No governo Temer, botijão de gás sobe quase 10 vezes a inflação do período; gasolina aumenta 17%
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No governo Temer, botijão de gás sobe quase 10 vezes a inflação do período; gasolina aumenta 17%
Por Francisco Luís
Para o Viomundo
Para o Viomundo
Michel Temer usurpou a presidência da República em 12 de maio de 2016.
Na época, o botijão do gás de cozinha de 13 kg custava, em média, R$ 53,468, o litro da gasolina comum, R$ 3,69, e o do óleo diesel, R$ 3,02. Esses preços são uma média, já que variam um pouco de região para região.
A partir daí, foi alterada a política de reajuste de combustíveis foi alterada, os aumentos tornaram-se frequentes, sendo diários para gasolina e óleo diesel.
A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) realiza mensalmente levantamento de preços em postos de venda ao consumidor das 26 capitais e do Distrito Federal. O último divulgado foi em 30 de setembro.
Resolvemos, então, comparar os preços vigentes na semana em que o golpista tomou posse com os da última semana de setembro de 2017.
Nesse período – 12 de maio de 2016 a 30 de setembro de 2017 — a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, foi de 4,78%.
E os preços dos combustíveis quanto cresceram?
O gás de cozinha foi o que mais aumentou: 14,63%, ou seja, duas vezes o valor da inflação.
Foi de R$53,468, na semana em que Temer assumiu, para R$ 61,29, em 30 de setembro de 2017.
Já os preços do óleo diesel e demais combustíveis cresceram até um ponto percentual a mais que a inflação.
Em 2 de setembro, o litro da gasolina comum subiu até R$ 0,24, ou 5,57%, em relação à época em que Temer assumiu, atingindo R$ 3,778 o litro, em média, o maior valor do ano. Já em 30 de setembro de 2017 o litro subiu para R$ 3,88.
Detalhe: em 3 de julho deste ano, a Petrobras passou adotar uma nova metodologia para reajustes de preços.
Desde então, anúncios de redução e aumento de combustíveis acontecem com maior frequência, inclusive diariamente. Com essa estratégia, ela dificulta o consumidor ter uma melhor percepção dos aumentos.
Segundo matéria publicada no Valor de 24 de outubro, “desde o início da nova metodologia (3 de julho de 2017), a gasolina acumula alta de 13,04% e, o diesel, valorização de 14,45%”.
A ANP não divulgou ainda o levantamento de preços referente ao outubro.
Assim, para dar uma melhor noção ao leitor dos aumentos a partir de 1º de outubro, fizemos uma pesquisa no site da Petrobras, que diariamente publica dados sobre reajustes.
Resultado: de 1º de outubro a 4 de novembro, o litro do diesel subiu 0,8%; o da gasolina, 11,5%.
Ou seja, de 12 de maio de 2016 a 30 de outubro de 2017, a tendência é que o preço do litro da gasolina tenha aumento de 17% no período. Isso significa superar 2,7 vezes a inflação do período.
Já a tendência do diesel é ter um aumento de 6,8%. Mesmo assim, é maior do que a inflação nesse mesmo período.
Provavelmente a esta altura alguns já deram de ombro: “só isso!?!”, “esses centavos são merreca!”.
Pois bem, para quem acha que é pouco fizemos uma conta.
Suponhamos que utilize mensalmente 100 litros de gasolina comum.
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Com base no levantamento de preços da ANP de 30 de setembro de 2017, você gastará R$ 246 a mais por ano.
Já com o novo aumento, a partir da sexta-feira passada (04/11), este mesmo consumidor gastará cerca de R$ 535 a mais por ano.
A situação do gás de cozinha é ainda pior .
Para o consumidor, a situação mais trágica é a do gás de cozinha.
Só em setembro foram dois aumentos. O primeiro de 12,2%, anunciado no dia 6. O segundo, no dia 25, de mais 6,9%.
Segundo a pesquisa da ANP até 30 de setembro, o botijão de 13 kg já acumula 14,6% de aumento.
Em valores, o preço do botijão de gás foi de R$ 53,46 a R$ 61,29, ou seja, aumento de R$ 7,85, desde do início do governo Temer.
Ocorre que, em 26/9, enquanto era feita a pesquisa da ANP, o preço foi reajustado em 6,9% e este aumento não foi captado na totalidade pela pesquisa.
Em 10 de outubro, novo aumento de 12,9% e, na sexta-feira (04/11), mais um de 4,5%.
Assim, é provável que o aumento acumulado do botijão de gás já seja de aproximadamene 43%.
Isso significa que o botijão de gás aumentou quase 10 vezes a inflação do período.
Quais os impactos desse tarifaço?
Aumentará arrecadação de impostos federais (IPI e CIDE) e estaduais, como o ICMS.
Também terá impacto importante na inflação, já que o transporte de carga é feito basicamente por caminhão, que utiliza o diesel.
A inflação, porém, está baixa. Os números mostram que é por conta de recessão, desemprego alto e crise econômica, que refreia o consumo e o crescimento dos preços.
Então por que esses aumentos seguidos dos combustíveis?
Aumentar a receita da Petrobras, ajudando bastante os grandes acionistas privados a elevar seus lucros.
E, assim, segue a lógica do governo Temer para os ricos e alegria do deus mercado, todos os benefícios e lucros; para os pobres, que paguem a conta.
Aliás, a Bolsa de Valores atingiu o nível mais alto do ano no dia em que Joesley Batista, dono da JBS, foi preso, aliviando a pressão sobre Temer.
Uma amostra da verdadeira face do mercado, favorável a um governo cujo presidente é acusado de corrupção e organização criminosa.
Mas o capitalismo é isso mesmo: falso discurso da ética.
A propósito. Nos “bons tempos” do governo Fernando Henrique Cardoso, o preço do botijão de gás subiu tanto que ele teve de criar o criou o auxílio-gás de R$ 15 para a população mais pobre.
Mas com Temer será “muito melhor”. Além de aumentar o gás de cozinha, ele está destruindo as políticas públicas que reduziram a desigualdade no Brasil, entre as quais o Bolsa Família.
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