quarta-feira, 30 de agosto de 2017

LAVA JATO SOB SUSPEITA

LAVA JATO SOB SUSPEITA

Wadih Damous


O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) publicou uma nota em que cobra investigação do Ministério Público - "não o do Paraná, por óbvio" - e do Congresso Nacional sobre fatos envolvendo o nome do juiz Sergio Moro divulgados no fim de semana na imprensa.

Segundo informou a jornalista Mônica Bergamo, o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran, investigado na Lava-Jato, acusa o advogado Carlos Zucolotto Júnior, amigo de Moro, de vender favores na Operação Lava-Jato, como a redução de penas e multas.

"Causa profunda estranheza que o juiz Sérgio Moro assuma a defesa enfática de Zucolotto. Causa espécie que o juiz tenha entrado em contato direto com o amigo para enviar uma resposta à Folha de São Paulo", comenta o deputado, que diz ainda que os fatos "põem sob suspeita toda a operação Lava-jato".




Leia a íntegra da nota:

Os fatos relatados por Duran são de extrema gravidade

1-      Pelo relato, resta incontestável que Moro e Zucolotto são compadres e amigos íntimos e que Zucolotto é ex-sócio da Rosangela Moro (muito estranho ela ter saído do escritório em 2016 quando começaram as primeiras denúncias);

2-      De acordo, ainda, com o relato, Zucolotto praticou crimes de tráfico de influência, tráfico internacional de influência, fraude processual e obstrução à Justiça. Se verdadeiros os fatos, Moro e os procuradores seriam cúmplices e por isso precisam ser investigados;

3-      Causa profunda estranheza que o juiz Sérgio Moro assuma a defesa enfática de Zucolotto. Causa espécie que o juiz tenha entrado em contato direto com o amigo para enviar uma resposta à Folha de São Paulo.

4-      Os procuradores não deram qualquer explicação até o momento;

5-      Duran, na verdade, é um doleiro. Por que teria relações com o Zucolotto? Moro diz que ele foi contratado para tirar cópia de um processo. Soa estranho dizer que um doleiro contrata alguém em Curitiba para tirar cópia de processo;

6-      Moro rejeitou a denúncia que o Ministério Público Federal apresentou contra Duran;

7-      Lula foi condenado por Moro com base na palavra de um criminoso e delator informal - que sequer prestou o compromisso de dizer a verdade.

Em síntese, Moro e os procuradores confinaram diversos acusados na cadeia. Caso se lhes aplique o método que eles mesmos criaram de acusar e julgar, deveriam ser presos imediatamente. Entendo que o Ministério Público, não o do Paraná, por óbvio, e o Congresso Nacional devem investigar esses fatos. Eles põem sob suspeita toda a operação Lava jato.


* Wadih Damous - deputado federal e ex-presidente da OAB

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