quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Símbolo de combate à ditadura, Eunice Paiva, mãe de Marcelo Rubens Paiva, morre aos 86 anos

13 DE DEZEMBRO DE 2018, 16H49

Símbolo de combate à ditadura, Eunice Paiva, mãe de Marcelo Rubens Paiva, morre aos 86 anos

Viúva de Rubens Paiva, assassinado pelo regime militar em 1971, Eunice morre no dia em que a promulgação do AI-5 completa 50 anos
Eunice e Rubens Paiva, morto pela ditadura – Foto: Reprodução/Instituto Vladimir Herzog
Eunice Paiva, símbolo do combate à ditadura do regime militar, morreu nesta quinta-feira (12), em São Paulo, aos 86 anos. Esposa de Rubens Paiva, ex-deputado cassado em 1964 e desaparecido após ser preso, torturado e assassinado pela ditadura militar no Rio de Janeiro no início de 1971, Eunice passou anos lutando para conseguir lutou pela busca sobre o paradeiro do marido. As informações são do G1.
De acordo com o Instituto Vladimir Herzog, Eunice lutava contra o Mal de Alzheimer. A trajetória de sua luta foi escrita por um dos filhos do casal, o jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva, no livro “Ainda Estou Aqui”, lançado em 2015. Além de Marcelo, ela deixa ainda as filhas Veroca, Eliana, Nalu e Babiu.
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Durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em 2014, Marcelo Rubens Paiva mencionou o sofrimento da mãe: “Pelas novas revelações, meu pai morreu no dia em que minha mãe foi presa. Ela foi deixada na cela mais 12 dias. Para quê? Melhor nem pensar”, declarou.
Marcelo Rubens Paiva – Foto: Reprodução/YouTube
Na sequência, citou o estranhamento de se sentir no dever de agradecer por não terem matado também Eunice, a quem chamou de “a heroína da família”.
Eunice estudou Direito na Universidade Mackenzie após ter o marido assassinado pela ditadura, se tornou advogada para se engajar nas lutas sociais e políticas.
Em nota, o Instituto Vladimir Herzog diz que “lamenta profundamente a morte de Eunice e manifesta toda sua solidariedade à família, em especial aos filhos Marcelo e Veroca. Talvez não por coincidência, Eunice morre no dia em que a promulgação do AI-5 completa 50 anos: um protesto de quem nunca deixou de lutar por um país democrático, mais justo e que garanta o direito a memória e justiça a todos os seus cidadãos”.

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