segunda-feira, 6 de agosto de 2018

RESISTÊNCIA Após uma semana, greve de fome por justiça no STF continua

RESISTÊNCIA

Após uma semana, greve de fome por justiça no STF continua

No domingo (05), Jaime Amorim reafirmou a necessidade da greve de fome e traçou perspectivas para a política agrária

Brasil de Fato | Petrolina (PE)
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Durante a semana, os grevistas receberam visitas de solidariedade de políticos, religiosos e movimentos populares / Adi Spezia/MPA
No último dia 31, um grupo de seis militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Central de Movimentos Populares (CMP) entrou numa greve de fome para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à prisão do pré-candidato à presidência e preso político Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o grupo, a greve só acabará quando Lula for solto. 

Jaime Amorim, Vilmar Pacífico e Zonália Santos, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Rafaela Alves e o frei Sergio Görgen, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), e Luiz Gonzaga Silva, o Gegê, da Central de Movimentos Populares (CMP), tem diversas histórias e motivos para estar em greve, mas, os principais objetivos da mobilização são denunciar a volta do Brasil ao Mapa da Fome, sendo uma das consequências do golpe de 2016 e dos vários cortes em políticas sociais e também a denúncia da manobra do poder judiciário na decisão de manter Lula preso, o que pode impedir que dispute às eleições para a presidência do Brasil. 

No primeiro dia, após ler e protocolar o manifesto no STF, os grevistas foram expulsos do local de forma violenta, mas no dia seguinte os militantes voltaram à sede do Tribunal para propagandear a greve. “Nós vamos voltar ao STF até quando tivermos força física para isso. Quando não tivermos mais forças outros companheiros estarão acampados permanentemente na frente do STF para divulgar a greve de fome e fazer o debate com a sociedade”, reforçou Jaime Amorim, militante do MST-PE. 

Durante a semana, os militantes receberam visitas de apoio, como de Manuela d’Ávila (PCdoB-RS); Carlos Moura, da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); da Caravana Semiárido Contra a Fome, que passou por sais estados denunciando o retorno da fome ao país, da Pastoral da Juventude Rural (PJR), do deputado federal Paulo Pimenta (PT) e de Gleisi Hoffmann, presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT). No sábado, durante uma missa na Catedral Metropolitana de Brasília, muitas pessoas cumprimentaram e demonstraram solidariedade ao grupo. Além das visitas, saudações foram enviadas pela internet de Evo Morales, presidente da Bolívia e da presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) Marianna Dias. Além das visitas, uma equipe de saúde monitora diariamente os seis grevistas, fazendo avaliações médicas e tratamentos como acupuntura, alongamentos e sessões de Reiki.

Mesmo com sintomas causados pela privação de alimentos, como fadiga, sono e dores musculares, o grupo continua firme e com o “espírito elevado”, como enfatiza Rafaela Alves. “O presente e o futuro das nossas gerações está muito ameaçado neste momento. Não nos resta outro caminho senão lutar. A nossa juventude está em meio a este cenário. A juventude continua tendo um papel fundamental nos processos de transformação. Eu tenho uma tarefa como jovem, mulher, nordestina, sertaneja e camponesa. Eu quero dar minha contribuição para mudar esses rumos”.
Nesse domingo (05), Jaime Amorim relatou como o governo Lula mudou as perspectivas para o povo nordestino. No artigo publicado no site do MST, ele mostra a mudança de visão do governo em relação aos investimentos em ciência, tecnologia e educação na região e também as políticas para os camponeses e camponesas do semiárido. O militante também traçou desafios para Lula em relação à política agrária, caso ele seja eleito novamente “A principal tarefa de Lula para o Nordeste, assim que for eleito novamente presidente do Brasil é resolver o problema histórico da concentração de terra e o poder do latifúndio e das oligarquias regionais, que impedem o povo de exercer livremente a democracia e ter acesso à terra para trabalhar e produzir alimentos para o seu sustento e para a população das cidades”.
Edição: Catarina de Angola

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