segunda-feira, 3 de setembro de 2018

ACERVO Incêndio no Museu Nacional pode ter consumido peças de milhões de anos


ACERVO

Incêndio no Museu Nacional pode ter consumido peças de milhões de anos

Museu conservava coleções de arqueologia e paleontologia que estavam entre as mais importantes do continente americano; dentre as peças, Luzia, o fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil
por Redação RBA publicado 03/09/2018 10h21
DIVULGAÇÃO/MUSEU NACIONAL
Luzia Museu Nacional
Incêndio no Museu Nacional pode ter decretado a segunda morte de Luzia, fóssil com mais de 11 mil anos
São Paulo – O Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, é o museu mais antigo do país e uma das suas instituições científicas mais importantes. Suas mais de 20 milhões de peças, obras de arte e documentos compunham o quinto maior acervo do mundo, com coleções voltadas para a arqueologia, botânica, geologia e paleontologia, dentre outras áreas. 
Entre as peças de inestimável valor histórico que provavelmente foram consumidas pelo incêndioocorrido na noite deste domingo está o fóssil humano mais antigo descoberto no Brasil. Encontrado, em Minas Gerais, na década de 1974, pela arqueóloga francesa Annette Laming-Emperaire e batizado de Luzia, estima-se que o fóssil tenha cerca de 11.300 anos. 
Outro marco importante da paleontologia era o esqueleto reconstruído de  Angaturama Limai, o maior dinossauro carnívoro já encontrado no país, que datava de 110 milhões de anos atrás. A Sala dos Dinossauros também trazia o Maxakalisaurus topai, o primeiro esqueleto de dinossauro de grande porte reconstituído no no Brasil. A coleção paleontológica do Museu Nacional totalizava 56 mil exemplares e 18,9 mil registros, configurando umas das mais importantes coleções do tipo da América Latina. 
De todo o conjunto de peças do Museu, apenas 1% das obras estavam expostas ao público, o que simboliza, de um lado, a falta de recursos necessários para exibir parcela maior do acervo, mas também denota a riqueza dos seus arquivos. O Museu Nacional guardava ainda a maior e mais antiga coleção de arqueologia egípcia da América Latina. O Caixão de Sha-amun-em-su, recebida como presente por Dom Pedro 2º, em visita ao Egito em 1876, era uma das peças que mais atraia a atenção do público. 
O Museu Nacional guardava uma valiosa coleção de arqueologia clássica, com vasos etruscos e gregos, considerada uma das maiores do continente. Artefatos de civilizações africanas e ameríndias compunham o acervo, como objetos raros do povo amazônico Tikuna, e o trono do rei africano Adandozan (1718-1818), doado pelos embaixadores do rei de Daomé ao príncipe regente Dom João 6º, em 1811.
Na geologia, o destaque era o meteorito Bendegó, encontrado em em 1794 no município de Monte Santo, na Bahia. Com mais de 5 toneladas de metal, a expectativa é que o achado geológico possa ter sobrevivido ao calor das chamas. 
Com informações da DW Brasil

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