Em carta, Cafu fala sobre morte do filho: 'Perdi ele em meus braços'
O ex-lateral Cafu completou 50 anos neste domingo. Multicampeão, ídolo dentro e fora do Brasil, ele marcou seu nome na história das principais competições mundiais como atleta de futebol. Contudo, uma tragédia em 2019 marcou profundamente o ex-atleta: a perda de seu filho Danilo, de 30 anos, após um infarto.
Em carta emocionante feita ao jornal "O Globo", o capitão da Seleção Brasileira no Mundial de 2002, onde foi pentacampeão, lembra as dores da perda e confessa que ainda não está preparado para contar como foi aquela noite. Ativo dentro do mundo do futebol, ele abriu o jogo afirmou viver momentos de contentamento junto de ex-parceiros e craques em sua instituição que ajuda crianças carentes.
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- Quando penso no Danilo, lembro do que ele mais gostava, que era fazer brincadeiras com as pessoas. Logo, quando essa dor vem, sempre lembro desses momentos bons e acabo sorrindo. É assim que lidamos com a sua partida, de uma maneira mais positiva - disse ele.
Leia na íntegra a carta do ex-lateral:
"Hoje estou completando 50 anos. É um aniversário marcante, mas será uma comemoração completamente diferente das demais. Em virtude da pandemia que está ocorrendo, estarei longe de muitas pessoas que são próximas a mim, e após completar um ano de um pesadelo que jamais imaginei passar, sinto que hoje é um bom momento para compartilhar e lidar com as emoções de milhões de perdas de todo o mundo, estou convencido do que estamos sentindo agora.
Todos nós experienciamos determinados dias em nossas vidas que jamais esqueceremos. O dia do nosso casamento, o nascimento dos nossos filhos e, para alguns sortudos, vencer a Copa do Mundo pelo nosso país. Há lembranças maravilhosas que levamos conosco eternamente, mas também há aquelas que jamais esqueceremos por outros motivos: dias que não conseguimos explicar e momentos de tragédia inexplicáveis que não são possíveis de prever, evitar e nem de impedir.
Leia na íntegra a carta do ex-lateral:
"Hoje estou completando 50 anos. É um aniversário marcante, mas será uma comemoração completamente diferente das demais. Em virtude da pandemia que está ocorrendo, estarei longe de muitas pessoas que são próximas a mim, e após completar um ano de um pesadelo que jamais imaginei passar, sinto que hoje é um bom momento para compartilhar e lidar com as emoções de milhões de perdas de todo o mundo, estou convencido do que estamos sentindo agora.
Todos nós experienciamos determinados dias em nossas vidas que jamais esqueceremos. O dia do nosso casamento, o nascimento dos nossos filhos e, para alguns sortudos, vencer a Copa do Mundo pelo nosso país. Há lembranças maravilhosas que levamos conosco eternamente, mas também há aquelas que jamais esqueceremos por outros motivos: dias que não conseguimos explicar e momentos de tragédia inexplicáveis que não são possíveis de prever, evitar e nem de impedir.
No dia 4 de setembro de 2019, Deus levou meu filho, Danilo Feliciano de Morais. Ele tinha apenas 30 anos. Alguns acontecimentos neste mundo são inexplicáveis. Não há rima nem razão. Perdi meu filho em meus braços. Eu tentei salvá-lo e ajudá-lo, mas ele partiu. Este era e é um sentimento de vazio, é uma sensação horrível. Às vezes nos sentimos impotentes, outras vezes nos sentimos tão fortes em nossos corpos e mentes, mas em um dado momento como esse, sua força física é o mesmo que nada, não ajuda. Por não conseguir salvar seu próprio filho, você se sente completamente fraco.
Até hoje, não expus esse trágico incidente e, embora eu não queira detalhar os acontecimentos daquele dia ou dos dias imediatos, semanas e meses após sua morte, me sinto preparado para falar sobre determinadas coisas. Sinto-me da mesma maneira que muitas outras milhões de pessoas em todo o mundo se sentem, e que a cada dia no meu amado Brasil passam por sentimentos semelhantes de perda repentina. Quero contar e compartilhar. Quero usar esta carta para mostrar como a minha família e eu nos fortalecemos em tempos muito difíceis. Quero compartilhar nossas paixões, que incluem o esporte, e que têm nos ajudado nesta batalha.
Antes de prosseguir e embora esta seja a primeira vez que falo diretamente sobre a morte do meu filho, devo agradecer às milhares de pessoas que me enviaram seus pensamentos e orações. As palavras não podem expressar o quanto isso significou para mim e para minha família naquele momento e, do fundo do meu coração, agradeço a todos e a cada um de vocês que nos ajudaram nesta superação.
Da mesma forma que estou mencionando a minha família, tenho certeza que com essa pandemia que está acontecendo em cada canto do mundo, as pessoas em quarentena estão passando o maior tempo possível com seus entes queridos. E aqueles que estão distantes de seus entes queridos devem estar pensando e sentindo falta das famílias como jamais sentiram. Isso me lembra a força e o apoio que recebi da minha família após a morte do Danilo. Minha família é grande, e eu sou um dos seis irmãos. Não tive o apoio deles apenas naquele momento, mas também nesta crise atual. A família é a base de tudo. Renovamos nossas forças todos os dias juntos, para que possamos superar essa dor e encarar o futuro juntos.
Até hoje, não expus esse trágico incidente e, embora eu não queira detalhar os acontecimentos daquele dia ou dos dias imediatos, semanas e meses após sua morte, me sinto preparado para falar sobre determinadas coisas. Sinto-me da mesma maneira que muitas outras milhões de pessoas em todo o mundo se sentem, e que a cada dia no meu amado Brasil passam por sentimentos semelhantes de perda repentina. Quero contar e compartilhar. Quero usar esta carta para mostrar como a minha família e eu nos fortalecemos em tempos muito difíceis. Quero compartilhar nossas paixões, que incluem o esporte, e que têm nos ajudado nesta batalha.
Antes de prosseguir e embora esta seja a primeira vez que falo diretamente sobre a morte do meu filho, devo agradecer às milhares de pessoas que me enviaram seus pensamentos e orações. As palavras não podem expressar o quanto isso significou para mim e para minha família naquele momento e, do fundo do meu coração, agradeço a todos e a cada um de vocês que nos ajudaram nesta superação.
Da mesma forma que estou mencionando a minha família, tenho certeza que com essa pandemia que está acontecendo em cada canto do mundo, as pessoas em quarentena estão passando o maior tempo possível com seus entes queridos. E aqueles que estão distantes de seus entes queridos devem estar pensando e sentindo falta das famílias como jamais sentiram. Isso me lembra a força e o apoio que recebi da minha família após a morte do Danilo. Minha família é grande, e eu sou um dos seis irmãos. Não tive o apoio deles apenas naquele momento, mas também nesta crise atual. A família é a base de tudo. Renovamos nossas forças todos os dias juntos, para que possamos superar essa dor e encarar o futuro juntos.
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