247 - Há exatos cinquenta anos, a ditadura militar implantou o famigerado Ato Institucional Nº 5, conhecido como AI-5, que vigoru até 1978 e suspendeu os direitos políticos e individuais de milhares de brasileiros e marcou o período mais sombrio do regime militar. Em meio à perseguição desenfreada que se seguiu à implantação do AI-5, nem mesmo os militares foram poupados. Os alvos eram os militares, incluindo oficiais do alto escalão das Forças Armadas, haviam apoiado o golpe em 1964, mas que se opunham aos aspectos mais violentos do regime e entendiam que o governo deveria ser devolvido aos civis após um curto período.
"Em mais de duas décadas de ditadura no Brasil, o regime perseguiu, prendeu ou torturou 6.591 militares. Os dados foram compilados pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), instituída pelo governo brasileiro em 2011 para investigar violações de direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988 por agentes públicos e outras pessoas a serviço do Estado", diz reportagem da BBC sobre a perseguição desencadeada pelo regime contra os próprios militares.
"Os militares foram perseguidos de várias formas: mediante expulsão ou reforma, sendo seus integrantes instigados a solicitar passagem para a reserva ou aposentadoria; sendo processados, presos arbitrariamente e torturados; quando inocentados, não sendo reintegrados às suas corporações; se reintegrados, sofrendo discriminação no prosseguimento de suas carreiras. Por fim, alguns foram mortos", diz o relatório da CNV.
"A maior parte das prisões (de oficiais e praças) foi no pós-68 (após o AI-5), com muitos deles sendo presos até com os filhos", afirma o cientista político explica o cientista político Paulo Ribeiro da Cunha, professor da Unesp e membro da Comissão da Verdade. Segundo ele relatou à reportagem da BBC, "a ditadura usava as famílias para atingir os oficiais, com os filhos sendo obrigados a sair dos colégios e ataques (inclusive estupros) de mulheres dos militares".
Leia a
íntegra da reportagem na BBC.
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