terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

A marretadas, Padre Júlio faz prefeitura de SP retirar pedras de viaduto: “Ficaram com medo da imagem”

A marretadas, Padre Júlio faz prefeitura de SP retirar pedras de viaduto: “Ficaram com medo da imagem” Gestão de Bruno Covas havia instalado pedras embaixo de viaduto para expulsar pessoas em situação de rua e, depois que o pároco resolveu retirá-las pessoalmente, prefeitura mandou equipes para executar o serviço; "Foi por causa da repercussão na mídia", disse o religioso à Fórum Por Ivan Longo 2 fev 2021 - 16:20 Reprodução ouça este conteúdo readme.ai Cadastre-se e receba novos conteúdos: nome@exemplo.com.br ok Mais uma vez o Padre Júlio Lancelotti, pároco da Igreja de São Miguel Arcanjo, em São Paulo, demonstrou que faz mais pela população em situação de vulnerabilidade da cidade do que muitos gestores municipais. O religioso, que tem um extenso trabalho junto à população em situação de rua, virou notícia nesta terça-feira (2) ao resolver, pessoalmente e usando uma marreta, retirar as pedras instaladas pela prefeitura de São Paulo embaixo de um viaduto próximo à avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, zona leste da cidade. A obra, concluída na tarde da última quinta-feira (28), tinha o objetivo de impedir que moradores de rua durmam no local. As pedras são presas ao chão por uma espessa camada de cimento, na parte debaixo do viaduto. Na segunda-feira (1), Padre Júlio visitou o local e mostrou indignação, classificando a obra da prefeitura como “arquitetura higienista”. Nesta terça-feira, então, voltou ao viaduto para iniciar a remoção das pedras usando uma marreta. por taboolaLinks promovidos Você pode gostar Delegado que investigou facada em Bolsonaro processa bolsonaristas por ameaças e fake news Tudo pra você, de A a Z Amazon Lula diz que não dá para ser contra Bolsonaro e não apoiar o impeachment Ativista que denunciou João de Deus se suicida e deixa carta: “Marielle me uno a ti” À Fórum, o pároco revelou que desde terça-feira, diante da repercussão negativa da instalação das pedras, a gestão municipal enviou trabalhadores para retirá-las manualmente. “Eles começaram a tirar desde ontem, manualmente, mas era uma quantidade muito grande. Aí peguei a marreta e comecei a tirar”, contou. Segundo o padre, muitas pessoas, após começarem a circular as fotos dele retirando as pedras com a marreta, foram até o local para ajudar e o fato começou a ganhar destaque na mídia, o que teria motivado a prefeitura, nesta terça-feira, a mandar equipes maiores, com equipamentos adequados, para finalizar a remoção. “Quando eles perceberam que isso estava gerando muita imagem, chamaram duas escavadeiras e começaram a tirar. Na hora que eu estava lá chegaram as escavadeiras, com 5 caminhões e mais de 30 funcionários, porque estava vindo muita gente fotografando. Ficaram com medo da imagem”, atestou o religioso. Em nota, a prefeitura de São Paulo informou que “a implantação de pedras sob viadutos foi uma decisão isolada, que não faz parte da política de zeladoria da gestão municipal, tanto é que foi imediatamente determinada a remoção”. Para Padre Júlio, no entanto, a versão na gestão de Bruno Covas (PSDB) não é verídica: “Isso [a retirada] foi por causa da repercussão na mídia”, reforçou. De acordo com censo feito pela prefeitura em 2019, a capital tem 24.344 moradores de rua. A região da Subprefeitura da Mooca, onde ficam os viadutos que receberam as pedras, concentrava 835 pessoas em situação de rua, ficando atrás apenas da Subprefeitura Sé (7.593). Tags: higienismoPadre Júlio Lacellotti Avatar de Ivan Longo Ivan Longo Jornalista e repórter especial da Revista Fórum.

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