LAVA JATO SOB SUSPEITA
Wadih Damous
O deputado federal Wadih
Damous (PT-RJ) publicou uma nota em que cobra investigação do Ministério
Público - "não o do Paraná, por óbvio" - e do Congresso Nacional
sobre fatos envolvendo o nome do juiz Sergio Moro divulgados no fim de semana
na imprensa.
Segundo informou a jornalista
Mônica Bergamo, o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran, investigado na
Lava-Jato, acusa o advogado Carlos Zucolotto Júnior, amigo de Moro, de vender
favores na Operação Lava-Jato, como a redução de penas e multas.
"Causa profunda
estranheza que o juiz Sérgio Moro assuma a defesa enfática de Zucolotto. Causa
espécie que o juiz tenha entrado em contato direto com o amigo para enviar uma
resposta à Folha de São Paulo", comenta o deputado, que diz ainda que os
fatos "põem sob suspeita toda a operação Lava-jato".
Os fatos relatados por Duran
são de extrema gravidade
1-
Pelo relato,
resta incontestável que Moro e Zucolotto são compadres e amigos íntimos e que
Zucolotto é ex-sócio da Rosangela Moro (muito estranho ela ter saído do escritório
em 2016 quando começaram as primeiras denúncias);
2-
De acordo, ainda,
com o relato, Zucolotto praticou crimes de tráfico de influência, tráfico
internacional de influência, fraude processual e obstrução à Justiça. Se
verdadeiros os fatos, Moro e os procuradores seriam cúmplices e por isso
precisam ser investigados;
3-
Causa profunda
estranheza que o juiz Sérgio Moro assuma a defesa enfática de Zucolotto. Causa
espécie que o juiz tenha entrado em contato direto com o amigo para enviar uma
resposta à Folha de São Paulo.
4-
Os procuradores
não deram qualquer explicação até o momento;
5-
Duran, na
verdade, é um doleiro. Por que teria relações com o Zucolotto? Moro diz que ele
foi contratado para tirar cópia de um processo. Soa estranho dizer que um
doleiro contrata alguém em Curitiba para tirar cópia de processo;
6-
Moro rejeitou a
denúncia que o Ministério Público Federal apresentou contra Duran;
7-
Lula foi
condenado por Moro com base na palavra de um criminoso e delator informal - que
sequer prestou o compromisso de dizer a verdade.
Em síntese, Moro e os
procuradores confinaram diversos acusados na cadeia. Caso se lhes aplique o
método que eles mesmos criaram de acusar e julgar, deveriam ser presos
imediatamente. Entendo que o Ministério Público, não o do Paraná, por óbvio, e
o Congresso Nacional devem investigar esses fatos. Eles põem sob suspeita toda
a operação Lava jato.
* Wadih Damous - deputado
federal e ex-presidente da OAB
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