quarta-feira, 17 de julho de 2019

Brazil, com “Z” de zorra


Brazil, com “Z” de zorra

A Embratur apresentou ontem o que seus dirigentes chamam de “nova marca” para a promoção do Brasil no exterior.
Um arranjo tosco sobre as formas da bandeira nacional – um círculo, um retângulo (que virou quadrado) e um losango. Alias, apenas uma versão da marca do agonizante “Farmácia Popular”, um símbolo mais de sinalização (“aqui tem” Farmácia Popular) do que uma marca promocional, inspiradora, atraente e, por isso, “vendedora” do turismo em nosso país.
Feita “pelo pessoal da casa”, segundo a apresentação dos próprios dirigentes da Embratur, é de um contraste absurdo com a tendência do turismo internacional, que você vê representado no painel de marcas de países do mundo que reproduzo.
Algo como “o rapaz fez um desenho que ficou bonitinho”, para substituir um alentado plano de desenvolvimento turístico, desenvolvido por uma das maiores empresas marketing do Turismo, a Chias Marketing, que trabalhou o Plano Aquarela, na década passada, a partir de estatísticas, tendências e pesquisas de opinião e motivação do trade e dos viajantes.
A marca, em lugar de ser de “orelhada”, teve um estudo de cores e de formas e tem livre inspiração em projetos de Burle Marx e da moderna arquitetura brasileira.
Em matéria da qualidade profissional e mercadológica, o Z aí só ser for para “zero”.
Mas algo que supera a sabujice do “Brazil” com Z, que nada tem a ver com “patriotada”, mas com o fato de não haver nenhuma diferença fonética que o justifique. É óbvio que se fôssemos a Áustria ninguém ia brigar que não se escrevesse Österreich na sua propaganda turística internacional, mas neste caso é só perda de identidade e estranhamento.
O fosso fica na frasezinha “Visit and love us”, que sugere uma reversão idiota do “ame-o ou deixe-o” da ditadura. Um primor de estupidez mercadológica.
É quase tão primário quanto nosso embaixaburguer nos States.

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