Mourão
x Bolsonaro?
É complicado afirmar, agora, que já existe uma divisão
dentro do governo e que o coronel não se dá muito bem com o general que lhe
serviu de vice para agradar a caserna. São quase três semanas de paralisação
total do Governo porque o presidente internado não delegou tarefas. Ao que
parece, não confia no seu vice. Aliás, as crônicas políticas dizem que a última
vez que os dois conversaram foi ainda durante o período eleitoral.
Até agora temos visto declarações absolutamente opostas
dos dois “mandatários”. Um os primeiros fatos que levantou a suspeita foi,
ainda em novembro passado, quando o ex-capitão acusou a China de ser um “predador
que quer dominar setores essenciais da economia mundial e do Brasil”, discurso
que foi muito aplaudido por Donald Trump. Mas, no dia seguinte, o general
Mourão disse à imprensa que “algumas vezes o presidente tem uma retórica que
não condiz com a realidade” e que a “China não está comprando o Brasil”.
Outro exemplo bem marcante foi na questão da liberação
da compra de armas, questão que o agora presidente defendia como uma solução
para a insegurança social. Em uma declaração à imprensa, Mourão disse que não
vê isso como uma “questão de combate à insegurança”, mas “apenas e
exclusivamente o cumprimento de uma promessa de campanha”.
Em flagrante confronto, o general disse duvidar da
capacidade do ministro de Relações Exteriores e que ele não tem competência para
conduzir a política exterior brasileira. E criticou a posição do chanceler Ernesto
Araújo de transferir a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém.
Pode ser uma tática, ou não. Mas enquanto o ex-militar
mantém o seu discurso agressivo e, mesmo internado, faz gestos de “arminha” com
as mãos, o vice-presidente age com moderação concede entrevistas aos jornais e
passa uma imagem completamente oposta à do presidente muito doente.
Há um conflito aberto em Brasília? Vamos aguardar mais.
P Manda quem pode! As imagens lotaram as redes
sociais e mostravam ruralistas derramando no asfalto centenas de galões de leite
como protesto contra as medidas do ex-capitão que determinou o fim da taxação do
leite vindo da União Europeia e da Nova Zelândia. Certamente que toda a bancada
ruralista no Congresso, que não é desprezível, apoiou o protesto dos produtores
e iniciou uma pressão contra o presidente eleito e internado.
Como já era de se esperar, pela enésima vez em menos de
dois meses de mandato, o chamado “mito” foi obrigado a recuar e orientou seu
ministro, um tal de Paulo Guedes, para rever a medida.
O autor da medida justificou que não há “indícios de
dumping” e que a importação de leite europeu e neozelandês nessa época era nula
ou inexpressiva. Mas o descontentamento foi geral. Desde as entidades que
representam os pequenos produtores até àquelas mais ligadas ao patronato.
A Abraleite (Associação Brasileira dos Produtores de
Leite) defende que a manutenção da sobretaxa e de outros subsídios até que a
cadeia produtiva do leite seja desonerada e ganhe competitividade no mercado internacional.
Já a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura) também defende a retirada da medida e reforça a importância do
produto para a agricultura familiar brasileira.
P Do campo, mais veneno para nossas mesas. Anotem
essa data nas agendas: segunda-feira, dia 11 de fevereiro. Estamos falando de
um marco na ampliação do envenenamento de nosso povo.
Essa é a data da publicação oficial do registro de mais
de 19 agrotóxicos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa) comandado por Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, também conhecida no
Congresso como a “musa do veneno”.
Na contramão de diversos países pelo mundo, o país continua
investido pesado em liberação e uso de aditivos químicos, danosos à saúde e ao
ambiente (veja matéria sobre extinção de insetos adiante). Em nota, a Campanha Permanente Contra os
Agrotóxicos e Pela Vida: “repudia de forma veemente a flexibilização do marco legal
dos agrotóxicos no Brasil e a enxurrada de novos produtos registrados neste
ano. Os agrotóxicos no Brasil já representam hoje um grave problema de saúde pública,
e a inserção no mercado de mais produtos agravará ainda mais os perigos aos
quais a população está submetida. Afirmamos ainda que os únicos beneficiados
pelas liberações são as empresas detentoras dos registros, como a Monsanto,
Cropchem, Syngenta, Sumitomo, Nufarm, Arysta Lifescience e Adama, e os
políticos eleitos em nome dos interesses do agronegócio. A saúde da população
brasileira fica, como sempre, em segundo plano”.
Quatro registros publicados se referem a substâncias
que ainda se encontram em processo de reavaliação pela Anvisa. São produtos à
base de Abamectina e Glifosato.
P E o campo produz com escravos. O número de
trabalhadores flagrados em condições análogas às de escravo chegou a 1.723 em
2018. É o que mostram dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), ligada
ao Ministério da Economia. Segundo o levantamento, foram flagrados 523
trabalhadores em condições análogas às de escravo em área urbana enquanto que
no meio rural houve 1.200 casos. Em 2017, a SIT registrou 645 trabalhadores
encontrados nessa situação.
A coordenadora regional de Erradicação do Trabalho
Escravo (Conaete), procuradora do Ministério Público do Trabalho Lys Sobral
Cardoso, afirmou que os casos de trabalho escravo urbano têm como um dos
fatores o êxodo rural, que continua acontecendo no país. “Os trabalhadores
continuam saindo do meio rural para o meio urbano. Por falta de oportunidades,
eles se sujeitam a qualquer oferta de trabalho que surge, o que aumenta sua
vulnerabilidade”, explicou a procuradora. No ano passado, o Ministério Público
do Trabalho (MPT) recebeu 1.251 denúncias, ajuizou 101 ações civis públicas e
celebrou 259 termos de ajuste de conduta (TACs) relacionados a trabalho
escravo.
Entre as atividades econômicas com maior número de
trabalhadores nessas condições estão a pecuária e o cultivo de café. Segundo
dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo no Brasil, 30,9% dos
trabalhadores em condições análogas às de escravo são analfabetos e 37,8%
possuem até o 5º ano incompleto. A ferramenta foi desenvolvida pelo MPT em
parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e reúne de maneira
integrada o conteúdo de diversos bancos de dados e relatórios governamentais
sobre o tema.
P Frente de resistência? Foi
lançada, na terça-feira (12), em Brasília, a Frente Parlamentar Mista em Defesa
da Democracia e dos Direitos Humanos criada por partidos que compõem a bancada
de oposição ao governo. Em parceria com mais de 50 entidades da sociedade civil,
o grupo buscar barrar propostas e iniciativas que resultem em retrocessos
sociais. A matéria está na Rede Brasil Atual
De acordo com reportagem, o objetivo é que seja
desenvolvida também uma ampla agenda para garantir uma segurança pública
cidadã, impedir a “reforma” da Previdência, defender a Justiça do Trabalho, o
meio ambiente, as demarcações de terras indígenas em respeito às garantias
constitucionais para comunidades e povos tradicionais, e reverter a “reforma”
trabalhista implementada no governo do manequim de funerária.
Também na terça-feira, no Rio de Janeiro, lideranças
partidárias, autoridades, movimentos sociais, pesquisadores e militantes de
diferentes campos progressistas, reuniram-se em evento para reorganizar o
Instituto Brasileiro de Estudos Políticos (Ibep), criado em 2013.
P Todo mundo desmente o pulha? Relatório divulgado
pela Organização Internacional do Trabalho, OIT, o Brasil terá 12,7 milhões de
desempregados ao final de 2020 – portanto, na metade do atual governo.
O relatório contradiz integralmente o discurso do ex-capitão
de que o desemprego cairá, em breve. O documento afirma que o ex-militar não
será capaz de reverter os altos índices de desocupação e informalidade no
mercado de trabalho. No relatório “Perspectivas do Emprego e Questões Sociais
de 2019”, a instituição indica que, com a morosa recuperação da economia, o
ciclo de desemprego no País deve se estender por, no mínimo, mais dois anos.
Como as vagas abertas tendem a ser essencialmente informais, a crise é tanto de
quantidade como de qualidade.
Concretizando-se a projeção da OIT, o Brasil terá nada
menos que 12,7 milhões de desempregados ao final de 2020 – portanto, na metade
do governo. Para agravar a situação, os postos de trabalho a serem abertos
padecerão, invariavelmente, de dois males: a informalidade e a má qualidade –
um traço comum, de resto, ao conjunto da América Latina e do Caribe.
De acordo com a OIT, um mercado de trabalho
predominantemente informal provoca insegurança jurídica e econômica, além do
aumento da pobreza e da desigualdade. Em países cujas leis não dão garantia
sequer ao chamado “trabalho decente”, o emprego pouco melhora a qualidade de
vida do trabalhador.
P O futuro não será dos melhores. Se persistirem essas
políticas neoliberais e fascistas que estão implantando no país, o futuro é
muito sombrio, em especial para os nossos jovens.
Para estudantes e recém-formados, a tal “reforma”, na contramão
o que diz o ex-militar, compromete o futuro de todos os trabalhadores, em
especial dos que estão tentando ingressar no mercado de trabalho.
Estar fora da escola ou sem um emprego aponta para a crescente
falta de oportunidades enfrentada pelos jovens. É o que constatou pesquisadores
do Dieese a partir do resultado do terceiro trimestre de 2018 da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, realizada pelo IBGE. A
análise do Dieese contraria a ideia de que a situação de inatividade é de
responsabilidade apenas da geração conhecida como "nem-nem" – nem
estudando e nem empregado.
No Brasil, o número de pessoas entre 15 e 29 anos que estão
sem trabalho e fora de instituições de ensino, já ultrapassa a casa dos 11
milhões!
P Perguntar não ofende. O que está acontecendo na
Argentina que preocupa tanto os “homens” do FMI? Será a proximidade das próximas
eleições no país, em outubro?
A verdade é que o baixíssimo índice de popularidade de
Maurício Macri fez acender uma lâmpada de alerta no Fundo, preocupado com o
dinheiro “emprestado” e com a continuidade das medidas neoliberais exigidas do
atual presidente.
Acontece que o FMI é o principal credor da Argentina e “emprestou”
recentemente 57 bilhões de dólares ao país, motivo pelo qual segue de perto a
política.
Durante a semana, chegou a Buenos Aires Roberto Carderelli,
o representante do FMI encarregado de supervisionar toda a situação atual no
país. Sua equipe já se instalou em dependências oficiais e vai fiscalizar o
cumprimento das metas fiscais e monetárias impostas. É a terceira missão que
vai ao país, mas, agora, além das reuniões esperadas com personalidades do
governo Macri, a equipe do FMI está “convidando” para uma conversa líderes de
quase todos os partidos. São dirigentes políticos conhecidos e da oposição
peronista.
Estará o FMI começando a intimidar os possíveis candidatos
presidenciais? Eles já esperam uma derrota de Macri e se preparam para uma mudança?
P Nas ruas contra Macri. A quarta-feira (13) foi
mais um dia dedicado pelos movimentos sociais e organizações sindicais para
irem às ruas denunciar a política neoliberal do governo argentino.
A concentração foi marcada para as dez horas, em Buenos
Aires, com o lema “Terra, teto e trabalho”. Foi convocada pela Corrente
Classista e Combativa da Confederação De Trabalhadores de Economia Popular e outras
organizações sociais. A marcha terminou diante do prédio do Ministério do
Desenvolvimento Social e exigia uma reunião paritária nacional para debater as
questões do preço da cesta básica e dos salários do funcionalismo.
A Argentina passa atualmente por um intenso aumento da
inflação, além da desvalorização do peso argentino frente ao dólar. A crise
econômica levou o governo Macri a pedir, em 2018, um empréstimo de 56,3 bilhões
de dólares ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
A inflação tem impactado no preço de produtos e
serviços de primeira necessidade, como transporte, alimentação, gás e conta de
luz, o que atinge principalmente as populações mais pobres da Argentina.
Sobre as propostas apresentadas pelos movimentos e
organizações na manifestação, Omar Giuliani, da Federação Nacional Territorial
(Fenat), afirma que elas foram formuladas a partir das necessidades básicas da
população.
P Pressão sobre os trabalhadores na Colômbia. A Federação
Sindical Mundial criticou em nota a conduta arbitrária e antissindical da GM, multinacional
estadunidense do ramo automobilístico que anunciou a demissão em massa de
operários de suas plantas na Colômbia e está pressionando os sindicatos a abrir
mão de direitos e conquistas consagradas na Convenção Coletiva da Categoria.
Os planos da General Motors de fechar sete fábricas no
mundo e demitir 14,8 mil trabalhadores somente na América do Norte fazem parte
do processo de reestruturação da montadora. Em nome da rentabilidade, a GM vai
penalizar cidades inteiras de diferentes países.
P América Latina e o “domínio global”. “A expansão
dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até a América
do Sul, é o destino de nossa raça (...) e nada pode detê-la”. Discurso de posse
do presidente estadunidense James Buchanan, em 1857.
Em 1803, menos de quinze
anos passados da declaração de independência das 13 colônias, os EUA iniciam
sua expansão territorial comprando da França a Luziânia. Segue-se a aquisição
do atual estado da Flórida (comprado da Espanha) e a anexação de um imenso
território que vai do Texas à Califórnia, depois da guerra com o México.
Mas é no início da “corrida
para o oeste”, entre 1848 e 1850, que vai aparecer e se fortalecer essa ideologia
de que o povo dos EUA seria o “eleito por Deus e estava predestinado a comandar
a grande nação do futuro – a nação das nações”. E as bases dessa filosofia,
ainda na década de 1840, foram estabelecidas pelo diplomata e jornalista John
Louis O’Sullivan, criador do termo “Destino Manifesto”, e tinham por princípio
que o rápido crescimento populacional e o aumento das imigrações exigiam também
um rápido crescimento territorial que deveria se estender desde a costa leste
até o Oceano Pacífico. Daí resultava também a necessidade de “correr para o
oeste” e “civilizar todos os povos indígenas que fossem encontrados pelo
caminho”.
Em 1855, ainda antes daquele
discurso do presidente Buchanan, um jornal de New Orleans publicava matéria
dizendo que “A pura raça anglo-americana está destinada a estender-se por todo
o mundo com a força de um tufão. A raça hispano-mourisca será abatida.” (New Orleans Creole Courier, 27/01/1855).
Vale registrar que, ainda
antes da guerra de rapina promovida contra o México, o governo dos EUA não tinha
poupado esforços para impedir e/ou prejudicar todas as tentativas de unidade da
América Ibérica promovidas por Simon Bolívar.
Em 1810 tivera início a
insurreição geral das colônias que vão conquistando a independência: Paraguai
(1811); Argentina (1816); Chile (1818); Colômbia (1819); Venezuela (1821);
Brasil e México (1822); Peru (1824); Bolívia (1825); Uruguai (1828).
O território estadunidense já
se estendia do Atlântico ao Pacífico, depois do povoamento do oeste, do quase
completo extermínio dos povos originários e da implementação das ferrovias, e o
governo voltava sua atenção para os territórios da América Central e Caribe. Um
certo professor do “Naval War Colege”, Alfred Thayer Mahan, desenvolve novos
conceitos estratégicos a serem seguidos, defendendo que o poderio naval determinaria
a supremacia definitiva do país na região e no mundo. Por isso a fixação no Mar
do Caribe.
Superados os problemas
internos de território para uma crescente população, passam a olhar para o sul,
para o restante da América, como um possível e atraente mercado. É dessa época
a primeira iniciativa dos EUA para a criação de uma Área Comum de Comércio
reunindo as Américas.
O governo dos EUA havia
adquirido o território do Alasca, em 1867, e passa a olhar para a região do Caribe
como a principal meta a ser atingida. Em 1890, a sua marinha já era a sexta do
mundo e inicia a expansão desejada ao declarar guerra à Espanha e iniciar a
ocupação dos seus territórios no Caribe e no Pacífico: 1898 – anexação do
Havaí, Guam, Filipinas, Porto Rico; 1899 – domínio sobre Samoa; 1901 –
imposição do protetorado sobre Cuba.
Não falamos aqui das
intervenções militares e golpes do século XX, mas todos podem imaginar.
(Nota: alguns companheiros já conhecem esse texto
porque é parte de um trabalho maior intitulado “Destino Manifesto e Outras
Mentiras”, mas repeti um pequeno trecho a pedido de alguns que me escreveram perguntando
sobre a fixação dos EUA com a Venezuela e a América Latina)
P Desintegração da América Latina já planejada? A
crise forjada na Venezuela e a chegada de um ex-capitão à presidência da
República no Brasil são duas faces da nova etapa da política intervencionista
de Washington na América Latina. Consequência lógica e já esperada dos demais
golpes aplicados ao longo dos últimos anos (Honduras, Paraguai, Argentina e
Equador), é parte do programa dos “falcões” para retomar o domínio integral da
região e servir para a disputa principal que se trava no planeta.
Apenas para recordar, o golpe militar no Chile foi a
porta de entrada para as ideologias neoliberais na região. Mas a consolidação
só aconteceu na década de 1990 tendo o Brasil e a Argentina como destaques e
exemplos que deveriam ser seguidos.
Mas tudo mudou a partir do início dos anos 2000. A chegada
ao poder, em vários países, de Governos progressistas e nacionalistas criou uma
inimaginável interrupção do programa já traçado e era preciso “acabar com tanta
rebeldia” para colocar novamente a rédea e assumir o controle do Continente.
Com o final das eleições no Brasil e a derrota do maior
inimigo, o PT, a Casa Branca pensou que poderia dormir em paz e dedicar-se apenas
à destruição da Venezuela. Mas parece que a CIA apostou suas fichas em um azarão
que, além de não ter pulso ou conhecimento para dirigir nem sequer um clube de
bocha para aposentados, montou um ministério que não se entende e está provocando
insegurança política.
A alternativa era acelerar a ação contra a Venezuela que,
de fato, sempre foi o objetivo principal por possuir a maior reserva confirmada
de petróleo do planeta e a segunda maior de ouro!
Podemos esperar mudanças na política de Washington com
relação à região? Certamente que sim. Provavelmente vamos ver, em breve, um
grande retrocesso (ainda maior do que o atual) no diálogo da região e um aumento
da intervenção política direta estadunidense, certamente com muita ajuda
militar.
P Tudo pronto para invadir a Venezuela? O governo de
Cuba denunciou, em comunicado oficial, a escalada de pressão e ações de
operações especiais do governo estadunidense para aeroportos em Porto Rico,
República Dominicana e outras ilhas do Caribe, sem o conhecimento de seus
governos. De acordo com a nota, a Casa Branca mais uma vez prepara uma agressão
militar disfarçada de “intervenção humanitária” contra a Venezuela.
Segundo o comunicado, “entre 6 e 10 de fevereiro de
2019, foram realizados voos de aviões de transporte militar para o aeroporto
Rafael Miranda, de Porto Rico, a base aérea de San Isidro, na República
Dominicana e para outras ilhas do Caribe estrategicamente localizadas, provavelmente
sem o conhecimento dos governos dessas nações”. Esses movimentos teriam se
originado em instalações militares dos EUA das quais operam unidades de
Operações Especiais e Corpo de Fuzileiros Navais, que são usadas para ações
secretas, mesmo contra líderes de outros países.
Após a resistência ao golpe, o governo dos Estados
Unidos intensificou sua campanha política e midiática internacional e acirrou as
sanções econômicas contra a Venezuela, “entre as quais se pode citar o bloqueio
em bancos de países terceiros de bilhões de dólares pertencentes à Venezuela e
o roubo da receita das vendas de petróleo do país, que está causando sérios
danos humanitários e privações difíceis a seu povo”, diz a nota.
P Fim dos insetos: uma grande ameaça para a humanidade.
O informe está na página eletrônica da Deutsche Welle, uma rede pública alemã
de radiodifusão. Mais de 40% das espécies de insetos em todo o mundo poderão
estar extintas nas próximas décadas, e outro terço delas estão ameaçadas,
revelou a primeira análise científica global sobre o tema. Segundo os autores,
a taxa de extinção é oito vezes mais rápida do que as de mamíferos, répteis e
aves, ameaçando um colapso dos ecossistemas da Terra.
A massa total de insetos é reduzida em 2,5% a cada ano,
o que indica que eles poderão desaparecer em um século. Segundo o estudo, publicado
no final de janeiro pelo jornal científico Biological Conservation, o planeta
atravessa a sexta extinção em massa em sua história, com algumas perdas
significativas registradas em algumas espécies de animais de grande porte, cujo
desaparecimento é mais fácil de se observar. Os insetos, porém, existem em
variedade e quantidade bem maior, chegando a um número 17 vezes superior ao de
humanos.
“Se as perdas de espécies de insetos não forem
interrompidas, haverá consequências catastróficas para os ecossistemas do
planeta e para a sobrevivência da humanidade”, disse ao jornal The Guardian o
pesquisador da Universidade de Sidney Francisco Sánchez-Bayo, que elaborou o
estudo com seu colega da Academia Chinesa de Ciências Agrárias Kris Wyckhuys.
O colapso de algumas espécies já foi registrado em
países como a Alemanha e em Porto Rico. Segundo um estudo, neste país houve uma
redução de 98% dos insetos terrestres. Os indícios apontam para uma crise global.
“As tendências confirmam que a sexta maior ocorrência de uma extinção em massa
gera impacto profundo nas formas de vida no nosso planeta”, afirmam os autores.
P No país da democracia... Como crer que exista uma
democracia em um país onde tudo é negociado na base de valores financeiros e
não morais? Como acreditar que exista uma tal “liberdade” quando o que está em discussão
é mais discriminação racial e xenofobia?
Oficialmente, o Congresso estadunidense fechou um
acordo na noite de segunda-feira (11) para evitar uma nova paralisação parcial
do governo, lá chamada de “shutdown”. Pelas notícias, o Partido Republicano, do
presidente, acabou concordando com bem menos que os 5,7 bilhões de dólares
exigidos por Trump para a construção de um muro na fronteira com o México.
Segundo congressistas, o acordo orçamentário provisório
deve garantir 1,4 bilhão de dólares para financiar programas de segurança de
fronteira até 30 de setembro, quando se encerra o atual ano fiscal. O pacto prevê
quase 90 quilômetros de novas cercas, a serem construídas de acordo com o modelo
de barreiras de metal já existentes.
Os congressistas que conduzem as negociações se
reuniram por cerca de duas horas. Antes da reunião, eles afirmaram que o plano
era alcançar um acordo para que houvesse tempo de a legislação ser aprovada
pela Câmara dos Representantes e pelo Senado e ser assinada por Trump até
sexta-feira, quando devem acabar os fundos destinados ao Departamento de
Segurança Interna, ao Departamento de Justiça e a várias outras agências
federais. Não está claro, no entanto, se o presidente aprovará o acordo.
Sem novas verbas do governo federal, várias agências
teriam que suspender algumas atividades, da manutenção de parques nacionais a
publicação de dados econômicos relevantes para os mercados financeiros.
Durante o recente shutdown recorde de 35 dias – de 22
de dezembro a 25 de janeiro –, iniciado após republicanos e democratas não
terem chegado a um acordo orçamentário, 800 mil funcionários do governo federal
ficaram sem receber seus salários.
Notícias que chegam de lá dizem que o presidente não
ficou contente, acha que há divisão dentro do seu partido, e ameaça decretar “estado
de emergência” para construir o restante do muro. Terá forças?
P Vinte e dois trilhões de dólares de dívida! Não,
não há engando no título da matéria. Essa é exatamente a dívida pública dos EUA
que superou 22 trilhões de dólares pela primeira vez na história, segundo dados
do Departamento do Tesouro.
O informe foi divulgado na segunda-feira (11) e
estabelece, em números exatos, que a dívida pública do “gigante” bateu em
22,013 trilhões de dólares.
Michel
Peterson, diretor financeiro da Fundação Peter G. Peterson, que faz o
monitoramento dos orçamentos, assinalou que a dívida nacional crescente “ameaça
o futuro econômico
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