O ‘juiz-candidato’ e o vilipêndio a Marielle
A foto de Wilson Witzel – desconhecido que virou favorito ao governo do Rio na “aba” de Jair Bolsonaro – ao lado dos dois brutamontes que arrancaram e quebraram uma placa, evidentemente simbólica, em homenagem à memória da assassinada vereadora Marielle Franco é assustadoramente verdadeira, revelam hoje os jornais.
Foi ao lado do ex-juiz e sob seu aplauso que a placa foi quebrada diante de uma platéia enfeitiçada pelo linguajar violento de todos – inclusive de Witzel, que se proclamou um ex-fuzileiro naval, que”pegou no fuzil arriscando a própria vida (????) pelo Brasil.
No jornal, o “valente”, talvez esquecido que não tem mais a toga ou, quem sabe, contando com o corporativismo de seus ex-colegas, ameaça “qualquer pessoa que venha a imputar a mim qualquer coisa relativa a ela” dizendo que “sofrerá as sanções penais cabíveis”.
Qualquer “coisa relativa à ela” inclui dizer que o senhor demonstrou claramente seu regozijo com a cena deprimente, mostrando, num vídeo a reação brutal dos assistentes? Por ter mostrado que não é uma voz solitária entre membros ou ex-membros do Judiciário a da desembargadora que fez o mesmo, meses atrás?
Alem da frieza e da omissão – para dizer o mínimo, pois tinha a palavra e a ascendência sobre a platéia para condenar o crime de assassinato de uma mulher indefesa – é inegável que o ex-juiz deixou-se associar ao que disseram seus “bombados” apoiadores.
Se pode ficar junto com a exaltação da selvageria para ganhar votos, tem de aceitar que os mesmos atos e omissões os tirem.
Porque, a despeito de tudo, ainda há um Rio de Janeiro sadio que vai deixar todas as diferenças de lado para impedir que a selvageria que já nos atormenta no crime nos ataque também vinda do poder.
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