sábado, 8 de dezembro de 2018

Perguntas simples que fazem a cúpula bolsonarista crispar ou correr para dentro de casa

Perguntas simples que fazem a cúpula bolsonarista crispar ou correr para dentro de casa. Por Donato

 
Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro
Jair Bolsonaro afirma que os R$ 24 mil depositados em cheque por Fabrício José Carlos de Queiroz na conta da futura primeira-dama são parte de uma devolução de dívida.
O montante emprestado, ainda segundo Bolsonaro, foi de R$ 40 mil e “se o Coaf quiser retroagir um pouquinho mais, vai chegar nos R$ 40 mil”.
Muito bem, se deseja manter a imagem de honesto com a qual ludibriou milhões de brasileiros, seria mais simples e rápido o futuro presidente demonstrar essa movimentação financeira ao invés de jogar o abacaxi no colo da Coaf esperando o garimpo retroativo.
Se Bolsonaro fez um empréstimo de R$ 40 mil, basta ele mostrar sua declaração de imposto de renda. Qualquer transação de empréstimo, mesmo entre pessoas físicas, de valor igual ou acima de R$ 5 mil precisa ser declarada. Ou o ‘honesto’ não fez isso?
Por que Bolsonaro justifica como ‘falta de tempo para ir ao banco’ o fato do cheque ser nominal a sua esposa, se um comportamento seu que chamou atenção ultimamente foi a quantidade de vezes que ele dirigiu-se ao caixa eletrônico do banco?
Por que a filha do ex-assessor/motorista/amigo/laranja, chamada Nathalia e mais conhecida como personal trainer, repassou ao pai praticamente todo o salário ganho durante o período em que esteve trabalhando no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados?
Foram mais de R$ 84,1 mil. Ela realmente trabalhava no gabinete? O que fazia lá, ou fora de lá, para poder abrir mão do salário?
As próximas perguntas já foram feitas, mas é preciso insistir já que todos os interlocutores (de Sergio Moro a Onyx Lorenzoni) saíram correndo sem responder:
Qual a origem dos R$ 1.200.000,00 movimentados na conta do ex-assessor Fabrício José Carlos de Queiroz? Mesmo com um salário de R$ 23 mil, a movimentação é incompatível com sua renda. Aliás, por que motoristas de parlamentares ganham tanto?
E os 176 saques em dinheiro, tiveram qual finalidade? A quem foram destinados?
O PM Fabrício José Carlos de Queiroz é unha e carne com os Bolsonaro. Ele e Jair são amigos de pescaria, de ficarem sem camisa no churrasco.
E agora o presidente eleito vem com essa lorota de empréstimo? Vem candidamente demonstrar indignação e anunciar que “cortou o contato com o amigo”?
Só não vê quem não quer. Bolsonaro sempre se valeu malandramente de todo e qualquer expediente para enriquecer e obter benefícios pessoais.
Sua cuidadora da casa de veraneio em Angra era paga com a verba do gabinete. Foi com a verba de gabinete para viagens que ele começou a fazer sua campanha para presidente já em 2014.
Há registro em vídeo no qual assume, com todas as letras, que não abria mão de nenhum auxílio e benefício facultados a um parlamentar.
“Eu uso tudo”, disse ele.
Quando perguntado se achava ético receber auxílio moradia mesmo possuindo imóvel próprio, Bolsonaro respondeu com a polidez que lhe é peculiar: “Como eu tava solteiro, usava esse dinheiro pra comer gente”.
Em fevereiro do ano passado, numa palestra nos EUA, Sergio Moro admitiu julgar baseado em evidências, dispensando provas. Bem, esperemos que o juiz tenha feito escola e algum magistrado se toque de que as evidências contra Bolsonaro são suficientes para enviá-lo ao xilindró.
Ou para alguns nem com provas?

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