OPINIÃO DO BLOG
Vazamentos do “livro-bomba” de Cunha visam enfraquecer Baleia Rossi e ajudar Bolsonaro a controlar a Câmara
Da Redação
O ex-deputado federal e presidente da Câmara, Eduardo Cunha, articulador em público do golpe contra Dilma Rousseff em 2016, vai lançar um livro de memórias em abril.
O título é “Tchau Querida, o Diário do Impeachment”.
Cunha, obviamente, quer ganhar dinheiro com o livro, além de deixar registrada sua versão sobre o golpe.
Notório corrupto, é ele quem seleciona o conteúdo e o timing dos vazamentos para a imprensa.
Para a coluna Radar, da revista Veja, Cunha vazou que o impeachment de Dilma foi tramado no apartamento de Rodrigo Maia (DEM-RJ), no Rio, com a participação dos tucanos Carlos Sampaio e Bruno Araújo, hoje presidente do PSDB.
De acordo com o vazamento, também teria participado das articulações pelo impeachment o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), hoje apoiado pelo PT para disputar a presidência da Câmara.
Cunha já havia vazado anteriormente que o maior articulador da derrubada de Dilma foi o vice, Michel Temer, hoje articulador da campanha de Baleia.
Tudo isso pode ser verdade, mas é curioso que os vazamentos ocorram na reta final para as eleições na Câmara e no Senado, previstas para 2 de fevereiro.
O candidato do governo Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL), aposta na traição de parlamentares de partidos que oficialmente apoiam Baleia Rossi para vencer.
Ele já conseguiu apoio majoritário no PSL, que mudou de lado.
Uma deputada do próprio MDB, Daniela do Waguinho (MDB-RJ), assumiu publicamente apoio a Lira.
Como o voto é secreto, os parlamentares poderão trair livremente.
Em entrevista a O Globo, Baleia Rossi disse que Lira aposta “na traição” e que o governo federal está exercendo todo tipo de pressão para assegurar a vitória de Lira, garantia absoluta — estimam governistas — de que não será aberto processo de impeachment na Câmara.
O placar do Estadão coloca Lira hoje com 197 votos, contra 122 de Baleia Rossi e 22 para os outros seis candidatos. Para vencer, o candidato precisa atingir 257 votos.
Eduardo Cunha, que não é politicamente morto, ao atirar em Temer, Baleia e Rodrigo Maia, faltando cerca de duas semanas para a eleição, estimula dissidências e serve a Jair Bolsonaro, de quem certamente espera receber alguma futura recompensa.
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