terça-feira, 13 de outubro de 2020

As informações nos livros didáticos V: A Nação do Sete Povos

 

SÁBADO, 10 DE OUTUBRO DE 2020

As informações nos livros didáticos V

A Nação do Sete Povos


A Nação dos Sete Povos era na realidade a República Guarani, mas não sei por que nos livros didáticos da minha época nunca era informado que era uma república e muito menos que era totalmente habitada pelos nativos Guaranis.

Ainda hoje é fácil encontrar o que restou das igrejas construídas pelos povos guaranis.


Os nativos da América (incluindo os Guaranis) eram tidos pelos povos europeus como seres sem inteligência, claro isso era importantíssimo terem como uma verdade para terem a desculpa de escravizarem esses nativos e isso era feito pelos dois principais colonizadores da época na Região Sul do Brasil (Portugueses e Espanhóis). 

As reduções eram constantemente atacadas pelos Sertanistas Paulistas (os famosos Bandeirantes),até que em uma batalha, mesmo com um número menor de homens e armas, derrotaram os paulistas (tinham uma força com seis mil indivíduos) e conseguiram uma prosperidade durante um século e meio.

Quando a república mostrou prosperidade com construções de várias cidades (os colonizadores chamavam de reduções) onde todas elas possuíam igrejas, praças, estátuas de santos nas igrejas e praças, oficinas de pintura e músicas, depósitos de alimentos, depósito de armas e até um exército organizado para defesa da área urbana. Existia até policiamento noturno em todas essas cidades., os colonizadores mudaram o discurso dizendo que os guaranis não eram felizes por serem comunistas, mas os guaranis nunca foram consultados se queriam ou não deixarem de viverem como comunistas cristãos ! 

Tudo dentro das reduções era feito de maneira coletiva e tudo pertencia a todos de uma maneira igual e por isso a República Guarani era conhecida como uma República Comunista Cristã. 

Abaixo um trecho do livro A República /guarani de Clovis Lugon - 1ª edição, editora Exressão Popular, São Paulo, 2010.

“ O regime socialista das reduções era muito criticado, tanto na Europa, quanto na América. Alegava-se que os jesuítas só tinham introduzido tal sistema para explorar mais facilmente os guaranis. Essa era a opinião geralmente aceita.

Estava-se as vésperas das ameaças da comuna de Assunção contra as reduções, e também do grande decreto real de 1743. Ameaçados de todas as partes, em todos os países, vendo até a existência de sua obra em perigo, os jesuítas foram obrigados a fazer uma concessão. Martin de Moussy, informado no local pelo velho padre Gay, descreve a operação de maneira elegante:

A corte Madri fez algumas críticas a respeito do regime social das reduções, considerando que, após um século e meio dessa experiência, os índios deveriam estar tão civilizados que poderiam ser deixados um pouco mais sem controle, permitindo-lhes, pelo menos, o acesso a propriedade privada. Os jesuítas responderam que nada era mais justo e começaram a fazer algumas modificações no modelo interno das comunidades guaranis. Mas os hábitos já estavam tão arraigados, e tão de acordo a natureza dos índios, que, na prática, nada foi modificado.”

A prosperidade dos guaranis atraiu a avareza dos colonizadores que criaram versão de todo tipo para se achar uma desculpa para invadir, saquear e escravizar os nativos. Os invasores achavam que a riqueza era proveniente de minas de minerais preciosos e por isso a cobiça em invadir e pilhar as cidades guaranis. Para isso criminalizam os padres e jesuítas que de uma certa maneira foram os responsáveis pela criação e existência da república e com a expulsão dos jesuítas e padres a república foi invadida,  saqueada e no final mais de 300 mil nativos foram mortos. Os que não foram mortos foram escravizados ou fugiram para as florestas da região.

Na região onde existia a República Guarani ainda existem os escombros que sobrou das cidade (reduções) onde os povos nativos residiam.

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