segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






A farsa de um julgamento.
Para quem conhece os meandros da nossa “justiça” fica claro o açodamento em marcar logo o julgamento de Luiz Inácio Lula da Silva. Em tempo inacreditavelmente recorde, mesmo que passando por cima de ritos processuais, no dia 12 de dezembro o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) marcou o julgamento em segunda instância de Lula sobre o chamado “caso do tríplex” para 24 de janeiro.
Até mesmo os golpistas mais ferrenhos se impressionaram com a pressa em marcar o julgamento. A conhecida Folha de São Paulo, que orquestrou toda a campanha contra Lula e o PT, escreveu que “este foi o caso que mais rápido subiu de instância. João Pedro Gebran Neto [o relator do processo] concluiu o seu voto em 100 dias contra uma média de 275 dias para outros votos em outros processos da Lava-Jato”. Ou seja, a “justiça” resolveu ser célere!
A revista Carta Capital destaca essa façanha: “o caso tramita em tempo recorde no TRF4. Foram 42 dias entre a condenação por Moro e o início da tramitação do processo na segunda instância. Relator do processo, o desembargador João Pedro Gebran Neto, levou 36 dias para concluir seu voto. Revisor da ação, Leandro Paulsen finalizou seu voto em apenas seis dias úteis”. Será que alguém ainda tem dúvidas sobre o que está escondido em toda essa correria? Alguém ainda tem dúvidas de que toda essa ação vai se tornando cada vez mais urgente, na exata medida em que a candidatura de Lula vai crescendo nas pesquisas?
Vale lembrar a campanha de 1989. Na mesma medida em que as pesquisas mostravam o crescimento de Lula as bolsas de valores despencavam e o dólar disparava em uma campanha para amedrontar a população. Apenas agora usam outras artimanhas, mas o processo é muito parecido. E podemos esperar novas e mais violentas irregularidades nessa “fome de justiça” da elite brasileira.
Exército e Força Nacional vão garantir a farsa? O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), solicitou ao governo federal a convocação da Força Nacional e do Exército para “garantir a segurança da população e a preservação do patrimônio público” durante o julgamento de Lula da Silva, no dia 24 de janeiro. Para garantir a violência contra qualquer mobilização popular, solicitou ao governador José Ivo Sartori (PMDB) a mobilização da Brigada Militar e da Polícia Civil.
Em ofício encaminhado ao ilegítimo Temer, diz Marchezan: “Diante das articulações explícitas para ocupação dos espaços públicos por milhares de integrantes de movimentos políticos e sociais, é nosso dever requerer a atuação das forças de segurança para preservar a integridade dos cidadãos e do patrimônio coletivo. A cidade precisa ter garantido seu funcionamento regular nesse período”.
O jornal golpista, Folha de São Paulo, diz em matéria que “o pedido será analisado pelo governo federal”. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que “pessoalmente” não vê a “possibilidade de emprego das Forças Armadas [nesse caso]”.
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, usou sua conta pessoal no Twitter para falar sobre o caso e considerou o pedido como “inacreditável”. “É muito medo do povo”, escreveu.
O Partido dos Trabalhadores (PT) organiza uma série de mobilizações para o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que poderá decidir seu destino político. Os atos de protesto começarão em 13 de janeiro, batizado de Dia Nacional de Mobilização, revelou a direção do PT na quinta-feira 28 em nota oficial.
A presença de Lula não é prevista no julgamento do próximo dia 24. Nesses casos, é permitida a presença do réu, mas usualmente apenas a defesa comparece.
Repressão e intimidação. O repórter fotográfico Guilherme Santos, do portal de notícias Sul21, teve uma pistola apontada para a cabeça, na tarde de terça-feira (02), por um integrante da Brigada Militar, durante uma abordagem realizada nas imediações do prédio do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre (RS). Guilherme foi abordado por quatro policiais em uma viatura da Brigada Militar, na avenida Augusto de Carvalho, cerca de 10 minutos depois de fazer algumas fotos externas do prédio do TRF4, onde será realizado o julgamento em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 24 de janeiro.
Na abordagem, segundo relata o repórter, um dos policiais apontou uma pistola para ele, pela janela da viatura, e ordenou que colocasse as mãos na cabeça. Guilherme Santos, que portava o crachá do Sul21 no momento da abordagem, se identificou como jornalista e explicou que estava trabalhando. Os policiais pediram o documento de identidade do repórter e passaram os seus dados pelo rádio. Após a identificação, ele foi liberado. Questionados sobre o motivo da abordagem, os policiais disseram que receberam um chamado para averiguar o que ele estava fazendo nas proximidades do prédio do tribunal.
A assessoria de comunicação social do TRF4 disse que a ligação não partiu do tribunal e assegurou que não há nenhuma orientação para esse tipo de abordagem. Segundo Analice Bolzan, coordenadora de Comunicação do tribunal, os profissionais da imprensa poderão acompanhar o julgamento do dia 24 de janeiro segundo regras de credenciamento que deverão ser definidas na próxima semana.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) repudiou em nota oficial a agressão sofrida pelo repórter fotográfico Guilherme Santos. Para a entidade, este tipo de ação fere a liberdade de imprensa e lembra piores momentos da ditadura no Brasil. Cercear o trabalho de um profissional não é próprio do momento dito democrático vivido pelo país. (Matéria no Portal da CUT)
Entidades internacionais estarão em Porto Alegre. Delegações de sindicalistas de vários países vão se somar aos milhares de manifestantes brasileiros na vigília em apoio ao ex-presidente Lula no próximo dia 24 em Porto Alegre (RS).
Organizações mundiais de trabalhadores, como a Confederação Sindical Internacional (CSI) e a IndustriALL Global Union (sindicato mundial dos trabalhadores na indústria), estão intensificando a mobilização de suas entidades filiadas para a atividade, particularmente as da América Latina. E, segundo sindicalistas que estarão presentes, as entidades internacionais acompanham com apreensão os desdobramentos do golpe no Brasil e da investida neoliberal na América Latina, com seus ataques aos direitos trabalhistas e previdenciários.
Um ministério “muito íntegro”. O “manequim de funerária” Temer realmente coleciona uma verdadeira quadrilha entre os seus ministros. Alguns ficaram pouco tempo, outros continuam resguardados da “justiça” por ocuparem os atuais cargos, mas é uma verdadeira chusma de meliantes. A começar pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, réu em uma ação civil de improbidade administrativa na qual é acusado de ordenar o pagamento superfaturado de R$ 2 milhões a uma empresa, quando foi ministro dos Transportes do governo Fernando Henrique Cardoso (1997-2001). Moreira Franco, José Serra, Gilberto Kassab, Blairo Maggi, Sarney Filho, Helder Barbalho, Leonardo Picciani, Ricardo Barros e mais um bando. Todos réus e investigados pela “justiça” que, nesses casos, é muito lenta.
Mas a quadrilha agora ganhou nova participante: a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) foi indicada para comandar a pasta do Trabalho. O ministério estava sem titular desde o dia 27 de dezembro, data em que o então ministro Ronaldo Nogueira pediu exoneração. Só para lembrar, ela é filha do ex-deputado federal e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.
Ela votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma e esteve ausente na votação que cassou o mandato do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)!
Segundo o jornal O Dia, “menos de um dia depois do anúncio de que Cristiane Brasil iria para o Ministério do Trabalho, o nome dela veio à tona como ré em pelo menos duas ações trabalhistas”.
Pois é, a nova ministra do Trabalho é ré no processo nº 0101817-52.2016.5.01.0048, movido por um motorista particular que não teve a Carteira de Trabalho assinada por ela. Em sua defesa, Cristiane negou qualquer relação, no entanto, aceitou fazer um acordo.
Em outro processo, o de nº 0010538-31.2015.5.01.0044, com um outro motorista, também sem Carteira de Trabalho assinada, Cristiane não teve tanta sorte. Foi condenada. Foi feito um acordo para que pagasse o valor de R$52.200,00 em 18 parcelas de R$ 2.900,00. A atual ministra do Trabalho teria atrasado o pagamento e teve a conta bloqueada, com penhora de R$ 30.000,00 (e ofereceu acordo em parcela de R$ 2.900,00). Nos últimos meses de 2017, ela sofreu novas penhoras, porém, por incrível que pareça, Cristiane, que como deputada federal ganha R$33.763, só tinha R$ 700,00 em conta. Esse é um ministério muito íntegro, não é?
E o salário mínimo... O golpe de 2016 contra Dilma e o PT tinha vários objetivos: entregar o pré-sal, fazer a reforma trabalhista, impor a reforma da previdência, repor o Brasil nos trilhos do neoliberalismo e sob o domínio de Washington, etc.
Mas tinha outro objetivo que pouco está sendo analisado pelos nossos companheiros: acabar com o aumento real do salário mínimo!
O salário mínimo anunciado pelo próprio governo era, inicialmente, de R$ 979,00. Depois Temer anunciou uma redução para R$ 969,00. Hoje, primeiro dia de janeiro de 2018, entrou em vigor o novo salário mínimo no valor de R$ 954,00!
Claro que alguns mais bem pagos e que recebem muito vão dizer: “mas é apenas uma diferença de R$ 25,00 e isso não significa muito”. E nós dizemos: então, tente viver com um salário mínimo e veja o que significa perder os vinte e cinco reais.
 
Segundo estatísticas oficiais, 44,5 milhões de brasileiros recebiam menos do que um salário mínimo em 2016. Cerca de 104 milhões de brasileiros recebem o salário mínimo (incluindo aposentados e pensionistas).
Mas não era essa a nossa intenção ao iniciar esse comentário. Em três momentos na história do Brasil o salário mínimo, aquele salário que mantém uma grande parcela da nossa população, teve ganho real e começou a reduzir a diferença de renda no país: 1) No Governo Getúlio Vargas – e a direita criou uma crise que o levou ao suicídio; 2) No Governo de João Goulart – e acabou no golpe de 1964 e mais 20 anos de ditadura militar; 3) Nos Governos do PT – que levou ao golpe contra Dilma Rousseff.
Com o governo do ilegítimo, cerca de 45 milhões de pessoas em todo o Brasil terão seu poder de compra reduzido após decreto que reduziu o aumento do mínimo este ano. O reajuste de 1,81% no valor do salário mínimo para o ano de 2018, de R$ 937 para R$ 954, é o menor em 24 anos, de acordo com os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Andando para trás. Por quase duas décadas, a América Latina e o Caribe começaram a vencer o estado de pobreza em que foram jogados com as políticas atreladas aos interesses de Washington e do grande capital. Governos progressistas e nacionalistas surgiram em nossa região e começaram a mudar o quadro, mas o sistema não iria permitir essa virada por muito tempo e os golpes se sucederam em nossa região que agora parece “andar para trás”.
Segundo pesquisas de organismos internacionais, quatro em cada dez lares na América Latina e Caribe já voltaram a ser “economicamente vulneráveis” e 30,7 % dos habitantes vivem em condições de miséria.
Os avanços sociais em anos recentes, registrados por todas as pesquisas, estão sendo desmontados e existe uma ameaça real sobre milhões de pessoas que podem voltar ao estado de pobreza que se conhecia até a década de 1990 e primeiros anos no novo século. E esta não é uma afirmativa de partidos ou organizações de esquerda, mas um alerta feito pelo Banco Mundial, organismo do próprio sistema!
Os dados demonstram que, em 2014 tínhamos 168 milhões de pessoas (28,5% da população da região) vivendo em estado de pobreza. Os números atingiram 178 milhões de pessoas em 2015 (29,8% da população) e chegaram a 186 milhões de pessoas (30,7% da população) em 2016.
A pobreza extrema da região saltou de 8,2% da população, em 2014 (48 milhões de pessoas) para 10% em 2016 (61 milhões de pessoas).
Macri impõe novos castigos aos argentinos... O que mais esperar de um “presidente” que tem contas secretas em paraísos fiscais, é amigo pessoal de Aécio Neves e foi “eleito” sob a batuta de Washington para acabar com os avanços argentinos?
O governo de Mauricio Macri anunciou na quarta-feira (03) um novo "tarifaço" nas passagens de ônibus, trens e metrô da cidade de Buenos Aires. Segundo o ministro do Transporte, Guilhermo Dietrich, os preços serão reajustados em até 90%!
A passagem de ônibus, que atualmente custa 6 pesos (R$ 1,06), passará a custar 8 pesos (R$ 1,42) em fevereiro, 9 pesos (R$ 1,60) em abril e 10 (R$ 1,77) em junho, registrando um aumento total de 66%. Já a tarifa dos trens subirá de 2 pesos (R$ 0,35) a 3,25 (R$ 0,58). O metrô, por sua vez, terá o maior aumento, indo de 6,50 pesos (R$ 1,15) para 12,50 (R$ 2,22), em um aumento total de 92%. Beneficiados pela tarifa social também serão impactados pelas mudanças, mas com menor percentual de aumento.
...mas argentinos resistem! A Associação dos Trabalhadores do Estado da Argentina liderou uma greve nacional de 24 horas, na quinta-feira (04), contra as demissões no setor público de todo o país. Segundo nota da ATE, isso vem ocorrendo há dois anos e a entidade exige que Macri “pare imediatamente de reduzir o patrimônio do Estado Nacional”.
A realidade é que a sociedade argentina está em permanente protesto e os movimentos vão se sucedendo em oposição às políticas neoliberais impostas pelo desgoverno. Em 2017 foram registrados vários movimentos de grande importância contra Macri: a) em 13 de março foi realizada a grande greve de professores para exigir uma reunião paritária que discutisse o reajuste de 35% nos salários para repor as perdas de 2016; b) no dia 6 de abril foi realizada a greve geral de trabalhadores envolvendo professores, bancários e trabalhadores em transporte durante 24 horas, com adesão nacional; c) em 14 de junho foi realizada nova greve geral que envolveu trabalhadores do Estado, médicos e trabalhadores da justiça para exigir aumentos salariais e a judicialização dos protestos sociais; 18 de dezembro foi realizada uma greve convocada pela CGT contra a reforma da previdência.
E, certamente, teremos mais lutas e protestos em 2018! Solidariedade aos companheiros argentinos.
Paraguai: triste realidade. Segundo pesquisas feitas pela CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) o Paraguai está entre os três primeiros países que menos investem no campo social.
Entre 2003 e 2004 o Paraguai destinou ao setor público 129 dólares “per capita”. Em 2013 chegou a 305 dólares por habitante.
Isto representa uma enorme diferença para outros países da região onde os investimentos sociais passaram de 374 para 969 dólares no mesmo período de tempo.
Papa vai liberar documentos sobre a ditadura no Uruguai. O novo embaixador uruguaio no Vaticano, Mario Cayota, informou nesta sexta-feira (05) que o Papa Francisco assumiu um compromisso de desclassificar todos os arquivos da Santa Sé sobre a ditadura militar no Uruguai, entre 1973 e 1985.
O Papa já havia desclassificado os documentos sobre a ditadura na Argentina e, talvez, possamos ter alguma esperança de que ele faça o mesmo com relação ao Brasil e ao Chile. Vamos aguardar.
Por que o sistema teme o Oriente? O que está escondido nas constantes agressões de Washington contra a Moscou ou Beijing? Por que alimentam uma agressão permanente contra a Coreia do Norte ou contra outras nações orientais que fogem ao controle da “hegemonia neoliberal”?
A verdade é vem crescendo muito rapidamente a capacidade dos países asiáticos e da Europa Oriental para disputar a supremacia econômica no planeta, posição que durante séculos foi praticamente exclusividade das nações ocidentais. Um desenvolvimento espantoso nos últimos anos e uma economia estável colocam China, Índia, Vietnam, Coreias, Singapura e Indonésia, além da Rússia, como principais motores do crescimento econômico mundial atualmente.
E a alternativa para o chamado “império” é não permitir a união entre essas nações, o que significaria o “dobre de finados” do sistema neoliberal e talvez do próprio capitalismo internacional como o conhecemos hoje.
A verdade é que a região representou, em 2017, 60% de todo o Produto Interno Bruto mundial (22,48 bilhões de dólares) e mais de 50% de todo o comércio internacional! Ampliando as preocupações do Ocidente, na região vamos encontrar 4 bilhões e 462 milhões de habitantes, ou seja, a maior população do planeta!
França cria lei contra “fake news”. Comentamos, no Informativo anterior, o problema que está em gestação com a avalancha de notícias falsas através da Internet e das redes sociais. Pois a França parece ter sido o primeiro país a levar a questão a sério e pensa em apresentar, ainda em 2018, um Projeto de Lei dirigido a lutar contra as notícias falsas ou “fake news”.
O anúncio foi feito pelo presidente Macron em seu discurso de “ano novo” diante da imprensa e destacou que o projeto dará prioridade às informações durante o período eleitoral. Segundo ele, “as plataformas ‘online’ deverão arcar com maiores obrigações de transparência sobre os conteúdos patrocinados e tornar pública a identidade dos anunciantes e dos que os controlam”. Ele convidou os jornalistas para ajudarem a definir regras comuns através de um amplo debate, tendo em consideração os princípios e o código de ética da profissão.
Aliás, essa medida seria muito bem-vinda ao Brasil, onde, para não contrariar os donos dos veículos de mídia, os jornalistas são obrigados a atropelar o código de ética.
Liberdade para Ahed al-Tamimi (1). Ahed al-Tamimi é uma jovem palestina de apenas 16 anos, mas já conhecida pelos seus protestos contra as tropas invasoras de Israel e por suas denúncias de agressões contra crianças palestinas.
No dia 15 de dezembro de 2017 (um sábado), um franco-atirador israelense atirou em um jovem palestino de apenas 14 anos (Mohammed), durante um protesto do povo de Nabi Saleh contra o roubo de suas terras ancestrais e dos poucos recursos hídricos da região pelas tropas de Israel.
Mohammed ficou gravemente ferido e a bala se alojou em seu cérebro. Está em coma induzido e os médicos não sabem se poderão salvá-lo.
A agressão provocou mais revolta entre o povo da Cisjordânia e as pessoas começaram a atirar pedras em direção aos soldados, que responderam atirando.
A notícia chegou ao conhecimento de Ahed al-Tamimi, conhecida por sua resistência contra a invasão de terras. Saiu de casa exigindo que os soldados israelenses se retirassem das terras de sua família, mas eles se recusaram a deixar o terreno. E a menina, de apenas 16 anos, lançou-se contra os soldados tentando dar socos e pontapés.
Às quatro horas da madrugada do dia 16 de dezembro os soldados israelenses invadiram a casa da família Tamimi, tiram Ahed da cama e a levaram para a prisão. Levaram todos os aparelhos celulares da família como “compensação pela agressão da menina”.
A prisão de Ahed não é novidade. Soldados de Israel prendem crianças palestinas sem motivo e sem acusação desde a declaração de Trump sobre Jerusalém, como mostramos no Informativo anterior.
Liberdade para Ahed al-Tamimi (2). A covardia do Estado de Israel, como dizíamos no Informativo passado, não tem limites. Ahed al-Tamimi, com apenas 16 anos, está em um calabouço em Israel e com as mãos e pés amarrados, segundo informes de organismos de direitos humanos israelenses. E a covardia não se limita à prisão de Ahed pois o exército de Israel prendeu também sua mãe, Narimam, e sua prima, uma criança chamada Nur. As três respondem por acusações de “incitação ao terrorismo”!
Segundo informações das organizações sociais que defendem Ahed, há destacados políticos e militares israelenses que defendem vinte anos de prisão para a jovem e uma corrente que defende prisão perpétua.
O povoado onde vive tem pouco mais de seiscentos habitantes e foi totalmente ocupado por Israel há cinquenta anos!
Enquanto isso (1)... Sem levar em consideração ou mesmo dar algum tipo de explicações à ONU, o governo de Israel continua a implementar sua política de ocupar o território palestino e expulsar a população originária da região de suas terras.
No domingo (31), enquanto muitos celebravam a passagem de ano no calendário, o Likud (partido de direita a que pertence o primeiro-ministro Benjamín Netanyahu) solicitou aos legisladores israelenses uma nova “lei” para regularizar imediatamente a anexação dos novos assentamentos feitos na Cisjordânia. 
Se o projeto for votado e aprovado significará “carta branca” para novas invasões e construção de novas colônias israelenses em terras palestinas.
O mais impressionante é que a ONU e outras organizações internacionais, além de países que se dizem “democráticos”, continuem calados diante do terrorismo e genocídio de Israel.
Enquanto isso (2)... Com 52 votos a favor e 49 contrários, o parlamento de Israel (Knesset) aprovou na quarta-feira (03), em sessão preliminar, um projeto de lei que permitirá aplicar a pena de morte para condenados por terrorismo. A emenda ao Código Penal, apresentada pelo partido do ministro da Defesa, o ultraconservador Avigdor Lieberman, e apoiada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ainda deve passar por mais três votações para ser adotada.
A nova proposta permite que tanto tribunais civis quanto militares possam decretar por maioria simples a pena de morte para os “crimes terroristas”. Atualmente, Israel prevê a pena em situações de exceção e só em caso de unanimidade entre os juízes que avaliam o caso. O projeto também bane qualquer possibilidade de leniência após a sentença ter sido dada.
O projeto de lei é defendido por Netanyahu. Em junho, o premier pediu a pena de morte para um palestino de 20 anos que matou três pessoas de uma família de judeus na Cisjordânia. "Digo que há casos extremos, como quando as pessoas fazem ataques terríveis. Elas não merecem viver", disse o primeiro-ministro, durante a leitura da proposta.
Por sua vez, a delegação da União Europeia em Israel questionou a medida e ressaltou que há uma tendência para a abolição da pena de morte em todo o mundo. (matéria em Ansa)
Irã é o novo alvo dos EUA? A mídia internacional comandada pelos EUA começou a divulgar uma série de notícias sobre a existência de uma “revolução democrática” no Irã, a mesma conversa fiada que já vimos quando se trata da Venezuela e outros países onde Washington tem interesse em alimentar um golpe. Os nossos jornais deram grande destaque ao “número de mortos” nas manifestações, mas nenhum deles esclareceu como ou quando se deram tais mortes, de que lado eram as vítimas.
A verdade é que os dois “grandes” líderes da atualidade, os dois maiores fascistas genocidas do mundo atual, Donald Trump e Benjamin Netanyahu, não cansam de fazer declarações alimentando os protestos violentos na República Islâmica do Irã. E isso tem uma certa lógica: o Irã é uma pedra no sapato de Israel e uma grande preocupação para Washington desde o acordo de Teerã quando a política independente do Brasil e da Turquia contrariaram a vontade estadunidense.

Estará em andamento um novo “golpe brando” comandado por Washington? No próximo informativo vamos fazer uma matéria especial sobre o Irã.

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