A Globo só consegue fazer jornalismo beija-flor, do alto. Por Moisés Mendes
Publicado no Facebook de Moisés Mendes
No Dia do Jornalista, o que mais se ouviu hoje foi jornalista repetindo nos estúdios das TVs, principalmente da Globo News, uma frase emblemática do momento vivido pela chamada geande imprensa nacional. “Aqui do alto”, diziam os jornalistas, como se estivessem dentro dos helicópteros.
Eles não estavam no alto. Quem estava no alto era o helicóptero com um câmera e eventualmente com um repórter. Mas a maioria que dizia “aqui do alto” estava na verdade nos estúdios.
No Dia do Jornalista, a Globo fez a cobertura em São Bernardo do Campo do alto, como se o telespectador só pudesse ver o que acontecia sob o ponto de vista de alguém embarcado.
Por que isso? Porque a Globo desistiu de fazer cobertura por terra em determinadas circunstâncias. A Globo ajudou a fomentar o ódio e fez com que seus jornalistas passassem a enfrentar a reação de quem está no chão. Quase tudo é pelo ar.
É triste e condenável, porque jornalista algum deve ser atacado, sob quaisquer pretextos. Mas o preço que a Globo paga pela adesão ao golpe acaba recaindo sobre seus profissionais.
Os comentaristas de fato embaraçados no golpe, e não nos helicópteros, passaram o dia no estúdio dizendo bobagens. Um deles, Octavio Guedes, disse que o Brasil vive uma democracia porque numa ditadura não seria possível que drones sobrevoassem o sindicato de São Bernardo… Ah, bom.
No Dia do Jornalista, os protagonistas foram os drones e os helicópteros. A Globo só consegue fazer jornalismo beija-flor.
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