sábado, 22 de abril de 2017

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Agora é Greve Geral!
O governo golpista está cada vez mais emaranhado em uma rede de corrupção, ilegalidade e mentiras. Ministros, deputados e senadores da chamada “base governista” estão envolvidos em centenas de acusações de fraudes e recebimento de dinheiro ilícito. No Congresso, por muito pouco, não sofreu uma vergonhosa derrota durante a votação do pedido de urgência para a Reforma Trabalhista e só conseguiu passar o requerimento depois de uma manobra ilegal do presidente da Câmara, recordando os velhos tempos de Eduardo Cunha.
Sabendo que tem pouco tempo de governo para cumprir seus compromissos com os promotores do golpe contra a democracia brasileira e contra o povo, Temer e sua quadrilha (incluindo aí o nosso “judiciário” golpista e canalha) estão com pressa em criar o estado de “terra arrasada”. Sabem que deixarão o governo em breve, mas pretendem deixar como “herança” um país ingovernável, pobre, em crise social e com a classe trabalhadora de cabeça baixa!
A reforma da previdência, a reforma trabalhista, as privatizações das grandes empresas estatais e a imposição de um programa de severa austeridade para os estados são as armas muito bem elaboradas para destruir tudo o que foi construído nos últimos 13 anos.
Para os trabalhadores e para o povo brasileiro não há alternativa senão construir uma grande Greve Geral, no dia 28 de abril, e caminhar na direção de uma grande mobilização nacional até extirpar esse governo ilegítimo e devolver o Brasil aos seus legítimos governantes!
Em cada casa, em cada esquina, em cada local de trabalho, no bar, no barbeiro, no cabelereiro, no mercado... é preciso ganhar o apoio dos trabalhadores e da população para essa ideia. Precisamos divulgar amplamente a proposta da Greve Geral e, mais importante ainda, mostrar os motivos do movimento, mostrar aquilo que a grande mídia e a dominação ideológica não deixam o povo ver. É preciso mostrar que no país está acontecendo algo mais importante do que brigas no BBB, casamentos ou separações entre artistas, brigas entre traficantes, etc.
Precisamos mostrar que todos estão perdendo com as reformas que o governo está impondo sem que possamos resistir por outros meios que não seja a grande mobilização popular.
Para que essa Greve Geral seja exitosa é preciso construir uma grande organização popular, criar uma forte aliança entre trabalhadores, estudantes, artistas, donas de casa e todos os que constroem o país que está sendo vendido descaradamente.
O dia 28 de abril, para ser coroado de êxito, não pode permitir vacilações ou divisões no movimento. Não pode ter outra palavra no ar senão Democracia! Trata-se da luta para resgatar a moralidade e a legalidade no país, não uma disputa para ver quem é “mais revolucionário”. É hora da unidade em torno da democracia e do Estado de Direito, jogando na lata do lixo os golpistas.
O dia 28 de abril precisa ser o marco inicial para derrotar Temer e sua quadrilha que quer roubar nossos direitos, sucatear nossa economia e devolver o Brasil aos grandes patrões internacionais.
AGORA É GREVE GERAL!
Destruindo o Brasil (1). Alguém ainda precisava de provas sobre a determinação do governo golpista em acabar com a economia nacional, causar mais desemprego e entregar os lucros ao grande capital internacional? Então aí vai mais uma ação criminosa de Temer e seus asseclas que se encastelaram no poder.
Durante a semana que passou, a Petrobras entrou com uma solicitação para descumprir a Lei em vigor e contratar integralmente no exterior a primeira plataforma para a área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos. Ou seja, jogar para escanteio uma política que vinha dando certo nos últimos anos, valorizando a indústria nacional e criando empregos no país, movimentando a economia e criando um mercado interno que nos deixava um pouco menos vulneráveis à crise externa.
A proposta do governo é tão desavergonhada que criou protestos até entre aqueles que apoiaram o golpe de 2016. A Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos, organização dos grandes empresários industriais do país que deram dinheiro para aquele “pato verde e amarelo”, não tardou em repudiar a medida. Em entrevista na TVT, o vice-presidente da entidade, Cesar Prata, disse que “Fazer um projeto desse tamanho sem usar os recursos que a gente tem parece uma coisa inconcebível. Nós temos 13 milhões de desempregados, os estados da União estão quebrados, então como pode um projeto dessa importância não contribuir para nenhum destes dois aspectos”?
Cesar Prata diz que o desemprego na área da construção naval está crescendo muito rapidamente e muitos estaleiros estão sendo desativados. Cerca de 80 mil trabalhadores estão prestes a perder seus empregos. E diz que, continuando assim, só no setor de máquinas e equipamentos serão mais de um milhão de novos desempregados nos próximos 12 meses.
Destruindo o Brasil (2). Depois de acabar com o programa “Ciências sem fronteiras”, uma iniciativa do PT que permitiu a milhares de jovens sair do país para aprimoramento dos seus conhecimentos, troca de experiências, avanços em intercâmbios tecnológicos, etc., agora o governo ilegítimo de Temer quer ir adiante na proposta de fazer o país voltar à era das trevas e da total dependência científica e tecnológica externas.
Qualquer pessoa minimamente consciente de uma sociedade em crescimento sabe que o investimento em educação, pesquisa, inovação científica e tecnológica é fator importante para o desenvolvimento econômico e social. Só para lembrar, os dois governos do PT (Lula e Dilma) inauguraram 18 universidades públicas!
Entidades reconhecidas internacionalmente, como o World Economic Forum e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) defendem que esses investimentos são fundamentais para o desenvolvimento de uma nação.
Pois é, não é? Mas na contramão do que os órgãos internacionais sugerem para o desenvolvimento econômico e social, e do que todos nós sabemos por experiência própria e por consciência política, o governo ilegítimo e golpista anunciou nesta semana um corte de 44% no orçamento destinado a ciência e tecnologia.
Pesquisadores e cientistas brasileiros foram surpreendidos com o golpe, capaz de prejudicar pesquisas em andamento e também as futuras pesquisas, além de promover a fuga de recursos humanos qualificados por falta de incentivo, o que muito interessa a países estrangeiros (em particular os EUA), e de expor o Brasil a constrangimento perante a comunidade científica internacional.
Ao aplicar corte de tal magnitude, revela-se descaso com a necessidade de investimentos importantes, como, por exemplo, o estudo da estrutura do zika vírus, como destacou Smaili, em artigo intitulado “Sem investimento em ciência, o Brasil não terá solução”, publicado em janeiro na Carta Capital, quando antecipava os efeitos danosos dos cortes previstos no orçamento federal destinado à C&T.
Quer um motivo a mais para fortalecer a Greve Geral do dia 28? Responda: a quem interessa o atrofiamento da C&T no Brasil? A quem interessa que o Brasil permaneça para sempre cientifica e tecnologicamente muito dependente?
Manobra vergonhosa! Noite de quarta-feira (19). Televisão ligada para acompanhar, através da TV Câmara, os debates tão importantes para o futuro do país diante de um governo golpista e ilegal. Na noite anterior havíamos acompanhado a sessão com muito interesse e, sem surpresa, vimos o pedido de urgência do governo golpista para votar a reforma trabalhista ser derrotada porque não conseguiram coloca 257 parlamentares no plenário.
E dizemos “sem surpresa” porque já esperávamos essa omissão de parte da “base aliada do governo”, uma vez que uma imensa quantidade de deputados está sendo investigados e envolvidos em denúncias de corrupção. Mais do que esperado que se escondessem.
Acompanhando os debates, vimos que havia uma clara intenção dos governistas em reapresentar a solicitação de urgência, mas tudo esbarrava no Regimento Interno da Câmara que não permitiria tal votação.
Na quarta-feira, como dizíamos, voltamos a acompanhar os debates na TV Câmara, por interesse em ter mais detalhes sobre essa “camisa de força” que o governo ilegítimo está impondo aos estados. Mas fomos surpreendidos por mais um golpe vergonhoso dessa quadrilha que se apossou do poder.
O presidente da Câmara, “senhor” Rodrigo Maia, chutou solenemente o Regimento e voltou a colocar em votação o pedido de urgência. Claro está que, durante todo o dia, o Palácio do Planalto colocou sua tropa para exigir a presença dos deputados da sua base que se ausentaram no dia anterior. E agora a proposta foi aprovada por 287 votos a 144, ainda assim mostrando certa fragilidade nas hostes “temeristas”.
A aprovação do regime de urgência para a reforma trabalhista abre a possibilidade para a proposta poder ir à votação em Plenário nas próximas sessões.
Magistrados contra a manobra golpista. Para o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Germano Siqueira, a aprovação da urgência para o Projeto de Lei 6.787/16, que dispõe sobre a reforma trabalhista, “é um equívoco e atenta contra a democracia”. E afirmou que “O substitutivo apresentado pelo deputado Rogério Marinho desnaturou totalmente o projeto original, que já era prejudicial para o Direito do Trabalho. A urgência é um verdadeiro açodamento, que compromete a democracia”.
Na quarta-feira (19), pela manhã, a Anamatra já havia se manifestado sobre o relatório do deputado, analisando que o mesmo é ainda mais prejudicial para os direitos trabalhistas do que a proposta original: “O relatório é muito ruim. Uma completa inversão dos princípios e das finalidades do Direito do Trabalho. Se o Direito do Trabalho foi concebido pelo reconhecimento de que o trabalhador, pela sua condição econômica e social, merece ter a proteção legislativa, o que se pretende agora, sem autorização constitucional, é inverter essa proteção, blindando o economicamente mais forte em detrimento do trabalhador”.
Temer confessou o golpe, mas nossa imprensa nem comentou. Em entrevista concedida à TV Bandeirantes, no sábado (15), o golpista Michel Temer admitiu que a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff só aconteceu “por motivo de chantagem de Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados”.
Na entrevista, Temer diz com todas as letras o que todos já sabiam: Cunha só aceitou o processo de impeachment contra Dilma porque o PT não aceitou votar em favor do deputado no processo do Conselho de Ética que poderia cassar seu mandato. Mas ninguém mais comentou o assunto, nossa imprensa está calada, o “juizeco” de quinta vara de Curitiba se faz de morto e o povo brasileiro não tomou conhecimento da confissão.
Um assunto antigo, mas muito atual. Em várias ocasiões nosso Informativo já trouxe notícias sobre as movimentações militares estadunidenses na América Latina e as instalações de bases militares em países capachos. Também já comentamos os constantes discursos de Washington acusando países não submissos de corrupção, instalação de ditaduras, perseguições a entidades “democráticas”, etc. A propaganda imperial contra os países que não rezam pela cartilha de Washington não tem fim.
No último dia 6 de abril, em um informe diante do Congresso estadunidense, o Comandante em Chefe do Comando Sul do Exército dos EUA (SOUTHCOM), Kurt Tidd, “jurou por todas as juras” que o maior problema na região é a delinquência, vinculada ao narcotráfico e ao terrorismo internacional. Curiosamente, falou também de uma “ebulição social e manifestações públicas devido à corrupção e desvio de verbas públicas”. Porém, no seu relato, aparecem apenas Bolívia, Venezuela e Equador! Nem uma única vírgula sobre Honduras, Argentina, Brasil ou Paraguai depois dos golpes!
O problema é que isso não é o mais sério do informe de Kurt Tidd. Essa parte nós já conhecemos bem e sabemos como colocam a imprensa amestrada para divulgar essas notícias deturpadas para justificar novos golpes. O que nos deve preocupar é a segunda parte do seu relato onde diz que cresce a influência da China, da Rússia e do Irã na região e pede ao Congresso um orçamento maior para “assistência militar estadunidense aos países da América Latina.
Só para lembrar, o governo estadunidense investiu, em 2016, 118 milhões de dólares para fortalecer sua presença militar na América Central. Na América do Sul, só no que chamam “Assistência para a Segurança e Polícia” gastaram 610,84 milhões de dólares e o valor total de armas vendidas aos países na região chega a 1,11 bilhão de dólares.
No momento, o governo estadunidense negocia a criação de novas bases militares de “ajuda humanitária” no Peru e no Paraguai. Está também negociando com Mauricio Macri a instalação de uma base militar de grande porte na tríplice fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina).
Washington aposta pesado na Venezuela. Estamos acompanhando com preocupação uma escalada de violência promovida pela direita venezuelana, é claro, orquestrada a partir dos salões da Casa Branca e dos escritórios da CIA. Já são quatro dias de muita violência promovida por mercenários pagos pelo partido da direita venezuelana para propiciar manchetes nos jornais internacionais que justifiquem mais uma “intervenção humanitária” dos EUA.
Depois da passeata promovida no dia 14 de abril, Henrique Capriles, o líder da direita no país, passou a incentivar mobilizações e atos de protestos em várias cidades com a clara intenção de criar uma situação de “ingovernabilidade”.
Na noite de quinta-feira (20) um bando armado atacou uma maternidade em El Valle, Caracas, colocando em risco a vida de 54 crianças. Não por coincidência, o local invadido pelos mercenários chama-se Hospital Maternidade Infantil Hugo Rafael Chávez Frías!
Segundo informes na madrugada de sexta-feira (21), a ministra de Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse que o presidente Maduro determinou a imediata evacuação do hospital para garantir a vida das 54 crianças. A diretora do hospital declarou: “Fomos agredidos por um grupo violento que atirou pedras e outros objetos. Depois passaram a queimar lixo na porta do hospital e a fumaça penetrou nas instalações. Havia crianças recém-nascidas no setor de emergência”.
Comprovando que tudo foi planejado, na mesma quinta-feira (20) o sistema de transporte de Caracas foi alvo de ataques de mercenários. O presidente do Metrô de Caracas, Gerardo Quintero, denunciou que uma composição da Linha 2 seriamente danificada por jovens encapuzados.
Venezuela: desespero da direita e de Washington. Afinal de contas, são 18 anos longe do poder e isso deve estar levando ao desespero setores acostumados a ter altíssimos lucros enquanto o povo passa por dificuldades. Em uma rápida suposição, quanto as empresas estadunidenses de petróleo já perderam nesses 18 anos longe dos poços e jazidas venezuelanas?
Hugo Chávez Frías chegou ao poder na Venezuela em 1999 (sua posse foi em fevereiro) depois de ser eleito com 58% dos votos e derrotar os partidos tradicionais. Convocou uma Assembleia Constituinte que aprovou uma nova Lei Máxima para o país, com mais direitos para o povo, com a nacionalização das riquezas minerais, com um sistema democrático de representação popular e, coisa única no mundo, com um artigo que garante a revogação do presidente, a qualquer momento, por consulta popular (referendo revocatório)!
O certo é que, durante esses 19 anos, a direita lançou mão de todos os instrumentos possíveis para voltar a dominar o país. Desde a promoção de uma estranha “greve dos petroleiros” até o fracassado golpe de 2002 (curiosamente no mês de abril). Chávez foi alvo de duas tentativas de assassinato! Não contente, a direita venezuelana, orientada por Washington, promoveu assassinatos de vários líderes populares que apoiavam Chávez e o governo bolivariano. Isso sem lembrar as várias tentativas estadunidenses de envolver a Venezuela em atritos com a submissa vassala Colômbia.
Com a morte de Chávez essa mesma direita tentou um golpe tentando tornar ilegítima a posse do vice-presidente Nicolás Maduro. Eleições foram convocadas, em abril de 2013, e Maduro venceu em primeiro turno com 50,6% dos votos!
Fica demonstrada a razão de tanto desespero da direita venezuelana e dos “chefes” em Washington.
Colômbia: outro líder indígena é assassinado. Na quarta-feira (19), o governador do Cabildo Kite Kiwe, Gerson Acosta Salazar, foi assassinado na zona rural de Timbío.
Segundo informações da Associação de Cabildos Indígenas do Norte del Cauca (Acin), o líder indígena com 36 anos foi atacado por pessoas que invadiram a sua casa e passaram a atirar nele.
Curiosamente, ele contava com proteção da Unidade Nacional de Proteção da Colômbia por já ter sido ameaçado várias vezes. Mas, segundo explicações dos guardas que deveriam estar fazendo a sua proteção eles estavam na sede municipal aguardando serem chamados para acompanhá-lo.
Só para lembrar, Gerson Acosta era um dos sobreviventes do massacre de Naya, em 2001, quando vários líderes indígenas foram assassinados.
Direita francesa fala de Venezuela para atacar Mélenchon! O crescimento do candidato do partido “França Insubmissa”, Jean-Luc Mélenchon, está deixando a direita francesa assustada e já criam um fantasma para tentar barrar o avanço do esquerdista. Durante manifestações da extrema direita, em Lille, surgiu a acusação de que, se eleito, ele aproximaria a França do governo comunista da Venezuela! Tudo tem servido para atacar Mélenchon e as propagandas dos demais partidos falam em Lenin, Hugo Chávez e Fidel como fantasmas a serem ressuscitados no caso de uma vitória do comunista.
O índice de indecisos na França ainda é alto (um terço do eleitorado) e sabemos também que a abstenção é tradicional naquele país. Segundo institutos de pesquisa, um em cada três franceses pretende não comparecer hoje às urnas. O segundo turno, se houver, está marcado para o dia 7 de maio.
O direitista Fillon e o conservador Macron passaram a atacar Mélenchon diariamente, falando em um “programa comunista” que arrasaria o país.
Em resposta, Mélenchon disse que a França já tem interesses na região da ALBA (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) através da Guiana, Guadalupe e Martinica. Não descartou buscar uma aproximação com a Aliança destacando que se trata de um organismo que reúne países em torno de um projeto de cooperação e desenvolvimento e não de uma organização militar!
Rússia diz que não há provas sobre o tal “ataque químico” na Síria. O Ministério da Defesa russo afirmou na terça-feira (18) que ainda não foram apresentadas provas concretas sobre o uso de armas químicas em Jan Sheijun, na província síria de Idlib, e que apenas vídeos divulgados pelos conhecidos “capacetes brancos” são conhecidos até agora.
Endeusados pela grande mídia como “heróis” que resgatam pessoas nas guerras do Oriente Médio, o grupo conhecido como “capacetes brancos” foi criado por um ex-militar britânico, James Le Mesurier, com larga e conhecida passagem em várias intervenções comandadas pela OTAN (Sérvia, Iraque, Líbano, Líbia, etc.) e que conta com um polpudo financiamento de organizações estatais de nações aliadas dos EUA. Hoje sabemos que muitos dos vídeos sobre os atos de bravura foram feitos em território aliado e são montagens para promover a propaganda da “democracia” contra os tiranos.
Então, por que o mundo fala em “ataque com armas químicas” na Síria se tudo o que se conhece é o tal vídeo divulgado na Internet?
O presidente sírio, Bashar al Assad continua afirmando que não aconteceu o tal ataque com armas químicas e que seria um absurdo o exército lançar tal ataque contra uma aldeia que apoia o seu governo e foi libertada do Daesh. Seu governo enviou à ONU um pedido de investigação por especialistas conhecidos da comunidade científica internacional, mas não recebeu resposta.
O que conhecemos? Nossos jornais não entram em detalhes e apenas divulgam o que as agências de notícias “oficiais” mandam divulgar. Tudo bem filtrado por Washington para demonizar o governo de al Assad.
Sabemos, através dessas agências, que o suposto ataque com armas químicas em Adlib está sendo investigado pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), entidade não oficial da ONU, mas ficam algumas dúvidas: 1) por que apenas técnicos e cientistas britânicos da OPAQ estão fazendo a investigação, quando sabemos que a Inglaterra apoiou e aprovou o ataque estadunidense com mísseis contra a Síria? 2) por que as amostras que – supostamente – foram recolhidas em Adlib estão sendo analisadas na Turquia, país que também apoiou o ataque estadunidense contra a Síria e é interessado direto no projeto de dividir o país de Assad em três? 3) por que ninguém pode ter acesso às análises e metodologias de pesquisa que estão sendo usadas pela OPAQ? 4) por que ninguém tem informações sobre quando, como, onde e por quem foram recolhidas as amostras que agora estão sendo analisadas? Dúvidas, dúvidas, dúvidas...
Enquanto isso... Pois é! Enquanto temos tantas dúvidas sobre o suposto ataque com armas químicas do exército sírio contra sua própria população, os EUA continuam atacando impiedosamente o país!
Na quarta-feira (19) aviões estadunidenses voltaram a bombardear a Síria, agora na região de Al Bukamal. O primeiro ataque deixou 16 mortos, incluindo mulheres, crianças e refugiados iraquianos que ali vivem. Em um segundo ataque foram disparados 12 mísseis matando mais sete pessoas (duas mulheres e uma criança).
Uma segunda Guerra da Coreia é possível? Os primeiros anos da década de 1950 foram marcados pela Guerra da Coreia que, na época, colou frente à frente os EUA com China e União Soviética. O resultado foi a divisão da península coreana. Estaremos diante da possibilidade de um novo confronto?
Alguns analistas dizem que Donald Trump pode usar a Coreia do Norte como forma de resgatar sua autoridade interna (depois das duas derrotas no Parlamento) e tentar firmar uma imagem mais respeitável no panorama internacional. Mas a questão colocada é: se ele resolve atacar Pyongyang como fez com a Síria e o Afeganistão poderia pagar um preço muito alto e desencadear uma reação em cadeia que levaria o mundo a uma nova Guerra Mundial. E Washington sabe que, agora, não teria o silêncio da ONU no caso de um ataque.
Fato concreto é que o Pentágono anunciou que, até o final de abril, enviará três porta-aviões para o mar do Japão, o que já está sendo considerado uma provocação à Coreia do Norte. O USS Carl Vinson, o primeiro dos três, já deve chegar na próxima terça-feira (25) e encontrará o USS Ronald Reagan e o USS Nimitz.
Por que o mundo está calado? No final da década de 1960 o mundo assistia à guerra do Vietnam. Enquanto o exército estadunidense dizimava a população local ninguém se importava com a guerra, mas quando os “bravos rapazes” do Tio Sam começaram a voltar para casa dentro de sacos plásticos a coisa começou a mudar. Contribuiu para isso as imagens do genocídio provocado pelos EUA, as matanças de crianças e mulheres, a utilização de armas químicas contra populações civis, etc. As grandes manifestações contra a guerra do Vietnam tomaram conta dos EUA e se espalharam pelo mundo.

Em 2003, quando o velho Bush inicia a aventura no Iraque, com bombardeios indiscriminados contra povoados e aldeias que não tinham qualquer objetivo estratégico o mundo também se levantou e o ano foi marcado por inúmeras manifestações pela paz e exigindo o fim da guerra. Só para recordar, no dia 15 de fevereiro de 2003 aconteceu a grande jornada mundial pela paz e contra a guerra do Iraque, sendo registrada no livro Guiness dos Recordes. Em Roma marcharam mais de 3 milhões de pessoas pela paz. Os números mostram que, em 800 cidades em todo o mundo se mobilizaram mais de 30 milhões de pessoas. Onde estão agora? O que aconteceu que anestesiou toda essa gente? Por que a invasão da Líbia não causou protestos? Por que os bombardeios na Síria e no Afeganistão, além da possibilidade de uma guerra na Coreia não tira a humanidade dessa letargia?

Nenhum comentário:

Postar um comentário