artigo 149 do Código Penal e por crimes
previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Segundo a fiscalização, os trabalhadores resgatados no
município de Arapoema moravam em um curral, conviviam constantemente com ratos,
sapos, morcegos e insetos. Eles eram obrigados a tomar banho vestidos, em uma
torneira improvisada, a cerca de meio metro do chão. Eles usavam essa única
fonte de água para beber e preparar alimento e lavar roupa e louça. Os
trabalhadores chegavam a reservar água em vasilhames de agrotóxicos descartados
de maneira irregular.
Para manter os empregados em situação análoga à de
escravo, a fazenda aplicava um sistema de endividamento. Os trabalhadores
compravam mantimentos e ferramentas em estabelecimentos indicados pelo proprietário
da fazenda em uma espécie de conta. No momento em que o trabalhador era chamado
a receber seu pagamento, o dono da fazenda lhe informava que havia descontado
essas despesas.
• A CNBB se pronunciou.
Demorou, mas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil se pronunciou oficialmente
ao lado dos trabalhadores e contra o roubo de direitos que está em andamento,
patrocinado pelo governo ilegítimo de Temer.
O Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário-Geral da
CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner recebeu o presidente da CUT Vagner Freitas, o
diretor nacional da CTB Paulo Vinícius Santos da Silva, o secretário-geral da
Intersindical Edson Carneiro (Índio) e do representante do MTST, Vitor
Guimarães, para falar das reformas promovidas pelo governo golpista que estão massacrando
o povo brasileiro.
O encontro aconteceu na sede da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil na quarta-feira (5), em Brasília, e serviu como ponto de
partida do diálogo entre as centrais que representam os trabalhadores e os movimentos
sociais. Para o bispo, hoje a população precisa ter conhecimento das medidas
que estão sendo tomadas pelos Três Poderes que comprometem as garantias já
conquistadas desde a redemocratização, “é o momento de chegarmos nas pessoas
pois a mídia não está possibilitando fazer com que a população entenda a
gravidade do que está acontecendo e o que aparece nos meios de comunicação é
muito favorável às reformas”, analisou Dom Leonardo.
Na ocasião, Vagner Freitas solicitou apoio da CNBB para
a greve geral que será organizada pelas centrais sindicais no dia 28 de abril,
“precisamos de apoio mais que político, humanitário! Hoje o aposentado é arrimo
de família com o benefício da previdência, pois a maioria dos filhos e netos
estão desempregados”. Freitas reafirmou que a nota da CNBB foi fundamental para
alertar a sociedade dos malefícios da reforma da Previdência.
Ao longo do encontro, Dom Leonardo ressaltou a
importância dos sindicatos para a defesa da democracia e dos direitos dos
trabalhadores e que é importante valorizar os movimentos sociais “e não
deixá-los sozinhos neste momento”. Dom Leonardo se comprometeu, ainda, em levar
à Assembleia Geral da CNBB, que acontece de 26 de abril a 05 de maio, o
resultado da reunião de hoje como subsidio para redigir uma mensagem aos trabalhadores
e trabalhadoras no dia Primeiro de Maio. Ele também manifestou profunda
preocupação com a situação dos povos indígenas que ficaram ainda mais
vulneráveis devido às medidas de desmonte das políticas indigenistas que estão
sendo realizadas por Temer.
• Equador: povo vence onda neoliberal e golpe montado por
Washington. O ex-vice-presidente do
Equador, Lenín Moreno, venceu as eleições presidenciais de domingo passado e se
tornará presidente com posse em maio. O resultado representa uma vitória do
atual presidente, Rafael Correa, que defendia seu projeto de “Revolução
Cidadã”.
Como não poderia deixar de ser, o candidato de
Washington, Guillermo Lasso, não tardou a alegar fraude e disse que os
delegados de seu partido iriam apresentar pedidos para contestar oficialmente a
eleição. Mas, como é também comum na estratégia golpista, partidários de Lasso
causaram distúrbios diante da sede do partido de Lenín Moreno. E protestaram
também nas cidades de Guayaquil, Cuenca, Riobamba, Santo Domingo e Portoviejo. Tudo
de acordo com a cartilha golpista e que já conhecemos no Brasil, na Argentina,
na Venezuela, na Bolívia, etc. Pegam alguns desavisados, iludidos por uma mídia
mentirosa e manipuladora, e colocam como “boi de piranha” para parecer uma
“oposição popular democrática”. Um manual já conhecido por todos nós.
• Greve Geral parou a Argentina! Na quinta-feira (06), a Argentina amanheceu com uma
Greve Geral convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), para protestar
contra as medidas econômicas do governo de Mauricio Macri, com grande impacto
no transporte público.
Houve uma grande queda no tráfego de veículos a partir
da meia-noite de quarta-feira, na Grande Buenos Aires, com relação aos dias
normais de trabalho.
A empresa Aerolíneas Argentinas cancelou seus voos
nacionais e internacionais, que sairiam dos aeroportos de Ezeiza e Aeroparque,
por conta da greve, da qual participam a Associação do Pessoal Técnico Aeronáutico
(APTA) e a Associação do Pessoal Aeronáutico (APA).
Não faltaram armações do governo para vencer o
movimento dos trabalhadores. O governo de Buenos Aires decretou a gratuidade
dos pedágios das estradas e dos estacionamentos públicos durante o dia de
greve, a fim de incentivar os trabalhadores a comparecerem em seus postos de
trabalho em seus próprios veículos.
Como já estamos acostumados a ver, as autoridades não
tardaram em dizer que a greve é política e prejudica o país. O ministro do
Sistema Federal de Meios Públicos, Hernán Lombardi, disse, em entrevista à emissora
TN, que há uma “dimensão política” no ato patrocinada pela oposição. Para o
representante da Casa Rosada, esses grupos teriam passado a vislumbrar uma
“melhora na situação econômica” do país. Como na velha cartilha já conhecida
por nós, Lombardi denunciou também a existência de “lideranças ocultas” que
estariam planejando uma “interrupção abrupta” do governo de Mauricio Macri.
• A mesma tática da direita! Depois da vitoriosa Greve Geral na Argentina, o governo de Mauricio
Macri não tardou em usar o mesmo discurso de sempre para subestimar a
organização dos trabalhadores. Em nota oficial, o Governo argentino disse que
houve uma “baixa participação” dos trabalhadores na greve. Fechando os olhos
para as muitas fotografias que circularam na Internet, mostrando ruas vazias,
todo o comércio e indústria de portas fechadas, Macri disse que a convocação da
greve feita pela CGT havia fracassado.
Curiosamente, o documento oficial do governo reconhece
que nas províncias de Santa Fe, Formosa, Río Negro, Santa Cruz, Catamarca e
Entre Ríos a paralisação foi total! Mas não fala que as demais províncias pararam
quase integralmente depois da notícia se espalhar pelas redes.
• Um novo golpe sendo articulado. As tramoias estadunidenses contra as nações da América
Latina que se libertaram não param. Como eu tenho dito no Informativo e em
muitas palestras, havia (e ainda há) uma lista de países a serem derrubados,
vencidos, destruídos e novamente cooptados para a órbita de Washington. Entre
esses estavam Honduras, Paraguai, Argentina e Brasil, onde já venceram. Os
seguintes são Venezuela, Equador (onde já foram derrotados), Bolívia e
Nicarágua. Bem, aí está o novo golpe.
Para derrubar o governo da Frente Sandinista e tirar
Daniel Ortega do poder, um grupo de congressistas estadunidenses tidos como
“radicais e defensores da ingerência política” tenta usar mecanismos
artificiais e supostamente “legais” para atacar o governo nicaraguense.
Reeditaram um documento intitulado Nicaraguan Investment Conditionality,
conhecido como Nica Act., para impor novas sanções econômicas à Nicarágua.
A nova artimanha, agora com o nome de Nica Act. 2017,
quer impor sanções ao Governo de Daniel Ortega por, supostamente, ter violado
os “direitos humanos” no país. O projeto de lei foi apresentado pela já
conhecida golpista Ileana Ros-Lehtinen, sempre presente quando se trata de
agredir países que tentam fugir das amarras estadunidenses. Ros-Lehtinen é
conhecida por ser uma das lideranças do Tea Party, de extrema-direita, e por
suas campanhas contra Cuba.
• Quem manda no mundo?
Ao contrário do que muitos pensam, não são os governos dos países mais
desenvolvidos e mais militarizados. Eles são apenas a parte que vemos do
iceberg mundial. Mas os verdadeiros donos do nosso futuro, da nossa vida e de
toda a riqueza que produzimos diariamente com nosso trabalho são algumas poucas
empresas.
Um trabalho que já era conhecido por nós, mas que agora
é divulgado oficialmente e com muitos documentos comprovando as informações
mostra quem manda no mundo. Realizado pela ONG britânica Oxfam, mostra que
apenas dez empresas do ramo alimentício controlam praticamente todas as marcas
que populações do mundo inteiro compram e consomem.
As empresas são Nestlé, PepsiCo, Coca-Cola, Unilever,
Danone, General Mills, Kellogg's, Mars, Associated British Foods e Mondelez;
todas elas têm operações no Brasil, com diferentes produtos.
A divulgação dos dados veio no âmbito da campanha
“Behind the Brands”, que monitora a atuação das marcas em relação à atuação nas
áreas de transparência, respeito a mulheres, produtores e trabalhadores,
terreno de plantio, controle do uso da água e clima. A ideia é conscientizar
consumidores sobre as ações das marcas que consomem.
• Um bilhão de pessoas sem eletricidade! Um
levantamento divulgado pelo Global Tracking Framework (GTF) aponta que mais de
um bilhão de de pessoas não tinham acesso à eletricidade em 2014 e há países na
África onde a taxa de eletrificação está caindo.
O relatório mostra que o aumento de pessoas com acesso
à eletricidade está mais lento. Se essa tendência não for revertida, as
projeções são de que em ao final da próxima década, 8% da população não terão
energia elétrica. Ou seja, o mundo não alcançará a meta de acesso universal à
eletricidade. Entre os eixos analisados, apenas a eficiência energética
progrediu: a quantidade de energia economizada durante os anos de 2012 e 2014,
período abordado no relatório, equivale ao necessário para abastecer o Brasil e
o Paquistão combinados.
• Qual o seu salário?
Não é uma pergunta retórica. Quanto você ganha por ano, companheiro e companheira
que está lendo esse Informativo? Qual seria, na sua opinião, um salário
razoável para viver bem?
Escrevemos tudo isso para deixar algumas informações
interessantes. Você sabia que os “chefões” do FMI e da Comissão Europeia, que
vivem dizendo que os países devem adotar políticas de austeridade e reduzir os
salários dos trabalhadores, ganham, em média, 1,25 milhões de euros por ano?
Isso mesmo, aqueles dirigentes das organizações que passam o ano inteiro
planejando programas de cortes nos benefícios sociais rebem salários
milionários, além de todas as vantagens e condições de trabalho que mais
parecem um prêmio de loteria. Além dos salários, recebem “ajudas de custo”
quando viajam e já garantiram uma pensão inimaginável para nós quando se aposentarem.
Só para fazerem uma ideia do que representa criar
programas de cortes sociais e austeridade, vamos ver os grandes salários dessa
turma de rapinantes. O presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Trichet; a
diretora geral do FMI, Christine Lagarde e; o presidente do Banco Central
Europeu, Mario Draghi recebem cerca de 1,25 milhão de euros anuais, entre
salários e outros vencimentos.
Jean Claude Trichet, o luxemburguês presidente da
Comissão Europeia, além do seu salário anual recebe 48.600 euros por mês para
“auxílio moradia” e 1.418 euros por mês como “subsídio para descanso”. E, é
claro, todas as suas despesas com viagens, alimentação e manutenção são pagas
pela entidade! Legal, não é?
• A Síria e a história de atentados estadunidenses.
(Ernesto Germano Parés)
Estou acompanhando as notícias na nossa imprensa “tão
livre” sobre o que ocorre na Síria, mas, principalmente, estou acompanhando
assustado coisas que estão postando aqui no Face. Pessoas que eu considero
lúcidas estão engolindo a isca dos EUA e repetindo a cantilena da imprensa para
acusar Bashar al Assad e justificar mais uma intervenção militar da OTAN, sob
os auspícios de Washington.
Só para iniciar nossa história de golpes armados para
justificar a violência do Estado naquele país, vamos lembrar (rapidamente) a
história do 1º de Maio de 1886. Todos conhecem a história: os operários
estadunidenses estavam em greve geral pela jornada de oito horas diárias. Mais
de um milhão de trabalhadores de braços cruzados! No dia da assembleia que daria
continuidade à greve, em uma praça de Chicago, explodiu uma bomba! A polícia
não tardou em acusar o julgar os líderes da greve.
Oito líderes do movimento foram presos, acusados de
haver provocado o tumulto, e julgados: Alberto Parson, tipógrafo (39 anos);
August Spies, tipógrafo (32 anos); Adolf Fischer, tipógrafo (31 anos); George
Engels, tipógrafo (51 anos); Ludwig Lingg, carpinteiro (23 anos); Michael
Schwab, encadernador (34 anos); Samuel Fielden, operário têxtil (39 anos);
Oscar Neeb, (?). Os quatro primeiros foram condenados à morte e enforcados no
dia 11 de novembro de 1887. Os demais foram condenados à prisão perpétua.
Ludwig Lingg suicidou-se na cadeia.
Em 1893, a Justiça estadunidense reabriu o processo
contra os oito operários e ficou comprovado que todas as provas apresentadas
durante o julgamento haviam sido forjadas e que a bomba havia sido colocada
pela própria polícia para incriminar os manifestantes. Foi reconhecida a
inocência dos condenados e os três operários que ainda estavam na cadeia foram
libertados.
Precisam de mais? Quem conhece a história do
encouraçado Maine?
Em 1898 o governo dos EUA já tinha traçado uma política
voltada para dominar todo o mar do Caribe. Acontece que uma certa ilha, Cuba,
estava sob o domínio espanhol e isso atrapalhava os planos de Washington que
não tardou a criar uma desculpa para a guerra com a Espanha.
Sem qualquer aviso prévio, quebrando todas as regras
diplomáticas e criando as condições para um confronto, o governo de Washington
enviou o encouraçado Maine para Havana. E, como era de se esperar, a Espanha
não tardou a enviar um navio de cruzeiro chamado de Vizcaya que aportou em Nova
Iorque. Provocação com provocação, mas a história continua.
No dia 15 de fevereiro de 1898 o Maine explode no porto
de Havana! Morreram 266 marinheiros estadunidenses, mas, curiosamente, todos os
18 oficiais sobreviveram. A primeira conclusão foi que a explosão foi causada
por uma mina naval, e a guerra começou. Os EUA invadiram Cuba e expulsaram os
espanhóis, cumprindo o que haviam projetado. O problema é que, anos mais tarde,
surge a suspeição de que os autores da explosão do Maine foram os
estadunidenses, para criar uma justificativa para a guerra!
Para não alongar com outros exemplos, vamos dar um
salto na história e ver a criação da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico
Norte), criada em 1949 para servir de braço armado de Washington durante a
guerra com a União Soviética! Teoricamente, uma organização de defesa coletiva
do “mundo livre” contra a ameaça comunista. Na verdade, um grande esquema com
dois objetivos básicos: criar condições de confronto com os países do Leste
Europeu e movimentar uma fortuna em armamentos para enriquecer o complexo industrial
militar estadunidense. Todos os países membros da OTAN são obrigados a comprar
armamentos nas empresas dos EUA!
Com a queda a União Soviética a OTAN passa a ter uma
nova função: ocupar territórios de interesse geoestratégicos para o domínio
estadunidense, em particular as nações ricas em petróleo, gás, água e minerais estratégicos.
A história recente da OTAN é uma verdadeira onda de
crimes que não são julgados! Quem teria coragem de julgar? A ONU, subserviente
e dependente da “ajuda financeira” de Washington? Sem perder muito tempo,
vejamos as mais recentes “aventuras” da OTAN e os prejuízos causados.
A antiga Iugoslávia: o golpe foi montado depois da
descoberta de uma suposta fossa comum onde estariam 45 albaneses fuzilados por
tropas iugoslavas. Isso despertou uma reação no povo kosovar e os EUA não
tardaram a criar e armar um certo Exército de Libertação do Kosovo. Bill
Clinton, então presidente estadunidense, estava envolvido no escândalo com a
tal estagiária (Monica Lewinsky), mas deu “carta branca” para a intervenção da
OTAN. Resultado? 5.700 mortos (400 crianças), 7.000 civis feridos (30% de
crianças), toda a indústria da Iugoslávia destruída. Alexánder Solzhenitsyn,
Prêmio Nobel de Literatura, comparou o que os estadunidenses fizeram com o
terror nazista!
Novas notícias vão se acumulando e, para não perder
tempo: A) Afeganistão (uma guerra criada depois de um atentado nos EUA que está
em dúvidas até hoje); B) Iraque (uma invasão da OTAN sob a desculpa que Sadan
Hussein teria armas químicas de destruição em massa, mas nunca foi provado); C)
Líbia (uma invasão da OTAN sob a desculpa de “combater um tirando”, mas que
tomou os poços de petróleo e o maior aquífero da região, deixando um país
arrasado até hoje). Teríamos muitos outros exemplos, mas vamos encerrar com as
seguintes perguntas: quem criou e treinou a Al Qaeda? Quem criou e armou o
Estado Islâmico? Quem fornece armamentos para o Daesh?
E ainda tem gente que acredita que Bashar al Assad
mandou jogar armas químicas em seu próprio povo? Ora, vá se roçar nas ostras
para criar calo...
• Vamos refletir sobre os fatos já conhecidos. 1 – Pelo que sabemos, os dois destroieres que participaram
da ação (USS Porter e USS Ross) partiram da base naval de Rota, na Espanha.
Agora olhem o mapa do Mediterrâneo disponível Google. Vejam a distância
percorrida pelos dois barcos. Respondam: se Trump fez a ameaça na manhã de
quinta-feira e os barcos atacaram na madrugada de sexta-feira, daria tempo? Ou
já estavam se deslocando para lá, antes mesmo de sabermos do suposto ataque com
armas químicas que teria sido feito por Bashar al Assad? Usando dados do
Google, a velocidade do destroier mais rádio dos EUA é de 54 Km/h. Também
usando dados do Google, a distância entre a Espanha e a Síria, pelo
Mediterrâneo, seria de aproximadamente 3.800 Km. Ou seja, esses barcos teriam
gasto cerca de 70 horas (quase 3 dias)! Pense nisso; 2 – Curiosamente, pelas
notícias que encontramos em vários jornais europeus (isso não aparece por
aqui), o Estado Islâmico (Daesh) atacou posições do Exército sírio na estrada
que liga Homs a Palmira, ou seja, na mesma região atacada pelos navios
estadunidenses. Seria mera coincidência? Mas sabemos que o exército sírio
estava vencendo a guerra contra o Daesh e já tinha conseguido libertar várias
regiões que estavam sob o controle dos terroristas financiados e armados por Washington.
O ataque contra a base aérea de Shairat não seria para enfraquecer o avanço das
tropas sírias contra o Estado Islâmico?; 3 – Do que sabemos, e já escrevo sobre
isso desde 2015/2016, há um projeto de Washington de acabar com a Síria. O
território seria dividido para garantir o domínio geoestratégico na região.
Vejam no mapa também disponível no Google. A Turquia gostaria de se apossar do
nordeste da Síria, região rica em recursos hídricos e que permitiria a expansão
do seu gasoduto até o Iraque. Israel quer se apossar de vez do sul da Síria
(vale lembrar que já invadiu as Colinas do Golan que pertencem à Síria) para
criar uma área de segurança. O restante do país ficaria sob o poder do Estado
Islâmico (a leste) e o litoral a Oeste, junto ao Mediterrâneo, ficaria para os
EUA onde uma nova base naval da OTAN seria criada. Tudo bem traçado; 4 – Por
falar nisso, por que Israel e Turquia foram os dois primeiros países a emitirem
notas apoiando o ataque estadunidense? Depois os países europeus, eternos capachos,
deram o apoio. Aliás, a Espanha não poderia fazer diferente, porque os navios
estadunidenses partiram de um porto espanhol!
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