sábado, 13 de fevereiro de 2021

Carta Capital. O melhor da semana.

 

O MELHOR DA SEMANA
SÁBADO, 13 DE FEVEREIRO DE 2021

Bolsonaro mais forte e oposição fragmentada

As peças da política começam a se movimentar em direção a 2022

Foto: Evaristo Sá/AFP

A eleição que definiu o comando no Congresso Nacional deu o start para uma outra disputa: a eleição presidencial de 2022.

É consenso entre políticos - mesmo que informalmente - e especialistas que a sucessão ou reeleição de Jair Bolsonaro já estão em jogo.

Da vitória de Arthur Lira na Câmara e de Rodrigo Pacheco no Senado saiu Bolsonaro fortalecido, de um lado, e uma oposição, da esquerda à direita moderada, frágil e fragmentada.

As principais peças desse xadrez já começam a se movimentar.

PT de Lula anunciou que colocará o "bloco na rua" com Fernando Haddad à frente.

O movimento foi criticado por Guilherme Boulos, que disse que a prioridade deve ser um projeto e não um nome.

Dias depois, no aniversário de 41 anos do PT, a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, fez acenos ao próprio Boulos, Ciro Gomes e Flávio Dino.

Na ala da autoproclamada direita moderada, o tucano João Doria tentou se tornar o presidente nacional do PSDB, posição que lhe colocaria como o favorito do partido na eleição nacional de 2022, mas viu seus planos naufragarem - ao menos por ora.

Em entrevista ao canal de CartaCapital no Youtube, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta admitiu a ambição pela faixa, mas não se sabe por qual partido.

 A sua sigla, o DEM, perdeu Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara que viu a sua tentativa de formar uma frente ampla contra o bolsonarismo não dar certo. Parte do antigo PFL optou em dar suporte ao presidente.

Com a oposição a Bolsonaro dividida, aumentam as chances de reeleição de Bolsonaro. É esta a avaliação do filósofo Marcos Nobre.

"O que me chama atenção é que muitas pessoas dizem que a situação é muito grave, mas eu não consigo ver as pessoas tomando as atitudes correspondentes a essa gravidade", diz Nobre.

"Muitos acham que quem chegar contra o Bolsonaro no segundo turno ganha e todo partido acha que vai chegar. Esse é o raciocinio que demonstra total deslocamento da realidade, pois Bolsonaro é o candidato mais forte", acrescenta o filósofo que preside o Cebrap.

Na sexta-feira 12, Haddad  condenou a "direita civilizada" que não faz nada contra Bolsonaro.

Foi rebatido por Orlando Silva, deputado do mesmo campo progressista, que afirmou: "Haddad insiste em olhar o Brasil pelo retrovisor".


 

Os diálogos que embaralham o jogo

Novas mensagens entre procuradores da Operação Lava Jato expõem o conluio contra Lula; STF pode anular as condenações do petista

 

Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil e AFP

Na terça-feira 9, por quatro votos a um, a 2ª Turma do STF reforçou a autorização do compartilhamento, com a defesa do ex-presidente Lula, das mensagens trocadas pelo ex-juiz Sergio Moro e pelos procuradores da Operação Lava Jato.

Na ocasião, o ministro Gilmar Mendes foi o autor de um dos votos mais duros contra Moro e os integrantes da operação.

“Se esses diálogos não existiram, os hackers de Araraquara são uns notáveis ficcionistas”, ironizou.

Na sessão, Gilmar leu algumas das mensagens e denunciou que o então juiz Moro recebeu dos procuradores a denúncia contra Lula com sete meses de antecedência.

As conversas tem características de perseguição ao ex-presidente.

A procuradora Carolina Rezende chegou a dizer “precisamos atingir Lula na cabeça” em referência a ele ser "a prioridade número 1".

A improvável, mas não impossível devolução dos direitos políticos do petista embaralha ainda mais o jogo para as eleições de 2022.


 

As mortes continuam e as vacinas, rareiam

Sob dependência estrangeira, o Instituto Butantan e a Fiocruz correm contra o tempo para produzir mais doses da vacina. Bolsonaro, mais uma vez, debocha

Foto: Agência Brasil

A pandemia continua matando. A semana teve quatro dias consecutivos com registros acima de 1.300 óbitos diários.

E o presidente, segue apelando ao deboche. Em sua tradicional live semanal, Bolsonaro disse que “não adianta ficar em casa chorando” pelas perdas. 

Na próxima semana, as doses disponíveis dos imunizantes contra a Covid-19 devem começar a acabar.

Com a chegada recente dos insumos da China, tanto a Fiocruz quanto o Instituto Butantan correm contra o tempo para produzir mais vacinas.

O ministro Pazuello, no entanto, erra ao não se movimenta para fechar mais contratos com outras farmacêuticas, opinou o sanitarista Cláudio Maierovitch.

“Para ele, [adquirir novas vacinas] é gastar dinheiro, perder tempo. Perder tempo é o que estamos fazendo hoje. Nós temos que alcançar a velocidade do vírus principalmente quando nós sabemos de novas linhagens.”

O total de brasileiros que perdeu a vida para a Covid-19 passa dos 237 mil, segundo informe do Conselho Nacional de Secretários de Saúde na noite de sexta-feira 12.

O percentual de vacinados, por outro lado, é de pouco mais de 2% da população.

 

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