O instinto de Lula. Por Moisés Mendes
Sem autorização, mas por excelência, reproduzo o texto do jornalista gaúcho Moisés Mendes, em seu Facebbok:
“A decisão que Lula tomar amanhã ou depois será bem tomada. Tão bem tomada quanto a de hoje, quando mandou um recado a Sergio Moro. Não marque hora para me prender, nem tente me seduzir com celas especiais.
Pois deixem que Lula continue sendo conduzido por sua intuição. Não caiam numa armadilha ingênua e egoísta proposta pela direita e aceita por parte da esquerda.
É a armadilha quase infantil de que a prioridade agora, se Lula for preso, e mesmo que não seja, é buscar uma alternativa à sua candidatura.
É ingênua porque nada se ganha apressando uma definição sobre frentes e candidaturas herdeiras de Lula. Ganha-se o quê?
Alguém imagina Manuela D’Ávila e Guilherme Boulos sendo indicados, em meio à consternação, como sucessores de Lula? E saindo em disparada para saber quem chega na frente? Não sairiam. Os dois são solidários a Lula porque dependem dele.
E o debate sobre alternativas é egoísta e quase neoliberal porque, em nome da ideia utilitária da viabilização de uma frente ou de um nome, há muita gente disposta a abandonar Lula e sua resistência.
Abandonar o poder simbólico e real de um Lula lutando contra Sergio Moro, o Supremo de Jucá, o Quadrilhão, o pato da Fiesp e a imprensa é desprezar o que as esquerdas têm hoje de mais valioso.
Lula carrega as esquerdas nas costas. Hoje, o mundo ficou sabendo mais uma vez que é assim. Mas parte das esquerdas prega que se abandone Lula para cuidar da funcionalidade da vida no paraíso da próxima eleição.
Abreviar o processo é ofender a trajetória de Lula e sua capacidade única de afrontar o golpe e denunciá-lo também para os que nos olham de longe. Lula resiste mais do que todos nós. Muito mais. Ele pôs o dedo na cara dos que o perseguem e nos perseguem.
Mas alguns querem se livrar de Lula em nome de candidaturas estepes? Aquietem-se com seus planos B. Procurem pensar, tentem, mas não pensem em voz alta. Respeitem Lula.”
Moisés tem toda razão. Os líderes, nestes momentos, precisam sentir a voz muda de seu melhor companheiro, aquele que não o abandona e o que menos dele quer: o sentimento profundo das massas humanas, que não aparece nas tevês, nas páginas dos jornais e, quase nunca, nas estruturas políticas.
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