Comissão de Ética abre processo contra presidente da EBC e 10 ministros
Ministros teriam feito campanha
Luislinda também será investigada
Presidente da Eletrobras é advertido
GABRIEL HIRABAHASI
27.nov.2017 (segunda-feira) - 16h36
atualizado: 27.nov.2017 (segunda-feira) - 17h35
27.nov.2017 (segunda-feira) - 16h36
atualizado: 27.nov.2017 (segunda-feira) - 17h35
A Comissão de Ética Pública da Presidência abriu nesta 2ª feira (27.nov.2017) processo contra o presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Laerte Rimoli, e contra 10 ministros do governo Temer.
Rimoli será investigado sobre as postagens de deboche que fez em suas redes sociais a respeito das declarações da atriz Taís Araújo sobre racismo.
Receba a newsletter do Poder360
todos os dias no seu e-mail
A atriz disse em uma palestra que a cor negra da pele de seu filho “faz com que pessoas mudem de calçada”. O presidente da EBC ironizou a declaração. Depois, pediu desculpas e disse que suas publicações foram “inadequadas”.
“A comissão [de ética] não admite invadir a esfera privada e íntima das autoridades. No entanto, o próprio código de ética do servidor público civil inicia dizendo que a observância do decoro por parte dos servidores é 1 imperativo dentro e fora de suas repartições“, disse o presidente do colegiado, Mauro Menezes.
Funcionários da EBC pedem a demissão de Rimoli pelo caso. O ator Pedro Cardoso abandonou ao vivo o programa Sem Censura em protesto contra a declaração e em apoio à greve dos servidores da empresa.
LUISLINDA VALOIS
A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois (PSDB), também tornou-se alvo de 1 processo. Ela teria cobrado da União o reembolso de diárias em 1 fim de semana em que não trabalhou em Salvador (BA), onde ela tem casa.
Ela recebeu ressarcimento referente a 3 diárias em Salvador, sendo que só cumpriu agenda oficial em 2 dias. O valor reembolsado foi de R$ 1.985,19.
Luislinda envolveu-se em polêmica em novembro ao citar escravidão para pedir salário de R$ 61,4 mil. O valor corresponde ao acúmulo de seu salário como ministra com o de desembargadora aposentada pela Bahia
EM CAMPANHA
Um 3º processo foi aberto na comissão contra os ministros Gilberto Kassab (Comunicações, PSD), Helder Barbalho (Integração Nacional, PMDB), Leonardo Picciani (Esporte, PMDB), Marcos Pereira (Indústria, PRB), Mendonça Filho (Educação, DEM), Osmar Terra (Desenvolvimento Social, PMDB), Ricardo Barros (Saúde, PP), Ronaldo Nogueira (Trabalho, PTB) e Sarney Filho (Meio Ambiente, PV).
Os 9 ministros serão investigados por ter usado recursos públicos para visitar seus Estados de origem com objetivos eleitorais.
“Abrimos procedimento para que cada 1 deles justifique não apenas a utilização das aeronaves [oficiais] como também se essas viagens feitas a serviço efetivamente foram aproveitadas como tal“, disse o presidente da comissão.
OUTROS PROCESSOS EM ABERTO
Processos contra os ministros Gilberto Kassab (Comunicações), Marcos Pereira (Indústria) e Moreira Franco (Secretaria Geral) continuam abertos. A comissão pediu acesso a arquivos que constam nas delações de executivos da JBS e da Odebrecht.
“Estamos aguardando mais provas. Por si só, a colaboração premiada não é 1 elemento de prova substantivo em si própria. Não é autônoma para guiar uma decisão sobre a culpabilidade. Toda colaboração é 1 elemento indiciário que tem que ser confirmado“, disse Menezes.
A Comissão de Ética aplicou uma advertência ao presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., por 1 comportamento inadequado em uma reunião interna com empregados da estatal.
Os ex-ministros Antonio Andrade (Agricultura), Antonio Palocci (Casa Civil) e Mário Negromonte (Cidades) também tiveram procedimentos abertos com base em delações premiadas e investigações da Procuradoria Geral da República.
Nenhum comentário:
Postar um comentário