Quem
vai julgar essa greve?
Quando dizemos que o Brasil da era ilegítima virou uma
arruaça completa não estamos exagerando. O golpista, manequim de funerária,
temendo o pior entrega os pontos e o destino do país aos militares, na esperança
que lhe sirvam de muletas até o final do mandato. Entre altos comandos
militares há uma grande divisão sobre a intervenção no Rio de Janeiro e a
possível intervenção em outros estados.
Nosso Congresso virou uma piada internacional e vem
sendo ridicularizado na imprensa europeia que ri da disputa entre os que
desejam se cacifar para as eleições deste ano e os que apenas querem manter
seus cargos para não serem processados em muitas investigações que estão sendo
feitas.
Para completar a balbúrdia, tomamos conhecimento de um
movimento da Associação dos Juízes Federais que anuncia uma greve para o
próximo dia 15 para assegurar a continuidade do pagamento do auxílio moradia
aos “senhores magistrados” de impoluta reputação!
A nota divulgada pela tal “associação” pode ser comparada
a um texto do Costinha, do Brandão Filho, do Zé Trindade e outros comediantes
famosos. Os “nobres juízes” dizem que se sentem “indignados” com o tratamento
“discriminatório” que estão recebendo e que a categoria se sente “perseguida”.
Mais engraçado ainda é o trecho onde dizem que a
“magistratura é alvo de questionamentos e de ataques injustos e levianos, mesmo
percebendo o benefício com base na lei e em uma decisão judicial legítima e
extensamente fundamentada”! É realmente uma pândega essa argumentação. Afinal
de contas, “decisão judicial” de quem? Deles mesmos?
Qual a realidade? Pelo que sabemos, os “senhores
magistrados” recebem um auxílio moradia no valor de R$ 4.377,00 mesmo quando
possuem residência própria na cidade onde atuam. Isso é apenas o “auxílio moradia”,
sem contar o salário e outras vantagens (carros, motoristas, alimentação,
viagens, etc.). Em muitos casos, e o covarde do Moro é um exemplo, um casal
onde ambos são juízes recebem o auxílio, mesmo morando juntos e na mesma cidade
onde trabalham.
Nem vamos comparar esse valor ao que recebe um
trabalhador de salário mínimo. Isso seria ridículo. Mas vamos lembrar que o
piso salarial de um professor é de R$ 2.455,35!
Aqui é preciso fazer algumas reflexões: 1) quando uma
categoria de trabalhadores aprova uma greve os “digníssimos” correm para
determinar que um mínimo de trabalhadores devem continuar suas funções; 2)
quando uma categoria profissional aprova uma greve os “senhores juízes” correm
para julgar a “legalidade” da greve; 3) quando os trabalhadores entram em greve
os “impolutos magistrados” ameaçam as entidades representativas com multas e
intervenções; 4) quando trabalhadores fazem greves esses mesmos “senhores inquestionáveis”
determinam o desconto dos dias parados.
Então, cabe perguntar: quem vai julgar a legalidade da
greve dos juízes? Uma curiosidade: qual o percentual mínimo de juízes que
deverão se manter no trabalho? Só para constar: eles terão os dias de greve
descontados do salário?
• Enquanto isso... (1).
Enquanto os juízes ameaçam uma greve para manter os privilégios e a mordomia, o
nível de formalidade no mercado de trabalho está desmoronando e a quantidade de
trabalhadores com carteira assinada chegou a 33,296 milhões no trimestre
terminado em janeiro de 2018. O número é estável em relação ao trimestre
anterior - de agosto a outubro de 2017 -, mas apresenta queda de 1,7% em
relação ao período de novembro de 2016 a janeiro de 2017.
Os dados estão na Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados hoje (28), no Rio de
Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de pessoas trabalhando por conta própria
chegou ao maior nível da série histórica, passando de 22,19 milhões para 23,18
milhões, um aumento de 4,4%, o que corresponde a 986 mil pessoas. O empregado
do setor privado sem carteira assinada teve acréscimo de 581 mil pessoas, ou
5,6%, chegando a 10,98 milhões de trabalhadores.
O trabalho doméstico aumentou 4,4%, com acréscimo de
267 mil pessoas, indo para 6,3 milhões. E o setor público teve acréscimo de 317
mil trabalhadores, o que corresponde a 2,9%, chegando a 11,3 milhões de
pessoas.
Quanto aos setores da economia, houve crescimento de 5%
nos empregos na indústria, de 6,4% em alojamento e alimentação e de 8,7% em
outros serviços. Na outra ponta, a comparação anual apresentou queda de 4% da
construção e de 3,9% na agricultura.
O número de pessoas ocupadas no país ficou em 91,7
milhões, enquanto a força de trabalho conta com 104,4 milhões de pessoas. O
total de pessoas em idade de trabalhar, considerando a condição de menor aprendiz
a partir dos 14 anos, está em 169,1 milhões.
• Enquanto isso... (2).
Enquanto os juízes ameaçam uma greve para manter os privilégios e a mordomia a
taxa de desemprego no país ficou em 12,2% no trimestre encerrado em janeiro, o
que representa 12,7 milhões de pessoas desocupadas.
A população desempregada ficou em 12,7 milhões de
pessoas e o nível de ocupação no país é de 54,2%, num total de 91,7 milhões de
pessoas. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve aumento de
2,1% no nível de ocupação, com 1,8 milhão a mais de pessoas.
• Enquanto isso... (3).
Enquanto os juízes ameaçam uma greve para manter os privilégios e a mordomia
moradores dos lares de metade dos estados brasileiros tinham ganhos mensais
inferiores a um salário mínimo (R$ 937, valores de 2017) no ano passado. Essa
desvantagem econômica está concentrada em 13 estados do Norte e Nordeste,
segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE. Entre as dez unidades da
federação com renda domiciliar per capita mais alta, esses valores variaram
entre R$ 1.224, em Minas Gerais, e R$ 2.548, no Distrito Federal, enquanto os
integrantes das famílias do Maranhão têm o pior rendimento, R$ 597. Para
especialistas, essa desigualdade é explicada por fatores como a estrutura do
mercado de trabalho e a taxa de desemprego de cada região (mais altas no Norte
e Nordeste), o nível educacional da população e o tamanho das famílias. Segundo
o IBGE, a média do Brasil é de R$ 1.268 mensais.
É impressionante como essa desigualdade tem relação com
a informalidade, que é mais comum no Nordeste, e explica em grande parte esse
rendimento inferior a um salário mínimo. Também tem relação com a escolarização
menor nesses estados, com a população ser mais jovem do que a do restante do
país, o que pressupõe menos experiência e menores salários. Nas regiões, há
maior dependência de benefícios sociais como o Bolsa Família e uma maior taxa
de desemprego — afirma Bruno Ottoni, economista da Fundação Getúlio Vargas
(FGV).
• Enquanto isso... (4).
Enquanto os juízes ameaçam uma greve para manter os privilégios e a mordomia,
além da falta de garantias como férias e 13º salário, o trabalhador que não têm
carteira assinada recebe, em média, 44% menos que o trabalhador formal. É o que
aponta o detalhamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
divulgado nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
estatística (IBGE).
De acordo com a pesquisa, no 4° trimestre de 2017 a
média de rendimento mensal do trabalhador com carteira assinada no país era de
R$ 2.090. Já os empregados sem carteira assinada tiveram rendimento médio de R$
1.179. Ou seja, uma diferença de R$ 911. No mesmo trimestre do ano anterior, a
distância entre o valor pago (já descontada a inflação) era menor, de 40,5% ou
R$ 818.
“O trabalho sem carteira assinada é ilegal e vai pegar
ocupações mais precárias, menos qualificadas, por isso o rendimento é menor”,
avaliou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Segundo os números do IBGE, em 1 ano, o número de
empregados sem carteira cresceu 5,7% e os por conta própria aumentou 4,8%, ao
passo que o de trabalhadores formais caiu 2%. Já o de empregadores subiu 6,4%.
• Enquanto isso... (5).
Enquanto os juízes ameaçam uma greve para manter os privilégios e a mordomia os
jovens são os que mais sofrem com a crise do mercado de trabalho. De acordo com
dados do IBGE, a taxa média de desemprego no Brasil foi de 11,8% no 4º
trimestre de 2017. Para pessoas com idade de 18 a 24 anos, o indicador chegou a
25,3% no mesmo período. Entre jovens de 14 a 17 anos, a taxa de desemprego foi
de 39%.
Os números foram revelados pela Pnad-Contínua (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada na 6ª feira
(23.fev.2018) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) (eis
a íntegra).
De acordo com a OIT (Organização Internacional do
Trabalho), a falta de emprego atinge 30% das pessoas de 15 a 24 anos no Brasil.
O índice brasileiro é o dobro da média mundial, 13,1%. Os dados são do
relatório Tendências Globais de Emprego para a Juventude de 2017, divulgado em
novembro de 2017.
• Enquanto isso... (6).
Enquanto os juízes ameaçam uma greve para manter os privilégios e a mordomia os
patrões comemoram mais uma forma “legal” para roubar os trabalhadores. O fim da
obrigatoriedade de rescisões de contrato e homologação de demissões de
trabalhadores e trabalhadoras com carteira assinada serem feitos nos sindicatos
das categorias ou no Ministério do Trabalho e Emprego é mais um violento golpe
da nova legislação Trabalhista.
Conforme apurado pelo Portal CUT, nos três primeiros
meses de vigência da Lei 13.467/2017, a classe patronal buscou rapidamente
soluções nada convencionais para encerrar as relações trabalhistas. A mais recorrente
até agora é realizar a homologação em cartórios que oferecem o serviço por meio
de escrituras públicas e que podem ser emitidas via correio eletrônico, sem a
necessidade da presença física do trabalhador. Também já existem multinacionais
contratando serviços especializados – uma espécie de centro de demissões – com
advogados atuando em favor do empregador e, ainda, patrões que recorrem à
Justiça do Trabalho para que um juiz avalize o contrato de encerramento,
judicializando a rescisão. Além, é claro, da temida negociação direta entre
empregado e empregador que, em geral, coloca o funcionário à mercê de eventuais
constrangimentos.
Do início do ano até agora, dirigentes do Sindicato
Nacional dos Aeroviários (SNA) já foram procurados diversas vezes por
trabalhadores que foram demitidos. Um deles mandou a seguinte mensagem para um
dirigente: “Como eu vou saber se lá vai estar tudo certo? Quem vai me
representar agora? Vão me dar o documento para assinar e não vai ter ninguém
para conferir se está certo? No Sindicato vocês olhavam a homologação e
verificavam”. O trabalhador foi demitido e resolveu buscar orientação,
preocupado com a nova regra da reforma Trabalhista, que tira a obrigatoriedade
da realização da homologação no Sindicato, segundo matéria no site da entidade.
A conferência da documentação e de cálculos, antes
feita por representantes sindicais, significava a garantia de que os valores
seriam debitados corretamente, especialmente devido às especificidades
profissionais.
Mas os nossos “inquestionáveis e impolutos” juízes
estão mais preocupados com a greve para garantir a mordomia, não é?
• Quem tem a “grana”? Muito
esclarecedora a série de artigos publicados pelo Jornal do Brasil que voltou a
circular nas bancas retomando um espaço que estava vazio. Com o título “Os
donos do crédito no Brasil”, Gilberto Menezes Côrtes joga um pouco de luz sobre
um dos maiores mistérios sobre que, de fato, sempre puxou os cordões nos
bastidores da política econômica brasileira.
Escreve ele que apenas “seis famílias estão entre os
controladores dos quatro maiores bancos privados do país que lucraram R$ 53,9
bilhões em 2017. Foi um crescimento superior a 10%, num ano em que a economia
cresceu pouco mais de 1%. O crescimento dos lucros dos bancos, turbinados pela
concentração bancária e a prática dos juros mais elevados do mundo acirrou a
concentração de renda no Brasil”.
Ele esclarece: “Maior banco do país, o Itaú, controlado
pelas famílias Setúbal, Villela e Moreira Salles teve ganho de R$ 24,9 bilhões
no ano passado, com alta de 10,7%. No Bradesco, que tem entre os acionistas Denise
Aguiar Alvarez, neta do fundador Amador Aguiar, o lucro de R$ 14,65 bilhões
cresceu 11,9% sobre 2016. A maior expansão, de 44,5%, foi do espanhol
Santander, controlado por Ana Botin. O Safra, de Joseph Safra, um dos
brasileiros mais ricos do mundo, ganhou mais 13% (R$ 1,9 bilhão)”.
Na continuidade da matéria ele esclarece: “A
rentabilidade dos quatro maiores bancos brasileiros (Itaú, Bradesco, Banco do
Brasil e Santander) é, em média, 30% maior do que a encontrada nas instituições
de médio porte do setor. Medida em relação ao Patrimônio Líquido (PL), as
grandes instituições nacionais estão entre as mais bem posicionadas em um
ranking global de organizações financeiras com ativos superiores a US$ 100
bilhões. O Itaú lidera, está no topo da lista”.
• Nossos jornais insistem que é uma “ditadura”. Enquanto O Globo e outros continuam dizendo que a
Venezuela vive uma “ditadura chavista”, a “oposição” financiada pelos EUA consegue
dialogar com o governo e, até mesmo, fazer mudar data de eleições.
A presidente do Conselho Nacional Eleitoral da
Venezuela, Tibisay Lucena, anunciou na quinta-feira (01) que as eleições
presidenciais no país serão adiadas para a segunda quinzena de maio, após um
acordo entre governo e oposição. A data incialmente prevista para o pleito era
22 de abril.
Até o momento, não foi divulgada a data exata de quando
os venezuelanos deverão ir às urnas. No mesmo dia, devem ser realizadas as
eleições dos conselhos municipais e dos legislativos estaduais.
O pacto foi assinado entre representantes das forças
políticas que apoiam a reeleição do presidente Nicolás Maduro – em especial, o
PSUV (Partido Socialista Unificado da Venezuela) – e Henri Falcón, candidato de
oposição pela Avançada Progressista (AP), pelo Movimento ao Socialismo (MAS) e
pelo partido Copei.
Na quarta-feira (28), o CNE já havia ampliado por mais
48 horas o prazo de inscrição de candidaturas, que havia se encerrado no dia
anterior.
Pelo que sabemos, até agora, aquela “ditadura chavista”
já registrou quase 10 candidaturas à presidência do país. Nada menos do que
seis candidatos registraram suas candidaturas no último dia do prazo inicial
(27/02), além do atual presidente Nicolás Maduro que vai disputar a reeleição.
Maduro entregou seu registro de candidatura respaldado
pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), pelo Partido Comunista da
Venezuela (PCV), e pelas agremiações Patria Para Todos (PPT), Unidade Popular
Venezuelana (UPV), Somos e ORA, além de partidos menores.
O líder da Igreja Maranatha Javier Bertucci também
apresentou sua candidatura e disse ser “a luz entre as trevas”.
Por sua vez, o ex-militar e dirigente da Frente Ampla
Nacional Bolivariana (FANB), Francisco Visconti, também formalizou sua
candidatura e afirmou que defende um projeto político que, mesmo baseado no
bolivarianismo, não coincide com o que o governo venezuelano pratica. “Somos
uma opção diferente de transformação integral do Estado venezuelano”, afirmou
Visconti.
O opositor Henri Falcón também apresentou sua
candidatura ao CNE, acompanhado pela organização política Avançada Progressists
(AP), que faz parte da MUD, pelo Movimento ao Socialismo (MAS) e o Partido
Social-Cristão (Copei). A MUD rechaçou a decisão de Falcón de se candidadatar.
Outro candidato que também formalizou sua postulação
foi Reinado Quijada, do partido Unidade Política Popular 89 (UPP89), assim como
o empresário Luis Alejandro Ratti, que se candidata de maneira independente.
Segundo Ratti, as eleições são “a única opção democrática para permitir a saída
de Maduro”.
Esta frase do Ratti já deixa claro o que está sendo
preparado: uma “intervenção democrática dos marines estadunidenses” para repor
a Venezuela no caminho. Veja a seguir.
• Trump não desiste de um golpe na Venezuela. Com toda a movimentação em torno das eleições venezuelanas
e o acordo alcançado com a “oposição” para uma nova data, Donald Trump não
desiste de seus projetos de uma intervenção na Venezuela.
Segundo alerta feito por William Izarra, militar
aposentado com a patente de comandante, a administração de Washington está
levando adiante sua proposta de aplicar um feroz bloqueio financeiro e manobras
militares na região para impedir a consolidação da política bolivariana. “EUA
decidiu pela meta de impedir que a Venezuela consolide um modo diferente de
economia que conflita com o capitalismo”, disse ele.
Ele recorda os muitos acordos do Comando Sul do
Exército dos EUA com países da região e destaca que as bases militares e o
pessoal especializado existentes já possuem uma “estrutura entrelaçada para
permitir uma intervenção militar”.
A farsa não termina aí. Agora sabemos que um grupo até
então desconhecido e que se intitula “Cidadãos Independentes
Venezuelano-estadunidense”, que vive em território dos EUA, solicitou ao
Congresso daquele país a formação de uma “força militar multinacional” para
agir. Em outras palavras, seguindo a tática usada contra Cuba, em abril de
1961, seria criada uma “brigada” de mercenários sob a bandeira de uma “força
multinacional” progressista e democrática para invadir a Venezuela, evitando
sujar a imagem dos soldados estadunidenses. Para isso contariam com pessoas
recrutadas em “países amigos” de Washington.
O plano está em andamento. Será posto em prática?
• Complicações nas eleições colombianas. Nosso Informativo noticiou, com alegria, a candidatura
oficial de Rodrigo Londoño – Timochenko – do partido FARC (Fuerza Alternativa
Revolucionária del Común), ensaiando os primeiros passos da antiga guerrilha na
vida política institucional do país, após o Acordo de Paz assinado em 2016. Mas
parece que há uma séria resistência por parte da direita ainda muita poderosa
no país e um programa para boicotar as eleições.
O último ato da campanha presidencial de Timochenko, em
um sindicato na região metropolitana de Cali, no departamento do Valle del
Cauca, terminou com feridos e prejuízos financeiros. Uma manifestação convocada
pela internet e por candidatos de partidos conservadores resultou em uma chuva
de tomates, batatas, ovos, mas também pedras, vidros, paus e bombas caseiras.
A direita não brinca em serviço e está utilizando as
redes sociais através de um programa #SancionSocialaFARC e está insuflando as
pessoas a ir aos locais onde a FARC faz seus programas para demonstrar rejeição
ao novo partido. A internet da Colômbia está lotada de “memes” que diziam
coisas como “não permita que a Colômbia se torne uma Venezuela”, “não permita
que Santos [presidente colombiano] entregue o país às FARC”, “Assassinos,
terroristas, violadores vão transformar a Colômbia numa Venezuela”. Isso sem
falar na imensa quantidade de “fake news” que se espalham pelas redes sociais.
Em Cali, o candidato do Centro Democrático à Câmara de
Representantes pelo departamento do Valle del Cauca, Juan José Malvehy Gárcia,
esteve na porta da rádio onde o candidato à presidência pela FARC dava uma
entrevista. Com um megafone ele também incentivava os cidadãos a mostrarem sua
rejeição. Ao jornal El Espectador, ele disse: “não se trata de uma campanha,
senão de um problema de Direitos Humanos. É necessário levantar a voz contra as
FARC”.
A segurança vem sendo alvo de discussão desde o início
da implementação do acordo de paz, em novembro de 2016. Somente nos primeiros
dias de 2018, dez militantes do novo partido foram assassinados, além de outros
26 líderes sociais e defensores de Direitos Humanos. No total, segundo um
informe da Fiscalía Geral, desde 2016 foram 40 ataques que deixaram 50
militantes mortos.
Os acordos de Havana assinados pela antiga guerrilha
FARC-EP (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo) com o
governo colombiano possuem seis eixos centrais para tratar do fim do conflito
armado e do pós-conflito, direitos e deveres das partes em um documento de mais
de 300 páginas. Nos capítulos em que são abordadas as políticas públicas para
as populações das zonas rurais, o enfoque de gênero e étnico são pioneiros.
Além das manifestações contra Timochenko em Armenia e
Cali, também se apresentaram situações semelhantes em Florencia, no departamento
de Caquetá, que contava com a participação do principal candidato ao Senado,
Luciano Marín, conhecido como Ivan Márquez pelo partido FARC. Em Medellín, a
candidata ao Senado Aida Avella, do recém reaberto partido União Patriótica
também foi agredida. Foram registradas ainda manifestações violentas no
departamento de Córdoba também durante um ato de campanha da FARC.
• A barbárie dos terroristas. Duas nações são, atualmente, os maiores perigos para a humanidade: EUA
e Israel. E, como se não bastassem as ações independentes de cada uma, ainda
tramam outras perversidades em comum.
Nesta semana recebemos a notícia de que cerca de 2.500
soldados estadunidenses desembarcaram em Israel para participar de “manobras
militares” que durarão duas semanas. Um exercício que recebeu o nome de
“Juniper Cobra 2018” e que acontecerá no sul do país, nas proximidades com
Egito e Jordânia.
Curiosamente, Washington anunciou também que uma
delegação estadunidense vai desembarcar em Al-Quds, Jerusalém, para iniciar os
preparativos da transferência da sua embaixada para essa cidade, ocupada
irregularmente pelas tropas de Israel.
O anúncio ratifica a afirmação de Trump de que mudaria
a embaixada dos EUA para Jerusalém, mesmo com toda a resistência internacional
e a posição da ONU que não reconhece Jerusalém como território israelense.
Agora, pensem bem: é provocação ou não? É terrorismo ou
não?
• Uma corrida para a guerra? Muito boa a matéria de Manlio Dinucci, em ilmanifesto.it. Ao fazer uma
análise da política italiana, ele alerta para o programa acelerado dos EUA que
está transformando a OTAN em um rápido instrumento para a guerra contra a
Rússia.
Ele escreve que “há um partido que, mesmo sem aparecer,
toma parte nas eleições italianas: o Partido da OTAN. Ele é formado por uma maioria
transversal, que explicitamente ou tacitamente apoia a participação da Itália
na Grande Aliança sob o comando dos EUA”.
Diz ele: “Isto explica porque, no momento da campanha
eleitoral, os principais partidos tacitamente aceitaram os compromissos adicionais
tomados pelo governo na reunião de 29 ministros da Defesa da OTAN (Roberta
Pinotti pela Itália), dias 14-15 de fevereiro em Bruxelas”.
Manlio antecipa alguns informes que devemos levar em
consideração: “Um novo Comando para a logística será estabelecido,
provavelmente localizado na Alemanha, para ‘melhorar na Europa o movimento de
tropas e equipamento essencial para a nossa defesa coletiva”. Portanto eles
inventaram o cenário de uma OTAN forçada a defender-se de uma Rússia agressiva.
Ao contrário, é a OTAN que agressivamente instala suas forças militares ao
longo da fronteira com a Rússia. Comandos adicionais em terra serão
estabelecidos na Europa para ‘promover melhor coordenação e resposta rápida
para as nossas forças’”.
• Pânico com as declarações de Putin? Os generais e “chefões” da OTAN não perderam um só
segundo para comentar a mensagem enviada pelo presidente Putin à Assembleia
Federal da Rússia. Desespero? Medo?
Em sua mensagem ao Parlamento russo, Putin revelou que
a Rússia dispõe de novos armamentos e que as forças estratégicas nucleares
incluíram em seus arsenais 80 novos mísseis balísticos intercontinentais, 102 foguetes
balísticos de submarinos e três submarinos estratégicos da classe “Boréi”.
Enquanto ele se pronunciava, um vídeo ao fundo mostrava as provas de um novo
sistema balístico.
Imediatamente, Angela Merkel (Alemanha) e Donald Trump
(EUA) expressaram preocupações com as declarações de Putin.
• Eita país bom. Pelo
menos duas pessoas morreram na sexta-feira (2) em um tiroteio na Universidade
Central de Michigan, na cidade de Mount Pleasant (Michigan, Estados Unidos),
segundo autoridades locais. A polícia da universidade informou através do
Twitter que o suposto autor do tiroteio, que está foragido, disparou contra
duas pessoas que estavam em um dormitório do campus universitário. A informação
é da Efe.
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