terça-feira, 17 de abril de 2018

Perguntas que não podem deixar de ser feitas na questão do bombardeio na Síria

COLUNA

Perguntas que não podem deixar de ser feitas na questão do bombardeio na Síria

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Trump sequer esperou que uma comissão internacional ingressasse na Síri para investigar as denúncias sobre uso de armas químicas / Boris Baldinger
É muito estranha a ação que coloca o mundo inteiro em estado de alta tensão
Quem acompanha o desenrolar dos acontecimentos na Síria percebe claramente que os bombardeios dos Estados Unidos, Grã Bretanha e França tiveram objetivos que visam evitar que o governo de Bashar al Assad se consolide depois de travar batalhas contra grupos terroristas.
Várias perguntas devem ser feitas, sendo a primeira delas qual o interesse do governo sírio em utilizar armas químicas se está praticamente dominando a situação? Por que os três países mencionados atacaram a Síria antes que uma comissão internacional ingressasse no país para investigar as denúncias sobre uso e fabricação de armas químicas.
A Rússia, aliada do governo sírio, questionou a versão norte-americana, repetida inúmeras vezes pela mídia ocidental até virar verdade, sobre o uso de armas químicas na Síria. O governo de Vladimir Putin garante que a Síria não usa armas químicas. Ficam, portanto, as duas versões em choque. Realmente é muito estranha a ação que coloca o mundo inteiro em estado de alta tensão.
Trump, como se sabe, é um falastrão. Fala qualquer coisa e está mais do que vinculado ao complexo industrial militar, o setor econômico nos Estados Unidos que lucra bastante com uma guerra e bombardeios com o acontecido na Síria. O presidente norte-americano estava com a popularidade muito baixa e esperava com a ação militar contra a Síria ganhar alguma confiança da população. É a velha técnica de publicidade utilizada por dirigentes impopulares e medíocres como Trump, desta vez auxiliado por dirigentes da França e da Grã-Bretanha também dispostos a aumentar a popularidade.
Por estas e outras é preciso que a opinião pública mundial seja devidamente informada, para evitar assim que se deixe envolver por tramas que favorecem a indústria da morte que lucra com guerras e estados de tensão.
É preciso também investigar a fundo os grupos terroristas que agem nesse território. Há denúncias graves segundo as quais já foram encontradas em seus arsenais armamentos norte-americanos e israelenses. Só que essas denúncias são omitidas pela mídia ocidental e na prática tornam-se fatos de conhecimento de apenas uma parte dos povos. É preciso também investigar isso a fundo.
A partir de todos esses fatos devidamente esclarecidos é que se pode formar opinião e não aceitar logo de saída a versão do falastrão e irresponsável Donald Trump, que conseguiu o apoio de governantes da França e Grã-Bretanha, que também seguem e mesma linha de irresponsabilidade do dirigente norte-americano.
O lamentável de toda essa história trágica é que quem mais sofre é o povo sírio, que desde 2011 enfrenta um estado de beligerância que estava quase chegando ao fim com a vitória do governo de Bashar al Assad e conseqüente derrota dos Estados Unidos e grupos terroristas.
É preciso também evitar que a Síria vire uma Líbia, país destruído depois dos bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que já se posicionou em favor dos bombardeios na Síria.
Para finalizar fica também uma pergunta: Estados Unidos têm ou não estocados em seus arsenais armas químicas?
Edição: Brasil de Fato RJ

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