Diário da Resistência
Brasileiros vão às ruas contra Bolsonaro e frustração com falta de vacina pode virar o barco
Da Redação
79% dos brasileiros querem se vacinar contra o coronavírus, mostrou recente pesquisa do Datafolha.
Os que desaprovam o governo Bolsonaro agora são 41%, contra 31% que aprovam, de acordo com a mesma pesquisa.
Ou seja, ao menos 10% dos que aprovam o presidente da República pretendem se vacinar.
Importante: 62% acham que a pandemia está fora de controle.
53% dos entrevistados disseram ao Datafolha que a Câmara não deve abrir processo de impeachment contra Bolsonaro, um aumento em relação às pesquisas anteriores (eram 48% em abril do ano passado).
Como escreveu o Viomundo anteriormente, estes números são especialmente volúveis.
Os brasileiros estão cansados da pandemia e de seus efeitos. A cada dia que passa, verão países avançando rapidamente na vacinação, que empacou no Brasil por falta de uma ação coordenada do governo federal e pelo comportamento desastroso do chanceler Eduardo Araújo e do deputado federal Eduardo Bolsonaro em relação à China.
Mesmo que o Brasil cumprir a meta apresentada pelo ministro Eduardo Pazuello, vai chegar ao final deste ano com cerca de 40% da população vacinada, o que não é garantia de imunidade coletiva — para a qual é preciso vacinar de 60 a 80% da população.
Cientistas acreditavam que Manaus estava muito próxima da imunidade coletiva, o que foi desmentido pelos fatos.
Variantes do vírus que surgiram na capital do Amazonas, no Reino Unido e na África do Sul podem acelerar rapidamente o número de casos e diminuir a eficácia da ou das vacinas.
Dentro deste quadro de incertezas e sem o auxílio emergencial, é certo que a economia brasileira vai se deteriorar ainda mais nos próximos meses, sem sinais de que possa ser completamente reaberta por falta da imunidade coletiva — que os Estados Unidos, por exemplo, almejam atingir em outubro.
O potencial de degradação dos índices de apoio popular a Bolsonaro é imenso, uma vez que a população vai comparar tudo o que acontecer no Brasil a países vizinhos, à Europa e aos Estados Unidos.
Ainda assim, o presidente da República segue “promovendo” o vírus e levantando dúvidas sobre as vacinas, quando o número de mortes no Brasil está próximo de 210 mil.
Bolsonaro depende da vitória de seu aliado Arthur Lira (PP) para controlar a agenda da Câmara e, cada vez mais, do apoio dos militares para assegurar que não haverá abertura de processo de impeachment.
Por enquanto, a tendência é de que o presidente se arraste no poder até 2022, mas as vigorosas manifestações de hoje por todo o Brasil mostram que o barco pode virar se a pandemia completar um ano no país sem solução à vista — no dia 26 de março próximo.
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