Agora
é Greve Geral!
O governo golpista está cada vez mais emaranhado em uma
rede de corrupção, ilegalidade e mentiras. Ministros, deputados e senadores da
chamada “base governista” estão envolvidos em centenas de acusações de fraudes
e recebimento de dinheiro ilícito. No Congresso, por muito pouco, não sofreu
uma vergonhosa derrota durante a votação do pedido de urgência para a Reforma
Trabalhista e só conseguiu passar o requerimento depois de uma manobra ilegal
do presidente da Câmara, recordando os velhos tempos de Eduardo Cunha.
Sabendo que tem pouco tempo de governo para cumprir
seus compromissos com os promotores do golpe contra a democracia brasileira e
contra o povo, Temer e sua quadrilha (incluindo aí o nosso “judiciário”
golpista e canalha) estão com pressa em criar o estado de “terra arrasada”.
Sabem que deixarão o governo em breve, mas pretendem deixar como “herança” um
país ingovernável, pobre, em crise social e com a classe trabalhadora de cabeça
baixa!
A reforma da previdência, a reforma trabalhista, as
privatizações das grandes empresas estatais e a imposição de um programa de
severa austeridade para os estados são as armas muito bem elaboradas para
destruir tudo o que foi construído nos últimos 13 anos.
Para os trabalhadores e para o povo brasileiro não há
alternativa senão construir uma grande Greve Geral, no dia 28 de abril, e
caminhar na direção de uma grande mobilização nacional até extirpar esse
governo ilegítimo e devolver o Brasil aos seus legítimos governantes!
Em cada casa, em cada esquina, em cada local de
trabalho, no bar, no barbeiro, no cabelereiro, no mercado... é preciso ganhar o
apoio dos trabalhadores e da população para essa ideia. Precisamos divulgar
amplamente a proposta da Greve Geral e, mais importante ainda, mostrar os
motivos do movimento, mostrar aquilo que a grande mídia e a dominação
ideológica não deixam o povo ver. É preciso mostrar que no país está acontecendo
algo mais importante do que brigas no BBB, casamentos ou separações entre
artistas, brigas entre traficantes, etc.
Precisamos mostrar que todos estão perdendo com as
reformas que o governo está impondo sem que possamos resistir por outros meios
que não seja a grande mobilização popular.
Para que essa Greve Geral seja exitosa é preciso
construir uma grande organização popular, criar uma forte aliança entre
trabalhadores, estudantes, artistas, donas de casa e todos os que constroem o
país que está sendo vendido descaradamente.
O dia 28 de abril, para ser coroado de êxito, não pode
permitir vacilações ou divisões no movimento. Não pode ter outra palavra no ar
senão Democracia! Trata-se da luta para resgatar a moralidade e a legalidade no
país, não uma disputa para ver quem é “mais revolucionário”. É hora da unidade
em torno da democracia e do Estado de Direito, jogando na lata do lixo os
golpistas.
O dia 28 de abril precisa ser o marco inicial para
derrotar Temer e sua quadrilha que quer roubar nossos direitos, sucatear nossa
economia e devolver o Brasil aos grandes patrões internacionais.
AGORA É GREVE GERAL!
• Destruindo o Brasil (1). Alguém ainda precisava de provas sobre a determinação do governo
golpista em acabar com a economia nacional, causar mais desemprego e entregar
os lucros ao grande capital internacional? Então aí vai mais uma ação criminosa
de Temer e seus asseclas que se encastelaram no poder.
Durante a semana que passou, a Petrobras entrou com uma
solicitação para descumprir a Lei em vigor e contratar integralmente no
exterior a primeira plataforma para a área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos.
Ou seja, jogar para escanteio uma política que vinha dando certo nos últimos
anos, valorizando a indústria nacional e criando empregos no país, movimentando
a economia e criando um mercado interno que nos deixava um pouco menos
vulneráveis à crise externa.
A proposta do governo é tão desavergonhada que criou
protestos até entre aqueles que apoiaram o golpe de 2016. A Associação
Brasileira de Máquinas e Equipamentos, organização dos grandes empresários
industriais do país que deram dinheiro para aquele “pato verde e amarelo”, não
tardou em repudiar a medida. Em entrevista na TVT, o vice-presidente da
entidade, Cesar Prata, disse que “Fazer um projeto desse tamanho sem usar os
recursos que a gente tem parece uma coisa inconcebível. Nós temos 13 milhões de
desempregados, os estados da União estão quebrados, então como pode um projeto
dessa importância não contribuir para nenhum destes dois aspectos”?
Cesar Prata diz que o desemprego na área da construção
naval está crescendo muito rapidamente e muitos estaleiros estão sendo
desativados. Cerca de 80 mil trabalhadores estão prestes a perder seus
empregos. E diz que, continuando assim, só no setor de máquinas e equipamentos
serão mais de um milhão de novos desempregados nos próximos 12 meses.
• Destruindo o Brasil (2). Depois de acabar com o programa “Ciências sem fronteiras”, uma
iniciativa do PT que permitiu a milhares de jovens sair do país para
aprimoramento dos seus conhecimentos, troca de experiências, avanços em
intercâmbios tecnológicos, etc., agora o governo ilegítimo de Temer quer ir
adiante na proposta de fazer o país voltar à era das trevas e da total
dependência científica e tecnológica externas.
Qualquer pessoa minimamente consciente de uma sociedade
em crescimento sabe que o investimento em educação, pesquisa, inovação
científica e tecnológica é fator importante para o desenvolvimento econômico e
social. Só para lembrar, os dois governos do PT (Lula e Dilma) inauguraram 18
universidades públicas!
Entidades reconhecidas internacionalmente, como o World
Economic Forum e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura (Unesco) defendem que esses investimentos são fundamentais para o desenvolvimento
de uma nação.
Pois é, não é? Mas na contramão do que os órgãos
internacionais sugerem para o desenvolvimento econômico e social, e do que
todos nós sabemos por experiência própria e por consciência política, o governo
ilegítimo e golpista anunciou nesta semana um corte de 44% no orçamento destinado
a ciência e tecnologia.
Pesquisadores e cientistas brasileiros foram
surpreendidos com o golpe, capaz de prejudicar pesquisas em andamento e também
as futuras pesquisas, além de promover a fuga de recursos humanos qualificados
por falta de incentivo, o que muito interessa a países estrangeiros (em particular
os EUA), e de expor o Brasil a constrangimento perante a comunidade científica
internacional.
Ao aplicar corte de tal magnitude, revela-se descaso
com a necessidade de investimentos importantes, como, por exemplo, o estudo da
estrutura do zika vírus, como destacou Smaili, em artigo intitulado “Sem investimento
em ciência, o Brasil não terá solução”, publicado em janeiro na Carta Capital,
quando antecipava os efeitos danosos dos cortes previstos no orçamento federal
destinado à C&T.
Quer um motivo a mais para fortalecer a Greve Geral do
dia 28? Responda: a quem interessa o atrofiamento da C&T no Brasil? A quem
interessa que o Brasil permaneça para sempre cientifica e tecnologicamente
muito dependente?
• Manobra vergonhosa!
Noite de quarta-feira (19). Televisão ligada para acompanhar, através da TV
Câmara, os debates tão importantes para o futuro do país diante de um governo
golpista e ilegal. Na noite anterior havíamos acompanhado a sessão com muito
interesse e, sem surpresa, vimos o pedido de urgência do governo golpista para
votar a reforma trabalhista ser derrotada porque não conseguiram coloca 257
parlamentares no plenário.
E dizemos “sem surpresa” porque já esperávamos essa
omissão de parte da “base aliada do governo”, uma vez que uma imensa quantidade
de deputados está sendo investigados e envolvidos em denúncias de corrupção.
Mais do que esperado que se escondessem.
Acompanhando os debates, vimos que havia uma clara
intenção dos governistas em reapresentar a solicitação de urgência, mas tudo esbarrava
no Regimento Interno da Câmara que não permitiria tal votação.
Na quarta-feira, como dizíamos, voltamos a acompanhar
os debates na TV Câmara, por interesse em ter mais detalhes sobre essa “camisa
de força” que o governo ilegítimo está impondo aos estados. Mas fomos surpreendidos
por mais um golpe vergonhoso dessa quadrilha que se apossou do poder.
O presidente da Câmara, “senhor” Rodrigo Maia, chutou
solenemente o Regimento e voltou a colocar em votação o pedido de urgência.
Claro está que, durante todo o dia, o Palácio do Planalto colocou sua tropa
para exigir a presença dos deputados da sua base que se ausentaram no dia
anterior. E agora a proposta foi aprovada por 287 votos a 144, ainda assim
mostrando certa fragilidade nas hostes “temeristas”.
A aprovação do regime de urgência para a reforma
trabalhista abre a possibilidade para a proposta poder ir à votação em Plenário
nas próximas sessões.
• Magistrados contra a manobra golpista. Para o presidente da Associação Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Germano Siqueira, a aprovação da
urgência para o Projeto de Lei 6.787/16, que dispõe sobre a reforma
trabalhista, “é um equívoco e atenta contra a democracia”. E afirmou que “O substitutivo
apresentado pelo deputado Rogério Marinho desnaturou totalmente o projeto
original, que já era prejudicial para o Direito do Trabalho. A urgência é um
verdadeiro açodamento, que compromete a democracia”.
Na quarta-feira (19), pela manhã, a Anamatra já havia
se manifestado sobre o relatório do deputado, analisando que o mesmo é ainda
mais prejudicial para os direitos trabalhistas do que a proposta original: “O
relatório é muito ruim. Uma completa inversão dos princípios e das finalidades
do Direito do Trabalho. Se o Direito do Trabalho foi concebido pelo
reconhecimento de que o trabalhador, pela sua condição econômica e social, merece
ter a proteção legislativa, o que se pretende agora, sem autorização
constitucional, é inverter essa proteção, blindando o economicamente mais forte
em detrimento do trabalhador”.
• Temer confessou o golpe, mas nossa imprensa nem comentou. Em entrevista concedida à TV Bandeirantes, no sábado
(15), o golpista Michel Temer admitiu que a abertura do processo de impeachment
de Dilma Rousseff só aconteceu “por motivo de chantagem de Eduardo Cunha, então
presidente da Câmara dos Deputados”.
Na entrevista, Temer diz com todas as letras o que
todos já sabiam: Cunha só aceitou o processo de impeachment contra Dilma porque
o PT não aceitou votar em favor do deputado no processo do Conselho de Ética
que poderia cassar seu mandato. Mas ninguém mais comentou o assunto, nossa
imprensa está calada, o “juizeco” de quinta vara de Curitiba se faz de morto e
o povo brasileiro não tomou conhecimento da confissão.
• Um assunto antigo, mas muito atual. Em várias ocasiões nosso Informativo já trouxe
notícias sobre as movimentações militares estadunidenses na América Latina e as
instalações de bases militares em países capachos. Também já comentamos os
constantes discursos de Washington acusando países não submissos de corrupção,
instalação de ditaduras, perseguições a entidades “democráticas”, etc. A
propaganda imperial contra os países que não rezam pela cartilha de Washington
não tem fim.
No último dia 6 de abril, em um informe diante do Congresso
estadunidense, o Comandante em Chefe do Comando Sul do Exército dos EUA
(SOUTHCOM), Kurt Tidd, “jurou por todas as juras” que o maior problema na
região é a delinquência, vinculada ao narcotráfico e ao terrorismo
internacional. Curiosamente, falou também de uma “ebulição social e
manifestações públicas devido à corrupção e desvio de verbas públicas”. Porém,
no seu relato, aparecem apenas Bolívia, Venezuela e Equador! Nem uma única
vírgula sobre Honduras, Argentina, Brasil ou Paraguai depois dos golpes!
O problema é que isso não é o mais sério do informe de
Kurt Tidd. Essa parte nós já conhecemos bem e sabemos como colocam a imprensa
amestrada para divulgar essas notícias deturpadas para justificar novos golpes.
O que nos deve preocupar é a segunda parte do seu relato onde diz que cresce a
influência da China, da Rússia e do Irã na região e pede ao Congresso um
orçamento maior para “assistência militar estadunidense aos países da América
Latina.
Só para lembrar, o governo estadunidense investiu, em
2016, 118 milhões de dólares para fortalecer sua presença militar na América
Central. Na América do Sul, só no que chamam “Assistência para a Segurança e
Polícia” gastaram 610,84 milhões de dólares e o valor total de armas vendidas
aos países na região chega a 1,11 bilhão de dólares.
No momento, o governo estadunidense negocia a criação
de novas bases militares de “ajuda humanitária” no Peru e no Paraguai. Está
também negociando com Mauricio Macri a instalação de uma base militar de grande
porte na tríplice fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina).
• Washington aposta pesado na Venezuela. Estamos acompanhando com preocupação uma escalada de
violência promovida pela direita venezuelana, é claro, orquestrada a partir dos
salões da Casa Branca e dos escritórios da CIA. Já são quatro dias de muita
violência promovida por mercenários pagos pelo partido da direita venezuelana
para propiciar manchetes nos jornais internacionais que justifiquem mais uma
“intervenção humanitária” dos EUA.
Depois da passeata promovida no dia 14 de abril,
Henrique Capriles, o líder da direita no país, passou a incentivar mobilizações
e atos de protestos em várias cidades com a clara intenção de criar uma situação
de “ingovernabilidade”.
Na noite de quinta-feira (20) um bando armado atacou uma
maternidade em El Valle, Caracas, colocando em risco a vida de 54 crianças. Não
por coincidência, o local invadido pelos mercenários chama-se Hospital
Maternidade Infantil Hugo Rafael Chávez Frías!
Segundo informes na madrugada de sexta-feira (21), a ministra
de Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse que o presidente
Maduro determinou a imediata evacuação do hospital para garantir a vida das 54
crianças. A diretora do hospital declarou: “Fomos agredidos por um grupo
violento que atirou pedras e outros objetos. Depois passaram a queimar lixo na
porta do hospital e a fumaça penetrou nas instalações. Havia crianças recém-nascidas
no setor de emergência”.
Comprovando que tudo foi planejado, na mesma
quinta-feira (20) o sistema de transporte de Caracas foi alvo de ataques de
mercenários. O presidente do Metrô de Caracas, Gerardo Quintero, denunciou que
uma composição da Linha 2 seriamente danificada por jovens encapuzados.
• Venezuela: desespero da direita e de Washington. Afinal de contas, são 18 anos longe do poder e isso
deve estar levando ao desespero setores acostumados a ter altíssimos lucros
enquanto o povo passa por dificuldades. Em uma rápida suposição, quanto as
empresas estadunidenses de petróleo já perderam nesses 18 anos longe dos poços
e jazidas venezuelanas?
Hugo Chávez Frías chegou ao poder na Venezuela em 1999
(sua posse foi em fevereiro) depois de ser eleito com 58% dos votos e derrotar
os partidos tradicionais. Convocou uma Assembleia Constituinte que aprovou uma
nova Lei Máxima para o país, com mais direitos para o povo, com a
nacionalização das riquezas minerais, com um sistema democrático de
representação popular e, coisa única no mundo, com um artigo que garante a
revogação do presidente, a qualquer momento, por consulta popular (referendo
revocatório)!
O certo é que, durante esses 19 anos, a direita lançou
mão de todos os instrumentos possíveis para voltar a dominar o país. Desde a
promoção de uma estranha “greve dos petroleiros” até o fracassado golpe de 2002
(curiosamente no mês de abril). Chávez foi alvo de duas tentativas de
assassinato! Não contente, a direita venezuelana, orientada por Washington,
promoveu assassinatos de vários líderes populares que apoiavam Chávez e o
governo bolivariano. Isso sem lembrar as várias tentativas estadunidenses de
envolver a Venezuela em atritos com a submissa vassala Colômbia.
Com a morte de Chávez essa mesma direita tentou um
golpe tentando tornar ilegítima a posse do vice-presidente Nicolás Maduro.
Eleições foram convocadas, em abril de 2013, e Maduro venceu em primeiro turno
com 50,6% dos votos!
Fica demonstrada a razão de tanto desespero da direita
venezuelana e dos “chefes” em Washington.
• Colômbia: outro líder indígena é assassinado. Na quarta-feira (19), o governador do Cabildo Kite
Kiwe, Gerson Acosta Salazar, foi assassinado na zona rural de Timbío.
Segundo informações da Associação de Cabildos Indígenas
do Norte del Cauca (Acin), o líder indígena com 36 anos foi atacado por pessoas
que invadiram a sua casa e passaram a atirar nele.
Curiosamente, ele contava com proteção da Unidade
Nacional de Proteção da Colômbia por já ter sido ameaçado várias vezes. Mas,
segundo explicações dos guardas que deveriam estar fazendo a sua proteção eles
estavam na sede municipal aguardando serem chamados para acompanhá-lo.
Só para lembrar, Gerson Acosta era um dos sobreviventes
do massacre de Naya, em 2001, quando vários líderes indígenas foram
assassinados.
• Direita francesa fala de Venezuela para atacar Mélenchon! O crescimento do candidato do partido “França
Insubmissa”, Jean-Luc Mélenchon, está deixando a direita francesa assustada e
já criam um fantasma para tentar barrar o avanço do esquerdista. Durante
manifestações da extrema direita, em Lille, surgiu a acusação de que, se
eleito, ele aproximaria a França do governo comunista da Venezuela! Tudo tem
servido para atacar Mélenchon e as propagandas dos demais partidos falam em
Lenin, Hugo Chávez e Fidel como fantasmas a serem ressuscitados no caso de uma
vitória do comunista.
O índice de indecisos na França ainda é alto (um terço
do eleitorado) e sabemos também que a abstenção é tradicional naquele país.
Segundo institutos de pesquisa, um em cada três franceses pretende não comparecer
hoje às urnas. O segundo turno, se houver, está marcado para o dia 7 de maio.
O direitista Fillon e o conservador Macron passaram a
atacar Mélenchon diariamente, falando em um “programa comunista” que arrasaria
o país.
Em resposta, Mélenchon disse que a França já tem
interesses na região da ALBA (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa
América) através da Guiana, Guadalupe e Martinica. Não descartou buscar uma
aproximação com a Aliança destacando que se trata de um organismo que reúne
países em torno de um projeto de cooperação e desenvolvimento e não de uma organização
militar!
• Rússia diz que não há provas sobre o tal “ataque químico” na
Síria. O Ministério da Defesa russo
afirmou na terça-feira (18) que ainda não foram apresentadas provas concretas
sobre o uso de armas químicas em Jan Sheijun, na província síria de Idlib, e
que apenas vídeos divulgados pelos conhecidos “capacetes brancos” são
conhecidos até agora.
Endeusados pela grande mídia como “heróis” que resgatam
pessoas nas guerras do Oriente Médio, o grupo conhecido como “capacetes
brancos” foi criado por um ex-militar britânico, James Le Mesurier, com larga e
conhecida passagem em várias intervenções comandadas pela OTAN (Sérvia, Iraque,
Líbano, Líbia, etc.) e que conta com um polpudo financiamento de organizações
estatais de nações aliadas dos EUA. Hoje sabemos que muitos dos vídeos sobre os
atos de bravura foram feitos em território aliado e são montagens para promover
a propaganda da “democracia” contra os tiranos.
Então, por que o mundo fala em “ataque com armas
químicas” na Síria se tudo o que se conhece é o tal vídeo divulgado na
Internet?
O presidente sírio, Bashar al Assad continua afirmando
que não aconteceu o tal ataque com armas químicas e que seria um absurdo o
exército lançar tal ataque contra uma aldeia que apoia o seu governo e foi libertada
do Daesh. Seu governo enviou à ONU um pedido de investigação por especialistas
conhecidos da comunidade científica internacional, mas não recebeu resposta.
O que conhecemos? Nossos jornais não entram em detalhes
e apenas divulgam o que as agências de notícias “oficiais” mandam divulgar.
Tudo bem filtrado por Washington para demonizar o governo de al Assad.
Sabemos, através dessas agências, que o suposto ataque
com armas químicas em Adlib está sendo investigado pela Organização para a
Proibição de Armas Químicas (OPAQ), entidade não oficial da ONU, mas ficam
algumas dúvidas: 1) por que apenas técnicos e cientistas britânicos da OPAQ
estão fazendo a investigação, quando sabemos que a Inglaterra apoiou e aprovou
o ataque estadunidense com mísseis contra a Síria? 2) por que as amostras que –
supostamente – foram recolhidas em Adlib estão sendo analisadas na Turquia,
país que também apoiou o ataque estadunidense contra a Síria e é interessado
direto no projeto de dividir o país de Assad em três? 3) por que ninguém pode
ter acesso às análises e metodologias de pesquisa que estão sendo usadas pela
OPAQ? 4) por que ninguém tem informações sobre quando, como, onde e por quem
foram recolhidas as amostras que agora estão sendo analisadas? Dúvidas,
dúvidas, dúvidas...
• Enquanto isso...
Pois é! Enquanto temos tantas dúvidas sobre o suposto ataque com armas químicas
do exército sírio contra sua própria população, os EUA continuam atacando
impiedosamente o país!
Na quarta-feira (19) aviões estadunidenses voltaram a
bombardear a Síria, agora na região de Al Bukamal. O primeiro ataque deixou 16
mortos, incluindo mulheres, crianças e refugiados iraquianos que ali vivem. Em
um segundo ataque foram disparados 12 mísseis matando mais sete pessoas (duas
mulheres e uma criança).
• Uma segunda Guerra da Coreia é possível? Os primeiros anos da década de 1950 foram marcados
pela Guerra da Coreia que, na época, colou frente à frente os EUA com China e
União Soviética. O resultado foi a divisão da península coreana. Estaremos
diante da possibilidade de um novo confronto?
Alguns analistas dizem que Donald Trump pode usar a
Coreia do Norte como forma de resgatar sua autoridade interna (depois das duas
derrotas no Parlamento) e tentar firmar uma imagem mais respeitável no panorama
internacional. Mas a questão colocada é: se ele resolve atacar Pyongyang como fez com a Síria e o
Afeganistão poderia pagar um preço muito alto e desencadear uma reação em
cadeia que levaria o mundo a uma nova Guerra Mundial. E Washington sabe que, agora,
não teria o silêncio da ONU no caso de um ataque.
Fato concreto é que o Pentágono anunciou que, até o
final de abril, enviará três porta-aviões para o mar do Japão, o que já está
sendo considerado uma provocação à Coreia do Norte. O USS Carl Vinson, o
primeiro dos três, já deve chegar na próxima terça-feira (25) e encontrará o USS
Ronald Reagan e o USS Nimitz.
• Por que o mundo está calado? No final da década de 1960 o mundo assistia à guerra
do Vietnam. Enquanto o exército estadunidense dizimava a população local ninguém
se importava com a guerra, mas quando os “bravos rapazes” do Tio Sam começaram
a voltar para casa dentro de sacos plásticos a coisa começou a mudar.
Contribuiu para isso as imagens do genocídio provocado pelos EUA, as matanças
de crianças e mulheres, a utilização de armas químicas contra populações civis,
etc. As grandes manifestações contra a guerra do Vietnam tomaram conta dos EUA
e se espalharam pelo mundo.
Em 2003, quando o velho Bush inicia a aventura no
Iraque, com bombardeios indiscriminados contra povoados e aldeias que não
tinham qualquer objetivo estratégico o mundo também se levantou e o ano foi marcado
por inúmeras manifestações pela paz e exigindo o fim da guerra. Só para
recordar, no dia 15 de fevereiro de 2003 aconteceu a grande jornada mundial
pela paz e contra a guerra do Iraque, sendo registrada no livro Guiness dos
Recordes. Em Roma marcharam mais de 3 milhões de pessoas pela paz. Os números
mostram que, em 800 cidades em todo o mundo se mobilizaram mais de 30 milhões
de pessoas. Onde estão agora? O que aconteceu que anestesiou toda essa gente?
Por que a invasão da Líbia não causou protestos? Por que os bombardeios na
Síria e no Afeganistão, além da possibilidade de uma guerra na Coreia não tira
a humanidade dessa letargia?
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